quinta-feira, 31 de março de 2011

E-MAIL PARA O BLOG

Faltou: Star Ship, Itamaracá, Brasiljuta, Fitejuta, Boneco Peteleco, EdEducandos, Aeroporto Ponta Pelada, Panair, Bea
Por Anônimo em SALADA DE MANAUS em 30/03/11

José e Sérgio: Infelizmente eu não os conheço pessoalmente. Talvez o Sérgio esteja me confundindo com a Regina Páscoa, a esposa do Álvaro Páscoa. Eu sou a nora dele. Meu e-mail: lucianepascoa@uol.com.br Abraços, Luciane
Por Páscoa em ARTISTA PLÁSTICO ÁLVARO PÁSCOA em 29/03/11

José Agradeço mais esta lembrança, que coincidiu com o aniversário de nascimento de Álvaro Páscoa, em 13 de março de 1920. Abraços, Luciane
Por Páscoa em ÁLVARO REIS PÁSCOA em 29/03/11

Ah, Zé Mundão, não vale repeteco! Quero novidade!
Por graca silva em O ZÉ MUNDÃO PEGANDO TODAS em 27/03/11

O Falecimento ocorreu em 23/março.
Por Lauro Gilson em LAURO GOIABA em 26/03/11

A dica do seu saudoso pai sobre como pegar a galinha sintetiza todo o artigo......quanto aos soldados da borracha, não devemos esquecer que tanto o governo Vargas quanto a oligarquia amazonense foi cúmplice descarada dos ianques....O céu que se vendia na Amazônia da época, não é tão diferente do céu que o governo Dilma vende nos dias de hj....Matéria da Record de hj fala do crescimento do trabalho em SP por conta do boom na construção civil....
Por Fernando Lobato em JÁ DEU E PODERÁ DÁ NOVAMENTE PRO NOSSO! em 25/03/11

Suellen oi pessoal me ajudem a vender minhas moedas antigas tenho varias moedas antigas e tenho também cédulas antigas
Por suellen em COLECIONADOR DE MOEDAS ANTIGAS em 25/03/11

Se analisarmos um pouco a história veremos que os EUA não dá ponto sem nó.
Por Leila Pinheiro Araújo em JÁ DEU E PODERÁ DÁ NOVAMENTE PRO NOSSO! em 25/03/11

Não sabia da existência desse museu. Seu Blog é super bacana e funciona como divulgador de tantas coisas interessantes em nossa cidade. Parabéns!
Por Soraia Magalhães em MUSEU DE CIÊNCIAS NATURAIS DA AMAZÔNIA em 23/03/11

Não sabia da existência desse museu. Seu Blog é super bacana e funciona como divulgador de tantas coisas interessantes em nossa cidade. Parabéns!!!
Por Soraia Magalhães em MUSEU DE CIÊNCIAS NATURAIS DA AMAZÔNIA em 23/03/11

Existe um comitê organizador da subsede da copa 2014 em Manaus. Você poderá me enviar os nomes dos membros deste comitê caso exista? Meu email: kcnetto@yahoo.com.br Grato Rômulo Carvalho Editor-Adjunto do site www.comexdobrasil.com.br
Por Elizabeth em MANAUS - SUB-SEDE DA COPA DE 2014 em 20/03/11

Em 1991,quando tinha 15 anos,perdi um ídolo de meu pai,o meu avo pois nunca tive uma oportunidade de conhecê-lo.vi a matéria na TV,e fiquei muita emocionada,tenho muito orgulho de meu avo.sou filha do senhor Claudio da mata,o meu nome e Sheila da mata,gostaria de ter mais contatos com os meus parentes o meu email:sheilamata@hotmail.com.br tel. 9148-4088.
Por Anônimo em DR. JOÃO NOGUEIRA DA MATA em 19/03/11

A luta continua. Todos os amazonenses - FILHOS DE AJURICABA - devem impedir este delírio. No encontro das águas, está um elemento importante de nossa identidade diante do mundo e não pode desaparecer em virtude de um marketing ambiental esdrúxulo! Saudações Amazonenses!
Por MAURO BECHMAN em MEMORIAL ENCONTRO DAS ÁGUAS em 19/03/11

Realmente, eu adoro rock nacional, mas essa bandinha fuleira de viadinhos "preconceituosas" é de última. E tem gente que ainda vai pagar pra ouvir essa merda.
Por beckmanunes em OS DESCLASSIFICADOS em 18/03/11

Infelizmente, é isso o que chamam de progresso companheiro.....é o tal do crescimento do PIB....vital, dizem alguns, para o desenvolvimento da cidade.....Para os passarinhos e, não tenho nenhuma dúvida, para a grande maioria dos manauaras, com certeza ele não é....que adianta a cidade crescer em ritmo chinês se a qualidade de vida de todos só piora a cada dia que passa....É preciso desconcentrar a renda e as oportunidades e isso só se faz com mudanças drásticas no modelo econômico....mas isso, o sistema não quer......
Por Fernando Lobato em OS PASSARINHOS URBANOS em 17/03/11

A declaração desse músico (?) do Restart só mostra a ignorância generalizada deste país. Agora, o que é triste, é que vão mesmo pagar ingressos para assistir esse lixo, que ainda por cima ofende a população local. Lamentável... Hélcio J. Tagliolatto Bauru - SP
Por Helcio J. Tagliolatto em OS DESCLASSIFICADOS em 15/03/11

Amazonense = índio querendo ser carioca. Fato.
Por Anônimo em PIADAS DE AMAZONENSES, PARA DISTRAIR UM POUCO. em 14/03/11

Luciane: eu solicitei ao Rocha que me colocasse em contato c/ vc, se me permite falar assim. Certamente os anos apagaram lembranças, e mesmo das vezes que retornei a cidade, não nos encontramos mais. Falo assim pelo fato de me lembrar muito bem de vc. Como já sabe, estudei com Álvaro Páscoa, Moacir de Andrade e Manoel Borges. E no mesmo edifício onde tudo funcionava, conheci Hahnemann e quando a partir daí, ficamos amigos. Infelizmente, aconteceu aquela tragédia toda e eu me fixei definitivamente no sul brasileiro.
Por artixx em ARTISTA PLÁSTICO ÁLVARO PÁSCOA em 12/03/11

Acredito que esse embate todo deveria ser decidido de forma esportiva, cada um defendendo dentro d’água nos campeonatos estaduais, e ele não participa porque não quer, e o Ailson foi fruto del sim parabéns, mais porque será que eles não se dão bem hoje ?(o rapaz esteve em Manaus e não compareceu ao seu antigo lugar de treinamento, ele deve estar chateado com alguma coisa, isso não convém discutirmos ne !! mais que a resposta deve ser feia. Mais acredito que poderia ser feita a ´´ prova do rei : onde colocaria uma modalidade e cada um dos clubes se armava com seus melhores atletas e barcos para decidir !!
Por Anônimo em O REMO NO AMAZONAS em 10/03/11

Parabéns pela matéria, muito boa, fiz um passeio de volta ao passado!Ah, Rochinha, estamos fazendo uma corrente de oração, pela saúde da nossa Katia Maria! Não pude visitá-la, pq a dengue tem me massacrado.... qdo falei com vc, pensava que era virose, mas qual nada!
Por graca silva em A VITROLA NIVICO HI-FI DA DONA DIVA em 07/03/11

Achei muito bacana seu blog. Nunca tinha pesquisado muito sobre a família da minha avó Ilza de Miranda Corrêa e sei pouco sobre esse lado da família. Gostaria de saber onde posso encontrar o livro do Abraim que vc comenta. Um abraço e parabéns pela iniciativa. ilzapizarro@yahoo.com.br
Por Ilza Pizarro em A CERVEJA XPTO E A FAMÍLIA DOS MIRANDA CORRÊA em 06/03/11

Fiquei muito feliz com a lembrança e a divulgação do nome de Álvaro Páscoa, bem como de minha tese. Não conhecia Sérgio Moura, que por certo será mencionado daqui em diante na revisão de meu trabalho, como um dos discípulos do Álvaro Páscoa. Abraços cordiais, Luciane Páscoa
Por Páscoa em ARTISTA PLÁSTICO ÁLVARO PÁSCOA em 06/03/11

Assisti "E O VENTO LEVOU"quando tinha 20 anos em 75,trabalhava no Bradesco e fomos num grupo de 5 amigos todos do Bradesco, no cine COMODORO na Av. São João em SP. Foi maravilhoso; já tinha lido o livro aos 15 anos emprestei na biblioteca na época, depois uma amiga do Bradesco me chamou pra assistir Dr.Jivago em Santo André, não quis pois estava dura, ela falou que pagava aí fomos depois do trabalho sem avisar nossas famílias; na volta ela não tinha dinheiro pra passagem, voltamos a pé,chegamos mais de meia noite, nossas famílias já tinham chamado a polícia foi uma confusão...mais valeu a pena, depois disso já assisti várias vezes.
Por ANA A. em E O VENTO LEVOU em 04/03/11

SOU GRATO PELO CARINHO E PELO ESPAÇO NO BLOG.OBRIGADO AMIGO DE ROCHA !!!
Por Anônimo em ANTONIO PEREIRA, O CANTADOR DA AMAZÔNIA! em 04/03/11

É isso aí mesmo, carnaval é quando você reúne amigos, forma um bloco e vai prá rua brincar. É muito animado. Neste ano o carnaval prá mim acabou. Estou hospitalizado desde 28.02.2011, por causa da dengue. O mosquito é só pequeno, porém pesa na balança, é poderoso, mais do que certos políticos. Abraços Ulisses
Por Anônimo em VELHOS CARNAVAIS NO SAMBÓDROMO DE MANAUS em 03/03/11

Rochinha, vc me faz rir pra caramba, com suas historias. Adorei os velhos carnavais.....aff
Por graca silva em VELHOS CARNAVAIS NO SAMBÓDROMO DE MANAUS em 02/03/11

Através de um parente que trabalha na Top Internacional me disse que eles são realmente os donos do Castelinho e que eles tem diversas idéias inclusive de fazer um museu contando a historia do castelinho e ate restaurante!! to doida pra que acabem a reforma que estão fazendo.
Por Anônimo em CASTELINHO DA VILA MUNICIPAL DE MANAUS em 27/02/11

Meu nome Francisco, nascido no Amazonas, sou apaixonado por Manaus, tenho muitos irmãos morado ai, quando era garoto brinquei muito no Igarapé do 40, na Ponte do Crespo tomei muito banho na escadaria do Remédios ai no Rio Negro, hoje moro em Belém, mas não me esqueço de Manaus, no bairro de São Lazaro, um abraço a todos q deus abençoe a todos e ai amazonas
Por goianokm5 em A PONTE QUE ENCRUOU em 26/02/11

Achei interessante a história do Obelisco de Manaus, sou filho do Leôncio Salignac, citado no seu artigo e engrandeço por ele ter feito parte da História de Manaus. Também entristeço por Manaus ainda não ter grande reconhecimento devido a tudo que já vivenciou, mas meus votos de que o povo Manauara enxergue o seu valor Patrimonial e Histórico não deixaram de existir. Parabéns André Luiz
Por Andre em OBELISCO EM HOMENAGEM A CIDADE DE MANAUS em 23/02/11

Rocha, vale ressaltar que nosso Adolpho Lisboa é uma réplica do extinto mercado parisiense Le Hales. Se você tiver algo desse mercado posta ai fazendo esse belo comparativo. Abraços.
Por Francisco Teixeira Xico Branco em MERCADÃO DE MANAUS E SEUS ARREDORES em 19/02/11

Parabéns esta letra veio a calhar, pois ela retrata a imoralidade dos políticos de nossa cidade só assim esses caras-de-pau se sentem incomodado e tenha mais vergonha na cara. Bom carnaval p/todos...
Por Anônimo em BANDA DA BICA 2011 em 17/02/11

Rocha tem com você publicar alguma fotografia da área destruída, para que possamos visualizar o tamanho do estrago? Grato Hélcio
Por Helcio J. Tagliolatto em A DESTRUIÇÃO DA BOOTH LINE E A CONSTRUÇÃO DO SHOPP... em 12/02/11

Professor, fui a sua aluna... Eu tinha esse amor platônico por vc...Sinto muito que vc tenha ido assim, tão jovem...Eu te amarei enquanto a sua lembrança more em meu coração...
Por Anônimo em ARTÍSTA PLÁSTICO ANÍSIO MELLO em 11/02/11

Tbem sinto falta do Cileno nos lugares, mas perexes...mas ele e maravilhoso!
Por Silvia em CILENO em 10/02/11

Agora lendo este artigo sobre nossa vida desde a infância fico mto feliz e como me deu saudades daqueles tempos q. não voltam jamais parabéns minha querida irma.
Por Raimundo nonato da silva filho em DRA. GRAÇA SILVA, GRANDE AMAZONENSE! em 10/02/11

Parabéns pra vc Rochinha e pra sua filha. Que ela seja muito feliz em Tabatinga.
Por graca silva em EXEMPLOS A SEGUIR em 01/02/11

Tenho varias moedas antigas para vender imail.vidracariabrito@hotmail.com
Por juliana em COLECIONADOR DE MOEDAS ANTIGAS em 31/01/11

Olá, parabéns pelo seu trabalho, como faço para conseguir negociar essas raridades de objetos antigo.
Por Anônimo em O IMPÉRIO ANTIQUÁRIO em 30/01/11

Isto seria difícil de acreditar se o Estado, que não raramente trabalha contra os interesses da população, não fosse comprometido com o poder econômico, se tivesse políticas sérias, enfim, se fosse instituição realmente livre, íntegra para agir em benefício da população.
Por Sergio Moura em O ESTADO DO AMAZONAS É CONTRA O TOMBAMENTO DO ENCO... em 29/01/11

ESSE JARDIM FOI FEITO PELO GOVERNADOR FILETO PIRES FERREIRA, QUE SUCEDEU A EDUARDO RIBEIRO E SO GOVERNOU 19 MESES.
Por ROGEL SAMUEL em O CHAFARIZ DA PRAÇA DA MATRIZ E O SEU ENTORNO em 25/01/11

Nossa Rocha... Eu viajo nesses posts sobre o Armando e família. Admiro a garra desse portuga que enfrentou muitas mudanças, de país, de cultura, de épocas e não mudou seu jeito, foi sempre autêntico, "em gênero, número e grau" português, que cativou e cativa pessoas até os dias atuais. Lamento que esteja com a saúde debilitada, mas à distância e no anonimato, desejo melhoras para e ele e sua esposa. Armando, nos facilitou ter um dos melhores carnavais de rua de Manaus. Sempre foi e sempre será, se depender dos fãs não assíduos do bar, mas com muita vontade de dar continuidade a essa tradição irreverente que é a BICA. Energias positivas sempre... Que venham os "esquentas" e que Armando possa dá o ar de sua graça. Aproveito para parabenizar você pelos posts, que nos trazem a antiga Manaus, que não é valorizada por muitos. Até o próximo comentário. Marcela Fróes
Por Marcela Fróes em BAR DO ARMANDO em 24/01/11

Ótimo post ,pois realmente esse monumento histórico esta abandonado...tenho quase certeza que não obteve resposta...Tomara que eu esteja enganada .Se fosse reformado ,não estivesse no descaso. Serviria ate como ponto turístico de tão lindo que um dia foi.Moro no exterior mas passei minha infância lá,meu pai mora lá .Enfim,certos patrimônios deveriam ser preservados ,pois poderiam ate gerar renda para o lugar...
Por morena em O CASARÃO J. G. ARAÚJO, VILA AMAZÔNIA, PARINTINS, ... em 23/01/11

"...O Amazonino pode ser doido, mas não é leso!..." Nossa política baré e quem nem o garaná Tuchaua uma " bosta " ! Enquanto a agente não tomar vergonha na cara e tomar uma atitude dentro no nosso nucleo familiar orientando e abrindo os olhos das pessoas isso vai se repitir por mais 20 anos! Segue em baixo meu irmão mais velho Rocha Martins o link do meu blog ! Estou fazendo uma Trilogia sobre a historia da corrupção do amazonas eo Homenageado da semana foi nosso prefeito Mazola ou para os íntimos " Vovozona " vlw amigo ! http://omarcofala.blogspot.com/2011/01/historia-da-corupsao-no-amazonas.html
Por Marcoantbezerra em COISAS DA NOSSA POLÍTICA BARÉ em 21/01/11

Gosto muito dos artigos de ótima qualidade do seu Blog. Quando for possível dá uma passadinha para ver nosso Curso de Informática Online. Daienne.
Por Consultora Educacional em DIVERSÃO DAS CRIANÇAS DE MANAUS - PASSADO X PRESEN... em 21/01/11

Praça de resistência Contracultura. Ponto de encontro de inconformados e rebelados do Estado. Celeiro de novos Poetas como surgimento da revista Sirrose. Gostei do blogue, Rocha. abração.
Por diego moraes em PRAÇA DO CONGRESSO DE MANAUS em 19/01/11

É uma praça com local privilegiado mesmo, e já ouvi muitas histórias sobre ela e os prédios em seu entorno, de uma amiga que, como você, nasceu e cresceu por ali, e até hoje, seus pais residem por lá. É uma lastima o descaso dos governos em relação a esses locais que também poderiam ser de lazer para as famílias manauaras. Quem sabe um dia, em algum momento, alguém possa despertar para valorizar o que temos de herança do período áureo da borracha. Marcela Fróes
Por Marcela Fróes em PRAÇA DO CONGRESSO DE MANAUS em 17/01/11

Queria muito ter conhecido está cidade. Acho que este meio de vida, pode ser uma solução para as pessoas, que sofrem com enchentes.
Por Clarisse em CIDADE FLUTUANTE DE MANAUS em 15/01/11

Tenho um saco de supermercado cheio de moedas antigas tem desde centavos a réis, o saco é muito pesado pretendo vende-las me ajude foi encontrado recentemente enterrado preciso de informações sobre como limpar se são caras ou baratas.
Por Leonardo em COLECIONADOR DE MOEDAS ANTIGAS em 14/01/11

Bom dia Rocha. Sei que não é sua opinião, mas acredito que ter "ojeriza" a boi bumbá é uma infantilidade, pois o boi tem cem anos e é uma manifestação cultural com grande parte dos elementos amazonenses. Bandas de carnaval me parecem cópias das bandinhas do Rio de Janeiro e sei que esta é da

quarta-feira, 30 de março de 2011

COM UM GOSTINHO DOS ANOS SESSENTA

Nos primeiros anos da década sessenta, antes da “Revolução de 64”, ainda vivíamos o finalzinho do famoso “anos dourados”, uma época em que deixou muitas saudades, pois, tudo era chique, diferente, algumas pessoas chamavam de “anos glamorosas”, outros tantos, gostavam de referir aos jovens riquinhos de “jeunesse dourè ou juventude dourada”, tanto que até hoje, quando se quer fazer uma “Festa Retrô”, voltando ao túnel do tempo, estes anos nunca são esquecidos, existem inúmeras empresas de serviços especializados em roupas, acessórios e DJ´s mandando ver as músicas daquele belo tempo que passou; a grande maioria dos cinquentões de hoje, ainda gostam de dizer aquele surrado bordão “eu era feliz e não sabia”.

Historicamente, este período foi marcado com a inauguração, em 1960, de Brasília, a nova capital federal; o nosso Brasil torna-se bi campeão, da Copa do Mundo de 1962; o soviético Iuri Gagárin, foi, em 1961, o primeiro a ir ao espaço; surgem os Beatles e os The Rolling Stones, influenciando no Brasil, do rock, com o nome de “iê-iê-iê”; marcam muito as mortes da atriz Marilyn Monroe, em 1961, e do assassinato, em 1963, do presidente americano John F. Kennedy.

Certa vez, olhando para a minha irmã mais velha, viajei no tempo, voltei para os meus seis anos de idade, era uma manhã de sábado, em Manaus de 1962, estava no “Aeroporto de Ponta Pelada”, os meus olhos estavam grudados numa janela de vidro, era a primeira vez na vida em que via um avião, aliás, vários aviões ao mesmo tempo, foi uma coisa maravilhosa.

Lembro muito bem, toda a nossa família estava presente, estávamos nos despedindo dela, pois, naquele tempo, os manauenses, faziam questão de levar toda a sua família ao aeroporto para receber ou se despedir de um ente querido, bem diferente de hoje em dia, onde se viaja muito a negócios e de férias, com aeroportos entupidos e atrasos nos voos, um sufoco total.

A minha irmã estava indo passar uma temporada no Rio de Janeiro, a famosa “Cidade Maravilhosa”. Foi um evento marcante, pois, viajar de avião era uma coisa muito rara para as pessoas das classes menos favorecidas, ao contrário de hoje, onde existe passagem de até trinta reais (na promoção).

Pois bem, ela tomou um banho de loja, fez manicure, pedicuro e o penteado no “Salão da Menssody”, na Avenida Eduardo Ribeiro, o local era muito frequentado pelas madames ricas da nossa cidade; levou uma mala novinha, comprada na Malaria Guerra, não levou muita coisa, pois a sua ideia era comprar no Rio, muitas roupas e presentes para todos os familiares; hora da partida, subiu as escadas de um avião, acredito que era um “Consttelation”, da Panair do Brasil, deu um Adeus e, embarcou, ficou muito tempo por lá, tanto que até adquiriu um sotaque dos antigos fluminenses.

Viajar de avião, era um dia de festa para os familiares, para comemorar fomos tomar um guaraná Luseia e comer queijadinhas, na Confeitaria Avenida, que ficava bem em frente ao “O Jornal e Diário da Tarde”, com direito a almoçar mais tarde no “Restaurante Maranhense”, isso somente acontecia “uma vez na vida e outra na morte”, credo!

Chega de passado, acordei, de volta ao presente! Costumo dizer para os meus amigos que, gosto muito do passado, tanto que o nosso blog é um pouco saudosista, porém, adoro viver intensamente o presente, com o olho no futuro, é claro! Brincadeiras a parte, somos ainda muito ligados ao passado, pode conferir no dia a dia da nossa cidade - existe uma lanchonete “Picanha´s Burger”, na Avenida Djalma Batista, feita nos moldes dos anos sessenta, tem até uma linda “lambreta” na vitrine e vários miniaturas de carros antigos, vocês sabem quem vai por lá? Os coroas, alguns poderão responder! Errado, o público é cem por cento de jovens.

Tenho um amigo que tem três carros na garagem, sabe qual é o preferido dele? Uma Kombi dos anos sessenta! É mole! Está na moda fazer a “Festa Retrô”, com tudo da década de 60 e 70. Em Manaus existe uma festa chamada “Studio 5 Special Dancing Night”, com coroas e velhos se embalando nos antigos sucessos, com os DJ tocando muitos vinis (bolachão).

O gostinho dos anos sessenta ainda permanece entre todos nós. É isso.








terça-feira, 29 de março de 2011

ANTIGO OBELISCO EM HOMENAGEM A ABERTURA DO RIO AMAZONAS AO COMÉRCIO MUNDIAL



A fotografia acima mostra a antiga cidade de Manaus, retratando onde é hoje o famoso Largo de São Sebastião – o que mais chama a atenção é a Praça de São Sebastião, toda de barro batido, aparecendo uma coluna comemorativa a um grande evento histórico. Segundo os historiadores, neste local, funcionou uma pequena roça, de propriedade do Senhor Antônio Lopes Braga. Por iniciativa do médico Dr. Antônio Davi Vasconcelos de Canavarro, mandou erigir no local, uma coluna de pedra (obelisco), com a inauguração datada de Sete de Setembro de 1867, comemorativo ao primeiro ano da “Abertura do Rio Amazonas ao Comércio Mundial”, evento histórico firmado pelo Imperador do Brasil Dom Pedro II. A coluna era de pedra, com seis metros de altura, com quatro faces lisas, provida de soco (pedestal), cornijas (ornato que assenta sobre o friso de uma obra), base e capitel (arremate superior, em geral esculturado), lembrando a Ordem Compósita (foi uma ordem da arquitetura clássica desennvolvida pelos romanos, a partir dos desenhos das ordens jônicas e coríntias). Posteriormente, esta coluna foi demolida e erguida no local o atual monumento, todo em peças de bronze e base de granito.

segunda-feira, 28 de março de 2011

O CÃO DAS PASTORINHAS DO LUSO

Para quem está abaixo dos quarenta anos de idade e, não viveu em Manaus até o início da década de setenta, necessário se faz definir, mais precisamente, o título da nossa postagem - o Cão não era um canídeo (cachorro), mas, um personagem que representava o Diabo, o chefe dos demônios, marcou toda uma geração de manauenses, – as Pastorinhas, era uma encenação, representando o Auto do Natal, com início em Dezembro e ia até Março do ano seguinte – finalmente, o Luso Sporting Club, uma agremiação de portugueses, fundado em 1917, de caráter desportivo que mantinham também uma atividade teatral. Dos três elementos, o Luso era o mais importante, porém, nas Pastorinhas, o Cão foi o que mais marcou a nossa época de criança e adolescente.

Para resgatar um pouco desta fase feliz da minha vida, tive a sorte de encontrar no Sebo “O Alienista”, do meu amigo poeta Celestino Neto, o livro “Cenário de Memórias - Movimento Teatral em Manaus (1944-1968). Selda Vale da Costa e Ediney Azancoth. – Manaus: Editora Valer/Governo do Estado do Amazonas, 2001”. Na orelha do livro, os editores escreveram o seguinte: “É lugar comum: o país não tem memória. E, especificamente, o teatro brasileiro uma vaga lembrança. Voltando nosso olhar para o teatro amazonense, a situação é mais apavorante. Selda e Ediney não só nos dão um rico presente, para aqueles que fazem ou fizeram teatro; não só levantaram poeira do esquecimento que paira sobre o fazer teatro, mas como que jogam em nossa cara um pouco de vergonha pelo que não temos feito para o crescimento teatral em nossa terra. Mostra-nos que o teatro não é só importante para aqueles que fazem do ofício teatral uma paixão, mas um bem, um patrimônio simbólico, espiritual e político, imperativo para a sociedade”. Muito bem, pelo puxão de orelha!

Fui morar na Rua Tapajós, na década de sessenta, a minha casa ficava bem próximo ao Teatro Amazonas, Teatro Juvenil e ao Luso; apesar de não ter nenhuma vocação para a encenação teatral, fiz parte dos bastidores da peça teatral “As Pastorinhas do Luso”, mais especificamente, como ajudante do “Cão do Luso”, na realidade, existiam vários demônios, conhecidos por Lusbel, Trinca-Ferro, Come-Fogo e Gigante-das-Trevas (o famoso Belisca Lua), fazia um trabalho pesado, apesar de ser franzino e com poucas forças musculares, ajudava na alavanca que impulsionava os capetas para saírem de um alçapão e entrarem em cena, além de ajudar a encher um cachimbão com pólvora, onde eram jogados labaredas (língua de fogo) e na sonoplastia, balançando algumas folhas de zinco e batendo nos pratos de bateria, era o momento mágico e aterrorizante, onde o publico infantil se assustava e se abraçava fortemente nos braços dos seus pais.

Certamente que conheci “As Pastorinhos” e o “Cão do Luso” no seu final, entre 1968 e 1970, pois, com o surgimento da televisão em Manaus, o cinema e o teatro fecharam as suas portas por longo tempo. Segundo os historiadores, já em agosto de 1917 o Teatro do Luso já apresentava as famosas pastorinhas, inclusive, construíram uma escola chamada “João de Deus”, onde era formada a maioria dos artistas – conheci esta escola e, muitos dos meus colegas estudaram lá – frequentei a escola “Divina Providência”, ligada aos capuchinhos da Igreja de São Sebastião, criadores do “Teatro Juvenil”.

Um Folheto Informativo denominado “Movimento Luso 2000, lançado em 1997, publicado no livro acima, faz o seguinte comentário: “As Pastorinhas, ou Autos do Natal, do Luso, tomavam conta do sentimento da cidade. Não havia uma só família que não levasse suas crianças para assistirem ao espetáculo. O anúncio das Pastorinhas era feito pelas próprias personagens que desfilavam pela pacata cidade em cima de um velho caminhão, todo enfeitado, com se fora palco. As batidas dos pratos de metal despertavam atenção e alvoroçavam a população, mas a personagem que mais se destacava era Lúcifer. O famoso Cão do Luso, todo vermelho, com enorme garfo preto, fez muita criança correr em disparada buscando abrigo no colo dos adultos. Metia medo e sedução”.

Irei reproduzir dois atos:

III ato – A pastora perdida e Lusbel (o Cão do Luso)
(A cena representa uma floresta fechada. O Diabo surge do alçapão numa gargalhada satânica).
LUSBEL – Há... Há... Há... Eis-me novamente em campo, prosseguindo no meu intento de em tudo contrariar esse Deus..
(Grita para dentro do alçapão): Trinca-Ferro!
TRINCA-FERRO (saltando) – Pronto! Que ordenais?
LUSBEL – Come-Fogo!
COME-FOGO (saltando) – Aqui estou!
LUSBEL – Feiticeiro!
FEITICEIRO – Hi... Hi... Hi...
LUSBEL – Gigantes-das-trevas! Que é isto? Estais amarelos?
TODOS – Nós, amarelos? Nunca!
LUSBEL – Nada de vacilações!
LUSBEL (canta):
No meu reino sou invencível
Lutarei até vencer
Contra Deus e contra tudo,
Far-me-ei obedecer.
TODOS (coro):
Não temer nem recuar.
O inferno nos protege
Em tudo vamos ganhar.
LUSBEL:
Do inferno imperador
De minha grei rodeado
Serei sempre insubmisso
Mas não serei humilhado
(Ouve-se ao longe o canto da Pastora Perdida. Os Diabos escutam, ocultando-se em seguida)
PASTORA PERDIDA:
Perdida eu vivo nesta solidão
Entregue somente às leis desta sorte.
É minha sina. Ó, Deus, tem compaixão
Dá-me forças precisas para enfrentar a morte.
Deus do Céu, enviai, por amor de Maria,
Um anjo celeste e protetor, que me sirva de guia.
LUSBEL:
Pastora perdida, eu te guiarei,
Por lindas estradas
Que meu reino tem.
Se queres ser rainha,
Diz-me que és minha
Possuo riqueza, sou homem de bem.
PASTORA PERDIDA:
Não quero riqueza, nem tua bondade,
Quero o meu pastor
Da minha igualdade. Vivo na pobreza
Abandono a riqueza.
Eu só queria um guia
Que tivesse piedade.
LUSBEL:
Pois já que me recusas e me fazes sofrer, no reino do inferno tu vais padecer (chamando os infernais):
- Infernais! Amarrem-na e levem-na para o meu reinado para alegrar o nosso festim de hoje...Há...Há... Há... Inferno! (Desaparece no alçapão).

IV Ato
CENA: O inferno. Os diabos dançando e pulando, gritando, berrando ao redor da Pastora Perdida, que se encontra amarrada, chorando, de cabeça baixa.
LUSBEL – Estou vingado, mais um trunfo que eu conquistei ao reino do Eterno. Há...Há...Há... Fogo, infernais!
PASTORA PERDIDA (grita): Valei-me, São Miguel! (São Miguel aparece de espada em punho)
SÃO MIGUEL – Para trás, espíritos infernais!
(São Miguel derrota os diabos e castiga Lusbel)
SÃO MIGUEL – A Cruz Divina quebrará o teu poder e te obrigará a rojar-te no chão (mostra a cruz)... Agora, sobe ao teu trono para seres castigado e seres transformado em dragão.
LUSBEL (urrando) – Ó, maldito sobre o inferno! Maldito Miguel! Ó, inferno que me abandonas!
(sobe ao trono, arrastando-se. Transforma-se em dragão).
Anjinhos cantando
ANJINHOS (para a pastora) – Teus companheiros te esperam para Jesus ir adorar.

As pastorinhas ficaram em cena por cinquenta anos, os demônios ficavam sempre a cargo dos portugueses, deveria ser muito engraçado a encenação com o "Cão do Luso" com sotaque lusitano. Na minha época, todas eram brasileiros, o elenco de algumas montagens era formado pelo Antônio Nogueira de Sá (Lusbel), Bastos, Chaguinha (este eu conheci, morava onde é hoje o Sebrae) e Plácido, como os Diabos Trinca-Ferro, Come-Fogo e Gigante-das-Trevas, respectivamente. Conhecí o "Lapinha", era o “Belisca-Lua”, ele mora na Vila Paraíso, na Avenida Getúlio Vargas (foi o único Cão do Luso que foi morar no paraíso, é mole!).

Quase todo o quarteirão onde estão os prédios do Teatro do Luso e Teatro Juvenil, foram alugados pela Universidade do Norte - UNINORTE, o Luso virou Centro Cultural. A direção desta escola de ensino superior e os seus estudantes, bem que poderiam ressurgir das cinzas “As Pastorinhas”, com certeza, eu teria o maior prazer em levar os meus netinhos para assistirem a encenação do "Auto de Natal", eles teriam o maior temor dos Atos III e IV, guardariam na mente, para contar, no futuro, como metia medo e sedução o “Cão do Luso”! É isso.

Foto: J Martins Rocha

sábado, 26 de março de 2011

O ZÉ MUNDÃO PEGANDO TODAS

O Zé Mundão aprontou muito na sua juventude, certa vez, resolveu comprar um Fusquinha, somente para ir com os seus amigos para os lupanares de Manaus, sempre cobrava a da “gasosa”, é claro! O cara ficou fissurado por estes lugares, baixava por lá todas as sextas, sábados e feriados, respeitava somente a Semana Santa, quando não comia qualquer tipo de carne! Os lugares preferidos eram a “Maria das Patas”, “Piscina Club” e “Saramandaia” – o carro do Zé estava tão acostumado com a rota, bastava ligar o “piloto automático”, para ir direto para o puteiro! Numa bela noite de sábado de Manaus, o Zé Mundão estava numa lisura que fazia dó, ficou naquela ânsia, encontrou com o seu amigo Branco, no Bar do Gordo, tomaram umas geladas no fiado e ainda tiveram a cara-de-pau em pedir algum emprestado do dono bar, é mole! Seguiram direto para o “Saramandaia”; no caminho, colocou gasolina o suficiente para ir e voltar, o ponteiro nem se mexeu, cruz credo! Chegando lá, o Zé estava com uma cara de enterro, não era para menos, a grana dava somente para tomar quatro latinhas e nada mais, pegar as primas, nem pensar! O Zé chamou o Branco e propôs: - Branco, mano velho, vamos cair fora daqui, tudo é caro, vamos lá para o Posto Cinco, pelo menos a nossa grana vai dar para tomar umas oito, tudo bem? O Branco não tinha nada para argumentar, pois ele é sabedor que o carona depende do dono do carro, tinha mesmo que concordar. Chegando lá, tomaram as primeiras cervejas na maior manha – o Zé Mundão estava falando baixo, triste e puto da vida; quando a bexiga estava na tampa, foi ao WC, jogar pelo ralo o restinho de dinheiro que ainda tinha nos bolsos, na volta, deu uma bicuda num bolo de dinheiro, rapidamente colocou nos bolsos, ficou nervoso, chegou com o Branco e mandou ver: - Branco, encontrei um monte de grana no chão, vamos cair fora, não sei quanto tem, pode ser tudo de 1 ou de 50! Resolveram ir ao “Piscina Club”, ficaram num lugar reservado, o garçom chegou e perguntou ao Zé o que eles iam beber, o cara ainda estava meio assustado, falou bem baixinho: - O senhor me desculpe, a gente vai conversar um pouquinho e depois o chamamos, pode ser? Quanta educação do Zé, parecia um “gentleman” – começaram a contar a grana, o Zé ficou vermelho, deu um sorriso de orelha a orelha, pois tinha exatamente 860 pilas! Aí papai, a coisa toda muda, o cara deu um grito chamando o garçom, nem parecia àquele pobre coitado de cinco minutos atrás, a voz ficou empostada, ficou com aquela cara de rico boçal, detonou logo: - Pinguim, meu brother, pega duas garrafas de cerveja, uma Brahma e outra Antárctica, dois churrascos de peito de franco e duas primas escolhidas a dedo, pode deixar comigo, você ainda vai pegar uma boa gorjeta! O garçom ficou sem entender bem a mudança de comportamento do Zé. Depois do pedido, combinou logo com o amigo: - Ô Branco, toma cem contos, paga o quarto e detona a tua nega velha, deixa a despesa da mesa comigo, a noite vai ser uma loucura! Chegaram as beldades, o Zé Mundão tomou logo a iniciativa, puxou a mais gostosa para ele, o coitado do Branco só fazia rir, parecia um pinto na merda! Papo vai, cerveja vem e saindo direto Iscas de carne e de batata frita; uma delas notou que o Zé estava com bastante bala na agulha, propôs: - Vamos para a minha casa, poderemos ficar bem à vontade lá, tudo é de primeira, não é a fuleiragem desses quartos daqui, vocês podem ficar até amanhã de manhã, combinado? O Zé na sua gaiatice de sempre, sem consultar o amigo, respondeu na bucha: - Tudo bem princesa, topamos a parada, vai se preparando que o couro vai comer! E o Branco só fazia rir, parecia uma hiena, também pudera com cem corujinhas no bolso e a conta sendo paga pelo Zé Mundão, até eu, papai! O Branco resolveu chamar o Zé num canto e o aconselhou: - Ô Zé Mundão, acho melhor tu guardar a metade da grana embaixo do tapete do carro, essas duas podem achar que nos somos otários e filar o nosso capim! O Zé é doido, mas não é leso, aceitou o conselho do Branco. Passaram primeiro num posto de gasolina – aí foi graça para o Zé: – Aí gente fina, bota gasosa até no toco, quero ver é derramar o tanque! Rumaram com as gatas em direção a Zona Oeste da cidade, elas moravam num bairro barra pesada, a casa era de madeira, o quarto era fuleiro dez vezes mais do que os do “Saramandaia”, agora não adiantava mais chorar sobre o leite derramado, o Zé ficou no quarto e mandou o Branco se acomodar com a gata dele na sala de estar – o pagamento foi feito adiantado, é claro! O couro comeu, foi “lamparinada” até o Sol raiar! O Zé ainda deu um cochilo, acordou com alguém batendo bem forte a porta, a gata ficou aflita e falou bem baixinho: - Sujou a parada, chegou o meu macho, ele é matador, acorda rapidinho o teu amigo, corre pelos fundos e pula o muro, pega a rua detrás, dá um tempo e depois vem pegar o teu carro! A bronca foi feia para o Zé! O cara só se mete em rolo! Depois de fazer tudo como recomendado, o Zé Mundão pegou o seu carro e se mandou para o centro da cidade, pararam na Praça da Saudade e foram conferir a grana, não tinha um conto sequer na carteira dos dois otários, aquilo fora uma armação! Tudo bem, ainda tinha quatrocentos contos embaixo do tapete! O Zé Mundão ficou grato com o conselho do Branco e falou: - Valeu, Branco, toma mais cinquenta paus, vou ficar em manutenção durante a semana toda, na próxima sexta-feira iremos gastar o resto da grana lá na “Maria das Patas”, dessa vez vai ser no banho tcheco, nada mais de ir para a casa das barangas! E o Branco só fazia rir, também pudera, passou a noite toda bebendo, comendo, não gastou um conto sequer e, ainda ia voltar para casa com um galo no bolso! Assim foi a vida de solteiro do Zé Mundão, pegando todas, até chegar o seu casamento, a partir daí acabou a mamata, só pegava a patroa e nada mais, nem gripe da vizinha! Eu, hein, Zé Mundão!

Nota do Blog - O Zé Mundão é um personagem criado pelo blog – um cabocão manauense, ambientalista, gozador, enrolado até o cabelo, amante da cidade de Manaus, curtidor da vida social, cultural e etílica da sua cidade. Alguns leitores assíduos do blog gostam das peripécias do Zé Mundão, inclusive, confundem com a pessoa do editor do blogdorocha, mas não tem nada a ver, tudo é uma mistura do passado, com a realidade e ficção da vida de um típico manauense.

quinta-feira, 24 de março de 2011

JÁ DEU E PODERÁ DÁ NOVAMENTE PRO NOSSO!

Com a recente visita ao Brasil, do Presidente norte-americano Barack Obama, juro que fiquei com um pé atrás, não engoli bem as “maravilhosas” declarações de amor que ele fez ao nosso país - o meu saudoso pai assim falava: - Quando você quer comer uma galinha do terreiro, estale os dedos e faça com a boca “tu, tu, tu, tu, tu”, jamais faça “xô, xô, xô, xô”. Sábio conselho.

Querem novamente se aproximar dos brasileiros e comer alguma coisa, pode ser o petróleo do pré-sal ou a Amazônia, com certeza, alguma coisa eles estão querendo tirar de nós, para tanto, estão adoçando a nossa boca, prometendo mundos e fundos.

Eu já conheço esta História! Senão, vejamos: o Presidente Roosevelt, veio ao Brasil, em 1942, para celebrar o “Acordo de Washington”; entramos direitinho, os brasileiros nordestinos, conhecidos como ”Soldados da Borracha” foram enganados pelos norte-americanos, na segunda grande guerra mundial, além de serem dizimados pela Malária, deram as suas vidas para produzir borracha para os norte-americanos, em troco de nada.

Segundo os historiadores, tudo começou quando os japoneses fecharam o acesso aos países produtores de borracha, situados no Sudeste Asiático, provocando a falta dessa matéria-prima. Transcrevo parte de um relatório deles: "De todos os materiais críticos e estratégicos, a borracha é aquele cuja falta representa a maior ameaça à segurança de nossa nação e ao êxito da causa aliada”.

O Presidente Getúlio Vargas, queria deixar o Brasil neutro nessa parada, além dos mais, ele governava o nosso país nos moldes do fascismo italiano, ele tendia mais para o “Eixo” do que para os “Aliados”. Na maior, entram em cena os norte-americanos, ameaçando tomar o arquipélago de Fernando de Noronha e invadir o nordeste brasileiro, não tivemos outra opção, o jeito foi o nosso Presidente aderir “sob livre e espontânea pressão” a vontade dos ianques.

Para adoçar a nossa boca, foram emprestados 100 milhões de dólares, para a modernização do nosso parque siderúrgico, porém, deveríamos fornecer todos os minérios estratégicos que os gringos necessitavam para a guerra; foram também emprestados 200 milhões de dólares para o Brasil comprar armamento bélico (deles - é claro!).

Para produzir as 400 mil toneladas anuais de borracha, destinadas aos Estados Unidos, os gringos criaram um fundo chamado “Rubber Development Corporation”, mantenedor do “Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia – SEMTA” - foram mandados para a Amazônia, em torno de sessenta mil nordestinos, principalmente do Ceará, os pobres coitados estavam passando por uma longa estiagem, com a seca provocando uma miséria generalizada, não tiveram outra opção, além do mais, cairam no papo furado dos recrutadores, eles prometiam tudo do bom e do melhor, assim como os gringos estão prometendo hoje.

Para ser ter uma ideia, os soldados brasileiros que foram para a guerra, em torno de vinte cinco mil homens, sofreram apenas quinhentas baixas, no entanto, os soldados da borracha da Amazônia, sofreram uma baixa de trinta mil brasileiros! Foram enganados, não tinham uma alimentação adequada, transporte precário, faltavam médicos e medicamentos, o mosquito da Malária não deu trégua, deixando milhares e milhares de baixas.

Com o término da guerra, os americanos cancelaram todos os acordos referente à produção de borracha na Amazônia, acabou a grana, não mandavam mais nada para cá, não interessava mais para eles a borracha e, muito menos o Brasil. Os coitados dos soldados da borracha ficaram esquecidos, embrenhados nas matas; aqueles que conseguiram sobreviver não tiveram a devida assistência do governo brasileiro, nem mesmo a passagem de volta para o Ceará foi concedida. Foram obrigados a ficar para sempre, na Amazônia!

Passados quarentas anos, com a Constituição de 1988, esses soldados foram reconhecidos e tiveram direito a uma pequena “pensão vitalícia’”, nesta altura do campeonato, os sobreviventes já estavam na casa dos setenta anos, com o pé próximo à cova. Que maldade!

E esses acordos assinados, na atualidade, com os norte-americanos? O que estão preparando, novamente? Nós, os pobres mortais, estamos mais por fora do bunda de indio! Quem sabe o maluco do Assange, do WikiLeaks tenha alguma coisa para mostrar na Internet!

Brincadeiras a parte, somente o futuro é quem dirá se fomos novamente enganados ou não! Torço para que a história não volte a se repetir! Pois, como o caboclo simples, no seu puro Amazonês, gosta de falar: - Já deu e poderá dá novamente pro nosso! É isso.

CAFÉ INTERNACIONAL - ITACOATIARA

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A Foto Colagem acima, foi feita a partir de uma fotografia antiga, acredito que é do final do século dezenove, quando estava em plena efervescência a "Belle Époque" (bela época, em francês, período de ouro da beleza, inovação e paz entre os paises europeus e, copiado pelos ricaços brasileiros, durou de 1871 a 1914, este período acabou com início da I Guerra Mundial); os barões da borracha ganhavam montanhas de dinheiros com o "ouro branco", o látex das seringueiras da Amazônia, muitas cidades da região norte respiravam ares europeus; assim como Manaus e Belém, a cidade de Itacoatiara, no Amazonas, teve um crescimento vertiginoso naqueles bons tempos de fartura, tudo era do bom e do melhor, veja na fotografia, onde aparecem uns senhores vestidos à caráter, tomando bebidas, alguns fumando charutos da melhor qualidade, reunidos e posando para a foto,  no "Café Internacional", de propriedade dos sócios "Ferreira & Martins" (pode ser um dos meus antepassados), o estabelecimento ficava  em frente à Praça Treze de Maio (Matriz). Bons tempos aqueles, mas, esta cidade ainda guarda parte do seu centro histórico, por sinal, muito bonito, vale a pena um dia ser revitalizado totalmente. É isso.   

quarta-feira, 23 de março de 2011

LAURO GOIABA

Antes da explosão demográfica da cidade de Manaus, a grande maioria dos habitantes se conheciam (saudades da nossa Manaus antiga!). Os considerados mais folclóricos ou “figuras” eram bastantes populares por todos os moradores, existiam muitos, os mais notórios da minha época eram: Lauro Goiaba, José Aquino Carapeta, Boca de Bilha, Eurico do Galo Gay, Peixeiro do Guarany, Jaú Mão Boba e a Carmem Doida.

Dos citados, o que eu conheci e convivi, foi o senhor Lauro, conhecido por todos como “Goiaba”, não sei informar o porquê do apelido – foi meu vizinho, na Rua Igarapé de Manaus, era também um grande amigo do meu saudoso pai. Trabalhou na Companhia de Saneamento do Amazonas - COSAMA, conhecida também por “COLAMA”, empresa que cuidava do sistema de águas e esgotos do Amazonas, distribuía mais lama do que água. A sua função era de encanador (consertava os canos danificados da cidade), mesma após a merecida aposentadoria, continuou exercendo o seu ofício para os seus inúmeros clientes em Manaus.

Apesar de ser um excelente profissional, não era famoso somente pela sua bela profissão, mas, sobretudo por ser um torcedor "roxo", ou melhor, "azul até a alma" pela equipe futebolística Nacional Futebol Clube e, pela paixão pelos carnavais de Rua de Manaus.

A sua residência sempre foi pintada nas cores azuis e brancas; a bandeira do “Naça” ficava no alto de um grande mastro; as suas filhas, conhecidas como “As Goiabetes”, eram as torcedoras mais calorosas e animadas, nos dias em que o time jogava; os seus filhos foram grandes jogadores, do Nacional, é claro! Nunca vi um torcedor tão fiel ao seu time, nunca perdeu um jogo sequer, quando a peleja era na capital do Amazonas; nos dias de clássico Nacional (Leão da Vila) X Rio Negro (Galo Carijó), a festa começava bem cedo: reunia todos os vizinhos para um “birinaite”; utilizava uma parafernália eletrônica chamada de "A Voz do “Goiaba", colocava no volume máximo o hino do Nacional, para incentivar todos a irem ao estádio; bancava o transporte, os ingressos, a pinga e a charanga para animar a festa – com todos esses incentivos, não dava para recusar a assistir ao jogo de futebol.

Além do Nacional, outra grande paixão do “Goiaba” era o carnaval de rua, ninguém conseguia suplantá-lo em alegria e descontração; curtiu muito os “Blocos de Sujo”, da Avenida Eduardo Ribeiro, além da “Banda do Neca”, na Rua Ipixuna, da “BICA”, no Largo de São Sebastião e do “5 Estrelas”, na Avenida Getúlio Vargas – as suas fantasias preferidas eram a de “Pierrô” e da “Colombina”. Durante a semana Momesca, gostava de andar de bicicleta, vestido de palhaço, ficava buzinado o dia todo, tudo era festa, tudo era carnaval! Incentivava os meninos, as meninas, os rapazes e as moças, também os velhos e as velhas a brincarem a folia de carnaval! Que figura, mano!

Hoje, 03 de março de 2011, os moradores do Igarapé de Manaus e redondezas, a nação azul e branca e os seus familiares, todos estão de luto, faleceu o nosso querido e amado “Lauro Goiaba”, cumpriu a sua missão aqui na Terra, o seu lugar está reservado lá no Céu, ao lado do nosso bom Deus. Valeu, Goiaba!



terça-feira, 22 de março de 2011

HOJE É COMEMORADO O DIA MUNDIAL DA ÁGUAS

No dia 22 de fevereiro de 1993, a Organização das Nações Unidas declarou que todo dia 22 de Março de cada ano será comemorado o “Dia Mundial das Águas”, tendo como objetivo chamar a atenção do mundo sobre a importância da água doce e defender seu manejo sustentável; para este ano o tema é “Águas para as cidades: respondendo ao desafio humano”.

Apesar de dois terços do nosso planeta ser formado de água, apenas menos de um por cento é potável, própria para o consumo humano, mesmo assim, estão sendo contaminadas, poluidas e degradadas as fontes que estão nos rios, lagos, represas e nos aquiferos. O dia de hoje é dedicado não para comemorar, mas, para conscientizar o ser humano sobre o seu uso racional, pois, num futuro próximo haverá falta em grande parte da Terra.

A Declaração Universal dos Direitos da Água é a seguinte:

Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.

Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.

Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.

Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.

Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.

Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.

Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.

Art. 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.

Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.

Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.

O nosso país é privilegiado, pois possui em torno de doze por cento de água potável do mundo, sendo que setenta por cento das reservas estão na Amazônia e no Sistema Aquifero Guarani, este último é a maior reserva de água doce e potável do mundo, com uma extensão de um milhão e oitocentos mil quilômetros quadrados, abastecendo muitas cidades do Sul-Sudeste do país, porém, está ameaçado com as práticas poluentes da pecuária e da agricultura.

Na cidade de Manaus, o maior problema é o sistema de distribuição, com dezenas de bairros sofrendo, diariamente, com a falta de água, apesar de o majestoso Rio Negro passar no quintal das nossas casas. A concessão foi entregue para uma empresa francesa chamada “Águas do Amazonas” - não fez grandes investimentos, não colocou nenhum tubo de esgoto na cidade, a água de péssima qualidade, mesmo assim, cobra uma tarifa alta pela água e pelo esgoto, deixando milhares e milhares de famílias sem o precioso líquido.

O Estado do Amazonas está tentando resolver o problema da zona leste da cidade, com a implantação do “Programa Águas para Manaus – PROAMA”, com investimentos de 333 milhões de reais, serão beneficiados dezoito bairros, faltando apenas fazer a licitação para a empresa que vai administrar a nova estação, vamos torcer para não ganhar a francesa “Águas do Amazonas”.

A água é um bem que poderá faltar no futuro, tudo depende de nós, no presente, portanto, vamos usá-la com parcimônia, sem desperdício, tendo todo o cuidado para não contaminá-la, usando racionalmente os nossos aquíferos, lagos e represas, cuidando também com muito amor e carinho do nosso Rio Amazonas e seus afluentes. Sabendo usar, não irá faltar! É isso.










































segunda-feira, 21 de março de 2011

AVENIDA BRASIL DE MANAUS

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Com certeza, devem existir em todo o Brasil inúmeras Avenidas homenageando o nosso país. No Amazonas, especificamente, em Manaus, a Avenida Brasil liga a Estrada da Ponta Negra, no bairro do Lírio do Vale, na Zona Oeste, passando por todo o bairro da Compensa, parte dos bairros da Vila da Prata e Santo Antônio, até o centro, através dos bairros de São Raimundo, Presidente Vargas e São Geraldo.


Ela teve um crescimento desordenado, com construções de milhares de residências em suas margens, além de um movimentado e diversificado comércio varejista. Com a expansão da população dos bairros por onde passa a avenida, houve a instalação de bancos, feiras, bares, motéis, lojas de móveis e de construção, hospitais, clínicas, conjuntos habitacionais, etc.


Com o passar do tempo, foi havendo diversas intervenções para melhorar o acesso e a reorganização do comércio local, tornando uma avenida respeitada, tanto que o governo estadual e municipal resolveu deixar o Palácio Rio Negro (Estado) e Paço da Liberdade (Município), no centro histórico de Manaus, para fixar as suas sedes administrativas na própria Avenida Brasil.


Ficou famosa por ser uma das maiores e mais movimentada vias da cidade, foi feita a sua duplicação, com uma nova sinalização, construíram uma nova ponte, o governo do Estado está investido pesado em toda a sua extensão, com a implantação do PROSAMIM – Programa Sócio Ambiental dos Igarapés de Manaus.


Foram retiradas milhares de casas que ficavam nas margens dos igarapés, com a construção no local de quadras de esportes, escolas, praças e playground para as crianças, além da recuperação de várias vias de acesso a avenida. Ainda estão no local muitas máquinas pesadas, fazendo serviços de urbanização na margem do igarapé que passa bem no meio da avenida.


Faz gosto passar por lá num final de semana, andei em toda a sua extensão, está bastante arborizada no canteiro central (onde passa o igarapé), presenciei muitas famílias passeando pelas praças, muitos jovens brincando de “Papagaio de Papel”, com um tráfego fluindo perfeitamente, tirei várias fotografias e fiz a postagem acima.


Dei um pulo até a Ponte Manaus/Iranduba, o acesso é por uma avenida que inicia pela lateral da sede do governo do Estado, o local já está todo pronto, com largas vias, todas urbanizadas. Quando a ponte for liberada para uso da população, milhares de automóveis irão circular pela Avenida Brasil, por isso é que ela está sendo preparada para receber este pesado fluxo de pessoas e carros.


E o progresso chegando a vários cantos de Manaus, apesar do crescimento desordenado em alguns locais, pois temos um imenso parque industrial e um forte comércio de importados, gerando riquezas, emprego e renda para parte da população, por outro lado, provoca um fluxo migratório muito grande do interior do Estado e de cidades de outros Estados vizinhos, o que requer um investimento pesado em infraestrutra da cidade.


Com a criação da Região Metropolitana de Manaus, os municípios de Manacapuru, Iranduba e Novo Airão serão integrados a cidade de Manaus, muita gente de Manaus vai morar no interior e  muitas pessoas do interior dessas cidades virão para Manaus, o comércio imobiliário irá crescer enormemente do outro lado do Rio - toda essa movimentação terrestre de pessoas irá passar pela Avenida Brasil de Manaus, agora dá para verificar o quanto essa  via será importante para a nossa cidade. É isso.

sexta-feira, 18 de março de 2011

BLOGDOROCHA: MEMORIAL ENCONTRO DAS ÁGUAS

BLOGDOROCHA: MEMORIAL ENCONTRO DAS ÁGUAS: "O famosíssimo arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, elaborou o seu primeiro projeto para a região norte, chamado Memorial Encontro das Águas..."

quinta-feira, 17 de março de 2011

OS NOTÍVAGOS DE MANAUS

Aquelas pessoas que gostam de andar e vagar pela noite, são chamadas de notívagas, confesso que faço parte desse grupo de pessoas, sempre gostei de caminhar e vagar pela minha cidade madrugada à dentro - existia uma confraria madrugadora, em especial, que se encontrava embaixo de uma árvore na antiga Praça da Polícia, centro antigo de Manaus.

As cabeças pensantes de Manaus, da década de cincoenta, fundaram uma agremiação notívaga, chamada de “Clube da Madrugada”, os intelectuais gostavam imensamente da noite, tanto que no início do movimento, os iniciados eram batizados depois da meia-noite, no Cemitério São João Batista. Cruz-Credo!

Um dos fundadores desse movimento chama-se Luiz Bacelar, um notívago inveterado, já chegou aos 83 anos, recentemente, presenciei-o passeando à noite, passavam das dez horas, estava vindo da Praça da Polícia e caminhando tranquilamente pelo calçadão da Avenida Getúlio Vargas, não sei onde ele mora, nem para aonde ia, deu vontade de conversar com ele, mas, o deixei em paz na sua caminhada noturna.

Vale ressaltar, também, que outro fundador, chamado Jorge Tufic, está atualmente radicado no Ceará, mas, quando vem a Manaus, faz questão de andar pelas noites quentes de Manaus, apesar da violência urbana; ele gosta muito de caminhar pelo Largo de São Sebastião, Rua José Clemente, Rua Epaminondas e pela Praça da Saudade, também é considerado um notívago inveterado.

Fico encantado com a disposição, saúde e vitalidade dos nossos poetinhas acima, principalmente, pelo amor demonstrado por Manaus, pois, quem caminha pelas ruas da sua cidade, nutre um grande amor por ela; não chora, ama; não lamenta, vaga e anda, com amor.

Existem pesquisas para tudo o que se pode imaginar, para ser ter um ideia, uns malucos da Faculdade de Economia e Estudos Sociais de Londres, chegaram a conclusão que, as pessoas com maior coeficiente intelectual são mais propensas a ser notívagos, refletindo em um maior nível de complexidade cognitiva entre as pessoas que exercem uma ocupação, profissão ou maneira de viver, não sei se tem fundamento cientifico, mas, será este o motivo que levavam os integrantes do “Clube da Madrugada” a gostarem tanto da noite?

Na minha juventude e, em grande parte da minha vida adulta, caminhei, vaguei e, amanheci milhares de vezes pelas ruas da minha Manaus. Não sei explicar esse gosto, mas, a impressão é muito boa, dar uma sensação de liberdade, com poucas pessoas pelas ruas, fica tudo calmo, tranquilo; todos os gatos são pardos à noite, por isso, tudo é bonito e belo.

Quando a nossa cidade era pacata, dava para ouvir muitas coisas na madrugada: o som do apito de um guarda noturno, o badalar dos sinos da Igreja de São Sebastião, o cocoricar distante de um Galo, o piar de uma Coruja, o apito das usinas de beneficiamento, o uivado de um cão vira-lata, a voz calma e mansa de um vendedor de Mingau e um grito perdido na noite!

Atualmente, o que dá para ouvir na madrugada: a sirene da polícia, o estrondo de fogos de artifícios, a barulheira dos automóveis, o som estridente das baladas, o grito de policiais na captura de bandidos, o estampido de uma bala e muitos gritos perdidos na noite!

Conforme uma cidade vai crescendo, a violência urbana tende a crescer numa progressão geométrica, infelizmente, torna-se um fator crucial que impede aos notívagos de vagarem e caminharem sossegados e contemplativos pelas ruas da sua cidade.

Certa noite “caliente” da minha cidade fiz uma caminhada pelo centro histórico de Manaus (mesmo com certo receio), caminhei, caminhei e, parei defronte ao “mulateiro” da Praça da Polícia, fiquei a admirar aquela árvore secular e também a um banco, não sei se é aquele em que os madrugadores chamavam de “banco dos patos”, sentei e fiquei a admirar o local e a noite, é claro!

Olhei ao redor, fiquei a pensar no tempo passado, quantas pessoas notívagas ficavam ali até altas horas, mas o tempo é cruel, tudo passa e tudo passará - não tinha uma viva alma naquele momento, quem sabe, tinha sim, muitas e muitas almas rondando aquele lugar, pois ali é o lugar de encontro deles, dos notívagos de Manaus! Eu, hein!

Imagem retirada do blog: http://atticos.blogspot.com/2010/08/notivago.html