sexta-feira, 23 de setembro de 2016

CONJUNTO DE ESTUFADOS COLONIAL


Em 1980, ainda muito jovem, fui obrigado a casar, pois tinha avançado o sinal – na época, trabalhava numa empresa de revenda de móveis e linha branca (fogão, geladeira, etc.) – comprei o básico “no estado” (com pequenos defeitos) para a formação do novo lar e a espera do bebê – estava na moda o estilo colonial (era caríssimo) – metido a besta, comprei um conjunto de estofados (com três peças) “top” todo em madeira de primeira, acredito que era de mogno, feito para durar “a vida inteira”, sendo necessário, vez e outra, somente mudar apenas o tecido do assento – esse móvel fez história.

Fui morar com a mulher em uma das casas do meu sogro, no bairro da Glória, onde o estufado reinava numa imensa sala de estar – todos admiram aquelas belas peças, pois era grande, ergométrico, proporcionado um total conforto para as visitas e, para o pobre mortal aqui assistir aos meus programas favoritos de televisão.

Em 1982, foi morar no Conjunto dos Jornalistas, na Avenida Constantino Nery – as peças de estofados tomavam quase toda a sala de estar do apartamento, tornando-se incompatível com aquele minúsculo lugar, mesmo assim, ficamos com ele por uns quatro anos.

Nessa altura do campeonato, já tínhamos um casal de filhos sapecas – os curumins riscavam as paredes, quebrando tudo o que encontravam pela frente e, adoravam fazer xixi, riscar de canetas e de lápis coloridos o ex-bonitão conjunto de estufados colonial! Sem chance de ser feliz.

Muito a contragosto, o estufado colonial foi vendido a “preço de banana” para um casal de amigos moradores da Glória, a Ninita (hoje, uma policial civil aposentada) e o Bento (aposentado e dono de uma bar/peixaria, antigo Bar do Quixito, no Conjunto Tocantins).

O casal ficou por mais de vinte anos com o estufado, mesmo morando em apartamento - segundo o meu compadre Bento, o móvel foi cedido a uma prima, pois foi obrigado a comprar um estufado tipo cama, para evitar de uma vez por todas dar o famoso “bafo de Onça” e ouvir os ralhos da Dona Encrenca (quando chegava em casa cheio da birita), resolvendo o problema dormindo na sala de estar.

Passados trinta e seis anos da compra do móvel, o conjunto de estufados colonial voltou a brilhar – uma vizinha da prima do Bento, falou para um amigo arquiteto e, este, muito esperto, ofereceu o móvel para um velho empresário que estava ávido em compor em sua casa de campo com móveis da década de oitenta (somente do estilo colonial).

O Bento foi consultado pela prima sobre o interesse do profissional na aquisição do estufado – na brincadeira, o compadre falou para vender por dois mil reais, que seria dividido meio a meio.

A prima do Bento falou para o cidadão sobre o valor, o marmanjo não falou que sim, nem que não, foi logo tirando a “pacoteira” do bolso da calça e pagou com vinte notas de cem reais.

Na semana passada, encontrei com o Bento lá no Conjunto Tocantins II, na Praça de Alimentação, no Box da Dona Terezinha (ela é minha cliente) – falou-me, todo sorridente, sobre a venda do móvel – disse que iria “torar” os mil reais nas praias do Rio de Janeiro (vai viajar em férias em outubro).

Pelo lucro da venda, o Bento falou-me que eu teria direito a comer diversos peixes fritos regados a ampolas de “bramitas véu de noiva”, tudo 0800.

Ontem, falei com um amigo sobre essa história do conjunto de estofados colonial – o cara é do ramo – falou e disse que o móvel vale a bagatela de seis a dez mil reais.


E agora, José? Como irei falar para o Bento sobre o real valor do móvel? Acho melhor ficar calado, pois ele pode ficar injuriado, atrapalhar as suas férias e, posso até perder o peixe frito e as cervejotas! Eu, hein!  

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

SOU PATRIOTA


Certa vez, postei em minha página do Facebook, uma foto em que apareço com uma camiseta estilizada da nossa bandeira brasileira – vários amigos virtuais gostaram e, um deles chamou-se de patriota, o que me deixou muito feliz, pois amo a minha pátria e procuro servi-la da melhor forma possível.

O patriotismo é o amor a nossa pátria, a consciência dos deveres cívicos e admiração pelas coisas do nosso país – os símbolos patrióticos como a bandeira e o hino nacional expressam essa devoção à pátria.

Acredito que houve um aumento do patriotismo por parte dos brasileiros, com o advento das Olimpíadas em nosso país, onde a grande maioria vestiu-se de amarelo, verde, azul e branco, além de cantarem alegres e satisfeitos o nosso hino nacional.

Tenho um amigo que sabe de cor e salteado o hino francês, porém, não sabe o nosso - vejo muitos jovens com camisas da seleção alemã e até da Argentina – esses caras geralmente falam mal do nosso país e lamentam ter nascido nesse torrão – uma pena, pois o Brasil é o melhor país do mundo e Deus é brasileiro!

Considero-me um patriota e, apesar de ter acabado de entrar na idade feliz, estarei disposto até ir à guerra para defender o nosso país de uma invasão da Amazônia brasileira.

Tenho uma vontade enorme de viajar pelo nosso imenso país, conhecer ainda um pouco mais o interior do meu Estado do Amazonas, depois, as principais cidades das regiões norte e nordeste e, para finalizar, o sul do país.

Adoro o meu país – as nossas tradições; a música popular brasileira; as danças característica de cada região (carimbó, boi bumbá, roda de samba, etc.); as paisagens paradisíacas e, principalmente, a alegria e o bom humor do   povo brasileiro.

Acho o máximo quando a torcida canta nos estádios o grito de guerra: “Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amooorrr” – emocionando a todos, mostrando o quanto o brasileiro ama o seu país, apesar dos pesares em que passa, em decorrência da má atuação da maioria dos políticos e dos atuais gestores públicos.

Respeito e boto fé nos jovens brasileiros – espero que eles possam nos orgulhar no futuro, ao colocar nos eixos a coisa pública, o desenvolvimento sustentável,  formando uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos e com harmonia social.



É por essa e por outras mais que, bato no peito e digo a todos: Sou Patriota! É isso ai. 

Foto: Maria Eduarda (Duda)

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

12 DE SETEMBRO



Era 12 de setembro de 1956, vim ao mundo às 12h45min da madrugada, no Hospital da Santa Casa de Misericórdia, centro antigo de Manaus – a minha saudosa mãezinha, a Dona Nely Soares Fernandes, contou-me certa vez que, ouviu o meu primeiro choro e os badalar dos sinos da Igreja de São Sebastião, onde irei daqui a pouco rezar e agradecer a Deus pela sexagésima passagem natalícia.

Logo ao acordar, olhei para um imenso crucifixo que está na parede do meu quarto de dormir, fiz o sinal da cruz e, por ser católico, rezei o Pai Nosso – ao pisar no chão, agradeci a Deus por estar vivo.

Ao abrir a porta que dá acesso a um pequeno jardim, recebi de presente de aniversário uma dúzia de flores, dado pela mãe natureza (foto). Que bom!

Lembre-me daquela musica “Eu Nasci Há Dez Mil anos Atrás”, do maluco beleza Raul Seixas, pois sou da época em que Manaus terminava no bairro da Chapada.

Tomei banhos no Igarapé de Manaus, Ponte da Bolívia, Cachoeira do Tarumã, Tarumazinho, Ponta Negra e Parque Dez; pulava da Primeira e Segunda Ponte; assistia a filmes nos cines Guarany, Politheama, Avenida e Odeon.

Assiti aos desfiles de carnaval, militar e da abertura do Peladão, na Avenida Eduardo Ribeiro, onde tudo acontecia, pois era a mais charmosa rua de Manaus – onde também admirava os prédios e lugares antigos, como o Ideal Clube, Palacete Miranda Corrêa, Prédio da Saúde, Praça do Congresso, Instituto de Educação, Tribunal de Justiça, Teatro Amazonas, Cine Odeon, Lanchonete A Gogo, Cine Avenida, Loja Credilar Teatro, Jornal dos Acher Pinto, Relógio Municipal, Largo da Matriz, Alfândega, Roadway, Lobrás, Canto do Fuxico, J.G. Araújo, dentre outros.

Na minha infância, não sabia o que era Revolução ou Intervenção Militar, mas, presenciei assustado, a invasão dos militares na residência do governador Plinio Coelho, na Rua Huascar de Figueiredo – tempos depois, na faculdade, foi obrigado a estudar Organização Social Brasileira, ministrada pelos militares – vivi a época da Ditadura Militar.

A minha família era católica, sou filho da Dona Nely e Senhor Rocha (luthier), tenho quatro irmãos, Graciete, Henrique, Rocha Filho e a Kelva - fui batizado na Igreja dos Remédios – fiz a Primeira Comunhão e casei na Igreja de São Sebastião, onde participei de um clube de jovens, a Juventude Franciscana do Amazonas.

Casei e descasei, tendo como fruto desse casamento três filhos, Amanda, Adriana e o Alexandre, que já me deram dois netos, a Maria Eduardo e o Victor Alexandre.

Morei no Igarapé de Manaus, dentro de um flutuante, depois em terra – mudei com a minha família para a Vila Paraíso, entre a Rua Tapajós e a Avenida Getúlio Vargas – ao casar, morei no bairro da Glória e no Conjunto dos Jornalistas, onde ainda mora a minha ex-mulher, uma filha e uma neta – por todos esses lugares conquistei a simpatia e a amizade de centenas de vizinhos, onde tenho um bom relacionamento até hoje.

Trabalhei em várias empresas: Central de Ferragens, Braga & Cia, Importadora Souza Arnaud, Orient Relógios, Casas dos óleos e Mirai Panasonic – todos os meus colegas de trabalho são meus amigos e tenho me relacionado muito bem com muitos deles até hoje.

Estudei nos Colégios Barão do Rio Branco, Divina Providência, Benjamin Constant, IEA e Solón de Lucena, depois, fiz Administração na Universidade Federal do Amazonas – pretendo, ainda, voltar a estudar e concluir o meu Curso de Direito - todos os meus colegas, também, tornaram-se meus amigos e festejamos muito quando nos encontramos.

Vivi e vivo intensamente a minha cidade, tornei-me um boêmio, frequentando os bares e botecos do centro antigo, o Bar do Armando, Bar Caldeira, Jangadeiro, Bar dos Cornos (fechado), Cipriano, Chão de Estrelas, ET-Bar (Bar da Loura) - curto a Banda Independente da Confraria do Armando (BICA) e as escolas de samba de Manaus, principalmente a Aparecida e o Reino Unido.

Adoro as musicas antigas da MPB e dos artistas locais; curto o teatro e as obras de arte dos nossos artistas plásticos; participo dos movimentos sociais (Projeto Jaraqui, SOS Encontro das Águas, dentre outros), além de tirar fotografias, ler jornais antigos e escrever no BLOGDOROCHA.

Tomei todas e ainda tomo algumas cervejas pelos botecos de Manaus - parei de fumar faz anos e, fico feliz por nunca ter provado nenhuma outra droga ilícita, apesar dos meus olhos estarem sempre avermelhados.

Moro, atualmente, na Cidade Nova, próximo a residência do meu filho mais velho, o Alexandre – gosto do bairro, sinto-me como estivesse no interior, onde todos ainda se conhecem pelo nome e se chamam de vizinho (coisa antiga) – faço caminhadas no Centro de Convivência da Família e tenho uma qualidade de vida melhor – pretendo morar em Iranduba, bem próximo a mata amazônica e ao Rio Negro, voltar para as condições bem agradáveis da natureza, parecidas com as da minha infância no Igarapé de Manaus.

Aproveito o momento para fazer um desabafo:

Trabalhei durante vinte anos na empresa Mirai Panasonic, sendo apenas dois com carteira assinada – eles usaram um subterfúgio para driblar a legislação trabalhista e, depois de muitos anos, fui despedido sem direito a nada, sendo forçado a buscar reparação na justiça trabalhista.

Fiz um acordo, porém, o INSS não o reconheceu, negando o meu direito de aposentadoria – recorri à justiça federal, onde perdi por duas vezes, pois o pacto trabalhista foi prejudicial a mim, segundo o meu atual advogado – o jeito foi começar a recolher as contribuições, voltar a trabalhar por conta própria e adiar a merecida aposentadoria para daqui a cinco anos, caso não for mudada a legislação (o governo quebrou a Previdência Social e os trabalhadores é que irão pagar o pato!).

No sábado passado, comemorei antecipadamente o meu aniversário sem falar nada para ninguém (hoje, segunda-feira, é o Dias das Almas, não gosto de “bebemorações”) – encontrei com os velhos amigos no Bar Aroeira, na entrada da Vila Paraíso, depois, fui ao Bar Caldeira, onde ouvi muito chorinho e samba de qualidade, para finalizar, passei no Bar do Armando – no domingo, comemorei em família, onde fiz uma Caldeirada de Tucunaré para os minhas filhas Amanda e Adriana e a neta Duda.

Já plantei várias árvores, contribui para colocar três filhos no mundo e, no futuro próximo, irei publicar dois livros.

Enquanto isso “Deixa a Vida me Levar (vida leva eu!)” – vou me aquietando, deixando um pouco de lado a boemia, a vida agitada da cidade e me preparando para curtir a terceira e última fase: a idade feliz!



É isso ai.


sexta-feira, 9 de setembro de 2016

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sexta-feira, 2 de setembro de 2016