sábado, 27 de junho de 2020

SOU CATÓLICO


Em uma rede social, para concluir o meu perfil, os administradores perguntaram qual a minha religião. Respondi que sou católico desde quando Manaus era chamado de Manaós. Não praticante e não apostólico e, muito menos romano.
Não satisfeitos, pediram para eu escrever a vontade sobre esta minha opção.
Foi um prato feito para o escriba. Vocês querem mesmo saber? Então o Rocha aqui vai arrochar!
Em primeiro lugar não escolhi nada, pois já nasci católico de pai, mãe, avós, parentes e aderentes.
Naquela época a religião oficial era a católica. Era difícil encontrar alguém que era evangélico, conhecido por todos como “crente”.
O meu pai gostava de levar a família para o bairro Santa Luzia, onde tinha um amigo do peito que morava dentro de um terreiro de umbanda. Eu gostava muito do batuque e do recinto todo enfeitado e daquelas senhoras dançando e cantando. Não gostava muito do caboco e da caboca quando estavam “pegando o santo”, pois era um negócio assustador. Mas, apesar de possuir ancestralidades africanas correndo dentro dos meus genes, não me identifiquei muito com a macumba, umbanda e outras.
A mãe de meu pai, a minha avó Lídia era uma católica fervoroso e obrigava todos os netos a frequentarem a missa todos os finais de semana e a participarem de todos aqueles rituais da igreja católica. Eu passava o tempo todo olhando para o teto, as pinturas, os murais, a via crucis e as imagens dos santos, além de ficar fascinado com o altar da Igreja Matriz.
Na minha juventude participei de um grupo conhecido como “Juventude Franciscana” da Igreja de São Sebastião. Acredito que naquela época eu era realmente um católico apostólico e romano.
O tempo passou e tudo mudou. A nossa carta magna reza que o povo brasileiro não possui religião oficial. Todos possuem o direito inviolável a liberdade de crença e assegurando o livre exercício dos cultos religiosos, protegendo os locais de cultos e suas liturgias.
O catolicismo ainda domina, mas os evangélicos crescem de forma exponencial. Já fui “tentado” a mudar de religião, com argumentos que por ser adorador de imagens irei direto para os quintos dos infernos. Cruz, Credo! Para salvar a minha alma terei de “converter-me”. É ruim, hein!
Quando eu escrevi que sou um católico não praticante é porque não vou à missa faz um tempão. Não gosto nem um pouco daquele formalismo todo, quando os fiéis respondem mecanicamente o que o padre fala. Não sei rezar, apenas o Pai Nosso e olhe lá. Não comungo e não entro naquele cubículo para falar com o padre sobre os meus pecados.
A última vez em que falei ao padre sobre os meus pecados foi quando fui obrigado a fazer isto para poder fazer a primeira comunhão. Caso um dia o faça terei de rezar uns três mil e poucos pai nosso ave maria credo e salve rainha de tanto pecados para serem redimidos! Meu Deus!
Eu sei que o católico apostólico romano é aquele que fundamenta a sua religião na doutrina dos apóstolos e que todos os bispos e o papa são os seus sucessores.
Eu respeito os padres e os bispos, mas acho que esse negócio de celibato está ultrapassado faz muito tempo. Penso que eles devem casar, ter filhos e constituir famílias. Fica a pergunta: Por que os bispos evangélicos namoram, noivam, casam e fazem filhos e vão todos para o céu e os padres e bispos católicos não podem fazer isto? É pecado, é? Sei, não!
Mudando de pau para cacete, digo de crente para católico, eu já passei por quase todas as fases do catolicismo, conhecido como sacramentos: batismo, crisma, eucaristia, reconciliação, ordem e matrimônio. E daqui uns quarenta anos a extrema unção, para finalmente, pedir para perdoar os meus pecados e obter um alívio espiritual e físico!
Brincadeiras a parte, sou um cara que reza ao acordar, vou a novena, acredito na vida pós-morte, acredito também num ser superior chamado Deus, rezo ao meu jeito e respeito a todos as religiões, pois acho que o nosso Deus é o mesmo, mudando apenas a forma de adora-lo.
Sou Católico!



José Roberto Pinheiro Pinheiro, Nubia M Silva e outras 4 pessoas

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