sábado, 18 de novembro de 2023

CASARÃO DA RUA FERREIRA PENA 92 ESQUINA COM A RUA MONSENHOR COUTINHO

 

                          Foto: José Rocha


Tempos atrás resolvi tirar fotografias dos frontispícios (em arquitetura é a fachada principal de uma casa ou edifício) de alguns casarões do centro antigo de Manaus, um dos que mais chamou atenção foi do casarão da Rua Ferreira Pena 92 esquina com a Rua Monsenhor Coutinho, um imóvel que está abandonado pelos donos apesar da beleza e singularidade, o que me motivou a conhecer um pouco mais sobre a sua história.

Nas férias de junho deste ano fui até a Igreja de Aparecida e voltei caminhando pela Rua Monsenhor Coutinho, onde encontrei com um vizinho da Rua Tapajós, no trajeto apontei para o imóvel da esquina com a Ferreira Pena e falei que sentia muito por aquele casarão tão bonito estar em estado terminal, ele falou que ali morou a socialite Charufe Nasser.

Horas depois, foi até a Biblioteca do Sesc na Rua Henrique Martins, onde pesquisei e encontrei o livro “A Sultana do Seringal”, da Charufe Nasser, editado em 2006, pela Editora Valer, no qual a autora confirma que morou naquele lugar e escreveu algumas coisas sobre o imóvel.

A Charufe Nasser escreveu que o imóvel pertenceu ao Senhor Verniot, pesquisei na internet, mas nada encontrei a respeito deste cidadão, apenas anúncios de leilões que aconteceram em 1935, publicados pelo Jornal do Commercio, onde foram disponibilizados uma variedade enorme de móveis e utensílios finos importados da Europa, demonstrando que aquele imóvel pertenceu a uma família rica da belle époque.

Geralmente os donos dos imóveis antigos de Manaus mandavam colocar nos frontispícios a data de sua construção, mas este em particular não encontrei nada.

Foto: José Rocha

Além do trabalho de arte na fachada principal, chama muito atenção as grades e portões de ferro, além de um trabalho decorativo na parte externa do alto de todo o segundo andar.

O fausto do ciclo da borracha durou até 1912, quando a riqueza começou a ter o seu fim, provocando uma debandada geral dos estrangeiros, ficando apenas algumas famílias judias, portuguesas e sírias libanesas que ficaram morada neste torrão e os seus descendentes moram até os dias atuais.

A construção das novas moradias não possuíam o mesmo gosto artístico como era no passado, dessa forma, presume-se que este imóvel fora construído no início do século passado.

Descrição da Charufe Nasser em seu livro sobre o imóvel em morou em sua juventude:

“...Aos treze anos de idade, 1959, apareceu uma oportunidade extraordinária: com dez filhos, papai pretendeu se mudar para uma casa maior. O Casarão do Senhor Verniot, na esquina das ruas Ferreira Pena com Monsenhor Coutinho, antigo Consulado da Itália. Os proprietários levaram somente a roupa, pois papai comprou a casa com tudo dentro. Cada um de nós escolheu seu quarto, que já estava prontinho, com cortinas, lustre de cristal, abajures sobre as mesinhas de cabeça, penteadeiras com espelhos franceses, guarda-roupas de madeiras nobres e tudo o mais. O piso, no andar superior, onde ficavam os quartos, eram de tábuas corridas, intercalando-se peças escuras e claras, como no Teatro Amazonas e no Ideal Clube. No andar térreo, logo na entrada, deparávamos com um belo jardim coberto por um caramanchão de buganvilas e, no centro, um chafariz com luzes coloridas. Ao lado do chafariz, havia um enorme pinguim de gesso. Este conjunto era muito bucólico e causava uma impressão diferente. Havia cadeiras de embalos feitas de ferro batido – que temos até hoje – na varanda que dava para o jardim. Ao entrar no salão, que tinha o piso todo de mármore de Carrara. Havia, até uma peça de Lalique e lustres de Murano, vindos de Veneza. Na sala de visitas, ficou meu piano, um Essenfelder que ganhei, aos oito anos idade. Foi uma fase de encantamento descobrir os detalhes da casa, durante a nossa instalação. Era na nossa casa que a juventude se encontrava para dançar, fazer reuniões e bate-papos, organizar projetos culturais, ensaiar danças, como twist, rock and roll, rali-gali, chá-chá-chá, tango e outros ritmos, fazer serestas, saraus, enfim, era, ali, numa casa cheia de jovens alegres, que o melhor acontecia. Lá, aconteciam as mais belas serenatas, as mais elegantes tertúlias, os fartos almoços, as rodadas de pife-pafe. Lá, recebíamos grandes amigos, que ficavam até altas horas, quando saía o jantar sempre com as melhores iguarias. Nós, os jovens, ficávamos entre o pátio e o jardim, batendo papo ou cantando acompanhados pelo piano, executado pelo amigo Elso, ou pelos seresteiros que traziam os violões, cavaquinhos e atabaques. Pela meia-noite, saía um lauto lanche, com coalhada, ovos fritos, sardinhas portuguesas (as enlatadas), azeitonas gregas, que eram saboreadas com pão quente vindo direto do forno lá do “Sujo”, uma padaria limpíssima que ficava em frente ao Rio Negro...”

Olha que relato bonito da Charufe Nasser, da época dos anos dourados dos anos sessenta, dos tempos bons em que as famílias tradicionais de Manaus viviam no centro e se orgulhavam da vida boa em que levavam.

O tempo passou e tudo mudou. Hoje, o centro está esquecido, feio e mal cuidado, mas ainda mantêm várias casas, casarões e até palacetes bem cuidados e, outros, abandonados, como é caso do “Casarão da Ferreira Pena 92 esquina com a Monsenhor Coutinho.

É isso aí.



Foto: José Rocha
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sábado, 11 de novembro de 2023

GERALDO CAMBALHOTA

 Por José Rocha

Foto: José Rocha


Quem passa pela Avenida Getúlio Vargas, em direção a Praça da Polícia, pelo lado direito após o antigo Alex Bar, depara-se com uma banca de revistas que possui um mural com várias matérias de jornais colados na parede e diversos livros espalhados pelo chão, tendo como proprietário o micro empreendedor e famoso na cidade de Manaus, o Geraldo Cambalhota Pires, um manauara da gema que a cidade precisa conhecer e admirar.

O Geraldo Cambalhota possui este apelido em decorrência de ter sido um dos melhores “peladeiros” de décadas passadas e, ao fazer um gol dava cambalhotas pelo campo de futebol, era uma coisa hilária, mas demonstrava o quanto era um craque que possuía um domínio total da bola e um preparo físico invejável.

Mesmo aos 72 anos de idade ainda possui um corpo atlético, fazendo questão de encostar as palmas das mãos no chão sem dobrar os joelhos, um exercício de alongamento que até os mais jovens não conseguem faze-lo a contento.

Lembra com saudades das peladas no Campo Maracanãzinho, do jogador Duca Brito. 

Sobre este local, o procurador de Justiça e Radialista Nicolau Libório, escreveu o seguinte: “Em 1948 a rua Cláudio Mesquita era inóspita, só mato e, por isso, poucos se arriscavam a morar por lá, sobretudo pelo medo de contrair impaludismo. Mas o paraense Manoel Bastos Brito e seus amigos Mansueto, Euclides, Tude Moutinho, Marçal dos Anjos, Cláudio Coelho e Jofre Costa Novo, sem qualquer preocupação com os problemas da área, resolveram fundar o Liberdade Esporte Clube. Duca Brito (como era conhecido o jardineiro funcionário da Prefeitura de Manaus), ex-jogador do Nacional e do Fast e por ser apaixonado pelas “peladas”, resolveu reservar parte do seu imenso terreno na rua Cláudio Mesquita no antigo Seringal Mirim para construir um campo de futebol, que coincidiu com a inauguração do estádio Mário Filho, no bairro do Maracanã, no Rio de Janeiro, na frustrante Copa do Mundo de 1950 em que o Brasil foi derrotado na final para o Uruguai por dois a um. Com a aquiescência dos amigos fundadores do Liberdade Esporte Clube, Duca Brito, decretou: "o nome do estádio é Maracanãzinho.”. Alguns dos importantes craques dos principais clubes de Manaus deram os primeiros chutes no campinho de terra batida do Seringal Mirim.”

A “Banca do Geraldo Cambalhota” é, na realidade, um Ponto de Encontro dos Manauaras que amam esta cidade e que possuem alguma ligação com o esporte, principalmente, do futebol de campo da época de ouro do Parque Amazonense e do Estádio Vivaldo Lima.

É um torcedor fanático pelo Nacional Fast Clube, o "Tricolor Eterno" que disputou a Copa Norte-Nordeste em 1968, 1969 e 1970, sendo que em 1970 conquistou seu maior título, a Taça Norte, em excelente participação, garantindo assim vaga na Copa Norte-Nordeste que reunia os principais clubes da Copa Norte e Copa Nordeste.

Lembra com saudades dos seguintes jogadores: Zé Carlos (Maneco), Antônio Piola, Casemiro, Zequinha Piola, Pompeu, Zezinho, Parada, Laércio, Afonso, Edson Piola, Zé Carlos, Mano, Adinamar Abib, Formiga, Hélito, Melo, Barrote e Rangel, dentre outros.

O ponto máximo do Fast Clube foi o jogo que travou contra o New York Cosmos, em 1980, com um publico recorde de quase oitenta mil pessoas. Imaginem quem estava lá agitando a galera? Era ele o mesmo: o Geraldo Cambalhota!

Ele era um agitador de torcida, gritava, incentivava, esculhambava os jogadores, o técnico e até as autoridades que estavam assistindo ao jogo. Não perdoava ninguém quando achava algo errado, mas sempre dentro da razão, com educação e respeito a todos.

Tornou-se uma pessoa tão conhecida em Manaus que os políticos sempre o procuravam para obter o seu apoio. Ajudou na eleição do Arthur Neto, Hissa Abrão e até do Jair Bolsonaro, pois é um “Bolsonarista de Carteirinha”.

Hoje, lamenta a atuação dos políticos manauaras, principalmente dos prefeitos e vereadores, pois não dão o devido valor ao Centro Histórico, principalmente da Avenida Getúlio Vargas, uma das vias mais arborizadas da cidade, local onde o Geraldo Cambalhota passa o dia todo em sua banca de revistas.

Foto: José Rocha
Um dos seus melhores amigos e incentivadores é o desportista e fastiano Joaquim Alencar, que fez questão de fazer uma homenagem: 
“O Geraldo Cambalhota é o maior relações públicas da cidade de Manaus. Recebe a todos com a maior atenção e informa tudo o que acontece na cidade. Hoje em dia está desgostoso com a política onde já atuou com bastante desenvoltura para os seus amigos. Ele é nascido na Rua Claudio Mesquita, hoje Djalma Batista. Era frequentador dos campos de pelada, principalmente, do Maracanãzinho do mestre Duca, fastiano igual a ele. Ele sempre me apoiou na minha caminhada rumo a Câmara Municipal e, caso eu for eleito, com certeza, irei ajuda-lo em tudo o que for preciso, inclusive lutando pela revitalização do Centro Antigo de Manaus e pela conservação da sua amada e querida Avenida Getúlio Vargas, aonde possui a sua banca de revistas, um local de encontro de amigos que amam esta cidade de verdade. Parabéns, meu amigo Geraldo Cambalhota pela homenagem do BLOGDOROCHA. Você merece.”

Foto: José Rocha

O mestre e treinador Flavio de Souza é uma dos seus melhores amigos. Depois de longos tempos o Flávio fez uma visita ao seu velho amigo e eu tive a oportunidade de registrar este encontro. O Flávio era o homem que ficava dentro do campo onde comandou o Rio Negro, Nacional, Fast Clube, São Raimundo, Rodoviária e o Olímpico Clube. Na torcida, ficava o Geraldo Cambalhota agitando os torcedores. 

Para finalizar, desejo muita saúde e vida longa ao meu amigo Geraldo Cambalhota. Os manauaras precisam conhecer e respeitar as pessoas que amam de verdade a cidade de Manaus e sua gente. Geraldo, você é o cara! 



Ganhou uma honraria do BLOGDOROCHA 'CERTIFICAO DE MÉRITO CULTURAL DE MANAUS 2023 - LIVREIRO DE SEBO.


É isso aí.


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terça-feira, 7 de novembro de 2023

MANAUS - SECOS & MOLHADOS

DIA INTERNACIONAL DA PREGUIÇA

José Rocha

Hoje, sete de novembro, dia considerado mundialmente como "O Dia da Preguiça".

Não é do bicho preguiça, aquele que caminha bem devagarinho e dorme o dia inteiro, mas para o bicho homem comemorar.

Sabemos que a preguiça é condenado pela Bíblia como um dos setes pecados capitais, no entanto, esta data não é para ficar no ócio, mas para o homem moderno desacelerar e desestressar.

Logo hoje que amanheceu chovendo comemorar o dia da preguiça é bom demais.

No entanto, quem ainda trabalha como irá comemorar?

Sem chance de faltar ao trabalho, dormir até mais tarde, dar um cochilo e fazer yôga no trabalho.

Já pensou se um vereador propusesse um projeto de lei para instituir um feriado para o dia da preguiça?

A minha sugestão seria sempre numa segunda-feira, morreria de colar. É ou não é?

Deixando de lado a brincadeira, este dia possui o seu lado positivo, pois serve de reflexão para os estressados e os loucos por trabalho.

É um dia para o cidadão pensar em si mesmo, na sua saúde mental, em valorizar o descanso, o sono, as férias com a família, para passear e curtir a natureza.

Serve, também, para os aposentados estressados: vá caminhar, fazer a academia, curtir os netinhos, viajar, namorar. Vá fazer alguma coisa rapaz!

Eu sou aposentado, mas ainda trabalho e dou trabalho para os outros. Sou ativo, não espero a morte chegar, não!

No próximo ano, talvez, eu pare de uma vez por todas de trabalhar, é claro!

Vou aproveitar para viajar e terminar os meus livros e publica-los no peito e na marra.

Irei me preparar para dar palestras e continuar escrevendo as minhas asneiras até quando for possível.


GUERRA NA SELVA

José Rocha

O exército brasileiro está ensinando técnicas de guerra na selva para  centenas de soldados norte-americanos.

Todos nós sabemos que eles possuem um sede danada de invadir a Amazônia brasileira.

Aqui, num futuro próximo será o último lugar do mundo aonde os humanos poderão encontrar água doce em abundância, além de minérios estratégicos e muita terra para habitar.

Um dia eles voltarão para tomar o que é nosso, pois foram treinados pelos próprios brasileiros a guerrear na selva.

Vai ensinando!


Falta de humildade

José Rocha

É muito difícil eu assistir a um programa de auditório, no entanto, ontem, estava em casa a minha filha com o meu neto que gostam do Ruck da Globo.

Estava passando um quadro em que o camarada que respondesse todas as perguntas poderia ganhar até um milhão de reais.

Pois bem, o rapaz era formado em Harvard e foi o primeiro Negro brasileiro a fazer doutorado em Ciências da Computação, inclusive trabalhava numa Startup em Los Angeles.

O moço respondia a todas as perguntas e até explicava sobre as respostas e não pediu ajuda até então da plateia.

O cara demonstrou ser um gênio e o apresentador não cansava de elogiar o participante.

Na última pergunta para ganhar um milhão de reais, o jovem gênio não sabia a resposta e pediu mesmo a contra gosto ajuda da platéia.

Ele, simplesmente ignorou a ajuda e descartou (talvez achando que o povão é burro) e optou pela resposta errada.

Perdeu um milhão pela falta de humildade e por se achar mais inteligente do que as outras pessoas.

Mesmo assim, o camarada ganhou 300 mil e falou que irá investir nos Estados Unidos.

Pense.

SISTEMA DE TRATAMENTO DE ÁGUAS E ESGOTOS DE MANAUS

José Rocha 

A construção da rede de esgotos de Manaus, no início do século passado (1906), foi colocado nas mãos dos ingleses, através da empresa “multinacional” Manáos Improvements Limited Company, concessionária dos serviços de água e saneamento básico.

O prédio que abriga hoje o Teatro Chaminé, construído em 1910, na Rua Isabel, foi obra da engenharia inglesa e tinha como finalidade servir de estação de tratamento de esgotos da cidade.

Foram construídas galerias de esgotos nas principais vias da cidade, um sistema perfeito e funciona até hoje, apesar de todas as intervenções dos governantes.

No imaginário do povo, conta-se que nas galerias existe uma cobra grande (boiaçu) com o rabo no Roadoway e a cabeça próxima ao Largo de São Sebastião.

Estava indo tudo muito bem, mas a esperteza e a ganância dos gringos aflorou, começaram a cobrar um preço altamente salobro pelo fornecimento do líquido precioso, houve uma gritaria geral, a população resolveu não pagar e, também não deixaram os funcionários da companhia entrar em suas residências para efetuarem os cortes.

A situação virou caso de polícia, a Manáos Improvements pediu o apoio da Polícia Militar para entrar nos domicílios, foram destacados 50 soldados para acompanhar os cortadores de água; não cumpriram as ordens dos superiores, estavam também sofrendo no bolso. 

O povo revoltado depredou os escritórios da companhia inglesa. Os soldados amotinados foram fuzilados por tropas federais.

O caso teve uma grande repercussão nacional; a empresa voltou para a Inglaterra, foi encampada pelo governo estadual, porém, o povo pagou o pato, teve que arcar com o pagamento de pesadas indenizações.

Passados 113 anos ainda encontramos algumas tampas de esgotos no centro de Manaus.

A da foto está bem em frente ao Bar do Armando.

As galerias de esgotos ainda estão sendo utilizadas, além do Teatro Chaminé, uma obra prima da Belle Epoque.


DIA DE TODOS OS SANTOS

José Rocha

Hoje, primeiro de novembro, véspera do Dia dos Finados, comemora-se o Dia de Todos os Santos.

É uma homenagem dos santos e mártires, garantindo que aqueles que não têm uma data própria de festejo não sejam esquecidos.

Eu não sei quantos santos existem. Deve chegar a casa dos milhares.

Aliás, chega a bilhões, pois o homem é considerado santo, também, o famoso "Santinho" assim como é chamado por suas mulheres.

Imaginem a situação: São tantos santos que incluem nesta lista o Santo do Pau Oco, Santo das Causas Perdidas, Santo dos Endividados e São Nunca.

Na Bahia de Todos os Santos existem centenas de igrejas para homenagear cada santo!

Além dos Santos conhecidos que possuem um dia em sua homenagem a igreja católica incluem, também, os não muitos conhecidos pela comunidade católica e os   mártires, tudo junto e misturado no Dia de Todos os Santos.

Existem uns caras que serão considerados santos quando partirem desta para a pior:

Jair Messias

David Almeida

Lula Lá

Omar Kibe do Azize

Bispo Edir Macedo

Apóstolo Renê Terra Nova

Batara Anunciação

Ronaldo Arrancadentes

Estão em processo de canonização:

Amazonino Mente

Gilberto Botinho

Delegado do Diabo

Esses e outros irão engrossar a lista do Dia de Todos os Santos.


Made in Zona Franca de Manaus

José Rocha

Dia e noite somos bombardeados pela imprensa do sudeste e pelos empresários paulistas.

Motivo: inventivos fiscais para a Zona Franca de Manaus, principalmente, destinados ao Pólo Industrial de Manaus.

Uma coisa é certa: praticamente toda a produção de Televisores,  Duas Todas e Ar-condicionados estão aqui instalados.

Com a seca severa os navios de grande calado não puderam chegar até os nossos portos para trazerem insumos e levarem os produtos made in Zona Franca para os grandes centros consumidores do país.

Somando ainda a seca no Canal do Panamá que está dificultando a chegada de insumos vindos da Ásia, piorou ainda mais a situação.

Possivelmente, no final do mês a navegação fique normalizada, quando chegarão os insumos para entrarem nas linhas de produção.

Já imaginaram a quantidade elevada de componentes que ficaram estocados nas fábricas de São Paulo?

É muita coisa! 

Depois de produzidos levarão de 15 a 20 dias para chegarem no Sudeste.

Os produtos de  informática poderão ir de avião ✈️ com custos elevados.

As motocicletas, bicicletas, televisores, ar-condicionados, máquinas de lavar roupas e outros itens pesados somente de navios que levam e trazem em torno de 15 mil contêineres por mês 

O que vai pegar? O consumidor brasileiro poderá ficar sem televisores e ar-condicionado no Natal!

Moral da história: os camaradas que tanto criticaram a ZF-Manaus estão agora sentindo na pele o quanto ela é importante para o Brasil.

Doravante, os críticos do sudeste irão olhar com bons olhos os produtos Made in Zona Franca.


Festa da 🍉 

José Rocha

Hoje, no Jornal da Manhã da Rádio Difusora do Amazonas, ouvi uma "matéria paga" para lá de hilária, para não dizer trágica.

Uma comunidade do município de Iranduba convidou a todos os moradores dos arredores para a comemoração da Festa da Melancia.

Os visitantes não poderão levar bebidas e não serão aceitos pagamentos com PIX.

Bastou o Rio Solimões encher 14 centímetros para o caboclo já fazer festa!

Olha já!

Uma pergunta que não quer calar:

Com essa seca severa e sem um pingo de chuva será possível comprar uma Melancia na festa?

Água Mineral não têm, mas "água que passarinho não bebe" vai ter a vontade.

De barco 🛶 ou de canoa nem pensar, pois o caboclo têm de andar quilômetros a pé pela lama.

Quem é de Manaus têm de levar grana, pois não aceitam débito nem crédito e muito menos PIX!

Isso é uma coisa hilária, povo na miséria, mas fazendo Festa!

Eu, heim.


O fumacê continua aí, gente!

José Rocha

Chora Cavaco!

Iranduba, 

Novo Airão,

Manacapuru,

Autazes,

Todos tocando fogo na mata

E matando a gente sufocada

Isso não é coisa de amadores

São os profissionais da madeira

Madeireiro

Grileiro

Fazendeiro

Fuleiro

Tem na parada muito dinheiro

E não adianta a ação dos Bombeiros

Defesa Civil

Satélites

Muito menos da Polícia 

Depois da destruição

Entra em ação

O gado

As pastagens

Venda de madeiras nobres

Venda de lotes de terras

Os pobres apenas tocam fogo nas folhas caídas e no pequeno roçado

E ainda levam a culpa

São os piabas

Enquanto os Peixes Graúdos

Estão tocando fogo e rindo da nossa cara.


Dando um rolé pels city

José Rocha


Hoje, 24 de outubro, aniversário de 354 anos da nossa cidade, nada mais justo comemorar dando uma caminhada pelo centro antigo.

Por onde passei, com as pessoas com quem falei e pelas serviços e obras que avistei, tudo e tudo foi somente reclamação.

Visti a minha camisa alusiva ao dia (Jornal do Commercio) e sai do meu conforto, pois a Manaus Energia interrompeu o fornecimento em pleno feriado da cidade.

Alguns vizinhos estavam na entrada da Vila Paraíso, olhando os funcionários da empresa mudando o transformador, todos, sem exceção, estavam reclamando: logo hoje!

Caminhei pela Avenida Getúlio Vargas, parei numa banca de revistas que fica em frente ao antigo Sheik Club, o proprietário ainda tinha vários kits do Jornal do Commercio, parece que o povo não está interessado ou sem dinheiro. 

Segui e parei para conversar com o livreiro Geraldo Cambalhota (comprei água e picolé), ele reclamou do prefeito atual que abandonou o centro, esqueceu da Getúlio que está precisando urgentemente de cuidados no canteiro central e nos meio-fios.

Lembrou que o último que fez alguma coisa foi o Manoel Ribeiro (o Pracinha), isso faz muito tempo.

Falou que nunca viu um vereador andando a pé pelo centro, muito menos o Prefeito.

Segui e parei para comprar dois pares de sandálias Havaianas Fanta (lojinha que fica entre dois hotéis da Getúlio).

Segui para o Salão Grajaú (estava fechado), fiquei sentado numa mureta e aguardei a chegada da minha filha Adriana e o meu neto Mateus.

O levei para cortar o cabelo no Salão Barbosa (Naldo, o cara), todos que estavam lá falavam que o centro está feio e abandonado.

Bem do lado do Bar Caldeira (prédio da Santa Casa de Misericórdia) tem um boeiro que faz muitos anos que está entupido e nunca a prefeitura esteve lá para desentupi-lo. 

As águas da última chuva ainda estão alagadas, um foco para insetos da dengue.

Caminhamos  rumo ao Largo de São Sebastião.

Passamos em frente a Casa Museu Eduardo Ribeiro e o neto gostou da réplica da carruagem do governador que fez o Teatro Amazonas.

Para minha surpresa o prédio da antiga agência da CEF está sendo restaurado (um projeto do), no entanto, ao lado pela Eduardo Ribeiro existem dezenas de moradores dormindo na calçada, juro que nunca vi nenhuma assistente social conversando com eles, muito levando-os para abrigos, onde teriam o mínimo de atenção e respeito.

Àqueles um milhão de reais que prefeitura pagou para um DJ se apresentar no Sou Manaus seria o suficiente para criar um abrigo e cuidar de pelo menos uns cem moradores de rua.

Na esquina do Largo com a Eduardo Ribeiro o governo estadual derrubou um belo prédio que era o Centro de Atendimento ao Turista, para fazer outro feio e de mal gosto ao preço de 500 mil reais, um ator que não lembro o seu nome estava estava achando aquilo um horror.

Seguimos pelo Largo e para minha surpresa encontrei o African House sendo restaurado, pena que o dono encerrou o contrato com o Moisés (filho do saudoso Joaquim Melo), para alugar para uma pessoa influente.

Segui pela rua da Calçada Alta, não deu para tira uma foto da Casa do Pimenta, pois tinha muitos carros na frente.

Falei com a Dona Edna (viúva do português Nogueira) ela falou: "Estou viva!", já está bem velinha, chamou o neto de bebê e ele não gostou, não: "Não sou mais bebê, tenho quatro anos!"

Pense.

Entramos na Saldanha Marinho, a minha filha falou: "Que prédio é esse que está abandonado?" respondi que era um Colégio e agora é do Hemoam que nada fez para recupera-lo.

Parei na loja do Ulisses e esposa e apresentei o meu neto, ele fala com todo mundo parecendo um político em busca de votos.

Voltamos a lojinha para trocar as sandálias e compramos picolés no Geraldo Cambalhota, ele ofertou um livro para o meu neto, que o chamou de "meu amiguinho".

Na volta, pela Saldanha fiquei a admirar algumas casas, o A2 que está com uma placa de aluga-se, a casa do Empedocles Antony, uma casa antiga que estão retirando os mosaicos portugueses e uma casa antiga que ficou muito bonita para ser uma loja de bolsas de griffes.

Na Eduardo Ribeiro a infeliz da Manaus Energia estava pelando e não podando as árvores onde os fios passam.

Fizemos algumas compras no DB, tudo caro e verduras de péssima qualidade. 

Não tinha outro por perto, o jeito foi comprar.

Nos despedimos e a minha filha e o meu neto seguiram para o Conjunto dos Jornalistas.

Segui a pé pela Eduardo Ribeiro, tem um prédio antigo da família dos Loureiros que está muito bonito e um outro mais bonito ainda (ao lado) que é um hotel.

Parabéns aos donos.

Parei na Banda da Dona Maria e comprei um bolo de macaxeira para matar a vontade, o Tacacá ainda não estava pronto. Pena.

Conversei com os vizinhos da Tapajós, falei que tinha uma reportagem no jornal de hoje sobre a minha infância e também sobre a Casa Sereno.

Voltei para o meu barraco para me embalar na minha rede  e escrever sobre o meu rolé e  curtir o feriado do aniversário de Manaus.


PELADEIROS DO COLÉGIO ESTADUAL

José Rocha

Jorge Pacífico


Sábado passado estive na Praça da Polícia pela parte da manhã, local aonde a turma da melhor idade se encontra na Rotunda e Café do Pina para jogar dominó e ouvir músicas das antigas.


Por lá encontrei o Jorge Pacífico, morador da Vila Ventania, na Rua Major Gabriel.


Ele era boleiro do Colégio Estadual e relatou uma parada: 


Certa vez, chegou por lá um senhor e pediu para falar com ele, o Osmar Ceroto e o Edson Trombada, falou que era empresário de futebol e queria leva-los para jogarem no time Fluminense.


Eles ficaram empolgados, pois eram os melhores jogadores e que seria uma felicidade jogar no Fluminense do Rio de Janeiro.

Por serem menores de idade precisavam da autorização dos pais.

Depois de tudo acertado ficaram sabendo que o time era o Fluminense de Santarém do Pará.

Égua! Aí foi prá acabar.

Pedi a ele que informasse os nomes dos Peladeiros do Estadual:

"Virgílio, Osmar Bode, Dário, Chico Lasmar, Osmar Cerôto, Édson Trombada, Mauro Índio, Luizinho, Jorginho e Gilmar Maia (Carioca), Dorval e Willard Vieira, Afonso Toscano, Albany Mota, Carlinhos Amato, Edivaldo, Mug, Giordane, Jorginho Pacífico, Augusto Pacú, Herbert, Robertinho Rabêlo, Roberto e Ramayana Henriques, Valdemir, Tadeu e Gilberto Cordeiro, Júlio Papagaio, Clodoaldo Bode, Sapo, Leal, Barroso, Marcílio, Betinho Cabral, Betinho Garcia, Raniere, Lauro e Afonso Goiaba, Sabará, Orlando Vovô, Aloísio Gatinho, Severino e Carlinhos Assis, Nílton Nakamura, Zé Ricardo Trindade, Olavo, Fernando Carcaça e Fernando Carcacinha, Ítalo, Toinho, Alfredo, Augusto Cacareco. Goleiros: Jorge Tapioca, Moisés, Leandro Lobão,  Germano Pipa, Paulo Jaú, Alberci, Dr. Gonzaga e muitos outros craques! 

E tinha o time dos Professores comandados pelo Diretor Maneca: Felício, Maurício Lourenço, Júnior, Reinaldo Thompson, Calderaro e outros mais. O Estadual foi um celeiro de craques, nas peladas de sábado dava uns 10 times, e só acabava quando o finado Senhor Henrique que morava lá dentro do Colégio ameaçava furar a bola e aparecia lombrado com o revólver em punho, aí era nêgo na correria varando pelas grades e atravessando para a Praça da Polícia! 

Bons tem Rochinha, Esqueci do grande goleiro do Igarapé de Manaus Divaldo Jacaré, Judico, Rubinho, Tico e Chiquinho Prego".

Tempos bons, né?

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