terça-feira, 31 de maio de 2011

POR QUÊ?

Posted by Picasa

A professor Kasmin Carnevali, da UFAM, mandou esta fotografia, ela está indignada  com  a Secretaria de Cultura do Estado do Amazonas, eles cortaram  no toco esta indefesa árvore, o local fica no Largo de São Sebastião 

"É uma vergonha, ninguém perguntou se podia fazer isso, vivemos numa ditadura do mau gosto e da pior qualidade de vida! Estou muito brava! Kasmin"

Aonde estão os orgãos ambientais que permitem um crime dessa natureza? Outras árvores já foram cortadas, pois estavam atrapalhando (?) a colocação de arquibancadas para um evento de Natal.

Pedi explicações da SEC no espaço deles no Facebook, eles não deram a mínima em responder.

Depois, ficam falando que eu sou um saudosista, que isto não irá resolver nada, pois, quem vive de passado é museu, que Manaus foi a terra onde tudo teve e, por aí vai, mas, vale salientar que a nossa cidade foi uma das belas do Brasil, com uma arborização de fazer inveja, infelizmente, hoje ela está "pelada", apesar de estarmos dentro da maior floresta tropical do mundo - devemos tomar os exemplos dos nossos antepassados e, dotar a nossa cidade de alta qualidade de vida, isto envolve o cuidado com o nosso meio ambiente. Cortar as árvores da cidade, vai contra toda essas propostas de uma vida melhor. Uma grande vaia para a Secretaria de Cultura do Amazonas! É isso.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

ARRASTÃO NO BAR CALDEIRA DE MANAUS

Sexta-feira, início do mês de abril, saiu uma notícia numa rádio de Modulação em Amplitude (AM), dando conta de um arrastão que aconteceu num bar tradicional de Manaus, a informação foi passada depois “de boca em boca”, fazendo aquela famosa corrente “rádio cipó”, até chegar aos ouvidos dos frequentadores mais assíduos, cada um contava uma história diferente e aumentava cada vez mais o ocorrido "de fato". O lance foi mais ou menos assim: em plena luz do dia, cinco pivetes “cheira-cola”, resolveram fazer o famoso “arrastão”, o alvo foi o Bar Caldeira, tradicional boteco do centro de Manaus, local frequentado pela velha guarda do samba, músicos e profissionais liberais. O primeiro a ser abordado foi um cara conhecido pela alcunha de “Jacaré”, um morador antigo da “Vila Lavou Tá Novo”, na Rua dos Prazeres, 69 (antiga Rua Lobo D´Almada); o coitado estava mais liso do que “sabão na tábua”, mesmo assim, levou uns cascudos para nunca mais sair sem dinheiro, ainda levaram do “Jaca” a sua eterna camisa “O Mengo é Dez”. O segundo do “arrasta” foi um sujeito conhecido Brasil afora, como “Dólar Furado”, um potoqueiro de primeira linha, gosta de se gabar que é amigo do peito do “Sarney do Maranhão” (não seria melhor ser amigo do “Jader do Pará”? Dava no mesmo! ), meteu o papo furado a torto e a direito, falou e disse, que se fosse roubado, os meliantes seriam procurados pela Tropa de Elite do BOFE, além da Federal e, até da Interpol, se fosse necessário; não teve jeito, os meninos levaram um relógio Rolex falso, um celular “Shing Ling” e um dólar furado, é claro! O vendedor de discos, conhecido como “Interbairros”, ele anda a pé por todos os bairros de Manaus - foi outro pobre coitado que estava no lugar e na hora errada, ele tinha acabado de comprar quinze CD´s originais, vendidos no queima da Loja “Disco Laser”, não adiantou propor  aquela sua frase manjada: - Vamos, hoje, sentar à mesa de negociação? E, nem argumentar a famosíssima tacada final: - Tô deitado na pedra do IML, morto financeiramente, vou comer capim pela raiz de tão liso que me encontro!. Lá se foram todos os discos e vinte reais da venda do dia. Os safados não liberaram nem uma senhora septuagésima, a famosa cantora Celé, conhecida em todas as casas de samba e de macumba de Manaus; não adiantou ela berar alto e em bom tom: - Sou protegida por São Jorge e pelo Estatuto dos Idosos, nem pensem em me roubar, senão, vocês serão detidos por uma grande amiga, delegada da Civil, serão todos encaminhados direto ao Melo Matos! Sem chance para a nossa considerada Salé, levaram da coitada uma caixa com nove CD´s de sua autoria e dez reais (ela tinha penado para vender um único exemplar), além de brincos, pulseiras, cordões, colares de pérolas e o escambau a quatro de bijuterias da Rommanel (a mulher anda toda enfeitada, parece uma árvore de natal, chama muito a atenção dos criminosos), os seus amigos estão pensando em fazer “uma feijoada beneficente” (agora está na moda) para arrecadar fundos e compensar o “rombo” da Celé! Passaram também pelo arrastão: 1. Doutor Lió: dois maços de cigarros, um óculo “Raymundo” e um boné do Botafogo; 2. Rochinha: uma máquina digital da Panasonic, uma sandália “Croc” e um monte de fotografias em preto e branco da Manaus antiga; 3. Jokka: uma marmita até o “tucupi”, com peixes fritos, vatapá, feijão e arroz e um monte de CD´s de brega; 4. Paulo Botão: um relógio “Caterpillar”, um óculos “Ray Ban” e um par de tênis da “Nike”, tudo ori-gi-nal!; 5. Português Olavo: um boné, um par de dados e uma cartela de Viagra vencida; 6. Companheiro Inácio: um quadro de pintura abstrata, avaliada em duzentos contos – os caras levaram o maior susto quando ele mostrou o maior patrimônio que ele tem: uma “piroca” de um palmo e três dedos de comprimento! 7. Sacy da Aparecida: uma sacola rasgada, contendo agogô, reco-reco, tamborim, triângulo, claves e uma caixa de “Gardenal”, utilizado quando ele “imagina” que está sendo “chifrado” pela sua gata Elizabeth; 8. Roberto Paraense: tinha acabado de chegar de férias da sua terra natal, os meninos não perdoaram, levaram um quilo de camarão Aviú. Para finalizar, pegaram ainda mais dois, um é metido a filósofo, fala que nem a “preta do leite”, mas, numa situação dessas, ficou caladinho da silva, parecia até que comeu “Abiu”, levaram trinta contos (o dinheiro era para pagar seis ampolas de cevadas) e um livro do poeta Antístenes Pinto; acredito que os moleques devem ter vendido num “sebão” do centro (não leram, nem com nojo de pitiú de bodó) e, por último, abocanharam a grana do dono do estabelecimento, um português do Careiro da Várzea (não confundir com Póvoa de Varzim), ele tentou resistir até o último instante, ficou nervoso, deu uma topada, saindo uma unha do dedão esquerdo, ficou ainda tão puto da vida que fechou o bar por apenas duas horas (afinal, todo português é um judeu da vida). No final da tarde, foi um corre-corre até o bar, era gente saindo pelo ladrão, todos querendo saber o que realmente tinha ocorrido, depois, ficaram sabendo que tudo aquilo fora apenas uma armação, os gozadores estavam apenas comemorando o primeiro de Abril, considerado “O Dia da Mentira”. Fazer o quê, depois dessa, voltou tudo ao normal, a moçada botou para beber, comer churrasquinho de gato, ouvir a seleção do Jokka e contar mentiras até as dez da noite, horário em que o bar é gentilmente fechado pelo Adriano. Eu, hein!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

FOTO PARQUE 10 DE NOVEMBRO

Os manauenses de mais de quarenta anos de idade, podem se deleitar com a fotocolagem acima, este balneário ficava na Rua Recife com a Avenida Darcy Vargas – era uma piscina natural, abastecida pela águas límpidas do Igarapé do Mindu. O progresso acabou com esta maravilha, o local virou um esgoto a céu aberto.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

RUA LAURO CAVALCANTE


Esta rua inicia-se na Avenida Getúlio Vargas, passa pela Avenida Sete de Setembro e termina na Rua Igarapé de Manaus, ela faz parte da minha infância e adolescência, assim como, de muita gente que viveu naquele entorno.

 Foi uma das mais belas ruas de Manaus, aliás, praticamente todo o centro histórico da nossa cidade era belo, basta verificar as fotografias antigas. Caminhando por lá, ainda pode-se observar muitos prédios bonitos, apesar do abandono e da destruição. Caso um dia for toda revitalizada, com a fiação de energia enterrada, com certeza, teremos um belo motivo para passear por aquela importante artéria.

Segundo o Carlos Zamith, no seu blog no endereço http://www.bauvelho.com.br/  “Foi uma artéria que já sofreu alteração em sua nomenclatura, como tantas outras de nossa cidade, em razão da falta de sensibilidade de legisladores municipais que, no afã de mostrar “serviço” jamais se preocuparam em preservar um pouco de nossa história. O nome de Rua de Lauro Cavalcante foi oficializado, através de um projeto de lei do Intendente Sérgio Pessoa Neto que, numa das reuniões da Intendência Municipal (hoje Câmara), com a devida justificativa, encaminhou a proposição, aprovada em 26 de outubro de 1917, transformando-se na Lei nº 915, da mesma data. Diz o autor:- “Lauro Cavalcante era médico. Em vida prestou reais serviços aos pobres desta capital, fazendo-o com solicitude e sem remuneração de qualquer espécie”, disse Sérgio Pessoa na justificativa. E prosseguiu: “seu último ideal foi à criação de um Asilo de Proteção e Assistência à Infância, instituto que não chegou a produzir seus efeitos por ter sido o seu autor arrebatado precocemente. Minha proposição importa num preito de profundo reconhecimento do povo amazonense aos grandes méritos de ilustração e competência. Por esse motivo a Intendência resolve dar a denominação de “Dr. Lauro Cavalcante” ao trecho da Rua Henrique Martins compreendido entre a Avenida 13 de Maio (hoje Getúlio Vargas) e Igarapé de Manaus visto não ser o referido trecho um prolongamento da dita artéria”. Já em 1928, o Intendente João Severiano de Souza numa das reuniões da Intendência Municipal apresentou projeto de lei mudando o nome de Rua Dr. Lauro Cavalcante para Rua Jonathas Pedrosa e esta para Rua Dr. Lauro Cavalcante. O projeto foi aprovado e a Lei publicada com o nº 1.419, de 16 de outubro de 1928. Dois anos depois, nomeado Prefeito Municipal, o professor Marciano Armond baixou Decreto, de nº 03, de 01 de novembro de 1930, fazendo voltar às antigas nomenclaturas, alteradas nos últimos anos. Foi assim que a Rua Dr. Lauro Cavalcante voltou à artéria primitiva e a Rua Jonathas Pedrosa ao seu lugar de origem, mantidas até os dias atuais. O Dr. Lauro Cavalcante foi o terceiro presidente do Atlético Rio Negro Clube, eleito a 7 de novembro de 1915 e reeleito a 5 do mesmo mês de 1916. Licenciou-se do cargo em abril de 1917, por motivo de saúde viajando nesse mesmo dia para fora do Estado”.

Por ter morado no Igarapé de Manaus, esta rua marcou muito a minha infância e adolescência, jamais poderei esquecer: o Dr. Abdoral, um dos mais renomados dentistas de Manaus; a Sorveteria que pertencia aos pais do Farid e do Pedro (da FM Turismo); as Residências dos meus colegas; a Casa da Norma, uma grande amiga da nossa família; o Prédio da INOCOOP, cooperativa que comandou a construção do Conjunto dos Jornalistas; a Residência do Sr. Dico Paiva, um massagista do Nacional Futebol Clube; um Colégio Público (atual SINE-AM); o Bar do Carlos, local de encontro dos pés-inchados; a Vila Jorgete; Vila Valente, residência da minha amiga Jô; o Bar e Restaurante Castelo de Ouro, estabelecimento onde o meu pai tomou muitos birinaites e sempre comprava para casa a famosa "Claúdia Barroso", galinha assada numa "televisão de cachorro" e a Sorveteria Lolo, os donos da atual Sorveteria Glacial.

As fotografias acima, foram tiradas por mim, mostra alguns imóveis atuais. Na antiga, mostra uma fábrica de móveis, de propriedade de Teixeira e Couteiro, ficava na esquina com a Avenida Joaquim Nabuco, foi demolido, no local construíram um grande espigão. É isso.



Fotos:
Fotocolagem: J. Martins Rocha

terça-feira, 24 de maio de 2011

CANTORA SALETE MACHADO

Foi batizada Maria da Salete Pereira Machado, nasceu no Rio Grande do Norte, na cidade de Cruzeta, está com 73 anos de idade, com 16 anos morando na Fundação Doutor Thomas, possui deficiência visual, mesmo assim, destaca-se como uma excelente compositora e cantora, além de possuir um invejável alto astral.

Ela foi casada duas vezes, sendo mãe de seis filhos; veio para Manaus aos 35 anos idade, perdeu a visão aos 51 anos de idade e, entrou no Asilo com apenas 57 anos.

Depois que perdeu o sentido da vista, o seu dom musical veio aflorar, compôs inúmeras músicas, sendo as mais conhecidas: “Telefone” (foi gentilmente doada ao cantor pop-brega Nunes Filho) e "Serinqueiro" (fala da época áurea da borracha e dos trabalhos dos seringueiros)..

Gravou dois CD`s, o primeiro foi “A Luz dos Meus Olhos”, com dez faixas de sua própria autoria, faz parte do projeto Valores da Terra; o segundo, foi dedicado às criancinhas de Manaus, chama-se “Canções Infantis da Vovó Salete”, com destaque para “Coelhinho”, “Parabéns” e “Pinóquio”.

Além desse dom musical, ela esbanja alegria, felicidade e alto astral, foi rainha do carnaval de 2007, da Fundação Doutor Thomas, além de ser homenageada no “Dia Internacional da Mulher”.

Ela encontrou o seu segundo amor na própria instituição onde mora, o seu casamento foi realizado na Fundação, com direito a um belo vestido branco de noiva e tudo o mais, o evento foi filmado e passado numa televisão de Manaus, infelizmente, o seu marido veio a falecer pouco tempo depois.

A minha amiga Graça Silva (Delegada de Polícia), possui um carinho todo especial por ela, gosta de chamá-la de "Sasá", iniciou a amizade quando a Salete morava com um casal de japoneses, no Conjunto Dom Pedro, zona centro-oeste. A Salete gostava de imitar a voz de homem, ligava para os programas de rádio, pedia para tocar algumas músicas românticas e oferecia para as amigas, em especial, para a Doutora Graça, certo dia, foi descoberta a brincadeira, mesmo assim, ainda continuou a oferecer lindas melodias a amiga querida.

Conheci a Salete faz algum tempo, ela foi ao Bar do Armando, no Largo de São Sebastião, estava acompanhado do poeta e escritor Áureo Nonato (autor dos livros “Os Bucheiros” e ”Pitombas & Biribás” e, do hino de Manaus), ele foi divulgar o CD da cantora, foi um show, com direito a muito “Aluá” (bebida fermentada da casca do abacaxi) e pupunhas à vontade.

Tempo depois, fui visitá-la na Fundação Doutor Thomas, levei o meu saudoso pai para conhecê-la, ele ficou encantado com a sua voz e o alto astral, ele fez questão de comprar um CD e pagou pelo preço de cinco, todas as manhãs ele colocava para tocar no seu micro system.

Quem desejar conhecer esta figura e adquirir os seus CD´s, deve se dirigir a Fundação Doutor Thomas, na Rua Dr. Thomas, 798, bairro Nossa Senhora das Graças, CEP: 69053-035, telefone: (92) 3236-9629 E-mail: fdtam@pmm.am.gov.br, com entrada também pela rotatória da Rua Maceió. É isso.

Fonte:

http://portalamazonia.globo.com/new-structure/view/scripts/noticias/noticia.php?id=64963

domingo, 22 de maio de 2011

CENTRO HISTÓRICO DE MANAUS ABANDONADO!

É isso mesmo, senhoras e senhores do meu Brasil varonil, o centro histórico de Manaus está praticamente abandonado! Os nativos de Manaus, na sua grande maioria, não estão nem para ai para o desamparo do centro da cidade, tanto faz, como tanto vez; muitos nasceram vendo a ruína do centro antigo da nossa Manaus, fui um deles, porém, sempre briguei e botei e, ainda boto a boca no trombone, contra a destruição, o abandono e o descaso das autoridades públicas. Ainda bem que tenho alguns amigos e colegas que amam e respeitam esta cidade, com mais intensidade ao centro histórico de Manaus, apesar do abandono em que está. Aproveitei a calmaria do domingo, para andar pelas avenidas, ruas, travessas e becos do centro, fiquei chocado com os prédios do Luso Sporting Clube, do Teatro Juvenil e do antigo Colégio Divina Providência, todos estão pintados nas cores berrantes da faculdade Uninorte. A Academia de Letras do Amazonas foi toda reformada e pintada diversas vezes, os vândalos não dão sossego, na calada da noite, roubam as placas de identificação (de bronze), rabiscam, grafitam, fazendo o diabo a quatro com aquele prédio secular. O antigo Benjamin Constant está todo pichado, sem falar no abandono total da Praça do Congresso. Bem diferente está a Praça da Saudade, foi totalmente revitalizada, porém, foi feito um serviço porco, em menos de um ano da sua inauguração, está às escuras, com o piso soltando todinho, foi muita grana jogada no ralo. A Santa Casa está totalmente abandonada, os marginais e mendigos fazem lá a sua moradia . Os prédios antigos que ficam em frente ao Ideal Clube estão todos descaracterizados, feios e abandonados. Apesar de todo este desrespeito à nossa história, a Secretaria de Cultura do Amazonas tem cuidado com muito carinho do Teatro Amazonas, do Ideal Clube, do Palácio da Justiça, do Palácio Rio Branco, do Palacete Provincial e de alguns museus, praças e parques, no entanto, onde entra a Prefeitura de Manaus, deixa um rastro de incompetência e falta de amor pela nossa cidade, eles nunca acabam o que começam, quando conseguem inaugurar um local, fica  sem manutenção, voltando ao abandono novamente. O Paço Municipal (antiga sede do governo) está há vários anos fechado, um vem e, quebra, outro vem e, reconstrói, sem falar na primeira casa de Manaus, na Rua Bernardo Ramos, nunca imaginaria que revitalizar uma pequena casa, seriam necessários cinco anos e uma montanha de dinheiro! O Mercado Municipal está em recuperação faz seis anos e, nada! A Praça D. Pedro II está abandonada, entregue aos mendigos, primas e marginais. E o Hotel Casina , a antiga sede da Câmara Municipal, o Bar do Quintino, como estão? Abandonados, com certeza! Sem contar dezenas de casas daquele entorno que estão na mesma situação. E  “As Casas da Boothline”, do Rodoway, do Chafariz da Igreja da Matriz, da Estação dos ônibus, do Marco da Cidade de Manaus, do Relógio Municipal, como estãos? Sem comentários! A Copa do Mundo está chegando, o ano de 2014 é bem ali, caso nada for feito, seremos o patinho feio da competição, infelizmente! Avistei um helicóptero passando lentamente pelo centro, imaginei que deveria ser o Prefeito de Manaus, dando uma vista do alto, fiquei puto da vida e, gritei que nem um doido: - Desce dai Amazonino, vem andar à pé pela cidade, vem ver "in loco" o abandono em está o centro histórico de Manaus.  Será que ele está preocupado? É isso.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

O RATO DA VILA MARTINS

Na pia batismal recebeu o nome de Raimundo Nonato, porém, este nome não pegou nem um pouco, pois tinha uma constituição física nada avantajada, era franzino, baixa estatura, olhos amendoados, nariz alongado, não demorou muito para ser apelidado pela molecada da Rua Tapajós, pela alcunha de “Rato”, assim ficou conhecido nos quatros cantos da cidade, o que ele tinha de pequeno, compensava com a sua esperteza; era danado, moleque e brigão, a sua fama de traquino superava a dos gatos famosos da época - Jerry (amigo do gato Tom), Mickey Mouse (o símbolo da Disney) e do Topo Giggio (o rato com personalidade infantil), assim era o nosso safado “Rato da Vila Martins”, era pior do que um rato de esgoto. Ele morava na Rua Leonardo Malcher, num casarão de um antigo seringalista, os herdeiros dividiram-na em dezenas de kitinetes, a maiorias dos meus colegas moravam nesta vila; com o tempo, este prédio histórico foi ao chão, no lugar, construíram mais uma faculdade da “Uninorte”. Ele veio de uma família humilde, o seu pai era jornaleiro, era também um brincalhão e gozador, o seu irmão mais velho, o João Inácio, era muito centrado, estudioso e trabalhador, muito diferente do “Rato”, este não queria saber de nada com nada, tudo para ele era um “Circo de Diversões”; ela parecia com a marca “Coca-Cola”, sempre estava em todo lugar, em todo buraco, em festas, nos batizados, nas praças, nos “street fight” (briga de rua), nos eventos esportivos e, até em velórios! Cruz-credo! Na passagem para adolescência, começou a aprontar geral, colocava apelidos na meninada, gozava da cara de todo mundo, não podia ver uma pessoa de cor, chamava logo o cara de “louro”; certa vez, entrou num ônibus, viu um negro passando à pé, deu um grito para o cara: - Dá o pé, louro! O negão saiu correndo atrás do busão, na parada seguinte conseguiu alcançá-lo, entrou pela porta de saída, pegou o Rato e quebrou a cara do pilantra, ainda vez ele engolir dois dentes quebrados, depois dessa, nunca mais ele quis tirar graça com nenhum negão. Os jovens que moravam nas redondezas da Igreja de São Sebastião, gostavam de se reunir aos sábados no Teatro Juvenil, formavam a “Juventude Franciscana de Manaus – JUFRAMA”, o Rato fazia parte da ala da bagunça, não estava nem ai para os ideais franciscanos, o negócio dele era tirar saro de todo mundo, paquerar as meninas, participar dos eventos culturais e esportivos, além de encher o saco dos padres capuchinhos, gostava de devorar as hóstias e beber o vinho do padre, o cara era atentado, tudo de ruim que acontecia, a culpa era sempre dele! O tempo passou, depois de quarenta anos, num belo sábado, eu estava passeando com o meu saudoso pai, no Largo de São Sebastião, reencontro o meu velho amigo Rato, o cara estava dando um rolé com o seu netinho, o menino tinha a cara cuspida do avô, para a minha surpresa, o apelido do moleque era “Catitinha”, um presepeiro, gaiato, igualzinho ao velho Rato - sem tirar, nem por! O nosso amigo já está próximo de se aposentar, ainda faz o “jogo do bicho”, numa banquinha na Rua Leonardo Malcher, bem próximo ao prédio da Universidade do Amazonas-UEA. Qualquer um dia desses, irei visitá-lo, lembrar dos velhos e bons tempos. Viva o Rato da Tapajós! Viva!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

OLHA PEIXE AI, MINHA GENTE!



Curimatã, Piranha Preta e Jaraqui
Traz o Tambaqui
Pra comer com Farinha e Tucupi
Venha logo!
Embarca nesse grande canoa
Que acordou o sapo
Um cantor de lagoa
Larga a batida do som Play Tecno
E vem dançar o Jaraqui Psicodélico


Elon Veleiro


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Na terra do Jaraqui
Ninguém me contou
Eu mesmo vi
Sinal da globalização suicida
Um curumim Baré
Comendo Yakissoba com Hashi
No lixo da Feira, Nossa Senhora!
Da Aparecida

Marcos Santos

Foto Colagem: J Martins Rocha - Foto antiga (Mercado Adolpho Lisboa) do acervo do IBGE, mostrando a venda de peixes, com abundância de Pirarucu (o nosso Bacalhau da Amazônia). É isso.

terça-feira, 17 de maio de 2011

CASA DA CRIANÇA DE MANAUS


Está situada à Rua Ramos Ferreira, no. 1345, centro, possui um caráter filantrópico, mantendo-se praticamente de doações, atende em media de 400 crianças carentes do centro e da periferia da cidade, na faixa de dois a seis anos de idade.

Foi fundada no dia 1º. de Fevereiro de 1948, por Dom Joao da Matta Andrade e Amaral (Bispo Diocesano, da Arquidiocese de Manaus, no período de 1941/1948), contando somente com um Pavilhão e um terreno para a sua expansão – na inauguração, Dom João da Mata proferiu a seguinte mensagem ao povo: “Ajudem as Irmãs filhas da Caridade de São Vicente de Paula, nesta Obra Benemérita; elas não tem renumeração, mas, confio em vocês, que elas não passarão por grandes necessidades...”.

Toda a cidade atendeu ao seu pedido, até hoje vem sendo atendido pelos Benfeitores e Amigos, além dos convênios com órgão públicos; dou a minha colaboração, participando de todos os bingos para arrecadação de fundos para manter as nossas criancinhas carentes.

Esta instituição merece todo o nosso respeito e consideração, pois assegura, gratuitamente, um direito constitucional, constante do artigo 205, da nossa Carta Magna de 1988, na qual, toda criança tem o direito a educação, sendo um dever do Estado e da família, promovida e incentivada com a colaboração da sociedade.

A Casa da Criança tem como objetivos a assistência completa a infância pobre de Manaus, através da educação, cultura religiosa, ações beneficente, assistências e orientação aos pais; prestar atendimento médico regular, odontológico e psicológico; dotar as crianças de boa alimentação, vestuário e material escolar.

Atualmente, a Casa da Criança possui cinco Pavilhões, assim distribuídos: Administração, Maternal (meninas até 3 anos), Maternal (meninos de 4, e 5 anos), Pavilhão com 02 andares (inferior, duas salas de aula Maternal II e III; superior, Maternal I e II) e o último ( onde ficam meninas de 4, 5 e 6 anos), além de contar com garagem, cozinha, uma anexo onde são realizadas as festas, comemorações, reuniões dos pais e dos funcionários.

A sociedade tem o dever de colaborar com esta Obra, para ajudar, ligue para o telefone 92 3232-5282 e faça a sua doação, os brasileirinhos agradecerão de coração. É isso

domingo, 15 de maio de 2011

DOMINGUEIRA EM MANAUS


 Tinha programado  ir no sábado ao Centro de Convenções (Sambodrómo),  para assistir ao meu boi “Azul e Branco”, desisti na última hora, mesmo assim, assisti uma parte do show no canal de TV “AmazonSat”; por ter dormido bem, acordei cedo e cheio de energia, dei uma caminhada com a minha netinha, a caboquinha Maria Eduarda, tomamos um banho de Sol, ouvimos o cantar matinal dos passáros e, ainda deu para curtir  o visual do restinho de mata que ainda resiste no entorno do Conjunto dos Jornalistas. Dei um pulo na “Feira de Artesanato da Eduardo Ribeiro”, tomei o meu suco de “Guaraná, Mel e Amendoim”, visitei vários boxes, em especial, a do meu amigo Celestino Neto, do sebo "O Alienista”, estou paquerando faz um bom tempo um livro do Moacir de Andrade “Manaus: Ruas, Fachadas e Varandas”, para dizer a verdade, já tive um exemplar dessa obra, desapareceu dos meus olhos faz um tempão, em todo caso, espero um dia levá-lo de volta para a minha estante, apesar do preço está nas alturas. Depois, dei um pulo na “Feira da Manaus Moderna”, comprei o “ kit cabocão”, composto de “Goma de Mandioca, Queijo Coalho & Banana Pacovã”, aproveitei para admirar o nosso Rio Negro, está bastante cheio, a previsão será dele chegar a marca dos 28,25m acima do nível do mar. Comprei o jornal “Amazonas em Tempo”, algumas matérias me chamaram a atenção, a primeira foi um trabalho da jornalista Célia Santiago  “História em risco, memória silenciada”, comenta sobre o desgaste  provocado  pelo tempo, somado à falta de preocupação social e histórica, fez com que hansenianos perdessem espaços em Manaus. Na “Colônia Antônio Aleixo”, zona leste de Manaus, o “Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (MORHAN) luta pela preservação dessa história com a restauração dos prédios e criação de um museu – conheço este lugar, já passei um tarde visitando os moradores. Em Paricatuba (a 27 quilômetros de Manaus), outro colônia desativada, possui um grande sítio arqueológico, uma belíssima praia e uma cachoeira maravilhosa, além das “Ruínas de Paricatuba”, os meus amigos Paulo e Rosangela Malulengo fazem um trabalho árduo de conscientização, mostrando aos moradores e visitantes, da importância em preservar aquele lugar. A segunda matéria “Procuram-se pais desconhecidos”, da Valéria Costa, comenta sobre as crianças que seguem sem o nome de familiares paternos nas certidões de nascimentos, conciliações já são feitas por varas da família numa tentativa de evitar longos processos judiciais – segundo o Gildo Alves de Carvalho Filho, titular da 8ª. Vara de Família “Geralmente essas ações se concretizam quando o filho não reconhecido pelo pai alcança a idade escolar e percebe, por exemplo, que não tem o nome do pai na certidão de nascimento ou que ele não participa  dos eventos escolares, como os de outros coleguinhas". A minha filha fez uma “produção independente”, sou pai-avô, terei que conviver com isso, farei de tudo para substitui o pai biológico. A terceira matéria “Histórias e suas lições”, do Arcebispo de Manaus, comenta sobre o homem instruído e sábio – aquele que é um poço de conhecimento (instruido), mas, não trata bem a sua família, seus subalternos, amigos e clientes, não é um homem sábio. Por outro lado, o padre diz que já conhece gente que não tem grandes conhecimentos  científicos, até analfabeta, que possui uma visão maravilhosa da existência e um modo encantador de tratar o próximo. O ideal, segundo o padre, é casar ciência e sabedoria, mas se for possível uma das duas, é preferível ficar com a sabedoria, São Paulo afirma que “a ciência incha, o amor edifica”. Para finalizar, o articulista João Bosco Araújo, tratou da “Homounião e suas sequelas”, comenta “O problema é que a questão tem sido colocada no plano moral e não foi nesse dimensão que o Supremo a encarou e deliberou, ser homo ou heterossexual não decorre de uma opção, de uma escolha livre e, por isso, não pode ser objeto de uma qualificação moral. Realmente, conheço algumas pessoas que desde pequeno já tinham uma tendência para o homossexualismo. O assunto é polêmico, vai dar muitos punhos para a manga. Chega de notícias de jornal, acho que vou dar um pulo lá no Bar Caldeira. Ninguém é ferro. Fui!  

sábado, 14 de maio de 2011

LANÇAMENTO DO CD DO BOI CAPRICHOSO 2011

Os integrantes do “Movimento Marujada” estão trabalhando duro nos preparativos do lançamento oficial, em Manaus, do CD do Boi Caprichoso 2011 “A Magia que Encanta”.

O evento será hoje (14/05) no Centro de Convenções de Manaus (Sambódromo), com inicio previsto para as 22h00min, será um mega show, com luzes, cores, cenários, itens do Boi Caprichoso, Corpo de Danças, Cultura Nativa, Ianayra, Fabiano Junior, Junior Palain (Apresentador), Edilson Santana (Amo do Boi), David Assayag (Levantador do Toadas) e muitas toadas madrugada a dentro.

Todos os Camarotes e Mesas estão esgotados, resta somente os ingressos, serão vendidos logos mais a noite ao preço de R$ 10,00. Estarei presente ao evento, disponibilizarei amanhã algumas fotos no nosso Blog.

O CD vem com 20 faixas (01-Touro rei/02 - Canto, verso e prosa/03 - A cor do meu país/04 - A Magia que Encanta/05 - Mil megatons de puro amor/06 - Turbilhão Azul/07 - Mawaca/08 - Louco Apaixonado/09 - O Contador de histórias/10 - À Arte do audacioso/11 - A Chegada do meu boi 2/12 - A Magia que encanta o mundo/13 - Sinfonia Cabocla/14 - Abaçaí/15 - Boiúna/16 - Yuu Tsega, a festa da moça nova/17 - Cavalo encantado/18 - Ritual pro Sol/19 - O Pescador/20 - Festa do Divino

O CD está disponnivel para todo o Brasil, basta acesso o site www.bardoboi.com.br . É isso.


sexta-feira, 13 de maio de 2011

EDIFÍCIO DO IAPETEC


Este prédio está situado na Avenida Sete de Setembro, bem em frente à Praça D. Pedro II, possui um grande valor histórico para Manaus, por ter sido o primeiro edifício construído na cidade.

Segundo os historiadores, nesta local, existiu o famoso “Éden Teatro”, a primeira casa de espetáculos de Manaus, onde recebeu as primeiras temporadas de óperas, entre os anos de 1890 e 1893, além do “Hotel Comércio”, na realidade, era um prostíbulo.

Essas casas foram demolidas depois da compra por parte do Estado, em 1907, no valor de trezentos contos, conforme consta no livro do Tombo nº 1, em poder dos arquivos públicos.

A construção do prédio se deu por volta de 1949 e, em decorrência do seu elevado porte, recebeu muitas críticas do povo. O jornal “A Crítica”, na época, foi contrária a sua construção, os editores achavam que havia outras prioridades para investimentos dos recursos públicos, publicando a seguinte manchete: “Em lugar de arranha-céu, casas para o povo!

O nome do edifício foi em decorrência do Decreto-Lei no. 651, de 26 de agosto de 1938, criador do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Empregados em Transportes e Cargas (IAPETEC), transformado, tempo depois, no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Por ser um prédio de apartamentos, com dez andares, foi chamado, na gozação, do nosso “Empire State Building Baré”, por ser durante anos o mais alto da cidade; muita gente ia até lá, somente para “passear” nos elevadores, paravam nos andares mais altos e apreciavam a beleza da nossa cidade bucólica.

Consta que a Rádio Rio Mar, uma tradicional emissora de Manaus, foi inaugurada no dia 15 de Novembro de 1954, com o estúdio localizado no oitavo andar deste prédio, outro famoso, foi o Instituto de Pesquisas da Amazônia (INPA), fundado em 1954, permaneceu por um bom tempo no seu décimo andar.

Apesar de eu ser contrário a destruição do centro histórico de Manaus, para a construção de “espigões” em seu lugar, sou favorável a manutenção desse imóvel, pois ele é pura história da nossa cidade – segundo alguns bloqueiros, o prédio está em péssimas condições de uso, com ameaça de ruir.

Sei não, mas, se no futuro o IAPETEC for implodido, aconselho as autoridades construírem no local, o novo “Éden Teatro” e o “Hotel Comércio”, em novo estilo. É isso.

Fotocolagem: J Martins Rocha (foto antiga do IBGE e atual do BLOG DO PAULO ONOFRE).

CAMINHANDO PELO PARQUE JEFFERSON PÉRES



É com imenso prazer que mostro para o mundo ver, um pequeno vídeo amador, filmado nas minhas caminhadas pelo Parque Jeferson Péres, um complexo de laser situado entre as duas primeiras pontes romanas e a barragem do Rio Negro, conhecida como Manaus Moderna. Por incrível que pareça, mas, quando mostrei o vídeo para alguns colegas de trabalho, uma mineira, com vários anos estabelecida em Manaus, ficou admirada e revelou que não conhecia o local, ainda bem que ela ficou motivada a visitá-lo neste final de semana. Aconselho a todos os moradores de Manaus e aos turistas que estão na nossa cidade, a darem uma passada por lá, vai valer a pena. O fundo musical é uma música instrumental, criação do nosso eterno Tom Jobim, chamada “Meu Amigo Radamés”, uma bela homenagem ao renomado compositor, arranjador, regente e pianista gaúcho. O vídeo está também no YouTube, aproveita e assista a outros encaminhados pelo BLOGDOROCHA. É isso.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

PRÉDIO DA SAÚDE - PRAÇA DO CONGRESSO - MANAUS



Foto colagem: J Martins Rocha

Este prédio foi destruído na década de setenta, no local, foi construído outro de gosto duvidoso, para abrigar uma agência dos Correios. Essas e outras decisões equivocadas, contruibuíram para acabar com a nossa memória, podendo dizer, infelizmente, que a cidade de Manaus foi um dia bela e bonita, deixaram pouca coisa daquele passado glorioso. A destruição ainda persiste, apesar da revitalização de alguns lugares públicos. Imaginem se tivessem conservado este prédio, o Palacete da família Miranda Corrêa (atual edifício Maximino Corrêa) e o Palácio do Governo (atual Colégio IEA) projetado pelo Governador Eduardo Ribeiro, com certeza, a Praça do Congresso seria a mais bela de Manaus. Não tevemos mais esperar pelo Poder Público, a sociedade civil organizada tem o dever de partir de fato para a conscientização dos proprietários dos antigos prédios do Centro Histórico, da importância da conservação desses imóveis, cobrar do prefeito e do governador mais ação, mais respeito com a nossa memória. Chega de destruição! 

terça-feira, 10 de maio de 2011

FOTOS DE MANAUS





Fotografias: J. Martins Rocha
Fachada do Centro Cultural Palácio Rio Negro;
Porto de Manaus (Rodoway);
Fachada da antiga Faculdade de Direito (Jaqueira);
Parte em recuperação do Mercado Adolpho Lisboa.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

PRAIA DA LUA

Posted by Picasa


Esta praia está localizada na margem esquerda do Rio Negro, zona rural de Manaus, o nome é em decorrência de ter um formato de uma lua em quarto crescente, possui uma vegetação de rara beleza, com areias brancas e águas límpidas, sendo muito procurada pelos turistas, jovens de Manaus e pela classe media alta que gosta de dar uma paradinha em seus iates.


O acesso é feito da seguinte forma: quem não dispõe de automóvel, pode pegar os ônibus das linhas 012 e 120, aos domingos o preço das passagens é de R$ 1,10, o ponto final é bem em frente ao Tropical Hotel, pode-se fazer uma caminhada de quinze minutos até o píer da Marina do David ou pegar um Taxi Lotação, ao preço de um real.


Existem dezenas de barcos que fazem o percurso para várias praias e comunidades, para a Praia da Lua fica por quatro reais a ida, existem várias paradas, a procurada pelo povão é a primeira, sendo a última, conhecida como a Ponta da Lua, a preferida para quem quer tranquilidade, os bacanas também gostam de ancorar os seus iates neste local.


Por se tratar de uma área de preservação, não é permitido fazer nenhuma agressão a natureza, bem como, levar comidas e bebidas; existem inúmeras barracas, onde a pedida é um Peixe Frito com uma cerveja bem gelada; alguns jovens gostam de acampar, vão na sexta-feira e voltam no domingo.


O grande problema da praia é a enchente do Rio Negro, por exemplo, estamos no mês de Maio, a cota do rio está na marca dos 25 metros, com previsão de chegar a 27m no final do mês, ou seja, no dia 22 não teremos mais nenhuma praia.


Mesmo assim, vale à pena dar uma passeio por lá, curtir a natureza ou dar um pulo até as comunidades Nossa Senhora de Fátima e Livramento, onde existem belas praias. É isso

Fotos: J. Martins Rocha

sábado, 7 de maio de 2011

ADELSON, O MAU ELEMENTO.


Este termo não está mais em voga, atualmente, os jovens chamam de “bad boy” ou galeroso, significando uma pessoa de índole duvidosa e mau caráter; o Adelson foi um colega de infância, morava no Igarapé de Manaus, tinha a fama de ser um mau elemento, era o brigão da rua, bronca era com ele mesmo, não levara desaforo para casa, quando enfrentava o “Nego Mau”, o bicho pegava, saia faísca para todos os lados. O meu irmão Rocha Filho era amigão do peito do Aldenor, irmão do Adelson. Certa vez, foram os três comprar pão na Padaria Frankfort, na Avenida Joaquim Nabuco, o lance era o seguinte: as pessoas faziam fila no caixa, após o pagamento, recebiam uma notinha contendo o valor da compra e a relação dos produtos, depois do atendimento, o funcionário dava uma rubrica no documento. Ao chegar ao estabelecimento, o Adelson deu de cara com um ticket zeradinho jogado no chão, na maior foi até o balcão e, recebeu cinco quilos de pães, dois pacotões de biscoitos e dois de bolachas, colocaram no lombo e correram pela Rua Lima Bacuri, entraram pela Rua Dr. Almino, quando estavam chegando na Ponte Cabral, foram alcançados pelo Sr. Matias, o dono da padaria, ele tinha descoberto que aquela mercadoria já tinha sido atendida em duplicidade, correram em disparada, passaram por debaixo da Primeira Ponte, jogaram os pães numa pocilga e correram para casa, chegando lá, deram de cara com o Sr. Matias, ai o bicho pegou, o pai de Adelson teve que pagar a conta, imaginem a surra que os dois irmãos pegaram, o Rocha conseguiu se safar. Pois é, o caboclo do Adelson pegou a fama, tudo que acontecia de ruim na rua, a culpa era sempre imputada ao Adelson, o mau elemento do Igarapé de Manaus. Mudei de rua e fui morar na Vila Paraíso, tinha apenas doze anos de idade, perdi o contato com o Adelson, depois de seis anos voltei a encontrá-lo, foi ser o meu colega de trabalho, era o nosso primeiro emprego, graças à ajuda de um vizinho, chamado Hélio, ele conseguiu emprego para muitos jovens do Igarapé de Manaus, a empresa era a Central de Ferragens, localizada na Rua Marechal Deodoro, centro de Manaus, trabalhavam no ramo de construção e ferragens. Pois bem, quando cheguei por lá, o Adelson já tinha experiência de um ano no ramo, ele ficou responsável em passar alguns conhecimentos de cobrança e faturamento, antes, ele tentou me batizar, na maior cara dura falou que quando eu chegasse de um dia cansado de trabalho na rua, deveria me dirigir a uma sala, onde poderia desfrutar de um ar condicionado Carrier, beber água mineral Perrier, importada da França, tomar café com leite e detonar bolachas e biscoitos importados, era tudo da melhor qualidade, os copos eram de cristais e as xícaras de porcelana, saboreava todo aquele manjar na maior, notava algo estranho, pois os meus colegas não faziam o mesmo, eles ficavam olhando e cochichando o tempo todo, num belo dia, fui surpreendido com um grito do Sr. Isaías: - Caralho, o que estaire a fazeire aqui, ô moleque? Por ser safo, me sai direitinho: - Estou apenas lavando os copos e as xícaras! Ele não gostou: - Fora daqui, não quero nenhum funcionário dentro do meu gabinete! Cruz, credo, o Adelson armou para cima de mim, o local era a sala do dono da empresa, um português brabo no balde! Quando sai de lá, todos estavam rindo da minha cara, não deixei passar em branco, fiz o mesmo com outro boy novato. Eu tinha uma missão de entregar aos clientes um documento chamado “aviso de cobrança”, rodava a cidade toda de ônibus, certo dia, o Adelson me aconselhou: - Rocha deixa de ser leso, pega o dinheiro da passagem e me repassa, agente faz as entregas junto na minha moto, coloco gasolina na “setentinha” e ainda vamos merendar no Aeroporto de Ponta Pelada, o que não der para entregar, agente rasca e joga no lixo! O lance foi assim por um bom tempo, depois, fui chamado no “saco”, o Hélio descobriu a parada, o mau elemento do Adelson fazia a entrega de todos os avisos dele, quanto aos meus, a metade ficava “boiando”, eram exatamente os que eram rasgadas, entrei mais uma vez pelo cano! Fomos promovidos para “Cobrador de Duplicatas”, o Adelson era o líder, separou as novinhas para ele e mais antigas para mim, ele falou que eu teria que mostrar para a Diretoria que era um bom profissional, tinha que mostrar serviço, cobrar e receber aquelas duplicatas consideradas impagáveis, caso conseguisse, iria receber uma bela comissão e poderia até ser novamente promovido para trabalhar internamente no setor de faturamento, recebi dele algumas aulas de como ser um cara-de-pau, como falar em público, ser persistente, não desistir nunca e como ganhar alguém no papo; quando estava “preparado” entrei em campo, o primeiro foi um escritório de engenharia, o dono tinha um papo de derrubar avião, contava piadas, me servia guaraná com bolachas, chorava miséria, sempre ficava para amanhã o pagamento, resolvi montar acampamento na entrada da empresa dele, passei duas semanas em encalço do pilantra, o cara se enjoo da minha cara, fiz uma negociação com ele, dividi em parcelas, todo mês ele pagava religiosamente, tornou-se meu amigo e quitou a divida; o outro cliente inadimplente era um dentista, o consultório ficava num edifício da Rua Henrique Martins, toda vez que eu chegava lá, o cara se trancava e me dava chá de cadeira, um dia eu tinha dormido de cabeça pra baixo, resolvi dar umas bicudas na porta do dentista, o cara saiu voado, correu atrás de mim, gritava e gesticulava: - Moleque, filho de rapariga, eu vou te pegar e dar umas porradas e ainda vou pedir pro Hélio dar a tua conta! Depois de uma semana, voltei a cobrar novamente, todo dia batia na porta dele e corria, certo dia, resolvi encarar a fera, ele abriu a porta e mandou ver: - Porra, de novo, tu é muito chato! Vou pagar esta merda só prá não ver mais a tua cara! Mais dois pontos. O próximo era um cara que trabalhava no almoxarife do Hospital da Beneficente Portuguesa, pense num cara escroto, ele prometia dar pancadas em todo mundo da Central de Ferragens, o primeiro a apanhar foi eu, ele me pegou pelo pescoço, tomou a duplicata e rasgou todinha em pedacinhos, dei parte dele na direção do hospital, ele pegou uma tremenda chamada e foi suspenso, consegui receber o valor da duplicata na secretaria do hospital. Pelo meu desempenho e ajuda do Adelson, consegui a promoção, fiquei mais um ano, depois, fui trabalhar nas Lojas Populares, enquanto o Adelson continuou aprontando na Central, pegou o beco e nunca mais tive notícias dele. Fiquei sabendo que ele constituiu família, tornou-se uma pessoa de bem, um homem probo, se aposentou e está curtindo as praias de Fortaleza, cidade que escolheu para morar. Espero um dia ainda encontrá-lo e lembrar das nossas travessuras de infância e adolescência. É isso. 

quinta-feira, 5 de maio de 2011

NAVIO BENJAMIN,FEZ HISTÓRIA NO ACRE, AGORA ESTÁ ABANDONADO EM MANAUS.



Um leitor do nosso blog, chamado Michael Marinho, mandou um e-mail sobre este Navio:
“O motivo pelo que estou escrevendo foi um post que há no seu blog a respeito do navio Justo Chermont http://jmartinsrocha.blogspot.com/2010/03/navio-justo-chermont.html) . Há uma foto antiga e uma mais atual deste antigo navio a vapor. Hoje estive voltando da feira da Panair em direção a nossa residência, nas proximidades da avenida Constantino Nery com a avenida Boulevard e ao atravessar a ponte dos Educandos, no pequeno engarrafamento que se formava naquele trecho, tive a oportunidade de visualizar o Centro de Artes Usina Chaminé (não sei se é esse o nome) e mais em direção ao rio, olhando em direção ao Makro, pude notar que há um antigo navio a vapor, deteriorado, enferrujado, mas muito elegante e grandioso. Com uma câmera tirei uma foto, um pouco distante, mas é possível notar a sua presença. Pretendo ir lá novamente e tirar fotos mais próximas. Você sabe que navio é esse? Em anexo a foto. Abraços”.

Pronto, foi um prato feito para mim, pois, aguçou a minha curiosidade por coisas antigas que fazem parte da nossa história, na realidade, já estive lá no ano passado, tirei fotografias, ficou somente nisso; com o e-mail do Michael Marinho, fiquei motivado e, fui a campo.

Este navio faz parte da história do Acre, pois, na época áurea da borracha, no final do século dezenove e inicio do século vinte, fez milhares de viagens levando mercadorias e passageiros no trajeto Belém-Rio Branco-Belém, cumpriu a sua missão, infelizmente, está abandonado à própria sorte num beiradão do Rio Negro, em Manaus.

Segundo alguns bloqueiros do Acre, um governador acreano tentou comprá-lo, para atracá-lo próximo ao Mercado “Elias Mansour”, o negócio não foi realizado, pois o pessoal do governo achou muito caro a transação, porém, para a maioria dos acreanos “a história não tem preço” – estão certíssimos! Segundo o jornalista Altino Machado “o governador Jorge Viana foi gerado por Wildy e Sílvia, durante uma viagem para Belém, no Navio Benjamin”.

O local onde se encontra o nosso esquecido e maltratado Navio Benjamin, fica na Avenida Lourenço da Silva Braga, conhecida como “Manaus Moderna”, no Estaleiro da família Coutinho. Naquele local, era conhecido como “Ilha de Caxangá”, funcionava o Estaleiro Nilo Tavares Coutinho; tempos bons, em que tomei por lá muito banhos de rio.

Quando estive no local, para compensar a tristeza em ver aquele importante navio abandonado, tive uma enorme surpresa, pois quem me atendeu foi exatamente o Daniel Coutinho, um dos proprietários do estaleiro – ele foi meu contemporâneo do Igarapé de Manaus, a sua família morava na Avenida Sete de Setembro, bem ao lado do antigo prédio do “Corpo dos Bombeiros” (abandonado pela Prefeitura de Manaus), estudamos no Colégio Barão do Rio Branco, pulamos muito da Primeira Ponte e curtimos de montão o Cine Guarany.

Pois bem, o meu amigo Daniel Coutinho falou um pouco sobre o Navio Benjamin “Ele foi deixado por aqui, por volta de 1995, funcionava direitinho, foi abandonado pela família “Pacheco”, dizem quem é o responsável por ele é o advogado João de Deus; ano retrassado foi feita uma reportagem de página inteira, não sei informar qual foi o jornal; certa vez, veio até aqui um governador do Acre, tentava negociar a compra, parece que ele ofereceu cem mil reais, mas, a família proprietária não aceitou, eles pediram duzentos mil, o negócio não foi fechado; depois, apareceu um gringo oferecendo 65 mil dólares americanos, ele queria fazer um "restaurante flutuante", a família achou muito pouco, o negocio também não foi fechado, ou seja, não receberam nada e o navio já está com mais de dezesseis anos jogado fora, apodrecendo, além do mais, está tomando lugar no estaleiro, não ganhamos nada para tomarmos conta dele, inclusive, pago uma pessoa para morar no próprio navio, para não permitir a entrada de curiosos e marginais, de vez em quando aparecem uns pichadores e enfeiam ainda mais o navio; como trabalho com a construção naval, posso afirmar que ainda há tempo de recuperá-lo, tenho material e pessoal qualificado para isso, basta pagar um valor justo pelos nossos serviços”. Muito bem, Daniel!

O radialista acreano Edizio Lima tem toda razão “A História não tem preço! O atual governador do Acre tem o dever de comprar este navio, a família proprietária tem de repensar e cobrar um preço justo, não adianta querer exorbitar no valor – a recuperação deve ser feita no próprio local, ou seja, no estaleiro do Daniel Coutinho e, ser rebocado para onde nunca deveria ter saído: da cidade de Rio Branco, no Acre. Deve ficar exposto nas proximidades do Mercado Elias Mansour, ficar por mais cem anos fazendo história na Amazônia, em particular, para a nova geração dos acreanos. É isso

Fontes:

http://radialistaediziolimaedizio.blogspot.com/2010/04/historia-do-acre.htmlntes
http://altino.blogspot.com/2006/05/fotos-do-acre-antigo_05.html
Daniel Coutinho