Acertei com o jornalista Jersey Nazareno para irmos juntos ao evento, mas o capeta nos orientou para passarmos primeiro no Bar Caldeira para entornarmos umas bramitas.
O Naza estava todo engomado, na beca, de blazer e camisa manga comprida e tal. Eu todo relaxado. Resolvi ficar no boteco, pois não sou muito chegado a formalidades e compromissos.
Fiquei sabendo que a Maria Luíza sentiu a minha falta, mesmo assim fez uma dedicatória do seu livro.
O Naza teve que desembolsar dez reais pelo exemplar. Ainda estou devendo, um dia o pagarei!
O tempo passou e todas as vezes em que comparecia a casa do meu amigo ele falava do livro, porém não sabia onde se encontrava. Estava em algum lugar misturado na montanha de livros de sua vasta biblioteca.
Ontem, um sábado resolvi sair da toca e caminhar pelo centro da cidade. No retorno passei pela Rua Saldanha Marinho para encontrar o meu velho amigo Nazareno.
Foi um reencontro agradável, parecia que fazia anos em que não nos via. A primeira coisa que ele falou foi que tinha encontrado o livro da Maria Luíza. Ele correu para dentro de sua casa e demorou demais para voltar.
Pensei "Esse Naza já perdeu novamente o meu livro!". Depois retornou suando frio, não sei se a sua pressão estava baixa ou tinha ido "jogar um barro na louça" ou coisa parecida.
Abri o livro e fui direto a dedicação "Para o Rochinha, com amizade. Em 04/04/2013. Maria Luíza".
É isso mesmo! Depois de sete anos recebi o meu livo! Pense numa demora! Mas, não existe hora nem tempo para receber um livro. Um livro é um livro, tem de respeitar qualquer exemplar!
É um pequeno livro, mas grande em ensinamentos da Tia Tetê.
"A Manaus de nossa infância era uma cidade pobre e distante dos centros mais desenvolvidos do país. Uma de nossas distrações era de nos reunir, logo depois do jantar, para ouvir as histórias da Tia Tetê. Aos quarenta anos ficou completamente cega e, esse fato, aos invés de abatê-la , fez com que desenvolvesse os seus outros sentidos. . Tia Tetê gostava de estar rodeada de crianças e de contar histórias. Maria Luíza".
Ela nos conta da Criação do Rio Amazonas, A Lenda da Vitória-Régia, Lenda do Guaraná, O Jabuti e o Urubu: Uma Festa no Céu, A Mãe da Seringueira, A Lenda do Fogo, O Jacaré e a Onça e a Lenda do Uirapuru. Que bom!
Um livro nunca perde a sua essência! Todo livro e o seu escritor são imortais! Ficam para o todo sempre.
Valeu, Naza! Valeu, Maria Luíza! Valeu, Tia Tetê! Mesmo passados sete anos o livro serviu para a minha postagem de hoje para o BLOGDOROCHA.
É isso ai
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