quarta-feira, 20 de junho de 2018
BLOGDOROCHA: A INAUGURAÇÃO DO BALNEÁRIO DO PARQUE DEZ DE NOVEMB...
BLOGDOROCHA: A INAUGURAÇÃO DO BALNEÁRIO DO PARQUE DEZ DE NOVEMB...: A obra iniciou em 10/11/1938, na administração estadual do interventor Álvaro Maria, tendo como idealizador e iniciador dos trab...
BLOGDOROCHA: A INAUGURAÇÃO DO BALNEÁRIO DO PARQUE DEZ DE NOVEMB...
BLOGDOROCHA: A INAUGURAÇÃO DO BALNEÁRIO DO PARQUE DEZ DE NOVEMB...: A obra iniciou em 10/11/1938, na administração estadual do interventor Álvaro Maria, tendo como idealizador e iniciador dos trab...
quarta-feira, 13 de junho de 2018
SECOS & MOLHADOS
CÉU DE BRIGADEIRO
Sei, não, acho que o verão amazônico está chegando!
Serão 42 graus na sombra.
O amazonense,fala- É quente, quente, quente! - três vezes
O amazonense,fala- É quente, quente, quente! - três vezes
PONTE RIO NEGRO
Hoje, passei pela Ponte Rio Negro, A bordo do Amazonas Bus.
Uma maravilha!
Falei para alguns turistas que, a ponte possuí três Km e trezentos de extensão,
no entanto, foi mais cara que uma ponte de dez Km construída na China.
Os políticos Quibe do Azize e Cadeirudo, embolsaram + de meio bilhão e ainda
foram inocentados pelo Esseteefe.
Dois santos!
Tamosfudidosemalpagos.
Quem manda votar neles!
BRASIL VERSUS SUÍÇA
O que lembra esse país?
Queijo, chocolate, relógio, alpes, canivete e, principalmente, o paraíso
fiscal.
Por lá existem em torno de quatrocentos bancos, onde estão depositados 30% da
renda mundial.
São contas numeradas, onde o dono não é identificado e não é exigido a
origem.
Em alguns casos, os bancos avisam as autoridades quando desconfiam da origem
ilegal.
Muitos brasileiros políticos possuem muitos dólares depositados na Suíça.
Vamos torcer pelo Brasil e pela operação "Lava Jato" para repatriar o
dinheiro roubado do povo brasileiro.
NOITE AGRADÁVEL NO LARGO DE SÃO SEBASTIÃO
Noite agradável no Largo de São Sebastião.
Tacaca da Ivete, depois, Sanduba no African House.
Nada de cevada!
Eu, hein!
Tacaca da Ivete, depois, Sanduba no African House.
Nada de cevada!
Eu, hein!
O administrador de empresa e historiador José Rocha, na
Tribuna Popular do Movimento Ribeiro Junior nesta sexta feira dia 08, exortou a
sociedade a fazer uma reflexão sobre os candidatos a reeleição para deputados
federais e senadores, e gritou em alto e bom tom, mas próximas eleições, vamos
tirar estes enganadores do povo da vida publica.
Prosseguindo Rocha, disse meus amigos, a maioria destes senhores com mandatos
que visitam semanalmente a câmara federal e o senado, votou a favor do projeto
do Temer, que suprimir direitos dos trabalhadores.
Agora pasmem, fazem encenações mostrando que estão revoltados com seu líder
Temer, por este com uma canetada, ter retido quase em sua totalidade os
incentivos do nosso polo de concentrados das industrias de Manaus.
A situação é grave, já vivemos uma crise terrível de desemprego, imaginem ainda
se a previsão catastrófica se concretizar, fruto desta medida insana de Temer,
que trará a perda de aproximadamente, 30 mil empregos diretos e indiretos dos
trabalhadores amazonense.
Serão, trinta mil chefe de famílias desempregados, o que envolve uma media de
noventa mil pessoas prejudicadas, se partirmos do pressuposto que cada família
tem três pessoas.
O que é ruim meus amigos, pode ficar pior ainda sentencia José Rocha.
Finalizando Rocha, fez uma pedido a população, que na eleição de outubro, diga
NÃO os políticos profissionais, e que é hora de renovarmos a politica, não
somente Amazonas, mas a politica no Brasil.
PICUINHA POLÍTICA
O presidente Jânio Quadros, sucedeu ao JK. Renunciou em favor do seu vice, o
João Goulart. Ao ser questionado sobre o motivo que o levou a essa decisão,
respondeu:
- Fi-lo porque qui-lo.
Segundo os gramáticos, o correto seria: "Fi-lo, porque o quis".
O Jânio era gramático e professor de Língua Portuguesa, fica a hipótese de que
foi mesmo "picuinha política", como ocorre em qualquer eleição cujo
candidato desponta como favorito.
No beiradão do bairro de São Raimundo.
FOTOS DE MANAUS
Fotos: José Rocha
FOTOS DE MANAUS
Jacaré pegando sol, no poluído Igarapé dos Franceses
Produtos regionais na Feira da Avenida Eduardo Ribeiro
Costela de Tambaqui, almoço dos amazonenses
Vista do Rio Negro, margem esquerda, Manaus
Festival de Ópera do Amazonas, no Teatro Amazonas
Rocha, torcedor do Boi Caprichoso de Parintins
Bar São Marcos, conhecido como Bar dos Cornos
Largo da Matriz
Fotos: José Rocha
sexta-feira, 8 de junho de 2018
TRIBUTO (HOMENAGEM) AO TENENTE RIBEIRO JUNIOR
Passados
quase cem anos do movimento tenentista liderado pelo militar Ribeiro Junior, os
amazonidas atuais, não esqueceram aquele momento histórico, tanto que criaram o
“Movimento Ribeiro Junior”, um grupo de pessoas oriundas das bases sindicais,
líderes comunitários, políticos e representantes da sociedade constituída,
liderado pelo Paulo Onofre, para dar vida e voz às pessoas menos favorecidas
para reivindicar os seus direitos juntos aos governos municipal, estadual e
federal – reunindo-se toda sexta-feira, no “Café do Pina”, na Praça Heliodoro
Balbi (Praça da Polícia).
Mas,
afinal, quem foi Ribeiro Junior?
Segundo
historiadores, na década de vinte, a cidade Manaus vivia o colapso da economia
da borracha, com violentas lutas entre grupos oligárquicos para controle do
governo estadual.
Em
1924, o governo foi passado para o desembargador Cesar do Resende do Rego
Monteiro, sendo considerado o pior administrador de todos os tempos.
Tentou
vender 25% das terras do Amazonas para um grupo norte-americano, em troca de um
empréstimo de 3 milhões de dólares, sendo que, a transação só não se
concretizou, por intervenção direta do governo federal.
Praticou
o mais descarado nepotismo, colocando filhos e parentes para as posições chave,
além de atrasar o pagamento dos salários dos funcionários públicos e reprimir
violentamente os seus opositores, provocando uma insatisfação popular muito
grande.
Motivado
por esses desmandos e pela determinação do governador em fazer o seu sucessor,
para continuar o descalabro politico-administrativo, bem como, com base na
rebelião tenentista que havia eclodido em São Paulo, o tenente do 27º Batalhão
de Caçadores, Ribeiro Junior, liderou um movimento militar e civil, para
derrubar o governo estadual.
O
movimento dominou o Quartel da Polícia, os Correios e Telégrafos, um navio do
Lloyd Brasileiro e o Palácio Rio Negro, derrubando o governador interino
Turiano Meira, pois o governador Rego Monteiro encontrava-se viajando para
Europa.
O
Estado do Amazonas foi governado pelo Tenente Ribeiro Junior, no período de 23
de julho a 28 de agosto de 1924, instituindo o “Tributo da Redenção”,
confiscando e vendendo bens roubados do nosso Estado, revertendo para pagamento
dos salários atrasados dos funcionários e fornecedores, ganhando a estima de
toda a população.
O
governo federal envia uma força militar, o Destacamento do Norte, sob o comando
do General João de Deus Mena Barreto, para sufocar a rebelião – o Ribeiro
Junior não ofereceu resistência, sendo preso e julgado pela Justiça Militar.
Foi
condenado a três anos e nove meses de prisão, transferido em 1926 para a prisão
militar da ilha Grande, no litoral do Rio de Janeiro, foi solto em fevereiro de
1927 e, em julho seguinte, foi reincorporado ao 27º Batalhão de Caçadores.
Anistiado após a vitória da Revolução de 1930 obteve sua promoção a capitão com
validade retroativa a janeiro de 1926.
Conseguiu
eleger-se, em outubro de 1934, Deputado Federal pelo Amazonas, exerceu o
mandato de maio de 1935 a novembro de 1937, quando, com a instauração do Estado
Novo, os órgãos legislativos do país foram suprimidos.
Retornou
então ao serviço ativo do Exército, vindo a falecer em 29 de junho de 1938.
A
sua filha mais nova, Eneida Ramos Ribeiro, contando a produção da historiadora amazonense
Etelvina Garcia, escreveu, em 2016, o livro “Ribeiro Junior – Redentor do
Amazonas – Memórias”, pela editora Norma, onde é possível conhecer com mais
profundida a vida e o trabalho desse importante homem, para a história do nosso
Estado do Amazonas.
O
Movimento Ribeiro Junior, faz um importante trabalho de reconhecimento dessa
figura histórica e, luta pelo prosseguimento dos seus ideais, de uma sociedade
mais justa e solidária.
É
isso ai.
Fontes:
quarta-feira, 6 de junho de 2018
VIAGEM DE BARCO COM UM JAPONÊS PARA ASSISTIR AO FESTIVAL FOLCLÓRICO DE PARINTINS.
Para falar a verdade, já perdi a conta das vezes em que fui a Parintins, todas, sem exceção, para brincar de boi-bumbá, com a viagem sempre de barco regional, porém, a mais marcante, foi quando servi de cicerone para um “Sansei” (filho de filho de japonês), um legítimo paulistano do famoso bairro oriental da Liberdade.
Durante muito tempo os moradores do Conjunto dos Jornalistas, bairro da Chapada, foram servidos pelo Mercadinho União - a galera da birita fazia a concentração por lá todos os finais de semana; certo dia apareceu um sujeito vendendo passagens para o Festival Folclórico de Parintins, o caboco era bom de gogó, tanto que ele conseguiu vender para umas quinze pessoas, todos eram moradores do nosso conjunto.
Imaginem toda esse turma de amigos dentro de um mesmo barco, singrando o Rio Amazonas, para assistir aos bois de Parintins – os mais chegados, os amigos do peito era formada pelas seguintes figuras: Dr. Iracildo, Tony Biondo, Professor Zé, Mauro Mumu, Miguel Protético, “For Make Love”, Selma Goiana e Calcinha.
Eu trabalhava numa empresa japonesa, falei com o meu superior e solicitei cinco dias, compensado nas férias, para ir ao festival – dois dias antes, ele recebeu uma ligação de um amigo de infância, o cara queria ir para Parintins num barco regional, para conhecer as belezas da Amazônia, percorrendo o Rio Amazonas – não deu outra, fui escalado para acompanhar o “Japa”.
Fiquei um pouco receoso, pois iria com bando de cachaceiros e gozadores, com um japonês no meio daquela turma, todo metódico, certinho, não iria dar certo, além do mais, teria que me comportar ao máximo, pois ele poderia falar para o meu superior sobre as minhas peripécias durante a viagem, não seria nada bom.
O japonês chamava-se Genésio, credo-em-cruz, nunca tinha visto um descendente do povo do “Sol Nascente” com este nome – ainda bem que o cara ainda era jovem e um pouco descolado. Desde quando ele chegou, notei que ele tinha bastante “bala na agulha”, pois, rapidinho a empresa conseguiu uma casa em Parintins, para acomodar o sujeito, pois não havia mais vagas nos hotéis e pousadas na cidade, além de providenciarem lugar num Camarote, para ele assistir as três noites de festival, fui contemplado também, é claro, pois eu seria o guia do “Japoca”.
O barco saiu à noite no Porto de Manaus (Rodoway), consegui um pequeno espaço, deu para atar as nossas redes de dormir, guardamos as nossas bagagens e fui apresentá-lo a minha turma, todos já estavam na área de lazer, tomando água que passarinho não bebe – para minha surpresa, o Japonês foi logo se enturmando, começou a contar algumas piadas, estava solto, pena que ele somente tomava um “Chá Mugicha”, pois, segundo o mesmo, a sua religião não permitia nem pensar em bebida alcoólica. Sai pra lá Samurai!
Lá pelas tantas da noite, a turma já estava “Pra lá de Bagdá” – o japonês ficou colado numa cabocla, dando um amasso na cunhantã, de vez em quando dava altas gargalhadas – e pasmem, estava dançando um pouco desajeitado as “Toadas de Boi”, além de ter aberto a carteira e pagando todas – fiquei desconfiado daquele chá Mugicha, que ele tomava na boca de um longo cantil em couro, tipo Espanhol.
A minha missão era ficar na cola dele e cuidar da sua integridade física, fiquei cansado e fui dormir, deixei o Japonês, virando bicho na área de lazer do barco. Quando acordei lá pelas nove da manhã, olhei para o lado, imagine o que eu vi – o Japa estava dormindo juntinho com a cabocla, na mesma rede – pensei: - Esse não tem nada de tímido, bota é no toco!
Começou novamente a movimentação no Barco, era gente correndo para os banheiros, outros se acomodando nas imensas mesas para tomar o café da manhã; alguns já começavam os trabalhos no Bar do Zé Cutia; muitas mulheres já estavam a postos na área de lazer, para começar a pegar aquele bronze; o DJ Tubarão detonava uns “Flashbacks”, enquanto a Banda de Forró-Boi se preparava para mais um dia, enfim, o dia prometia muitas emoções.
Para quem não sabe - a viagem de barco regional para Parintins, dura em torno de dezoitos horas, com direito a café da manhã e almoço – o vendedor em Manaus falou que o café era com dez itens – fomos conferir, realmente, batia: pão, café, leite, manteiga, três bananas nanica e três pequenas fatias de mamão, tudo “nos estrinques” – depois de forrar a pança, fomos para a área de lazer, o Japa já tinha descartado a cabocla - começou a tomar o chá de Mugicha no cantil, ai foi graça de novo: deu em cima de uma “Raimunda”, feia de cara e boa de bumba, dava de vez um quando umas gargalhadas, dançava desajeitado o dois para lá e dois pra cá, abriu a carteira e começou a pagar cervejas para a negada – sei não, mas aquele chá de Mugicha estava me deixando novamente desconfiado.
Antes de servirem o almoço, fui até a cozinha, estavam preparando um “Cozidão de Carne”, deu até água na boca, pedi um copo com caldo, fui gentilmente atendido, porém, quando dei o primeiro gole, veio um cabelo grandão, como já tinha tomado todas, dei um grito: - Porra, se aqui no copo tem um cabelo, dentro da panela deve ter uma peruca! A cozinheira correu atrás de mim para me dá uma panelada! Fui proibido de almoçar.
Não falei nada para o Japoca sobre o ocorrido, ele desceu, sentou a mesa e almoçou numa boa, comeu que nem um lutador de Sumô - acho que ele engoliu alguns cabelos, na maior. Depois, continuou tomando aquele chá, ele estava com uma cara de quem estava “Pra lá de Hiroshima”, deitou na rede, roncou e soltou pum para todos os lados, parecia um Kamikaze, matando de ri todo mundo!
Como já estava desconfiado, resolvi dá uma cheirada no cantil do Samurai -, tomei o maior susto e gritei: - Caralho, isso aqui nunca foi um chá, tá parecendo um Saquê! Voltei para a minha galera, falei da bebida do Japoca e tudo o mais. Realmente, um cara muito diferente dos seus pares, era mulherengo, cara-de-pau, beberão e mão aberta.
Finalmente, chegamos à Terra dos Parintintins, a famosa Ilha Encantada, corri para acordar o Japoca: - Acorda, acorda, acorda Samurai do Saquê! Ele respondeu ainda meio sonolento: - A corda é minha e a rede também! Insisti: – Não é isso não, acorda, abre os olhos, Japoca, chegamos à Terra do Boi Bumbá. Ele deu um pulo, desatou a rede, arrumou tudo, estava prontinho para mais três dias de festa. Pensei cá com os meus botões: - O bicho vai pegar, vai ser uma loucura, eu e esse japonês vamos botar Parintins de cabeça para baixo!
Fomos bem recebidos em Parintins, um colega chamado Alexandre nos levou para a casa da irmã dele, a vereadora Valdete Pimentel, no Bairro da Francesa, ela é casada com o professor Zequinha e tem um casal de filhos. Ficamos numa suíte, com ar condicionado, duas camas, banheiros, com aparelhos de som, televisão e bastante mordomia, bem diferente dos anos anteriores em que eu ficava hospedado nos barcos, passando um sufoco danado.
O Prefeito da cidade era o Carlinho da Carbrás, um empresário maluco, o poder subiu a sua cabeça, foi um desastre a sua Administração, tanto que o seu mandato foi impugnado, sofrendo o famoso “impeachement” pelos vereadores. A Valdete estava há seis meses sem receber os seus salários na Câmara Municipal, simplesmente porque o doido do prefeito não repassava as verbas, por lei, para o Poder Municipal. Estava todo mundo sofrendo nas mãos daquele insensato.
O japonês Genesio tinha grana “saindo pelo ladrão”, tanto que resolveu bancar todas as despesas nos três dias em que ficamos hospedados, como forma de agradecimento pela estada e pela situação que estava bastante braba. Um detalhe: estava hospedado por lá, uma caboquinha linda, vinda da cidade de Juriti, no interior do Pará. O Japoca, como sempre, frágil no amor, ficou logo com uma paixoneta pela cunhã, tanto que o cara resolveu não tomar mais o seu famoso chazinho, mudou do saquê para a água, o que o amor não faz. Resolveu não andar mais comigo nem com os meus amigos, o negócio dele era tomar sorvetes e andar pela cidade de mãos dadas com a cunhaporanga (a mulher mais bonita da tribo) de Juriti.
Deixei o Japonês de lado, a caboquinha tornou-se o seu cicerone, inclusive, fui com a minha turma assistir a Festa dos Visitantes, no Clube Ilha Verde, também fui para as Arquibancadas na primeira noite do festival, apesar de ter credenciais para entrar em qualquer parte do Bumbódromo, resolvi também dormir na Sala de Estar da casa em que estávamos hospedados, para não atrapalhar as “lamparinadas” do Japoca.
Na segunda noite de festival, fui para o Camarote com o Japonês & Cia., o problema maior era que todo mundo que estava lá eram evangélicos, sem chances de tomar uma cerveja, até o Genésio e namorada estavam somente na água mineral, tive saudades da minha turma que estava lá nas arquibancadas.
Naquele ano existia uma grande rivalidade entre os “levantadores de toadas”, sendo o Arlindo Júnior no meu Boi Caprichoso e o Rei David Assayag, no Boi Garantido. Umas das toadas que eu mais gostei do festival foi o “Vento Norte”, do meu amigo Ariosto Braga e do José Cardoso, a letra é mais ou menos assim: O vento norte/Que seduz minha razão/Assobia, e me banha de emoção/O amor errante/Paixão distante/Azul é sempre cor de navegante/Vento que vem/Balançar canaranas no rio/Vento que traz/A saudade de quem já partiu. Do lado do Boi Garantido, sempre emocionou a toada “Vermelho”, do Chico da Silva, é assim: A cor do meu batuque/Tem o toque, tem o som/Da minha voz/Vermelho, vermelhaço/Vermelhusco,Vermelhante/Vermelhão/O velho comunista se aliançou/Ao rubro do rubor do meu coração/He Ho! He Ho!
No terceiro dia fomos visitar a Vila Amazonas, fica a vinte minutos de barco, o local é banhado pelo Rio Amazonas e pelo Paraná do Ramos, ficou conhecida pela imigração japonesa e a produção industrial de juta, uma fibra vegetal introduzido por Ryota Oyama; por lá foram instaladas em torno de vinte famílias de koutakosei, infelizmente, foram expulsos do local em decorrência da segunda guerra mundial. Na realidade, encontramos somente um imponente prédio abandonado, que serviu de moradia para o mega empresário J. G. Araújo, nada mais lembra que ali moraram centenas de japoneses, tudo foi destruído pela insanidade da guerra.
À noite antes de irmos ao Bumbódromo, o Japonês me convidou para um jantar numa churrascaria, na realidade, ele queria desabafar um pouco. Ela falou que tentou ser igual, no comportamento, a mim e aos meus colegas, porém, ele era um japonês tímido, a sua criação foi muito rígida, teve que dar duro muito cedo, o seu pai chegou a ganhar muito dinheiro, eles possuem uma grande transportadora em São Paulo com varias filiais no Brasil. Falou que aquela experiência estava sendo bastante gratificante, sentia-se livre e em paz, orgulhava-se de ter conhecido a Amazônia e a sua gente.
Propôs me levar de avião para Manaus, seria o seu convidado para passar alguns dias no Tropical Hotel, recusei o seu convite, dei um abraço de despedidas no meu amigo e segui para o Bumbódromo para reencontrar com a minha turma do Conjunto dos Jornalistas.
Voltei de barco para Manaus, nunca mais vi o “Samurai do Saquê”, não tenho notícias dele, ficou somente as lembranças da melhor viagem de barco para Parintins. É isso ai.
sexta-feira, 1 de junho de 2018
EDIFÍCIO DO IAPETEC
EDIFÍCIO DO IAPETEC
Este prédio está situado na Avenida Sete de Setembro, bem em frente à Praça D. Pedro II, possui um grande valor histórico para Manaus, por ter sido o primeiro edifício construído na cidade.
Segundo os historiadores, nesta local, existiu o famoso “Éden Teatro”, a primeira casa de espetáculos de Manaus, onde recebeu as primeiras temporadas de óperas, entre os anos de 1890 e 1893, além do “Hotel Comércio”, na realidade, era um prostíbulo.
Essas casas foram demolidas depois da compra por parte do Estado, em 1907, no valor de trezentos contos, conforme consta no livro do Tombo nº 1, em poder dos arquivos públicos.
A construção do prédio se deu por volta de 1949 e, em decorrência do seu elevado porte, recebeu muitas críticas do povo. O jornal “A Crítica”, na época, foi contrária a sua construção, os editores achavam que havia outras prioridades para investimentos dos recursos públicos, publicando a seguinte manchete: “Em lugar de arranha-céu, casas para o povo!
O nome do edifício foi em decorrência do Decreto-Lei no. 651, de 26 de agosto de 1938, criador do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Empregados em Transportes e Cargas (IAPETEC), transformado, tempo depois, no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Por ser um prédio de apartamentos, com dez andares, foi chamado, na gozação, do nosso “Empire State Building Baré”, por ser durante anos o mais alto da cidade; muita gente ia até lá, somente para “passear” nos elevadores, paravam nos andares mais altos e apreciavam a beleza da nossa cidade bucólica.
Consta que a Rádio Rio Mar, uma tradicional emissora de Manaus, foi inaugurada no dia 15 de Novembro de 1954, com o estúdio localizado no oitavo andar deste prédio, outro famoso, foi o Instituto de Pesquisas da Amazônia (INPA), fundado em 1954, permaneceu por um bom tempo no seu décimo andar.
Apesar de eu ser contrário a destruição do centro histórico de Manaus, para a construção de “espigões” em seu lugar, sou favorável a manutenção desse imóvel, pois ele é pura história da nossa cidade – segundo alguns bloqueiros, o prédio está em péssimas condições de uso, com ameaça de ruir.
Sei não, mas, se no futuro o IAPETEC for implodido, aconselho as autoridades construírem no local, o novo “Éden Teatro” e o “Hotel Comércio”, em novo estilo. É isso.
Fotocolagem: J Martins Rocha (foto antiga do IBGE e atual do BLOG DO PAULO ONOFRE).
Fotocolagem: J Martins Rocha (foto antiga do IBGE e atual do BLOG DO PAULO ONOFRE).
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