domingo, 28 de junho de 2020

A NOVA "MARINA DO DAVI"



Para as pessoas que não conhecem a Marina do Davi, este é um local estratégico para a mobilidade intermodal na cidade. É um dos principais pontos de embarque e desembarque de pessoas para os nossos hotéis de selva, praias, sítios no alto rio Negro e principalmente, ponto de chegada e partida para as nossas comunidades rurais.

A movimentação de voadeiras e pequenas embarcações são constantes. O volume de flutuantes para a guarda de lanchas, iates, oficinas, proporcionam uma vida portuária de bastante fluxo e de grande conflito, um desafio para se resolver através de uma concepção arquitetônica e urbanística.

A proposta vista nas imagens acima consistia numa reformulação geral da Marina do Davi. A começar pela sua localização.

Considerando que em época da vazante o embarque e desembarque ficam bastante complicados, a intenção da proposta era deslocar a Marina mais para fora do Igarapé do Gigante, permitindo que ele passe a ter um melhor uso também em época de seca.

Toda uma infraestrutura seria fornecida através da construção de um píer, com rampa de acesso e edificações para acomodar atendimento ao turista, comércio atacadista e varejista, prestação de serviços, inclusive públicos, posto de saúde, posto policial, compra de passagens, estacionamento, área para carga e descarga, restaurante regional, terminal integrado de ônibus, lanchonetes e outros usos de igual importância para o local.

Foi desenvolvido pelo corpo técnico da Prefeitura na gestão do Prefeito Serafim Corrêa.. O projeto se desenvolveria de forma radial, permitindo tirar partido da paisagem do Igarapé do Gigante e do Tarumã. Sem dúvida foi um projeto ousado, que buscava solucionar de forma definitiva os problemas encontrados em um porto tão “simples” e tão importante para Manaus.

O local seria no onde o empresário paulista Henry Maksoud tentou construir um grande hotel, mesmo tendo conseguido 10 milhões de reais da SUDAM e não concluindo, sendo objeto de litígio judicial. Quem passar por lá nota apenas uma grua e escombros do que seria um hotel com 350 apartamentos.

O novo prefeito de Manaus caso queira desengavetar o projeto e concluí-lo, o fará com certeza, pois tudo depende de vontade política. O projeto já está pronto, falta apenas encarar uma briga judicial com esse empresário paulista e seus herdeiros, pois eles pegaram dinheiro público, abandonaram a obra e não pagaram o que tomaram emprestados do povo brasileiro.

Espero que o novo prefeito de Manaus seja um home ético, sério, manauara, comprometido com o bem estar dos manauaras e que realize a construção do Memorial do Encontro das Águas e da Nova Marina do Davi. Terá todo o meu apoio o candidato que incluir em seus projetos de campanha essas obras.

Foto: Maquetes da PMM

MEMORIAL ENCONTRO DAS ÁGUAS



O famosíssimo arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, elaborou o seu primeiro projeto para a região norte, chamado Memorial Encontro das Águas, um complexo com um mirante, um restaurante e um museu em uma encosta, onde se poderá observar o encontro dos rios Negro e Solimões.

Este projeto custou aos cofres públicos a quantia de seiscentos mil reais, foi elaborado em 2005, a pedido do então prefeito de Manaus Serafim Corrêa, infelizmente, o alcaide engavetou o projeto, não deu o devido valor ao empreendimento.

A previsão da entrega seria para 2007, estava confirmada a presença do ilustre arquiteto, mas, o prefeito não lançou nem sequer a pedra fundamental. Não conseguiu a sua reeleição e o seu sucessor não quis nem ouvir falar no Mirante.

O Memorial deveria ser construído em um terreno no bairro Colônia Antônio Aleixo, zona leste da capital, com uma área verde de cerca de 20 hectares, o local pertencia à Embratel (as duas torres permanecem no local) e foi cedido a Prefeitura de Manaus.

O complexo seria composto de dois prédios, exposições e restaurante, em uma grande praça no topo de uma encosta.

O prédio de exposição consistiria de um pavilhão com a forma aproximada de uma oca, com 35 metros de diâmetro na base e altura de 7,20 metros, elevado em relação ao piso da praça. O pavimento do subsolo, com igual área, teria uma abertura para o ambiente externo, protegido por uma marquise.

O projeto previa ainda duas capas de concreto, elevando-se 20,80 metros em relação ao piso térreo, duas capas de concreto cobrindo setores de aproximadamente 120 graus. As duas capas, diametralmente opostas. Uma delas reta, em amarelo, representando as águas barrentas do Rio Solimões e a outra curva, em negro, representando as águas escuras do rio Negro se encontrando no topo.

O prédio do restaurante ficaria encravado em outro trecho da encosta, acompanhando na fachada, a sinuosidade das curvas de nível. Uma rampa, protegida lateralmente por muro de arrimo, daria acesso ao terraço e ao mirante.

O Oscar Niemeyer assim definiu o seu projeto: “Tinha diante de mim as fotografias do espetáculo que é o encontro das águas, e foi isso que dominou o projeto: as duas formas de concreto que sobem e se encontram, o preto representando as águas escuras do rio negro e o amarelo representando o rio Solimões, de águas claras”.

Agora, imaginem os senhores se esta obra colossal tivesse sido construída, o benefício seria imenso para a nossa cidade, o local seria transformado numa Meca para os ambientalistas e turistas, além do mais, teríamos uma enorme força para barrar a construção do Porto das Lajes (um mega projeto de destruição do Encontro das Águas).

A luta continua companheiros! Estamos na guerra contra a destruição desse magnífico cartão postal de Manaus, depois da nossa vitória, iremos incentivar o “desengavetamento” do Memorial Encontro das Águas.

Sonhar não custa nada, mas sonharemos com os olhos bem abertos! O bicho homem está se autodestruindo, mas existe uma luz no fundo do túnel, ainda restam homens de boa vontade, preocupados com o futuro da humanidade, estes sim, farão a diferença, os outros, os maus, morrerão afogados na lama do seu dinheiro sujo!

Foto/Colagem: J Martins Rocha

sábado, 27 de junho de 2020

SOU CATÓLICO


Em uma rede social, para concluir o meu perfil, os administradores perguntaram qual a minha religião. Respondi que sou católico desde quando Manaus era chamado de Manaós. Não praticante e não apostólico e, muito menos romano.
Não satisfeitos, pediram para eu escrever a vontade sobre esta minha opção.
Foi um prato feito para o escriba. Vocês querem mesmo saber? Então o Rocha aqui vai arrochar!
Em primeiro lugar não escolhi nada, pois já nasci católico de pai, mãe, avós, parentes e aderentes.
Naquela época a religião oficial era a católica. Era difícil encontrar alguém que era evangélico, conhecido por todos como “crente”.
O meu pai gostava de levar a família para o bairro Santa Luzia, onde tinha um amigo do peito que morava dentro de um terreiro de umbanda. Eu gostava muito do batuque e do recinto todo enfeitado e daquelas senhoras dançando e cantando. Não gostava muito do caboco e da caboca quando estavam “pegando o santo”, pois era um negócio assustador. Mas, apesar de possuir ancestralidades africanas correndo dentro dos meus genes, não me identifiquei muito com a macumba, umbanda e outras.
A mãe de meu pai, a minha avó Lídia era uma católica fervoroso e obrigava todos os netos a frequentarem a missa todos os finais de semana e a participarem de todos aqueles rituais da igreja católica. Eu passava o tempo todo olhando para o teto, as pinturas, os murais, a via crucis e as imagens dos santos, além de ficar fascinado com o altar da Igreja Matriz.
Na minha juventude participei de um grupo conhecido como “Juventude Franciscana” da Igreja de São Sebastião. Acredito que naquela época eu era realmente um católico apostólico e romano.
O tempo passou e tudo mudou. A nossa carta magna reza que o povo brasileiro não possui religião oficial. Todos possuem o direito inviolável a liberdade de crença e assegurando o livre exercício dos cultos religiosos, protegendo os locais de cultos e suas liturgias.
O catolicismo ainda domina, mas os evangélicos crescem de forma exponencial. Já fui “tentado” a mudar de religião, com argumentos que por ser adorador de imagens irei direto para os quintos dos infernos. Cruz, Credo! Para salvar a minha alma terei de “converter-me”. É ruim, hein!
Quando eu escrevi que sou um católico não praticante é porque não vou à missa faz um tempão. Não gosto nem um pouco daquele formalismo todo, quando os fiéis respondem mecanicamente o que o padre fala. Não sei rezar, apenas o Pai Nosso e olhe lá. Não comungo e não entro naquele cubículo para falar com o padre sobre os meus pecados.
A última vez em que falei ao padre sobre os meus pecados foi quando fui obrigado a fazer isto para poder fazer a primeira comunhão. Caso um dia o faça terei de rezar uns três mil e poucos pai nosso ave maria credo e salve rainha de tanto pecados para serem redimidos! Meu Deus!
Eu sei que o católico apostólico romano é aquele que fundamenta a sua religião na doutrina dos apóstolos e que todos os bispos e o papa são os seus sucessores.
Eu respeito os padres e os bispos, mas acho que esse negócio de celibato está ultrapassado faz muito tempo. Penso que eles devem casar, ter filhos e constituir famílias. Fica a pergunta: Por que os bispos evangélicos namoram, noivam, casam e fazem filhos e vão todos para o céu e os padres e bispos católicos não podem fazer isto? É pecado, é? Sei, não!
Mudando de pau para cacete, digo de crente para católico, eu já passei por quase todas as fases do catolicismo, conhecido como sacramentos: batismo, crisma, eucaristia, reconciliação, ordem e matrimônio. E daqui uns quarenta anos a extrema unção, para finalmente, pedir para perdoar os meus pecados e obter um alívio espiritual e físico!
Brincadeiras a parte, sou um cara que reza ao acordar, vou a novena, acredito na vida pós-morte, acredito também num ser superior chamado Deus, rezo ao meu jeito e respeito a todos as religiões, pois acho que o nosso Deus é o mesmo, mudando apenas a forma de adora-lo.
Sou Católico!



José Roberto Pinheiro Pinheiro, Nubia M Silva e outras 4 pessoas

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quinta-feira, 25 de junho de 2020

CAMISA DO BRASIL


Noto que algumas pessoas gostam de vestir a camisa do nosso Brasil em quatro e quatro anos, exatamente em ano de Copa do Mundo de Futebol.

Outros a usam normalmente, independentemente de épocas futebolísticas, semana da pátria ou para se identificar com grupos de direita e/ou extremistas.

Pertenço ao segundo grupo.

Faz uns quinze anos. Era um sábado quente de Manaus. Estava num boteco famoso da nossa cidade. Vestia uma camiseta com as cores do nosso pavilhão nacional. Um senhor que estava por lá, resolveu tirar onda comigo: - Você somente está vestido com esta camisa porque é a Semana da Pátria. Tu deves passar o ano inteiro com ela esquecida no cesto de lixo! Respondi: - Negativo! O senhor está equivocado! Uso a minha camisa o ano inteiro, principalmente nos finais de semana, pois para mim é um orgulho vesti-la!

Ano passado fui a um encontro informal numa praça, estávamos na Semana da Pátria. Vestia uma camisa do Brasil e um short verde. Um dos coordenadores do evento inquiriu-me: - Você é Bolsonarista? Respondi-lhe: - Sou apenas um brasileiro que ama o seu país. Estamos na semana cívica do nosso país. Tu achas que eu iria vestir uma camisa estilizada com a bandeira dos Estados Unidos, da Venezuela ou do Haiti? Nem pensar! Sou brasileiro, com muito orgulho e muito amor!

Certo dia parei numa barraca para comprar uns mamões e abacaxis. O dono estava todo paramentado com a bandeira de seu país, a Venezuela. Ele ficou me olhando, achando que eu era um cara diferente. Não sei o que passou pela cabeça do camarada! Deve ter pensado: “Esse deve ser nacionalista ou militar!”.

Gosto muito de caminhar. Vez e outra uso camisas do Brasil. Com a disseminação das briga entre extremistas fico até receoso, pois podem até agredir-me, pesando que sou “do outro lado”. 

Notei algumas vezes pessoas olhando-me de lado e fazendo comentários “Antifas”. Outros sorriem e gostam da minha camisa, talvez imaginem que faço parte do time dos “Fascistas”!

O cara sai todo de branco, alguns acham que ele pode ser médico, enfermeiro ou macumbeiro! Sai de preto, imaginam que ele é roqueiro ou antifascista! Se sair todo de vermelho, é petista e comunista! Se andar de vermelho e preto irão chama-lo de urubu flamenguista! Todo de verde e branco é periquito palmeirense! Se vestir a camisa do Brasil vai ser chamado de militar e fascista!

Se eu resolver caminhar sem camisa pela cidade, a grande maioria irá falar que eu não possuo etiqueta e que não respeito aos bons costumes! Caralho!

Acho que irei andar pelado, pelado, nu com a mão no bolso! Serei preso na hora! Ou levado para o hospício!

Sabe de uma coisa: podem falar o que quiserem, sempre que possível caminharei com a camisa do meu país, o do meu Brasil! Falem o que quiserem! Tô nem ai! Tudo passou, tudo passa e tudo passará, mas o nosso Brasil continuará!

quarta-feira, 24 de junho de 2020

RETORNO AS CAMINHADAS EM MANAUS



Faz duas semanas em que voltei a fazer a minha caminhada matinal. Em decorrência dos Parques estarem fechados tive que optar por uma via alternativa.

Saio sempre depois da sete da manhã, entro na Avenida Leonardo Malcher e dobro a direita na Rua Antony ao lado da igreja católica. Esta rua está toda asfaltada, sinalizada e as calçadas todas niveladas.

No final da rua começa o acesso a Rua Walter Rayol, popularmente conhecido como Bariri (Matinha). São duas pistas duplas, calçadão, ciclovias, playground, quadras de esportes e uma visão panorâmica da bacia do São Raimundo.


Como estamos na cheia do Rio Negro o local está muito bonito, com uma grande vegetação aquática e muitos pássaros e aves no local. As fotografias valem por mil palavras.

Aquela área vai facilitar muito o acesso ao centro para quem vem dos bairros da Glória e São Raimundo.

No final dobrei a esquerda, um local mais complicado, pois é uma ponte antiga, estreita e sem manutenção.

Segui em frente.

Logo mais a adiante entrei a esquerda, na Vista da Glória, outra obra muito bonita.


Cheguei até a Praça do Clube Sul América, no bairro de São Raimundo.

Peguei a Ponte Fábio Lucena, ela está recuperada. É uma visão sensacional.

Contornei o Centro de Convivência da Família, entrei ao lado do depósito da Loja Baiano para olhar os barcos e iates que estão nos estaleiros.

Passei por frente da sede da Escola de Samba de Aparecida, a campeã deste ano, vi alguns barraqueiros se movimentando, acho que os tambores brevemente começarão a rufar.

Entrei na Igreja de Aparecida, para agradecer o dia, a vitamina D do Sol e por poder caminhar.

Retornei ao meu casulo.

Caso amanhã acorde de bem com vida irei fazer o caminho inverso.

A caminhada é puxada, aconselhada para quem já está acostumado e possui o espírito aventureiro.

Fotos: José Rocha

terça-feira, 23 de junho de 2020

BAR BALALAIKA


ANTIGO PRÉDIO DO BAR BALALAIKA. FOTO: JOSÉ ROCHA
Ficava na esquina da Avenida Leonardo Malcher e Rua Epaminondas, era comandado por portugueses e vendiam refrigerantes, o famoso sanduíche de pernil, bolinhos de bacalhau, além de cervejas e Whisky. O lugar era onde aconteciam grandes partidas de Dominó da nossa cidade e foi fundado pelos frequentadores a Atlética Balalaika Clube.

Segundo uns dos assíduos frequentadores daquele estabelecimento, o médico português Dr. Fernando Gonçalves Marques “Pelo que eu acompanhei como frequentador e o meu pai também antigo freguês. O primeiro dono do "ponto" foi o Pai do Fernando "Cain" este marido da D. Aurora e que após muitos anos de interregno veio tomar conta do Balalaika que o pai iniciou a história. Entre os dois houve duas gestões do Sr. Joaquim e depois seu filho Júlio. A esposa do Sr. Joaquim e mãe do Júlio era uma entusiasta do clube Balalaika e patrona. Seu nome era Virgínia. O Sr. Estanqueiro, assim como o Harraquian ficaram algum tempo como "donos". A parte que chamavam de Varanda Tropical onde se jogavam as partidas e torneios de dominó, onde o Josué Filho foi campeão de alguns torneios jogando em duplas com o Judicael Almeida. Nunca se jogou qualquer jogo de azar. A Associação Balalaika tinha muitos troféus de pedestrianismo, ciclismo, tiro, dominó e outras modalidades. Mas era um ambiente salutar e de profundo respeito. Quem cuidava da parte do dominó era o António Andrade irmão do Manuel. Entretanto deve ficar claro que todos pagavam aluguel ao proprietário e locatário do imóvel”.

Aparece na internet Bar Balalaika de J Gomes, fundado em 25/08/66. Questionei o Dr. Fernando Gonçalves Marques sobre esses dados, ele respondeu: “Joaquim Gomes Calixto foi um dos "donos" e pai do Júlio Gomes Calixto, que ficou à frente do bar durante muitos anos. Casou com uma Senhora portuguesa, morava na Luís Antony, adotou dois filhos e depois de alguns anos voltou para Portugal. Moram em Gueifaes (Matosinhos), onde fui lhes fazer uma visita. Depois de alguns anos ele voltou a Manaus e visitou-me. Ele tinha uma ou duas vilas de casas na João Coelho, próximo a Matinha e quem era o procurador dele era o Calçada Alta (Antônio)”.

O Procurador de Justiça, Jornalistas e Radialista Nicolau Libório disponibilizou no Google o seguinte comentário sobre o jogo de dominó e o Bar Balalaika: “Manaus, no início dos anos 1960, colocou o dominó em grande evidência. Em 1963, em razão da empolgação dos muitos praticantes e da efervescência das disputas, os frequentadores do Bar Balalaika, localizado na esquina das ruas Leonardo Malcher e Epaminondas, resolveram criar um clube. Para fugir da rotina os associados decidiram que a modalidade preferida seria o dominó. Não havia a intenção de contrariar e muito menos ser diferente. Para não parecer simples improviso, os fundadores do Atlético Balalaika Clube resolveram eleger um quadro de diretores com Antônio Andrade na presidência. Na verdade, o clube Balalaika serviu para reunir os adeptos, coordenar a competição e colocar em evidência uma modalidade de jogo que já havia caído nas graças dos diversos bairros de Manaus. E o primeiro campeonato, reunindo 30 duplas, apontou Eliezer Mendes e Francisco Santana como os grandes campeões. Em 1964 o circo pegou fogo. Foram tantos os interessados, que Antônio Andrade e seus companheiros tiveram que suar as camisas para criar uma estrutura mínima para permitir que 80 duplas se digladiassem. O embate final foi marcado por fortes emoções, levando ao salão de jogo as torcidas organizadas dos contendores. A dupla Rodrigues-Campelo, do bairro de Cachoeirinha, superou as artimanhas de Judicael Almeida-Nelson Bentes, do Clube Municipal. Na festa de entrega da premiação teve discurso, abraços, samba e, para não quebrar a regra, muita cerveja gelada. Toda essa festividade foi transmitida pela Rádio Difusora, grande incentivadora do jogo de 28 peças. Esse segundo campeonato serviu para destacar o nome do Balalaika e as virtudes técnicas de Rodrigues-Campelo, João Morais-Rodolfo, Sebastião-Edilson, Jaime-Nilson, Capitão Frota-Cancela, Paulo-Cavalcante, Luiz-Carlito, Pery-Valmir, Ferraz-Paulinho, Bandeira-Luiz, Gilberto-Gabriel, Izaú-Fiel, Aldemiro-Sebastião, José Félix-Max, Casemiro-Roberval, Vitoriano-Lucena, Leônidas-Sarrito, Oscarino-Calango, Martinho dos Santos-Ely Leão e muitos outros como Paulo Fleury”.

Segundo o Sr. Flávio Grillo Filho, português, dono da Distribuidora Portugal e Presidente do Luso Clube “A Drogaria Balalaika e a Distribuidora Moderna pertence ao português Humberto. Ele é o Consul de Portugal”.

A Ana Cláudia Soeiro Soares, filha do saudoso Armando Soares, do Bar do Armando, escreveu que a sua mãe, a Dona Lourdes Soeiro conheceu os donos e sabe toda a história daquele bar.

O cantor e compositor Papaco Amoresamba escreveu no Facebook: “Rocha, frequentei um bar na Constantino Nery que era numa garagem de uma casa e quem me servia era dona Aurora que se dizia ser esposa do dono do Bar Balalaika, era uma senhora bem idosa e me falou que quando Josué filho falava na rádio logo pela manhã "Aurora olha a hora" era ela. Não sei se confere? Respondi: Ela era esposa do proprietário Fernando "Cain". Lá o Josué Filho frequentava para jogar dominó. Aurora também rimava com Hora. Você está correto!

Esta postagem foi motivada pelo Tito Estanqueiro, filho do Comandante Manuel Teixeira Estanqueiro, que me mandou um e-mail solicitando fotografias de Manaus das décadas de 70 e 80, pois segundo ele, o seu pai era o Comandante de um voo fatídico da TABA que culminou com a sua morte, de toda a tripulação e dos quarenta passageiros, quando, em 1982, tentou aterrissar no Aeroporto de Tabatinga sem visibilidade em decorrência de uma forte serração, o que o forçou a voar baixo pelo rio para encontrar a cabeceira da pista, batendo numa torre e caindo de bico num estacionamento.

Segundo ele, esteve aqui em Manaus juntamente com o seu pai, o Comandante Estanqueiro entre setembro de 1981 a junho de 1982. O ponto do Bar Balalaika foi adquirido do Dr. Benjamim Couto Ramos, mas não tem certeza. Com a morte do seu genitor, o bar foi tocado por um amigo da família, o Cassiano (ex-gerente da TV Lar). Retornou a Portugal onde passou três meses. Como era muito jovem perdeu o contato com todos os amigos daquela época. As fotos de Manaus será para colocar na memória dele, para mostrar aos filhos e netos. .

Na minha adolescência fui morar na Rua Tapajós e por ficar próximo a Rua Leonardo Malcher, passei milhares de vezes na frente desse famoso bar de antigamente, porém nunca adentrei ao estabelecimento. 

Sempre tive curiosidade em conhecer a sua história o que foi possível graças aos relatos acima e das seguintes pessoas: Adriano Cruz, Carbajal Gomes, Clóvis Aranha Negra, Luiz Felipe e Roberto Telles de Souza e dezenas de pessoas que curtiram uma postagem que publiquei no Facebook onde solicitava informações sobre o Bar Balalaika.

O Bar Balalaika não existe mais, porém, em seu lugar está a Drogaria Balalaika, deixando para a posteridade este nome que intriga muitas pessoas que por lá passam diariamente. 

Esta postagem servirá para somar a memória cultural da nossa cidade.

É isso ai

domingo, 21 de junho de 2020

JOAQUIM ALENCAR E SEUS PROJETOS

JOAQUIM ALENCAR E O CORONEL MENEZES

Na quinta-feira passada fui convidado pelo Joaquim Alencar (pré-candidato a Vereador pelo Partido Patriotas, ao qual terá o Coronel Menezes para Prefeito de Manaus) para almoçar no Restaurante Alemã (Praça da Polícia).
Por lá estava o Marquinho Santos, presidente da Federação Amazonense de Futebol Amador - FAFA, onde foi possível trocar ideias para levar a frente a campanha do nosso amigo Joaquim Alencar.
Depois de longos papos rumamos para a Conveniência do Paraná, na Rua Dez de Julho, onde é servido umas cervejas, discretamente, no interior do estabelecimento.
O Joaquim Alencar possui uma mente privilegiada, onde a todo momento sai ideias e projetos voltados para o esporte, cultura e sistema viário da nossa capital.
O novo sistema viário do MANOA foi ele quem idealizou e a Prefeitura copiou sem dar os créditos devidos.
Ele foi o responsável pela vinda do NY Cosmos a Manaus para jogar contra o Fast Clube, com um público de mais de oitenta mil pessoas, além de intermediar a venda de vários jogadores brasileiros para o mundo afora.
Muitos jogadores do Rio de Janeiro e Minas Gerais vieram para Manaus na década de setenta e oitenta graças a sua atuação.
Escrevemos um livro NY COSMOS X FAST CLUBE - 40 ANOS DE UM JOGO HISTÓRICO, está parado por falta de recursos.
O curriculum dele no esporte é muito extenso: Jogador, Presidente do Fast Clube, empresário etc..
Possui um projeto para o transporte coletivo aquaviário em Manaus, com rotas desde o Tarumã & Puraquequara com várias paradas intermediárias.
Está em pleno vapor para o registro do Sindicato dos Jogadores Profissionais (antigos, atuais e futuros) do Amazonas e a criação de um Fundo de Amparo aos jogadores de futebol do Amazonas.
Planeja um dia executar o AMAZÔNIA DAY na Europa, bem no estilo do BRAZILIAN DAY dos Estados Unidos.
Irei apoia-lo, mesmo ele não tendo recursos para bancar tal empreitada.
Vai depender somente do seu Partido Patriotas em acreditar nos seus projetos e entender que possui um imenso eleitorado no meio esportivo da nossa cidade, pois caso eleito, será o único representante que irá trabalhar com afinco para a volta do nosso futebol de campo como nos tempos idos.
Conte comigo!

sábado, 20 de junho de 2020

50 ANOS DO TRICAMPEONATO DE FUTEBOL DA SELEÇÃO BRASILEIRA - A SELEÇÃO ESTEVE EM MANAUS ANTES DE VIAJAR PARA O MÉXICO - FONTE: LIVRO DE JOSÉ ROCHA E JOAQUIM ALENCAR (NY COSMOS X FAST CLUBE)

Para a inauguração oficial do Estádio Vivaldo Lima, ocorrido em cinco de março de 1970, foram realizados dois jogos de futebol: Seleção B (reservas) do Brasil e do Amazonas – Seleção A (titulares) do Brasil e do Amazonas.
Pontos Negativos: O trânsito ficou engarrafado por duas horas (muito tempo para aquela época) para o torcedor chegar ao estádio. Muitos desmaiaram, principalmente, crianças e adolescentes, em decorrência de terem saído muito cedo de casa sem almoçar. Houve invasão dos torcedores nas cadeiras numeradas. Por um descuido da administração uma comporta aberta e a água da chuva invadiu um dos vestiários. Roubos de carteiras, colisões, brigas nas torcidas, além do intenso calor. Ausência de condições para a utilização dos vestiários e falta de luz forçando o jogo terminar já no escuro. Nada disso chegou a influenciar na alegria do povo e dos organizadores da festa.
Pontos Positivos: Os juízes Airton Vieira de Moraes e Arnaldo César, mesmo a despeito dos pontos negativos acima citados, tiveram uma boa impressão do Estádio Vivaldo Lima, eles gostaram muito, compreendendo que ainda faltava muita coisa para o seu acabamento – elogiaram o empreendimento do governo do Amazonas e o povo pela suntuosa obra – os dois acharam o vestiário dos juízes como melhor do que o do Maracanã, Mineirão e Beira Rio.
Primeiro jogo:
A Seleção Brasileira entrou em campo às 14 horas, com o Sol a pino. Fizeram o aquecimento, cumprimentaram o o público, porém, a Seleção Amazonense não apareceu. Isso irritou o treinador Zagalo, mandando os seus jogadores de volta ao vestiário. Voltaram dez minutos depois que os amazonenses estavam em campo, foi o troco, usaram a mesma tática para tentar sufocar os jogadores adversários com o calor e intensos raios de sol.
Um pênalti mal cobrado por Antônio Piola, um lance duvidoso, uma jogada de azar e uma brincadeira de uma zagueiro, determinava a derrota da Seleção do Amazonas por 4 X 1. Quatro jogadores amazonenses foram convocados pelo treinador Zagalo - jogaram no segundo tempo, eram eles: Catita (Rio Negro), Evandro (Olímpico), Pretinho (Nacional) e Pompeu (Fast), ganharam moral e reconhecimento na imprensa nacional ao vestir a camisa da seleção brasileira, mesmo com alguns já estando aposentando as chuteiras. O nosso técnico foi o radialista Jaime Rebelo, com a supervisão do Leal da Cunha. Gols: Dario (Dadá Maravilha) fez três gols, Lincoln, contra e Laércio, fez o único do Amazonas.

Segundo jogo:
16h05mim – a Banda do Instituto Benjamim Constant fez nova apresentação;
16h10mim – o Governador Danilo de Matos Areosa entre em campo para as solenidades antes do jogo;
16h28min – O Rei Pelé recebe homenagens em campo;
16h33min - O governador dá o “ponta pé inicial” a favor do Brasil;
16h35min – Foi dada a saída para a Seleção Brasileira.
Houve uma verdadeira caçada de centenas de repórteres e fotógrafos em torno dos craques da Seleção Brasileira, provocando um retardamento do início da partida, refletindo no final, com 15 minutos depois das 18 horas, já escuro, quase sem nenhuma visibilidade.
Gols:
Seleção Brasileira (4): Rivelino, Paulo César Caju, Carlos Alberto e Pelé. O Pelé foi aplaudido quando entrou em campo, jogou mal e foi vaiado, quando fez um gol, voltou a ser aplaudido, dedicando o gol a torcida do Amazonas.
Seleção do Amazonas: Mário, fez o único gol da nossa seleção.
Para o treinador Zagalo foi apenas um treino, pois o Brasil estava se preparando para ser o futuro Tri-Campeão Mundial de Futebol, no México. Para ele, a Seleção B (dos reservas), não tinha nenhum comentário a fazer, pois estava muito desfalcada, e aquele jogo não podia nem ser considerado um treino. Escalou Zé Carlos de lateral e Arilson de volante só para “tapar buracos”, pois não tinham outros – disse a imprensa:
“Mesmo sem colocar os jogadores do Amazonas, o teste não iria ser válido, pois os jogadores que estão disputando uma vaga para o México estavam completamente fora de suas posições. Por causa do forte calor, tive que fazer algumas modificações, o que piorou mais ainda no sentido de teste. Para mim, o primeiro jogo não valeu”. Sobre o segundo jogo “Gostei muito da seleção brasileira, fez o melhor treino desde que foi convocada. Pela primeira vez desde que sou técnico, vi que a defesa brasileira jogou bem, com alguns erros ainda, mas dentro do padrão que pretendo impor. O bloqueio feito por Clodoaldo, Rivelino e Paulo César foi quase perfeito, o ataque também esteve bem, pois foi rápido nos contra ataques, e acho que conseguiremos vencer as defesas dos adversários na Copa do Mundo. As duas seleções do Amazonas foram melhores do que esperava “mas por razões obvias” não poderiam ser adversários suficientemente fortes para exigir muito da seleção brasileira”, finalizou.

sábado, 13 de junho de 2020

FASCISTAS VERSUS ANTIFAS


Nos tempos atuais, algumas palavras ou movimentos antigos ressurgem das cinzas para ficarem em evidência, novamente, no campo político, forçando-nos a pesquisar para entender o seu real significado e qual o seu objetivo maior. Dentre muitos deles, dois estão em destaque: Fascistas e Antifas.
Na realidade, são movimentos antagônicos, procurando, cada um ao meu modo, buscar o melhor para sociedade, o bem-estar geral, a melhor forma de governar com justiça social, paz interna e concórdia entre as pessoas de boa vontade.
O problema maior é que os dois são radicais, buscando a todo modo alcançar os seus objetivos, usando de um componente muito perturbador para a sociedade em geral: Violência.
Quem estuda os acontecimentos do passado sabe muito bem que, desde a época dos homens da caverna, da formação das sociedades até os dias atuais, o emprego da força física, da intimidação moral, dos recursos armamentistas e de tecnologias de guerra sempre foram utilizados para sobrepor uns contra os outros para chegar a dominação entre pessoas e povos.
Historicamente essas duas organizações nasceram praticamente ao mesmo tempo. Enquanto o Fascismo imperava na Europa, surgiu o outro, o Anti/Fascismo. Um se opondo ao outro.
“O regime autoritário começou a se desenvolver na Itália, no começo da década de 1920. Após o fim da Primeira Guerra, o país enfrentava uma forte instabilidade econômica, política e social e os partidos de esquerda ganhavam força”, diz o professor de Ciência Política Álvaro Bianchi, da Universidade de Campinas (Unicamp).
Segundo ele, as principais características do fascismo são: a concentração do poder nas mãos de um líder; o culto a esse líder; o nacionalismo; a defesa de valores considerados tradicionais e a punição de pessoas contrárias ao regime.
O Fascismo é movimento político e filosófico ou regime estabelecido por Benito Mussolini na Itália, em 1922, que faz prevalecer os conceitos de nação e raça sobre os valores individuais e que é representado por um governo autocrático, centralizado na figura de um ditador.
O Antifascismo surgiu como reação a esse conjunto.
Em entrevista a CNN os Antifas declararam: "O antifascismo busca a superação do capitalismo, do machismo, do sexismo, da lgbtfobia e do racismo. A gente entende que essas estruturas de opressão que existem na nossa sociedade elas são estruturas de opressões fundamentadas na lógica capitalista. A gente entende que para superar essas opressões precisamos superar o capitalismo, utilizando a violência como tática”.
Como vimos os dois são conceitos antigos que estão em voga. São radicais e existem muitas pessoas e grupos que se identificam com essas ideias e voltam às ruas para defendê-las usando para tanto da violência, caso seja necessário.
Eu declararei muitas vezes que não sou extremista e muito menos do centro ou centrão (vixe, vixe!), isto me permite navegar pelos diversos rios e mares sem me identificar por nenhum deles. Evidente que tenho que me posicionar. Sempre faço e farei isto, pois independentemente de quem está no poder, das cores partidárias e dos movimentos fascistas ou antifascistas, sou e sempre serei contra a VIOLÊNCIA e a favor do BEM ESTAR DO POVO BRASILEIRO