As peles dos peixes da Amazônia estão despertando o interesse de empresários brasileiros, ligados aos mercados de bolsas, roupas e calçados – os mais cobiçados são o Aruanã, Tambaqui, Surubim, Mapará, Pescada, Pirarucu, Pirarara e o Tucunaré.
A nossa produção de peles de peixes regionais chega a casa de três toneladas dias, sendo todos jogados nos lixões e nas águas dos rios – com a comercialização para os grandes centros consumidores, a tendência é acabar com este desperdício. Além da abundância no Amazonas, as peles são resistentes e exóticas, agregando um alto valor e grande potencial de mercado no Brasil e no exterior.
Existem empresários amazonenses que já comercializam estes produtos, porem, numa escala muito reduzida; a proposta agora é a de aproveitamento total da produção das peles, o que refletirá na geração de empregos indiretos a pescadores, frigoríficos e toda a cadeia produtiva do peixe na Amazônia.
"O nosso potencial convenceu os empresários de que as peles do pescado regional são exóticas e exuberantes e o resultado maior desse encontro é que nos dias 30 e 31 de julho, vamos realizar o treinamento de capacitação junto aos frigoríficos para a extração sem furos e sem mutilações e aí estaremos dando mais um passo para estruturarmos a cadeia do pescado, e ao mesmo tempo, valorizando os produtos regionais dentro do conceito da sustentabilidade que é o nosso objetivo", disse Nádia Ferreira, secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas.
Num primeiro momento, os frigoríficos passarão por um processo de treinamento, para adquirem as técnicas para a extração da pele sem furo e sem mutilação – posteriormente, a idéia será implantar uma usina de curtume para beneficiar a matéria-prima, o que amenizaria o problema da logística de transporte dos insumos.
O Instituto de Pesquisa da Amazônia – INPA possui todo o conhecimento sobre o curtume de peles de peixes, inclusive mantém um laboratório e técnicos qualificados, fazendo parceria com alguns empresários para o fornecimento da matéria-prima, falta somente o interesse dos investidores para a transferência da tecnologia de curtição das peles.
A hora é agora, nada mais de desperdício, emprego e renda para todos, com sustentabilidade e proteção da Amazônia e da sua gente. É isso.
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