sábado, 31 de outubro de 2015

PROGRAMA “JOSUÉ FILHO, COMUNICANDO”


Com o veto da presidente Dilma, sobre a aposentadoria compulsória dos funcionários públicos aos setenta e cinco anos de idade (caso o Congresso Nacional não derrube), muitos terão que vestir os pijamas aos setenta ou voltar a exercer a antiga profissão, um deles, será o Josué Filho, atual presidente do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas, que já anunciou a sua volta ao comando do seu antigo programa matinal na Rádio Difusora do Amazonas.

Esse programa radiofônico teve uma estrondosa audiência por longos anos, tanto que contribuiu para a eleição do Josué Filho para o parlamento, com grande margem de votos.

O programa tinha um quadro apelidado pelos ouvintes como “A Escolhinha do Professor Jusué”, que fazia perguntas simplórias para os ouvintes que ligavam para a emissora, com a distribuição de brindes para aqueles que acertavam as respostas corretas.

Certa vez, um cidadão ligou:

- Alô, Josué, aqui é o Zé Luiz, do Jorge Teixeira, na Zona Leste, quero participar e ganhar, é claro!

- Muito bem, Zé Luiz! Aproveito e mando o beijo no coração para todos os moradores da Zona Leste! Eu tenho aqui, dez fraldas descartáveis da Sapeca; dois pacotes de guaraná pet de dois litros da Magistral; um fogão de duas bocas com a botija sem gás e, ainda, um rancho avaliado em duzentos reais. Escolhe um!

- Poxa, Josué, eu quero, com certeza, o rancho, pois aqui em casa a coisa tá pegando! Outra coisa, Josué, faz uma pergunta bem fácil!

- Deixa comigo, mermão! Vamos lá: Ele veio ao mundo, pregou, foi morto e crucificado na cruz, para nos salvar. Qual o seu nome?

- Poxa, Josué, essa é difícil! Dá uma dica!

- Dou sim, gente boa! Vamos lá: Ele nasceu em Belém!

- Poxa, Josué, continua difícil, pois conheço somente até Santarém! 

- Caramba, meu filho, fica ai na linha, não desliga, não, quero falar com você fora do ar!

- Minha Santa Genoveva! Você fez o pessoal do estúdio morrer de rir! Não esquenta, não, vem aqui receber o teu rancho, pois está todo mundo querendo conhecer essa sumidade!

- Poxa, Josué, muito obrigado! Me passa o endereço completinho da Rádio Difusora!

- Anota ai, gente da melhor qualidade: Fica na Avenida Eduardo Ribeiro, numero seiscentos e trinta e nove, centro antigo, edifício palácio do comercio, nos dezenove e vinte andares, cepe sessenta e nove mil e dez, Manaus, Amazonas, Brasil!

- Poxa, Josué, esse endereço é muito difícil! Tem um ponto de referência?

Caralho, meu irmão!
– desligando na cara do sujeito.

Segundo o meu saudoso amigo Crisanto Jobim (um antigo frequentador do Bar do Armando), o caboco chegou ainda pela manhã, cumprimentou a todos, recebeu o ranchão e, ainda pediu o dinheiro para voltar para a Zona Leste! É mole?

O programa tinha “A Sexta dos Coroas”, onde Josué falava muito pouco, era um martírio para ele, pois o homem “fala mais que a preta do leite” – mandava o Disc Jockey (DJ) colocar músicas do Altemar Dutra, Waldick Soriano, Abílio Farias, Nelson Gonçalves e outras feras – a velharada ia à loucura, pois se lembravam dos lupanares Iracema, Verônica e Lá Hoje – um convite para “tomar uma loura gelada” e daqueles tempos bons.

O Josué tinha também um quadro de entrevistas, onde os políticos e as autoridades faziam questão de participar, pois o programa tinha uma grande audiência, deixando os caras em evidencia.

O único problema era o próprio Josué, pois formulava a pergunta e, em seguida, dava a resposta, não deixando o caboco falar nada – os únicos que ele respeitava, ouvindo caladinho e sem interromper, era o Prefeito ou o Governador.

Atualmente, o programa vendo sendo comandado pelo radialista Valdir Correa, conhecido como “O Garotinho”, um profissional que possui seus méritos, tornando-se, também, um campeão de audiência.

Na minha humilde opinião, o novo formato do programa do próximo ano, o Josué deve ficar no primeiro tempo, com as orações e palavras de fé e alto astral, enquanto, o segundo tempo, deve continuar com o Valdir Correa e sua equipe, fazendo os gols de audiência.


Parabéns a Rádio Difusora do Amazonas, ao Josué Filho, Valdir Correa e sua equipe e ao programa matinal. É isso ai.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

CIRCULANDO PELA MINHA MANA MANAUS - NO DIA DO SEU ANIVERSÁRIO



Amanhã, dia do aniversário da minha cidade, nada escreverei a seu respeito, somente curtirei e andarei por suas ruas, becos, botecos, praças e monumentos históricos.




Moro, atualmente, no bairro da Cidade Nova II, mas, o meu coração está no centro histórico de Manaus, onde nasci, vivi minha infância, adolescência e vida adulta.



Hoje, vou de “mala e cuia” para a casa dos meus saudosos pais, na extensão da Vila Paraíso – onde dormirei e, caso Deus permitir, pretendo acordar cedo, ir até um mercado municipal para tomar um mingau de banana com tapioca; comprar o Jornal do Commercio ou Amazonas Em Tempo, os quais irão mostrar cadernos especiais sobre a nossa cidade.



Não vou querer saber de políticos e politicalhas, desgraças humanas, problemas econômicos ou notícias ruins - apenas caminhar e curtir a minha cidade.



Às dez horas, a pedida será o Projeto Jaraqui, na Praça da Polícia, onde o meu amigo e professor Ademir Ramos Ramos fará uma homenagem toda especial a Manaus e sua gente – vou entrar no samba, com a batucada da Banda do Boulevard.



Ao meio dia, irei comer aquele peixe frito com baião de dois, na Barraca do Betusca, no Mercado Adolpho Lisboa, depois, passearei pela orla de Manaus.



Tirarei uma sesta, para recompor o corpo e o espirito – a tardinha, o pedido é tomar um Tacacá, na Tacacá Na Bossa do meu amigo Joaquim, depois, como ninguém é de ferro, passarei pelo Bar do Armando, para encontrar velhos amigos e jogar conversa fora.



À noite, a pedida será o Bar Caldeira "Oficial", do meu amigo Carbajal Gomes, onde teremos a presença confirmada do cantor e compositor Torinho (atual Zeca Torres) – ele cantará aquela música famosa “Porto de Lenha”.



Para finalizar, quero uma rede para me embalar, dormir e roncar, em minha Mana Manaus. É isso ai.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

O BAR DO ALONSO




O “Alonson´s Bar” ficava na Avenida Constantino Nery, quase esquina com a Avenida Darcy Vargas, no zona centro-sul de Manaus – foi muito famoso nas décadas de setenta e oitenta, por ter sido o “point” da comunidade de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais (GLBT), numa época em que o preconceito era muito forte contra quem tinha uma orientação sexual diversa do padrão homem/mulher.




Quando reúno com os amigos da antiga, para bebermos e jogarmos conversa fora, sempre nos lembramos da nossa Manaus de outrora, dos igarapés de águas límpidas (Parque 10, Tarumã e Ponte da Bolivia) , dos cinemas (Guarany, Polytheama, Odeon e Avenida), dos puteiros (Iracema, Lá Hoje, Saramandaia e Lá Hoje), além do bar das monas, o famoso Bar do Alonso.




Segundo relatos dos amigos mais velhos, o bar também era frequentado por heterossexuais, pois a nossa Manaus era pequena e, aquele lugar era comentado pelos quatros cantos da cidade, despertando a curiosidade dos marmanjos.




O bar era alegre, com certeza, com a presença constante dos famosos “Mococa”, “Astrid”, “Jeremias”, “Caixinha”, além da rainha de todos eles, o famoso “Arroz”, o estilista Bosco.




A nossa Manaus cresceu, mas, sempre fica um gostinho de antigamente, com o Bar do Alonso ainda sendo lembrado por muitos manauaras!


BLOGDOROCHA: CAMINHADA DE TREZE QUILÔMETROS PARA ENCONTRAR UMA ...

BLOGDOROCHA: CAMINHADA DE TREZE QUILÔMETROS PARA ENCONTRAR UMA ...: Cedo da manhã de domingo, resolvi voltar as minhas longas caminhadas, consultei o “Maps da Google” do meu  Smartphone , com origem n...

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

TRINDADE, UMA FIGURA DE MANAUS



Esta postagem foi publicada em 2011 e, republicada, hoje, em homenagem ao meu amigo Trindade, falecido, recentemente.


Ele é uma figura de pessoa, um homem polivalente, formado em Direito, foi policial civil, chegando ao posto de Delegado, onde conquistou a sua merecida aposentadoria; exerceu por muitos anos a função de "Tradutor Juramentado", o homem conhece muito bem as línguas francesa, inglesa e a espanhola; gostava e, ainda aprecia muito um boteco e as cunhantãs; ele é um gozador nato, tendo uma preferência muito grande para com o trocadilho.

Como sabemos, a figura do Delegado de Polícia Civil é a de uma pessoa que exerce as atividades de polícia judiciária e de apuração de infrações penais, geralmente utiliza um grande óculos escuro para disfarçar, anda armado e não dá bobeira na sua segurança pessoal, mas, o Trindade parecia um arremedo de policial, o cara nunca pegou numa arma, acho que nem sabia atirar direito ou torto.

Ele era sempre escalado para ser plantonista, ou seja, para resolver pequenas broncas acontecidas à noite, as coisas pesadas ficavam para o pessoal da manhã seguinte. Tinha um detalhe: ele gostava de “esticar a baladeira” (atar a rede de dormir) no próprio gabinete, somente levantava quando chegava um Advogado, mesmo assim, ele despachava se embalando na rede! Mas, nada desabonou a sua conduta, foi um policial íntegro e respeitado por todos.

A família Trindade é formada por intelectuais, muitos deles tornaram-se Despachantes Aduaneiros, são bastante conceituados na Praça de Manaus. O nosso Trindade trabalhou um bom tempo nesta função, colaborando com os seus irmãos. Por ser um poliglota, prestou bons serviços para os empresários do Distrito Industrial, na tradução de documentos para serem apresentados à Aduana brasileira.

O cara ficou famoso nos botecos de Manaus, não por brigas ou confusões, não é a praia dele, mas, pela sua irreverência extremada. Gosta de gritar alto: - Lucinda, Lucinda, Filha da P...! Au, au, au, que diabos de casa é essa, somente os cachorros que me esperam! Heeei, olha o Pajurá do racha, Jaca mole e Pupunha sem caroço! 

Para quem não sabe, a Lucinda era esposa de um vizinho do Trindade, o seu marido tomava todas, chegava de madrugada, gritava pela mulher e, ela não abria a porta, soltava somente os cachorros! Adotou o mote de um vendedor de frutas do bairro do São Raimundo, o caboclo dava um berro que assustava todo mundo, tudo para anunciar os seus produtos. Esse berro é ainda muito utilizado no Bar do Armando, deixando o lusitano puto da vida!

Não desejo entrar na vida particular do meu amigo Trindade, mas, todo notívago biriteiro tem os seus problemas com a “Dona Encrenca”, ele teve os seus, tanto que chegou a separar-se várias vezes e, para tirar o atraso da vida, dava com força em cima de uma cunhã (mulher jovem). Adora falar: - Todo cavalo velho gosta de um capim novo! Certa vez, uma coroa retrucou: - Toda porteira velha gosta de uma estaca nova! Sem chance, pois ele nunca foi de "rasgar uma velha!". Eu, hein, nem pensar!

Por ser um homem culto, gosta muito do trocadilho, para ele “O Trocadilho é do Trocaralho!”. A Paronomásia (o popular trocadilho) é uma figura estilística que utiliza as palavras parônimas (com sonoridade semelhante), muita utilizada em discursos humorísticos e publicitários – no caso do nosso amigo, ele utiliza na forma de cacofonia, com fins maliciosos ou obscenos. Trindade, a trilogia, a tríade e o terno, é verdade! Podes crer!

O Trindade é muito querido por todos, faz parte da Banda Independente da Confraria do Armando (BICA) e da Banda do Sete Estrelas, muito conhecido no meio etílico manauense. Ele depois que toma umas e outras, gosta de declarar: - Copo aqui, copular! Terapia alcoolpassional! Hoje o clima está pro piço!   

O Trindade é um amante da natureza, tanto que adquiriu um enorme sítio, na Vila de Paricatuba, em Iranduba, conservou-o durante anos, ele tinha um projeto para construir um “Redodrómo”, uma imensa casa onde os turistas ficariam alojados em redes de dormir! Parece que não deu certo, tanto que ele anuncia a venda do imóvel.

Gosta muito de viajar, passa temporadas no Nordeste, inclusive, comprou um apartamento em João Pessoa, assim como é querido em Manaus é também por lá.Certa vez, ele estava no Aeroporto Val-de-Cans, em Belém, estava aguardando um voo da madrugada para Manaus. Aproveitou o tempo vago para tomar umas geladas, quando entrou no avião ficou na última poltrona.

Quando todos estavam dormindo, com as luzes internas apagadas, ele gritou: - Lucinda, FDP! Todo mundo se acordou e as luzes foram acesas; quando voltavam a dormir, gritava novamente, fez isso uma dezena de  vezes, na décima segunda, ele apenas falava bem baixinho: - Lucindaa....! Os passageiros em coro respondiam bem alto e, em bom tom: - Filha da Puta! Até a tripulação entrou na brincadeira! Foi assim até o avião aterrissar no aeroporto de Manaus!

Esse é o nosso Trindade, uma figura de Manaus! É isso ai.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

A CÚPULA DA IGREJA DE SÃO SEBASTIÃO

Aos doze anos de idade comecei a frequentar a Igreja de São Sebastiao - o que mais me chama atenção no seu interior, desde aqueles tempos idos, é exatamente a cúpula e o seu simbolismo, o que foi possível entendê-lo somente através do livro "Historia da Igreja de São Sebastião”, do Mário Ypiranga Monteiro.

História da igreja - A construção da Igreja de São Sebastião foi iniciada em 1859, pela Irmandade de São Sebastião, com frente para a antiga Rua do Conde D´Eu (Rua Monsenhor Coutinho). Em 1870, frei Jesualdo Macchetti deu início a uma capela com a frente para a Rua do Progresso (Rua Dez de Julho). A lateral esquerda foi construída para a Rua do Coronel Tapajós (Rua Tapajós). A inauguração foi em 15 de setembro de 1912 – possui um estilo neoclássico italiano e gótico, com somente uma torre (com relógio e sinos).

A abóbada (zimbório) com claraboia ou janela de luneta, com quatro evangelistas em suas pontas: São Lucas, São Mateus, São João (ao lado este tem um corvo que o alimentava com o pão todos os dias) e São Marcos.

Em seu livro “História de São Sebastião”, o escritor Mário Ypiranga Monteiro, define muito bem a abóbada e seu significado:

“Abóbada da Rotunda, onde está a alegria festiva dos anjos - Teologia mística, a “Magia Divina” – sugere a abóbada celeste – a ogdoádica, ou seja, a oitava esfera onde estão os ditos anjos, figurando os planetas do sistema solar ptolomaico ou geocêntrico. Acima, a “janela de luneta”, de vidros encairilhado, facilita a entrada da claridade e contamina as figuras angélicas de um sortilégio comovente – é a linha de preocupação de quem ensaiou aquela deliberada encenação teológica da oitava esfera ou o local   onde as potestades divinas recebem a alma, que conduzem ao céu”.

Segundo o mesmo autor “A Igreja de São Sebastião é o único templo de Manaus onde o silêncio apaziguante transfunde religiosidade e convida a reflexão”. 


É isso ai.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

EXCELÊNCIA DE BIQUEIRO


Faz um bom tempo, um grupo de amigos, formado pelo Manoel Batera, Neide, Mestre Louro e este escriba, resolvemos promover uma grande festa para as crianças da Vila de Paricatuba (Iranduba).

Fazíamos parte da Banda da Confraria do Armando, a famosa BICA – conseguimos muitos brinquedos junto aos diretores da banda e frequentadores. Um detalhe, todos aqueles que frequentavam aquela famosa banda eram conhecidos como “Biqueiro”.

O Manoel Batera resolveu pedir uma colaboração do então presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas, o Deputado Estadual Lino Chíxaro (PPS), um assíduo frequentador do Bar do Armando e da BICA, desde a sua mocidade – foi feito um requerimento em nome da “BICA” e assinado pelo saudoso Armando Soares.

Pois bem, o Manoel Batera pegou um “chá de cadeira” daquelas, mas, conseguiu falar com o nobre parlamentar. O presidente leu o requerimento e, respondeu:

- Porra, Manoelzinho, você colocou aqui “Excelentíssimo Senhor Biqueiro Lino Chíxaro”, aqui eu não sou “biqueiro”, o tratamento deve ser apenas de excelência!

O Manoel Batera ficou injuriado, pegou o requerimento de volta, rascou e, falou com os seus botões:

- Excelência é o meu ovo esquerdo, esse cara não passa de um biqueiro!

Mesmo sem a ajuda do “Excelência de Biqueiro”, conseguimos fazer uma bonita festa em Paricatuba – com o apoio total da Dona Rosangela (Dona Rô), onde foram distribuídos muitos brinquedos, refrigerantes, doces e salgados para a petizada, além do Mestre Louro ter feito a festa vestido de Papel Noel.


O “Dia das Crianças” está chegando, sinto falta das distribuições de brinquedos que fazia juntamente com os meus amigos, principalmente, para as crianças pobres de Paricatuba. É isso ai.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

ESCREVENDO EM LINHAS TORTAS


Na minha infância e adolescência sempre tive dificuldades em assimilar as aulas de Língua portuguesa - manuseava com pouca frequência a gramática, usei muito pouco os dicionários e li poucos livros, tinha tudo para ser péssimo em redação e, sou até os dias atuais.

Pois bem, com o passar do tempo, comecei a tomar gosto pela coisa, ousei em escrever para as mídias sociais, sendo o editor de um blog.

Em decorrência do meu parco preparo no ensino médio e fundamental, sinto muitas dificuldades para escrever “corretamente” a nossa língua mater.

Mesmo assim, possuo duas linhas ao escrever para o blog e no facebook, o que parece estranho para muitos leitores.

Uma dela é “da rede rasgada”, onde misturo “tu com você”, embolando gírias, amazonês e até pornografias!

Na outra, procuro de todas as formas utilizar a nossa língua culta, tentando obedecer a gramática; faço pesquisas em livros, jornais e internet; utilizo dicionários “on line”, além de editor de textos.

Recebo poucos elogios e muitas críticas sobre a minha forma de escrever – na realidade, sou uma pessoa muito observadora do dia a dia, gosto de ler sobre a história da minha cidade Manaus e tenho inspiração para escrever rápido e sem parar sobre esses assuntos.


Entendo que o mais importante é a mensagem e o conhecimento que é passado aos demais, apesar da forma de apresentação ser muito importante – por exemplo, esse texto está cheio de imperfeições, mas, vou escrevendo em linhas tortas. É isso ai.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

O BOI, MASCOTE DO CORAÇÃO


Ao morar no bairro da Cidade Nova, zona norte da cidade de Manaus, pude observar algumas cenas que, com o passar dos tempos, ficaram restritas a periferia e ao interior do nosso Estado do Amazonas – uma delas foi acompanhar um cidadão que criou um garrote (boi pequeno) até virar churrasco em grande festa em sua comunidade.

Ao lado do meu barraco existe um terreno baldio, onde crescem a vontade muitos capins, principalmente, do tipo canarana – foi exatamente neste local onde o dono de um garrote o deixou se alimentar até alcançar a sua vida adulta.

Depois de um ano, perguntei a um vizinho sobre aquele senhor e seu mascote, que criava como fosse seu filho.

Fui informado que o homem era um interiorano, um peão de fazenda do Baixo Amazonas (cidade de Parintins), onde passou grande parte de sua vida cuidando de gados e, aquele animal, fora ganho num torneio de futebol em uma comunidade rural de Manaus.

Por ter sido peão de fazenda, ficou responsável pela criação do animal até chegar a hora do abate.

O animal foi criado longe de outros bois, sendo domesticado pelo velho peão, aprendendo a mugir e a berrar com os humanos, o resto sendo puro instinto animal.

Durante dois anos fiquei a observar aquela cena entre o criador e o seu pupilo – os dois tinham uma linguagem própria, com muito afeto e interação.

As cinco da tarde, o animal ficava exaltado, mugia alto, era a hora de voltar para casa e dormir.

Quando o velho peão chegava, o boi balançava o rabo para lá e para cá, girava freneticamente a cabeça e mugia de alegria com a presença do seu dono.

As crianças e os jovens quando iram e vinham da escola, ficavam extasiados com aquele boi, pois somente tinham visto um animal daquele em açougues ou na forma de bifes, churrascos e picadinhos em suas mesas.

Certa vez, o boi e o velho deixaram de aparecer no terreno baldio, fazia uma semana – questionei um vizinho sobre o paradeiro dos dois:

- Vizinho, o boi foi para o abate ou o peão foi abatido e subiu para o andar de cima?

Ele respondeu:

- Meu Vizinho, o peão abateu o animal, vendeu três quartos e fez churrasco de um quarto na comunidade, na festa de São João.


Depois de algum tempo, notei que o velho peão voltava ao terreno baldio, ficava a observar os capins, talvez com saudades ou remorsos de ter abatido, vendido e comido o boi, o mascote do seu coração! É isso ai.