terça-feira, 29 de junho de 2010

DIA DE SÃO PEDRO EM MANAUS

Hoje é dia 29 de junho, considerado pela igreja católica o “Dia de São Pedro” - o santo foi um humilde pescador, apóstolo, fundador da Igreja Católica, o primeiro Papa, protetor das viúvas e dos pescadores, além de ser considerado pelos católicos como o chaveiro do céu e de ter a responsabilidade de fazer chover.

Na tradição católica, hoje é dia dos pescadores fazerem a Procissão Fluvial e, em terra firme os fieis devem acender fogueiras na portas das suas casas, soltar fogos de artifícios e fazer o famoso pau-de-sebo.

Em Manaus, o evento terá como tema “São Pedro nos fortalece com economia e vida, queremos uma sociedade sem exclusão” - a tradicional procissão sairá da Igreja Matriz e fará o percurso fluvial acompanhado de centenas de embarcações enfeitadas.

Segundo o jornal Diário 24 Horas “O percurso fluvial começa na Ponta do Ismael, Compensa 3, zona oeste, até a Comunidade São Pedro, encerrando no Porto da Panair, no Educandos, zona sul.

A continuidade da procissão terrestre recomeça na Avenida Bento José de Lima. Em seguida, às 18h, será realizada uma missa campal no Centro Cultural Zulândio (curral do Boi Garanhão), em Educandos”.

Manaus é uma metrópole, apesar do crescimento ainda cultivamos esta procissão na orla do Rio Negro – ainda bem! Quanto aos festejos juninos, vamos perdendo um pouco esta tradição, infelizmente!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

CENTRO CULTURAL PALÁCIO DE JUSTIÇA

Fica na Avenida Eduardo Ribeiro, 833, centro de Manaus, a sua construção foi iniciado em 1894, no governo de Eduardo Gonçalves Ribeiro e inaugurado no dia 21 de abril de 1900, na administração estadual do Coronel José Cardoso Ramalho Junior – serviu por 106 anos como sede do Poder Judiciário, principalmente como instância do segundo grau.

É um dos remanescentes do período áureo da borracha, exemplo da arquitetura clássica, com as suas linhas estruturais seguindo o estilo renascentista. Foi tombado como patrimônio histórico estadual em 1980.

Era conhecido como Palácio Clóvis Bevilácqua, uma homenagem ao jurista e autor do projeto do Código Civil de 1899 (promulgado em 1916) – sendo, posteriormente, transformado em Centro Cultural Palácio da Justiça.

Poucas pessoas conhecem o interior do prédio, a oportunidade é agora, para maiores informações basta mandar um e-mail para tur.ccpj@culturamazonas.am.gov.br  ou ligar para 92 3248-1844. A programação é variada: música erudita, música popular acústica, teatro, cinema, exposição de arte, palestras e júri simulado. Os serviços são os seguintes: Café Leão do Ouro, Loja de Souvenir, Livrarias, Exposição Permanente, Exposições temporárias, Visitas guiadas (guias bilíngues), Visitas teatralizadas e Aluguel do espaço para programação variada. Visitação de terça a sábado, das 9h às 16h e domingo, de 16h às 21h.

Sempre morei no centro de Manaus, nunca tinha entrado naquele prédio, mas, sempre tem o primeiro dia, e, este foi no domingo passado. A Avenida Eduardo Ribeiro perdeu o seu “glamour”, os governantes não têm dado a devida atenção a esta importante via pública, o local é mal iluminado e pouco policiado – ao chegar ao prédio, notei um forte odor na calçada e uma iluminação deficitária, fica aberta apenas uma parte de um dos portões – ao entrar a coisa toda muda, existe segurança, guias, iluminação perfeita, tudo em perfeita ordem.

Tive a oportunidade de conhecer o Pleno e o Tribunal do Júri; visitei todas as salas, fiquei surpreso com o teto, um trabalho de arte; encontrei dezenas de móveis da época, relógios antigos e lustres de cristais; visitei duas exposições fotográficas; conheci o acervo com mais de mil livros jurídicos; tive uma grata surpresa ao olhar do hall principal os fundos do Teatro Amazonas.

O governo do Amazonas, através da Secretaria de Cultura, deve fazer algumas injunções junto a Prefeitura Municipal de Manaus, no sentido de substituir toda a iluminação da Avenida Eduardo Ribeiro, bem como, solicitar a Secretaria de Segurança Pública, um maior policiamento do local. Fazer também um trabalho junto à rede de ensino, tanto publica quanto privado, para atrair os estudantes do ensino fundamental e médio, para visitarem aquele prédio histórico – divulgar, também, na mídia local, os atrativos do Centro Cultural Palácio de Justiça e de outros espaços públicos, motivando as pessoas para conhecer estes locais.

Fonte: http://www.culturamazonas.am.gov.br/

sexta-feira, 25 de junho de 2010

RODRIGO - O CARIOCA CABOCLO DE MANAUS

Nasceu na cidade de Três Rios, interior do Rio de Janeiro, veio para um acaso para Manaus e, fixou residência na nossa cidade faz 35 anos, tornou-se um carioca caboclo.

Bem novinho foi morar no bairro da Lapa, reduto dos boêmios cariocas, próximo ao Arcos da Lapa (aqueduto do Brasil colonial e atualmente serve como via para os bondinhos que sobem o Morro de Santa Teresa).

O Rodrigo possui um “gogó de ouro”, canta e encanta, caso tivesse ficado no Rio, seria reconhecido nacionalmente, em decorrencia do seu excepcional talento musical – foi criado junto com os amantes da vida noturna, bem no meio dos intelectuais, políticos e músicos – a sua praia sempre foi o samba, curtiu muito os Bares cariocas como o Belmonte, Taberna e Buteko do Juca, Antonio´s e Arcos Irís.

Ele é apaixonado pelo Flamengo, a cerveja Brahma e pela Escola de Samba Mangueira – a sua marca registrada é a “Exaltação à Mangueira”, um samba/carnaval, criado em 1956 por Enéas Brites e Aluísio Costa – tornou-se um hino, quando o Rodrigo canta os primeiros refrões, todos ficam em silêncio para ouvi-lo:
“Mangueira teu cenário é uma beleza
Que a natureza criou, ô...ô...
O morro com teus barracões de zinco,
Quando amanhece, que esplendor,
Todo o mundo te conhece ao longe,
Pelo som teus tamborins
E o rufar do teu tambor, Chegou, ô... ô...
A mangueira chegou, ô... ô...”

Sempre foi um frágil no amor, fica logo apaixonado, certa vez arranjou uma nega velha, ela estava afim de segurar o Rodrigo – fez altos investimentos em bebidas, montou um Bar no AP e o convidou para comemorar o evento:

- Meu amor, olha que lindo bar que eu mandei  construir somente para você, aqui tem todo tipo de bebidas, gastei uma grana, não quero mais ver você nos bares da Lapa. O argumento foi forte, mas o Rodrigo não caiu no papo.

- Beleza, meu amor, só tem um probleminha: você sabe muito bem que eu sou Brahmeiro, vou descer e comprar umas ampolas. Desceu e nunca mais voltou!

Certa dia, resolveu pegar um avião e ir até Manaus, foi executar uns serviços contábeis para uma agência bancaria. No primeiro dia da sua estada em Manaus, foi ao Bar Caldeira tomar a sua “loira gelada” - da Brahma, é claro! Deu de cara com uma turma da velha guarda boémia de Manaus – foi amor a primeira vista, resolveu que não iria mais sair de Manaus.

Depois de vinte anos voltou ao Rio, não encontrou mais os velhos amigos, ficou deslocado na sua própria cidade, voltou imediatamente para a sua cidade do coração – a Manaus amada e que o aceitou como fosse um filho seu!

O Rodrigo já está chegando a casa dos oitenta anos, ainda continua trabalhando muito, tomando a sua Brahma, cantando o seu amor a Mangueira e ao Mengo e, convivendo maravilhosamente bem com os seus amigos manauaras. É isso ai!

Fotos: Rodrigo, Arcos da Lapa, Cristo Flamenguista, Pavilhão da Mangueira e a antiga fábrica da Brahma de Manaus.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

O ZÉ MUNDÃO NA COPA DO MUNDO


O Zé é um cara que não entende nada de futebol de campo, porém, em se tratando de Copa do Mundo, a coisa toda muda, tanto que antes de iniciarem os jogos, foi fazer as compras alusivas ao evento, no centro da cidade. Foi direto na fonte: nas lojas do Shopping Center "Bate Palmas", na Rua Marechal Deodoro - foi chegando e logo fazendo o pedido: - Três dúzias de bandeirolas, duas dúzias de Vovuzelas (Cornetão), uma dezena de pulseiras, seis camisas "fanta" do Brasil, tamanho M e GG, oito sacolas com o pavilhão brasileiro, 10 bandanas e 5 perucas nas cores do Brasil! A vendedora toda sorridente, perguntou: - Qual a forma de pagamento? Ele, gaiato como sempre, mandou ver: - À vista, no monte, na "babita", carvão vivo, minha santa! E dá prá conseguir aquele descontão? Consegui um bom desconto, o problema foi levar toda aquela "bagulhada" para sua casa, teve que ligar para um “Motora” chamado de "Jesus", um taxista “Jacaré'" que faz ponto lá pelas bandas do Bar do Armando. O Zé tem um bom coração, aquelas compras foram distribuídas para os filhos, vizinhos, colegas e amigos. Ele passou uma semana ajudando o pessoal da comunidade - foram noites em claro, pintando, subindo em muros para colocar as bandeirolas, deu até um pulo até a campeã Rua Santa Isabel, para copiar alguns enfeites. Ficou a pensar: – Gastei a minha grana nas compras do material e o meu precioso tempo na arrumação da Rua, será que vai valer a pena? Sei não, Zé Mundão! A nossa seleção ainda não inspira confiança, conhecemos apenas o Robinho, Kaká, Luís Fabiano e o reserva Grafite, quanto ao resto dos jogadores, não sabemos nem quem são! Deixa prá lá Zé, afinal, somos todos treinadores, o Dunga está mais para o Zangado, mas sabe o que está fazendo, vamos esperar para vê como é que fica! Chegou o grande dia, a nossa seleção canarinho entra em campo conta a seleção da Coréia do Norte – o Zé tinha inúmeras opções para assistir ao jogo: Rua Santa Isabel, Ponta Negra, Eldorado e na sua comunidade Paraiso – resolveu ir para o Bar do Armando. Logo no início no jogo, deu um berro, chamou aquele palavrão, o dono do Bar passou aquele ralho no Zé: Ô caralho! Tu não sabes assistir ao jogo calado, porra! Vocês, brasileiros, gostam de ficar gritando o tempo todo, o jogo é para assistir caladinho e comemorar apenas quando se faz um gol a favor! O português foi mexer logo com quem – o Zé tirou de dentro da camisa aquela Vovuzela, encheu o peito de ar e soltou um barulho de estremecer o pedaço! Pensou: - Este português vai me expulsar! Que nada, o Armando entrou no clima, inclusive distribuiu para os torcedores um monte de apitos, ficou uma atmosfera de Brasil, muito barulho, cervejas e palavrões, tipo padrão Zé Mundão! O Brasil ganhou de 2 x 1 , com um golaço do Maicon! O Zé voltou para a sua casa, quando chegou no pedaço, o pessoal da comunidade foi logo cercando o cara, um mais afoito gritou: - Zé tu és um fuleiro! Deu o maior duro na ornamentação da Rua e vais assistir em outro lugar, sai pra lá Traíra! O Zé prometeu que no próximo jogo iria assistir com eles, promessa feita e não cumprida, de novo! Pois é, o dito cujo passou o sábado tomando uns birinaites com os amigos - no calor das discussões sobre o jogo do dia seguinte, um amigo disparou: - Zé tu não entende nada de futebol, por um acaso tu sabes onde fica a Costa do Marfim? O Zé detonou: - Realmente, sou um zero a esquerda no quesito futebol e, somente conheço da Costa do Marecão para cá, porém, sei que o resultado será 3 a um para o Brasil, vamos apostar? No domingo, segundo jogo com a Costa do Marfim, o Zé somente se levantava para ir à latrina e voltar para a sua cama, estava na “fininha” que fazia dó! Pobre Zé, não podia sair de casa - o pessoal da comunidade gosta muito dele, pois o cara é uma figura, faz a festa – desta vez não deu, teve que colocar uma TV de 14 polegadas bem perto da privada! Não podia nem gritar gol, senão...! Na próxima sexta-feira, teremos Brasil X Portugal, os dois estão classificados, mas não será jogo de compadre, a bola vai balançar na rede dos portugueses, eles nos ensinaram a falar o português e não a jogar futebol. O Zé está pensando em assistir ao jogo com os amigos da comunidade Paraíso, porém, o jogo é de manhã e já foi escalada para trabalhar à tarde. Sei não, mas, como eu conheço bem o Zé Mundão como a palma da minha mão, com certeza, ela ira novamente dar um bolo nos amigos da comunidade e ir para o Bar do Armando, somente para encher o saco do seu amigo português – sabe como são as coisas: jogo do Brasil na Copa do Mundo, assistir ao jogo num Bar, será que o Zé vai ficar abstêmio e voltar para o trabalho? Du-vi-de-o-dó! Sai prá lá, Zé Mundão! Muita bola ainda vai rolar, vou ficar na arquibancada vendo as tuas presepadas na Copa do Mundo! Eu, hein, Zé Mundão!

Obs. O Zé Mundão é um personagem do Blogdorocha, representa um caboclo amazonense da cidade de Manaus, brincalhão, gozador, porém, demonstra um grande amor pela sua cidade.

CONVITE PARA O TACACÁ NA BOSSA

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O HORTO MUNICIPAL E A ARBORIZAÇÃO DE MANAUS

Fica localizado na Avenida André Araújo, s/nº, bairro do Aleixo, zona centro sul da cidade Manaus, conta com 23 mil metros quadrados de área, foi implantado em 1969, no local funcionava um antigo “Lixão”, está subordinado a Secretaria Municipal de Meio Ambiental - SEMMA, contato 92 3663-4220 e-mail semma@pmm.am.gov.br .

Com a implantação da Zona Franca de Manaus, a cidade passou por um vertiginoso crescimento populacional, ocorrendo uma desordenada ocupação habitacional – o lixão teve que ser transferido para um local mais distante; para a recuperação ambiental do lugar foi implantado o horto.

A nossa cidade tem um clima quente e úmido, com o crescimento perdemos aquela paisagem bucólica e, apesar de estarmos encravados na selva amazônica, a cidade é pouca arborizada – para amenizar este quadro desolador, o Horto Municipal possui um papel fundamental para a implantação da política municipal de arborização urbana: produção, distribuição, plantio e doação de mudas frutíferas, exóticas e ornamentais, através do incentivo para a plantação nos quintais das residências dos manauaras, recuperação de áreas degradadas, transplantio de árvores adultas e recuperação de praças e jardins públicos, além da educação ambiental desenvolvida dentro do Horto.

O espaço está aberto para visitação publica - pelas suas alamedas encontramos mais de cem espécies vegetais: helicônias, orquídeas, bromélias, manacás, flamboyants, no grupo das ornamentais; exemplares frutíferos como o açaí, a acerola, o limão, o cupuaçu, o cacau, a manga, o taperebá, a carambola, o jenipapo, a fruta-pão e o mamão; e, ainda, plantas exóticas, como as alpínias, as espadas de São Jorge, o talo-roxo, crótons, trepadeiras e samambaias. O toque mágico à beleza das flores e das plantas, entretanto, é dado pelos bem-te-vis, sanhaçus, beija-flores, sabiás e outras espécies de pássaros, que encantam os visitantes desse acolhedor e aconchegante recanto verde.

Recentemente, recebí um e-mail do amazonense André Maués, trata do problema da arborização de Manaus “Muitas vezes, reclamamos tanto de um problema que nós mesmos podemos resolver, sem ter que esperar pelos governantes. Exemplo: a (falta de) arborização urbana. Escrevi um pequeno projeto e iniciei um primeiro contato com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente para permitir a o plantio de árvores (nada de palmeiras!!!) nos canteiros centrais das nossas ruas. O Horto Municipal fornece as mudas de graça e, caso a Prefeitura não disponibilize ninguém para plantar, eu mesmo faço questão de plantar as mudas em toda a extensão da Djlama Batista, Maceió, dentre várias outras avenidas. Gostaria de levar essa, dentre outras idéias, para os movimentos mencionados, pois acredito que várias outras pessoas estariam dispostas a fazer este "sacrifício" junto comigo”. Estou encaminhando o email para os lideres da Associação dos Amigos de Manaus – AMANA, no sentido de abraçarmos esta exelente ideia. Quem estiver com vontade de mudar a cara da nossa Manaus, pode entrar em contato com ele, através do e-mail andremaues10@gmail.com .

Não adianta preparar somente a nossa cidade para a Copa de 2014 em termos estruturais, equipamentos urbanos, etc. – devemos, sim, mudar também a cara de Manaus, com uma cidade arborizada, bonita, limpa e disciplinada – o Horto Municipal de Manaus está fazendo a sua parte, falta tomarmos atitudes para mudar! É isso aí.

sábado, 19 de junho de 2010

DASDÔ E O BARCO DO ENCANTO

Era a Moça mais linda da vila do pescador.

A beleza mais rara, feitiço das águas “Dasdô”
Nos seus olhos viviam
As luzes que vinham de longe
Cidade que abre mil asas de sonhos
Tá querendo te levar
Era noite de lua, tão cheia de lua
Tão clara de lua, uma noite pra se apaixonar
Foi “Dasdô” deslizando, no barco, bailando
Cidade chamando nessa noite pra se apaixonar
Foi no espelho das águas que a bela “Dasdô” conquistou
O coração mais vermelho, senhor dos banzeiros, ordenou
Que seus quatro cavalos de fogo
Tomassem o barco do encante
E a jovem levasse pro feitiço completar
E no fundo do rio, barrento no cio
O belo senhor recebeu “Dasdô”, que se apaixonou
E o amor se expandiu e do barco surgiu
A cidade encantada, que se iluminou


Letra de Renato Bagre, Helen Veras Filho, Ana Paula Perrone e Paulo Marinho
CD Garantido 2007 – Guardiões da Amazônia
Foto: J Martins Rocha - Mural na entrada do Bumbodromo de Parintins, Amazonas.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

AMAZÔNIA – OS FILHOS DO AMANHÃ – A SABEDORIA NÃO ENVELHECE

O vídeo está no YouTube – mostra fotos da Amazônia, principalmente do Festival Folclórico de Parintins, o fundo musical é uma toada do Boi Garantido, composição do Paulinho Du Sagrado, com a voz do David Assayag. As primeiras fotografias mostram este escriba, meus filhos e o meu saudoso pai. Para baixar, basta dar um Ctrl+um click no link e ter um pouco de paciência para terminar o download.

http://www.youtube.com/watch?v=TI0rKunQXhc

quinta-feira, 17 de junho de 2010

INSTITUTO GEOGRÁFICO E HISTÓRICO DO AMAZONAS - IGHA

Foi fundado em 25 de março de 1917, considerado de utilidade pública pela Lei Estadual nº 897, de 24 de agosto de 1917, e pela Lei Municipal nº 1.071, de 22 de outubro de 1973, sendo, dessa forma, tutelado e financiado pelo Estado do Amazonas e pelo município de Manaus.

Situa-se na Rua Bernardo Ramos, 117, com fundos para a Rua Frei José dos Inocentes, centro antigo de Manaus, telefone 92 3622-1260 - o local é chamado por muitos como “A Casa de Bernardo Ramos” – Bernardo de Azevedo da Silva Ramos (1858/1931) foi o fundador, organizador e primeiro presidente. O Prédio foi tombado através do Decreto no. 5.218, de 03-10/1980. O governo do Amazonas, através da Biblioteca Virtual do Amazonas, busca resgatar todo o acervo do IGHA, constante de estudos amazônicos de Geografia, História, Arqueologia, Sociologia, Antropologia Cultural, Linguística e ciências correlatas - fonte para boa parte da historiográfica do Amazonas.

Possui um quadro de 50 poltronas com os seguintes patronos: Adolpho Ducke/Agnello Bittecount/Alberto Rangel/Alexandre Ferreira/Alexandre Von Humbolt/Alfredo da Matta/Alfred Wallace/Ambrósio Brandão/André Araújo/Gonçalves Dias/Barão de Sant´Anna Nery/Bernardo Ramos/Cândido Rondon/Carl Von Martius/Constantino Tastevin/Curt Nimuendaju/Roquette-Pinto/Ermanno Stradelli/Euclides da Cunha/Francis Castelau/Adolpho de Vernhagen/Gabriel de Souza/Gastão Cruls/Gaspar da Madre de Deus/Jean Lery/Jean Agassiz/Faria e Souza/Barbosa Rodrigues/Johann Von Spix/Capistrano de Abreu/Francisco Lisboa/Joaquim Nabuco/José de Anchieta/Araújo Lima/Barão do Rio Branco/José dos Santos Inocentes/José Veríssimo/Karl Steinen/Lobo d´Almada/Manuel da Nóbrega/Paul Le Cointe/Pero de Magalhães Gandavo/Raimundo Morais/Nonato Pinheiro/Rodolpho Garcia/Romualdo Seixas/Silvio Romero/Kock-Grunberg/Vivaldo Lima/Waldemar Pedrosa. O atual presidente é o José Geraldo dos Anjos.

O Museu Crisantho Jobim (pertence ao IGHA) funciona de 2ª. a 6ª. das 13:00h as 17:00h – para quem mora em outras plagas, basta acessar o http://www.youtube.com/watch?v=QGv-LkWHk2A  – imagens de Milton Paredes, reportagem e edição da Rúbia Balbi.

No acervo do museu, o visitante encontrará peças históricas, etnográficas e arqueológicas, numas das salas estão todas as poltronas originais do Teatro Amazonas, confeccionadas em madeira e palinha-da-índia, noutra sala está o baú do pesquisador e antropólogo alemão Theodor Koch-Grünberg - escreveu diversos livros sobre o povo indígena da Amazônia, e é considerado por muitos a grande fonte da obra 'Macunaíma', de Mário de Andrade - fez diversas expedições pela Amazônia até morrer, em 1924, de malária - na peça de mobiliário estão blocos de anotações, algumas roupas e instrumentos de trabalho do cientista.

As pessoas de bem que construíram o IGHA e os atuais sócios efetivos – merecem todo o nosso respeito e consideração, pois da grandeza das suas ações contribuíram enormemente para a Amazônia brasileira continuar brasileira, e intacta e assim será entregue aos nossos pósteros.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A ATUAÇÃO DA FIFA NA COPA DO MUNDO

Por estarmos em plena Copa do Mundo, nada mais pertinente do que falarmos um pouco sobre a atuação da FIFA nos países onde sediam esta competição, particularmente, na África do Sul e, no Brasil em 2014.

A Federação Internacional de Futebol Associado, foi fundada no dia 21 de maio de 1904, com sede em Zurique, na Suíça, possui como membros em torno de 208 federações nacionais – o seu lema é “Pelo jogo. Pelo mundo”. Além da Copa do Mundo, ela coordena a Copa do Mundo de Clubes, Copa de Confederações, Copa do Mundo de Futebol Feminino, Mundial Sub-20, Mundial Sub-17, Copa do Mundo de Futsal e Copa do Mundo de Futebol de Areia. Alguns falam que a FIFA é o FMI do futebol – para termos uma ideia, ela está no centro de um mercado que movimenta anualmente a cifra de 250 bilhões de dólares; somente com a Copa da África do Sul, ganhou 3,8 bilhões de dólares.

Segundo a Revista Piauí 44 _ maio 10 “Um país que queira sediar a Copa do Mundo tem que aceitar todas as exigências listadas no chamado “Cadernos de Encargos” da FIFA. Se necessário, a legislação nacional é modificada. Obriga o anfitrião a conceder vistos de trabalho ao pessoal estrangeiro, dar isenções alfandegárias para todo o material relacionado ao evento, garantir livre transferência de divisas e bancar a infraestrutura necessária para transporte e telecomunicações. Exige que o país sede assine um termo reconhecendo o direito exclusivo da entidade para a exploração comercial dos jogos, o que inclui publicidade, marketing, licenciamento, direitos de transmissão e até o controle das vizinhanças dos estádios. A FIFA tem soberania no raio de um quilometro em volta do local dos jogos. Se um restaurante quiser exibir os jogos da Copa em televisões ou telões, terá que pagar direitos autorais à emissora que os transmite, a qual destina uma parte deles à FIFA, pagará também uma licença para a venda de bebidas alcoólicas – até um camelô que mencione a expressão “Copa do Mundo” na hora de vender os seus cacarecos corre o risco de ser preso pela polícia”.

Segundo a mesma revista, o governo da África do Sul argumentava que os jogos trariam crescimento econômico e orgulho nacional, deixando para trás séculos de conflitos e pobreza - em seis anos, foram construídos cinco estádios, com gastos superiores a seis bilhões de dólares, com o final da Copa em Julho, 150 mil operários estarão desempregados, pois os empregos são temporários, a cerveja à venda nos estádios não é sul-africana e muito menos os produtos licenciados, que são todos importados da China, de empresas que usam o trabalho escravo e de crianças.

A FIFA nunca perde dinheiro, mesmo que o evento seja um fracasso – neste ano, ela distribuirá 420 milhões de dólares em prêmios e ajudará aos 32 times do mundial; a seleção campeã ganhará 30 milhões e a vice, 24 milhões.

No Brasil, os investimentos serão astronómicos, a FIFA está preocupada com os prazos para construção e reformas de estádios e aeroportos. Para refletir: nos Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro, foram gastos 3,7 bilhões, deixando como herança dois elefantes brancos, o Velódromo da Barra e o Parque Aquático Maria Lenk, somente ganharam os espertalhões de sempre: políticos, atravessadores e empreiteiros. É isso aí!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

PASSEIO DOMINICAL EM MANAUS

Manaus, manhã cedo de domingo 13, céu de brigadeiro - Será que o verão chegou para valer? Não sei, sou dizer que o dia está convidativo para um passeio pelas ruas da minha cidade. Bolsa com bandeira do Brasil, óculos de sol e de grau, celular, alguns reais no bolso, boné, bermudão, chinela e camiseta regata – tudo pronto para sair – a pedida inicial é uma caminhada pelo Largo de São Sebastião, parar na Feira da Avenida da Eduardo Ribeiro, forrar a pança com um Café Regional (X-Caboquinho e Suco de Guaraná com mel e limão), para ler existem diversos jornais, a grande maioria é sensacionalista – resolvi comprar o Amazonas Em Tempo, descartei alguns cadernos e encartes, não dá para andar com esses trambolhos - este passou nos testes, pode comprar que é bom. Parei para ler o jornal, o local escolhido foi o Largo da Igreja de Nossa Senhora da Conceição (Largo da Matriz) – algumas coisas me chamaram a atenção: “Fabricando Consciência Ambiental” – a demanda por novos produtos requer que os fabricantes reformulem a sua linha de produção, no sentido de embarcar nesse novo conceito ecológico mundial, alguns empregam peças plásticas feitas com material reciclado a partir de CDs e DVs descartados; o manual é eletrônico, reduzindo em 70% no uso de papel; as embalagens de papelão são substituídas por bolsa de transporte, feita com tecido produzido a partir da reciclagem de garrafas PET – por aí vai. “Febre nos EUA, livro digital chega a Manaus” – são os IPAD da vida, mais uma parafernália eletrônica para consumirmos. O economista e mestre da USP escreveu “A Economia e a vida” – “Talvez o maior erro do sistema capitalista seja o fato de ter baseado a vida econômica na acumulação de capital, identificando isso como sinônimo de progresso – Deus nos criou para amarmos as pessoas e utilizarmos as coisas, estamos invertendo isso e amando as coisas (consumismo) e utilizando as pessoas”. Fechei o jornal, o objetivo não era passar o dia lendo jornal, mas passear pela Manaus. Opção numero 1: pegar o ônibus da linha 120, parar na Praia de Ponta Negra, caminhar dez minutos até a Marina do David, pegar uma lancha rápida e ir até a Praia do Livramento – esperei mais de trinta minutos no ponto do ônibus, nada do cacareco chegar! Tinha em mente a opção numero dois: Porto de Manaus, no Rodoway, pegar uma voadeira até o Cacau Pirêra, apesar de o trajeto ser excelente, já estava enjoado dessa travessia, optei em ir um pouco mais longe, peguei um Taxi-Lotação e fiquei na Praça dos Três Poderes, na sede do município de Iranduba, fiz um passeio pelo Mercado Municipal, peguei um Moto-Taxi e fui até a Várzea do Iranduba, fica bem na beira do majestoso Rio Solimões, parei num restaurante e pedi o meu manjar: “Jaraqui Frito com Baião de Dois”, regado com um guaraná Baré, bem gelado! A paisagem do rio é muito bonita, o cheiro de mato é uma coisa imperdível – hora de voltar: Moto-Taxi/Taxi-Lotação/Voadeira, no trajeto deu para ler mais alguma coisa: “Os 13 anos do Santo Antônio de Borba” – de acordo com o artista plástico Marius Bell, que criou e construiu a estátua, a data de hoje é um prato feito para os místicos “Treze é um numero bom, coincidência ou não, a imagem do santo foi inaugurada no dia 13 de junho de 1997, tem 13 metros de altura e completa, hoje, 13 anos de existência”. “DJs a um passo da regulamentação” – o assunto é do meu interesse, pois sou um DJ amador, sou tarado por discos de vinil – o DJ mais famoso de Manaus é o Raidi Rebello, foi quem ajudou na elaboração do projeto e já organiza o sindicado. Parada no Rodoway – e agora José? Passei de volta pela Feira da Eduardo Ribeiro, comprei no sebo uma revista do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas/IGHA, o vendedor estava queimando todo o acervo, todo e qualquer livro por apenas três reais! Treze horas, Sol a pino, garganta seca, liguei o “piloto automático” – Avenida Eduardo Ribeiro, vira a esquerda na Rua José Clemente com a Rua Lobo DÁlmada, estaciona no Bar Caldeira – cerveja prá cá, conversa prá lá, as divas chegando e amimando a festa, não tem como arredar o pé, foi a tarde toda de lazer etílico! Chega a noite, chega de passeio, ufa! - Ao chegar perto do meu barraco, a festa junina dos moradores estava convidativa – quadrilhas com direito a quentão e bolo de macaxeira. Chega de passeio, no próximo domingo tem mais! Eu, hein!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

BARES (BOTECOS) DO CENTRO DE MANAUS

Existem muitos botecos no centro de Manaus, a grande maioria foi fundada por portugueses, todos possuem em comum a cerveja bem gelada, o sanduiche de pernil e muita musica ao vivo. Irei comentar sobre os mais famosos.

BAR CALDEIRA – Fica na Rua José Clemente, 237, esquina com a Rua Lobo D´Almada, telefone 92 3234-6574 – o nome é em decorrência de uma explosão de uma caldeira do Hospital Santa Casa de Misericórdia, uma parte do tanque foi parar bem perto do Bar – foi um local muito frequentado pelos políticos, estudantes, funcionários públicos e artistas – criaram até a Universidade Livre do Caldeira, com direito a eleição do Reitor e da Diretoria Executiva. Esses tempos bons já passaram, porém, ainda é muito frequentado pela velha-guarda da boemia de Manaus, aos domingos os amigos se reúnem para um bate-papo animado com sessões improvisadas de serestas.

BAR DO ARMANDO – Localiza-se na Rua 10 de Julho, 593, telefone 92 3232-1195 – o local é privilegiado, fica no famoso Largo de São Sebastião – No inicio era apenas uma mercearia de secos e molhados, com a chegada dos grandes supermercados, o português Armando Dias, migrou para a venda de bebidas, ficou famosíssimo, foi o preferido pelos juízes, advogados, artistas, intelectuais, jornalistas, escritores, turistas, etc. A cerveja é a mais gelada e a mais cara de Manaus, para acompanhar é servido o “X-Pernicioso” o sanduiche de leitão com queijo bola. A Dona Lourdes e Senhor Armando juntamente com os “biqueiros” fazem o melhor Carnaval de ruas de Manaus – A BICA – Banda Independente da Confraria do Armando.

JANGADEIRO BAR – Fica na Rua Marquês de Santa Cruz, 28, telefone 92 3233-4301, fica num prédio antigo conhecido por Edifício Tartaruga, na área portuária – foi fundado por um português há mais de sessenta anos, com o falecimento do João, a administração ficou a cargo da sua esposa, uma cabocla amazonense da gema. Além da cerveja geladíssima, encontramos o famoso sanduiche de pernil, aos finais de semana é tocada muito samba com o grupo Amigos do Samba.


BAR DO CIPRIANO – Está localizado na Rua Ferreira Pena, 1344, telefone 92 3233-3090 – Muito frequentado pelos empresários e boêmios da velha guarda – são servidas cervejas “canela de pedreiro” com diversos petiscos, com som ao vivo as sextas-feiras. Conhecido em toda Manaus pela conservação de uma tradição católica – A Malhação de Judas – são dezenas de bonecos que ficam expostos no sábado de aleluia, sempre malhando os maus políticos brasileiros.

BAR DA LOURA – Fica no Boulevard Amazonas, 626, telefone 92 3232-5387 – conhecido também por ETbar, abre somente nos finais de semana, porém, vai até o Sol raiar, faz parte do roteiro musical de Manaus, com muito samba de raiz e chorinho. O lugar é muito preferido pelos estudantes do INPA e da UFAM, apaixonados por musica popular brasileira – é um lugar pequeno, mas é muito legal para dançar.

É isso ai!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

RUAS DE MANAUS ENFEITADAS PARA A COPA DO MUNDO 2010

A Copa do Mundo de Futebol começará no próximo sábado, a movimentação é muito grande nas ruas de Manaus – a ordem é enfeitá-las com as cores do nosso Brasil. A Copa do Mundo vai ter início no dia 11 de junho de 2010. A seleção brasileira estréia no dia 15 de junho contra a Coreia do Norte, em Joanesburgo, as 15h30 (horário de Manaus).

Os vizinhos se cotizam para comprar os materiais, fecham as ruas, todos ajudam, crianças, jovens, adultos, senhoras, senhores e até o vovô e a vovó, ficam até altas horas da madrugada pintando as ruas, calçadas e as fachadas das casas, colocando as bandeirolas e fitas coloridas.
O governo do Estado lançou um concurso “Minha Rua é Hexa”, com o objetivo de incentivar a população amazonense a se reunir e enfeitar a cidade para acompanhar os jogos da Seleção Brasileira. A meta da campanha é mobilizar a população para um clima de alegria e torcida pelo Brasil, ornamentando as ruas, praças e avenidas nos tons verde e amarelo.

A rua mais premiada de Manaus chama-se Rua Santa Izabel, no bairro da Praça 14 de Janeiro, para termos uma idéia como os moradores levam a sério esta manifestação, este ano eles irão gastar em torno de setenta mil reais - serão consumidos dois milhões de fitas coloridas, dois mil metros de fios elétricos e seiscentas lâmpadas para a decoração que será  basicamente com o emblema da CBF, bandeiras do Brasil, Amazonas e da África do Sul. São 150 famílias trabalhando para que tudo saia dentro do planejado.
Para termos uma ideia da grandiosidade da brincadeira nesta rua – a expectativa é de reunir em torno de 10 mil pessoas num espaço de 350 metros de rua, com direito a telões por todos os lados, shows de bandas de forró, pagode e outros gêneros musicais, além de barracas de comida e bares pintados nas cores verde e amarela – segundo o Rômulo dos Santos, presidente da comissão "O objetivo é fazer com que aqueles que vierem para torcer na nossa rua se sintam na África. Elefantes e rinocerontes estarão por todos os lados! Mas, como somos os próximos a sediar uma Copa, teremos o espaço Brasil-Amazônia, para chamar a atenção para 2014”

É isso ai! Brasil rumo ao Hexa!

Fotos: J Martins Rocha - Ruas Santa Izabel e Leonardo Malcher.

terça-feira, 8 de junho de 2010

OS SERINGUEIROS E AS GRANDES CORPORAÇÕES

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Duas pontas de todo um processo de extração e comercialização da época áurea da borracha, de um lado, as grandes corporações sediadas em Liverpool e Nova York, com lucros astronômicos, na outra ponta, o seringueiro, vivendo num sistema de semiescravidão e fadado à morte prematura.

As grandes casas aviadoras (fornecedoras de mercadorias e dinheiro) e exportadoras, sediadas em Manaus e Belém, na sua grande maioria estavam vinculadas as empresas importadoras, sediadas no exterior. Com o advento da vulcanização, a demanda pela borracha cresceu demasiadamente nos grandes centros consumidores da Europa e dos Estados Unidos, o centro produtor em maior escala era a Amazônia brasileira, portanto, o foco dos grandes capitalistas era formar vínculos com as empresas aqui sediadas. Com a concentração de toda a produção nas mãos dessas corporações, obtiveram fabulosos lucros com a comercialização com as empresas de manufaturas e automobilísticas.

Até chegar ao pobre coitado do seringueiro, existia toda uma cadeia de intermediários, com exceção daquele, todos conseguiram amealhar lucros extraordinários. As grandes casas fornecedoras de mercadorias e dinheiro ficavam nas capitais do Amazonas e Pará, o sistema era mais ou menos assim: a casa aviadora fazia o aviamento das mercadorias e também concedia empréstimos (agiotagem) para os intermediários e estes pagavam com borracha, a troca sempre era desfavorável para o fornecedor do produto “in natura”, este processo ia descendo até chegar ao seringueiro, este era obrigado a produzir cada vez mais, pois sempre estava em desvantagem com o seringalista. A cadeia produtiva funcionava dessa forma: Casas Aviadoras e Exportadoras ==> Comerciantes ou Aviadores de 1ª. Linha ==> Seringalista e Barracão ==> Seringueiro – o de cima sempre fornecendo os suprimentos e dinheiro e do debaixo pagando com a produção extrativa.

Para driblar o esquema acima, existia a figura do regatão, comerciantes formados por sírios, libaneses e judeus, utilizavam barcos regionais, faziam compras no comércio de Manaus e Belém, depois iam para o interior vender esses produtos diretamente ao seringueiro, trocavam os produtos por borracha, o seringueiro levava sempre a desvantagem, pois o regatão utilizava um método perverso chamado de regatear, ou seja, pechinchava e comprava mais barato a borracha e vendia por um preço exorbitante os seus produtos.

O escritor Pontes Filho no seu livro Estudos de História do Amazonas, da Editora Valer - escreve com muita clareza como era a figura do seringueiro “consistia no trabalhador que se inseria no interior da floresta para extrair o látex e produzir a borracha, seu melhor retrato era o nordestino despossuído e fugitivo da seca daqueles sertões. Trabalhava dezesseis horas por dia, em média, uma barraca de palha era a sua moradia, sem proteção contra o frio, a chuva, os insetos ou feras da floresta e alimentando-se de farinha d água, do jabá, do arroz e de conservas, esses vassalos da borracha tornava-se alvo fácil de fatalidade na região. Bem cedo, acompanhando os primeiros lumes do alvorecer, erguia-se para seguir uma das duas ou três trilhas, nas quais trabalhava em dias alternados, parando a cada seringueira, fazia-lhe um talhe, deixando a tigela para posterior coleta do látex; de volta para casa, fazia a primeira refeição ao meio-dia e uma breve sesta, em seguida, retomava o percurso, coletando o liquido acumulado na tigela e retornando à cabana para iniciar a etapa final do longo trabalho diário: a coagulação do látex. Isolado no seio da mata, a solidão era a única e constante companheira no dia-a-dia da saga do seringueiro. Em suas noites, recordando-se das festas, procissões e quermesses de sua terra, sentia profunda tristeza de um exílio necessário, suportado somente diante da esperança de um grande retorno, levando fartura à terra da seca. Porém, endividado desde a chegada, o seringueiro lutava, lutava e nunca vencia, as dívidas só aumentavam, cortando os gastos com a própria comida, frágil ficava diante das epidemias, e foi assim que muitos dormiram e não mais acordaram, desaparecendo no sonho de um retorno impossível, sem sequer dar adeus ao próprio regresso”.

Com a derrocada da borracha, as grandes casas aviadoras fecharam as suas portas, os seringalistas faliram, os seringueiros que conseguiram sobreviver migraram paras as capitais, os imponentes prédios ficaram abandonados, foi os caos econômico e social, porém os grandes banqueiros e empresários do eixo Nova York-Liverpool passaram décadas e décadas gastando e fazendo novos investimentos no resto do mundo, com o dinheiro advindo da comercialização da borracha, fruto do sangue do pobre seringueiro da Amazônia. É isso.





segunda-feira, 7 de junho de 2010

PELES DE PEIXES DA AMAZÔNIA

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As peles dos peixes da Amazônia estão despertando o interesse de empresários brasileiros, ligados aos mercados de bolsas, roupas e calçados – os mais cobiçados são o Aruanã, Tambaqui, Surubim, Mapará, Pescada, Pirarucu, Pirarara e o Tucunaré.



A nossa produção de peles de peixes regionais chega a casa de três toneladas dias, sendo todos jogados nos lixões e nas águas dos rios – com a comercialização para os grandes centros consumidores, a tendência é acabar com este desperdício. Além da abundância no Amazonas, as peles são resistentes e exóticas, agregando um alto valor e grande potencial de mercado no Brasil e no exterior.


Existem empresários amazonenses que já comercializam estes produtos, porem, numa escala muito reduzida; a proposta agora é a de aproveitamento total da produção das peles, o que refletirá na geração de empregos indiretos a pescadores, frigoríficos e toda a cadeia produtiva do peixe na Amazônia.


"O nosso potencial convenceu os empresários de que as peles do pescado regional são exóticas e exuberantes e o resultado maior desse encontro é que nos dias 30 e 31 de julho, vamos realizar o treinamento de capacitação junto aos frigoríficos para a extração sem furos e sem mutilações e aí estaremos dando mais um passo para estruturarmos a cadeia do pescado, e ao mesmo tempo, valorizando os produtos regionais dentro do conceito da sustentabilidade que é o nosso objetivo", disse Nádia Ferreira, secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas.


Num primeiro momento, os frigoríficos passarão por um processo de treinamento, para adquirem as técnicas para a extração da pele sem furo e sem mutilação – posteriormente, a idéia será implantar uma usina de curtume para beneficiar a matéria-prima, o que amenizaria o problema da logística de transporte dos insumos.


O Instituto de Pesquisa da Amazônia – INPA possui todo o conhecimento sobre o curtume de peles de peixes, inclusive mantém um laboratório e técnicos qualificados, fazendo parceria com alguns empresários para o fornecimento da matéria-prima, falta somente o interesse dos investidores para a transferência da tecnologia de curtição das peles.


A hora é agora, nada mais de desperdício, emprego e renda para todos, com sustentabilidade e proteção da Amazônia e da sua gente. É isso.

sábado, 5 de junho de 2010

OLHA OS POLÍTICOS AI GENTE!

As eleições estão chegando, a movimentação está grande, muitos perderão a boquinha, outros, entrarão para o processo de engorda (mamar nas tetas do governo), pouquíssimos, passarão na peneira da ética - são aqueles que não fazem politicalha; enquanto outros tantos,  são considerados verdadeiros palhaços.

Não gosto de fazer postagem sobre este tema, não entro nesta seara, não é a minha praia, porém, gosto de dar umas boas gargalhadas das palhaçadas de alguns políticos - os folclóricos (aqueles estabanados, falam besteiras e se comportam de maneira ridícula), estes são um “prato feito” para o meu brother Simão Pessoa, foram tantas presepadas dos políticos que serviram para ele escrever várias versões do livro “Folclore Político do Amazonas”.

Manda lá Simão:

Fevereiro de 1985. Eleito pelo PDS, o prefeito Raimundo Sobrinho, de Boa Vista do Ramos, estava tendo dificuldades de “rolar” a dívida da prefeitura e pediu ajuda ao deputado estadual Átila Lins para agendar um encontro dele com o governador Gilberto Mestrinho. A ajuste fiscal que o governador estava promovendo no Estado estava tirando o sono dos alcaides. Na manhã de uma sexta-feira, o telefone do prefeito tocou, do outro lado da linha, Átila Lins: - Prefeito, estou aqui em Urucurituba. Pega uma voadeira e se manda pra cá, que o governador vai te receber em audiência. No início da tarde, Sobrinho chegou a Urucurituba, debaixo de um temporal diluviano. As ruas de barro haviam se transformado em cachoeiras de lama. Para não sujar a imaculada calça de linho, o prefeito enrolou a bainha da calça até o meio da canela. Quando entrou na sala da Prefeitura, onde o governador estava realizando as audiências, o deputado percebeu que ele ainda estava com as calças enroladas. Átila Lins se aproximou discretamente do prefeito e sussurrou em seu ouvido: - Abaixa a calça, prefeito!Sobrinho levou um susto. - Já?! – reagiu. “Eu pensei que a gente pudesse primeiro negociar…” O deputado teve um trabalho do cão para desfazer o mal-entendido.

Discurso de um prefeito do interior do Amazonas, na inauguração de uma Ponte de madeira: - Esta ponte foi fazida com muita dificuldade!. O seu  secretário particular  falou bem baixinho para o prefeito: - Prefeito, o correto é foi feita e não foi fazida! O prefeito respondeu: - Já foi dizido agora é tarde demais! 

O senador Evandro Carreira possui uma inteligência impressionante, o homem é um gênio, alguém pode decifrar o que ele escreveu: - A VOCAÇÃO HIDROGRÁFICA e SOLAR DA AMAZÔNIA, valendo todos os corolários que decorrem deste AXIOMA, como soem ser as VOCAÇÕES ICTIOLÓGICAS, A AGRÍCOLA VARZEANA, a HIDROVIÁRIA, a RIBEIRINHA, a FOTOSSINTÉTICA, USINA de ALIMENTOS e FÁRMACOS, através de sua BIODIVERSIDADE, exige a única providencia inteligente e fundamental para decifrar a HIDROESFINGE AMAZÔNICA. O SEU INVENTARIO, ESVURMANDO, anatomizando, todas as suas ESPÉCIES, para saber QUEM É QUEM? QUEM AMA QUEM? QUEM ODEIA QUEM NA AMAZÔNIA, ISTO É, descobrir a sua HOMEOSTASIA. A AMAZÔNIA é a melhor grife, a melhor marca, a melhor propaganda do mundo. Nem a COCA-COLA empata com a AMAZÔNIA. Porém, a incompetência dos governantes do AMAZONAS e de MANAUS, do PARÁ e de BELÉM, nunca soube aproveitar esse MARKETING.

“CABOCLO! O QUE É DESENVOLVIMENTO? TENS CERTEZA MESMO QUE ÉS DONO DA AMAZÔNIA? Não achas que a AMAZÔNIA está nas mãos de grupos econômicos estrangeiros, e brasileiros, ligados a políticos vigaristas, corruptos, vendilhões da pátria... DONOS DE MINERADORAS, MADEIREIRAS, FAZENDAS DE GADO, LATIFÚNDIOS, INDUSTRIAS DE APARAFUSAMENTO DE ELETRODOMÉSTICOS, das quais tu, quês és POVO, não és SÓCIO?”. Eu, heim!

O Deputado Estadual Antonio Cordeiro (Cordeirinho para os íntimos), sempre foi muito polêmico, tinha o hábito de fumar charutos cubanos nos corredores da Assembleia, os seus discursos eram esmerados (para não falar o contrário), utilizava termos conhecidos como o “Amazonês”: - Isto aqui é uma fuleragem (coisa ruim)! - Vocês são um bando a abacabeiros (mentirosos)! - Antigamente eu andava na pindaíba (liso)! - O cara bateu fofo (descumpriu um acordo) novamente! - Votou nesse deputado aí? Éraste, maninho…”. É mole ou quer mais, então toma esta: - Grandes coisa esse advogado de merda!

Vou parar por aqui, não tive a intenção de denegrir a imagem dos citados, foi apenas um aperitivo, para relaxar um pouco. É isso ai!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

BLOG DO ROCHA - CLASSIFICADOS


NOVA ROUPAGEM – Este é um blog (contração do Web Log = mensagem instantânea para toda a rede web) gratuito do BLOGGER, utilizo os modelos disponíveis no sitio, fazendo algumas modificações, por isso, está com uma nova cara, altero diariamente a foto do cabeçalho, coloquei alguns "links" dos "blogs dos bons" e disponibilizei um local para busca no próprio blog (em três anos fiz em torno de 1.000 postagens) – Está melhor ou piorou de vez?

CONTADOR – Chegamos a marca de 180 mil acessos, alguns são diretos e a grande maioria é em decorrência do site de busca “Google” com a palavra mágica “Manaus Antiga”, o contador é gratuito da http://www.startcounter.com/  – o mais completo custa algumas dezenas de dólares norte-americanos, não disponho nem de reais imagine pagar em U$.

TOP BLOG 2010 – O blog foi indicado para o prêmio de melhor blog com a temática “Cultura”, não depende de mim, os leitores é quem devem decidir pela votação ou não, talvez, ficarei na “lanterninha”, pois até o momento recebi apenas um voto (o meu, é claro!).

TV CIDADE DA NET – Fui convidado para fazer parte da grade de programação da TV Cidade, seria um programa tipo “MANÁOS & MANAUS – Antiga & Contemporânea – falta apenas dispor de grana para pagar a emissora e fazer as parcerias com os patrocinadores. Sei não, mas não levo jeito nem para sair bem na foto, imaginem falar um monte de bobagens em frente de câmaras de televisão. Estou fora, não sou político cara de pau, aquele que paga o programa com o dinheiro do “Auxílio Paletó ou da Verba Indenizatória”.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

PONTE BENJAMIN CONSTANT - PASSADO & PRESENTE

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O nome oficial é Ponte Benjamin Constant, porém, os manauaras a conhece por Terceira Ponte ou Ponte de Ferro – é considerada como um dos marcos históricos da cidade de Manaus.



Foi construída no período de 1892 a 1895, pelo governador Eduardo Ribeiro (1862/1900) – por ser militar e republicano de carteirinha, fez uma justa homenagem ao Benjamin Constant Botelho de Magalhães (1833/1891) - político e militar fluminense, positivista e fundador da República, foi também o autor da divisa “Ordem e Progresso” da nossa amada Bandeira brasileira.


A sua construção foi toda de ferro e aço, com peças importadas da Inglaterra – com o passar dos anos, sofreu os desgastes naturais, sendo recuperada em 1938, no governo de Álvaro Maia, a segunda intervenção foi em 1967, no governo de Danilo de Mattos Areosa, a mais recente reforma foi em 2009, no governo do Eduardo Braga.


Na foto colagem acima, poderemos observar como era o seu entorno no passado e no presente. Por lá passava o Igarapé do Mestre Chico, com águas cristalinas e navegáveis na cheia do Rio Negro, era uma imensa área de lazer para os manauaras. Aí que saudade daqueles tempos bons que não voltam mais!


Depois de quase 120 anos da sua construção, o rio secou, virou um esgoto a céu aberto, porém, a Ponte continua imponente, bela! No seu entorno foi construído o Largo do Igarapé do Mestre Chico, com novos equipamentos urbanos e paisagísticos, com espaços para a venda de artesanato, comidas típicas e bancas de revistas, mirante, ciclovia, pistas de caminhada e quadras poliesportivas.


Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem! Mas onde está o Igarapé do Mestre Chico? O progresso enterrou para o todo e sempre, amém! Sabemos que a definição de uma ponte como sendo a construção destinada a estabelecer a ligação entre margens opostas de um curso de água – Cadê o curso     d água do Mestre Chico?


A Ponte Benjamin Constant está lá para todo mundo ver e admirar, talvez, num futuro próximo, os homens de boa vontade e que respeitam e amam esta terra de Ajuricaba, façam as intervenções necessárias para que o Igarapé do Mestre Chico volte a ser navegável, bastando destruir o muro de contenção da famigerada “Manaus Moderna” - a Ponte e o Igarapé farão as pazes, quem sabe poderemos ainda um dia tomar banho nas suas águas, sonhar não custa nada! É isso ai!