sexta-feira, 31 de agosto de 2012

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

TV AMAZONAS - 40 ANOS


Fotografia retirada do Jornal "A Crítica", mostra o momento exato da inauguração da TV Amazonas (Canal 5), era o ano de  1972, foi a primeira do gênero na Região Norte e a quinta no país. Aparece o Sr. Felipe Daou (presidente), quando fez o seu discurso "A Amazonas antes de ser mais uma estação de televisão é um ideal, de quem luta pelo desenvolvimento da região, em todos os seus sentidos" -  o cônego Walter Nogueira aparece dando as bençãos ao  empreendimento e, o Prefeito Paulo Pinto Nery prestigiando ao evento.  O escritor e historiador Abrahim Baze publicou um belo livro versando sobre esses 40 anos. Meus parabéns ao 40 anos da TV Amazonas! 

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

OBRAS PARALISADAS POR FALTA DE PAGAMENTOS


Uma leitora do nosso blog, mandou o seguinte e-mail para divulgação:


"Bom dia Rocha,
gostaria que você divulgasse a paralisação das obras de restauro do Mercado Adolpho Lisboa, por falta de pa
gamento por parte da Prefeitura de Manaus. O dono da empresa Biapó, responsável pela obra, demitiu todos os funcionários, até um engenheiro que veio de Goiás foi mandado embora. O Paço Municipal deve ser entregue até o final deste mês, assim comentam, existem poucos funcionários trabalhando e, a obra também é da Biapó, mas, a PMM tem pagamentos pendentes. Como pode um Museu da Cidade não ter objetos para expor, pois os míseros móveis 
(escrivaninhas, mesas, etc.)  ainda não foram restaurados?"



Fica ai o recado da nossa leitora, realmente, é muito triste o descaso das nossas autoridades para com o nosso patrimônio cultural. Será que vão deixar tudo para os últimos dias antes da Copa de 2014? Acho que sim, pois somente investem dinheiro em grandes obras, onde envolvem grandes somas de dinheiro público. Para ser ter uma ideia, a primeira casa de Manaus, situada na Rua Bernardo Ramos, está com mais de cinco anos em processo de revitalização e, nunca tem fim! Isto é um absurdo!

terça-feira, 28 de agosto de 2012

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A EXPLOSÃO DA CALDEIRA DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE MANAUS.



Passados quarenta anos, ainda hoje é comentado este trágico acontecimento na cidade de Manaus, com os mais jovens desejosos de saber o motivo da mudança do nome do “Bar Nossa Senhora dos Milagres” para “Bar Caldeira” e, a pedido do novo proprietário desse tradicional estabelecimento, o Senhor Carbajal, efetuei pesquisas em diversos jornais antigos, demandando três semanas de intensas buscas, pois as datas relatadas pelos antigos donos, frequentadores  do bar e moradores do entorno, todas eram controversas.

No dia 14 de Janeiro de 1970, numa quarta-feira fatídica, batiam os sinos da Igreja de São Sebastião, eram exatamente 10 horas de manhã, quando houve a primeira explosão, com um barulho ensurdecedor, todos os moradores das Ruas José Clemente e Lobo D’Amada correram para as janelas de suas casas, viram voando pedras e destroços por todos os lados e, achavam que era um terremoto.

Dois minutos depois, houve a segunda explosão, jogando pelos ares fragmentos de corpos e uma enxurrada de pedras, abrindo fendas na parede onde estava a caldeira, por uma delas, foram jogadas duas pessoas, uma estava sem a cabeça e, a outra, sem os braços e as pernas.

A terceira explosão foi mais forte, chegando a tremer o Tribunal de Justiça, o Quartel do Comando Militar da Amazônia, a Gráfica Rex e dezenas de casas da José Clemente, Lobo D’Almada e Dez de Julho.

Uma pedra caiu dentro do pátio do Comando Militar da Amazônia (atual Colégio Militar), uma parte da caldeira, pesando quase oitenta quilos, caiu dentro de casa de numero 451, quebrando a parede e destruído parcialmente o telhado, além de quebrar quase todas as vidraças das casas do entorno.

Os primeiros a prestar socorros foram os militares que faziam exercícios no Campo do General Osório – com as ordens do Capitão Costa, tiraram as pedras e escombros que estavam em cima do Arsênio Pereira de Matos, porém, não resistiu aos ferimentos, vindo a falecer na entrada do Pronto Socorro São José.

No total foram três mortos e quinze feridos – além do Arsênio, faleceram Benjamin Silva dos Anjos e Lindalva Ferreira Lima e, entres os feridos, estavam Jovelina da Silva Almeida, Teresa Barbosa de Souza, Lilian Alves do Nascimento, Edvige Alves Saraiva, Raimunda Tavares Santos e Augenira de Souza, o menor Fausto Araújo e outras crianças que brincavam de bola na calçada do hospital pela Rua José Clemente.

O acidente foi tão grave que, estivem no lugar várias autoridades para prestar apoio e solidariedades às vitimas e familiares, ente eles, o governador Danilo Areosa, o Prefeito Paulo Pinto Nery e vários oficiais da Policia Militar.


O Benjamin Silva, era foguista da caldeira e, dias antes da acontecer a explosão, fez a seguinte declaração para a sua esposa, de seus receios “Estou pensando naquela caldeira. Ela está velha demais e só vive furando, não adianta consertar que ela fura de novo. Eu já falei que ela não aguenta mais”.

Segundo os peritos que estiveram no local, a causa do acidente foi a super pressão no interior da caldeira, em decorrência do entupimento da válvula de escape e o excesso de lenhas colocadas pelos foguistas.

Os senhores João Martins da Silva, Newton Aguiar e José Ribeiro Soares, do Conselho Deliberativo da Santa Casa, explicaram que a caldeira estava em boas condições de funcionamento, sendo recondicionada, em 1968, pela firma Souza Pinto, na qual fizeram um teste de pressão de 200 libras – culpando os funcionários por erros ou descuidos na manobra dos controles.

Agora que já sabemos da história, está explicado o porquê do nome “Bar Caldeira”, pois naquele ano, ele se chamava “Bar Nossa Senhora dos Milagres” e, por um milagre, nenhum boêmio foi atingido pelos destroços da explosão da caldeira do Hospital da Santa Casa de Misericórdia.

Passados todos esses anos, será instituído, doravante,  “O Dia do Caldeira’s Bar”, exatamente no dia 14 de Janeiro, por sinal, o mesmo dia dos festejos do bairro da 14 – aliás, o dono do estabelecimento não deseja de forma alguma relembrar aquele dia fatídico, mas, a data em que houve a mudança do nome do bar.

Agradecimentos: Esta postagem não seria feita, caso não houvesse a colaboração dos funcionários do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA); do Raimundo Nonato Braga, do Centro Cultural Povos da Amazônia (CCPA) e, principalmente, do Charles Costa e Wilson Cruz Lira, da Biblioteca Pública do Estado Amazonas (apesar de estar fechada ao público, eles não mediram esforços para encontrar os jornais que continham a matéria).

Fontes: Jornal do Commercio e Jornal A Critica, edição de 15 de Janeiro de 1970.

domingo, 26 de agosto de 2012

MANA, MANA, MANAUS!





Mana mana Manaus
No coração da hiléia
Tu és soberana cidade matriz
O rio Negro teu ciúme, teu costume
Abraça forte teu terraço fluvial
O rio Amazonas viageiro te paquera
Nesse manto florestal
Vila da Barra, tu és monumental
Entalhada pelos teus igarapés
Mana Manaus
Bela arte manauara
Os teus palácios, o teatro, a catedral
A relumear, sob o céu da Amazônia
Os teus poetas, tuas danças e bumbás
Mana manô
Minha fada, meu conto de amor
O orgulho e encanto do amazonense
E do Boi Caprichoso.

Letra e música: Chico da Silva

Fotografias: J Martins Rocha - tiradas hoje (domingo, 26/08/2012) 1.  Beiradão do Bairro de Educandos; 2. Praia do Amarelinho (Educandos); 3. Teatro Chaminé (Manaus Moderna); 4. Beira do Mercado (Manaus Moderna) e 5. Uma rua que fica ao lado do Mercado Adolpho Lisboa.

sábado, 25 de agosto de 2012

“EL CAMINO” É APENAS UM CAMINHO PARA VOCÊ COMPREENDER LOGO



 Acredito que a grande maioria dos nossos leitores não entendeu o título da nossa postagem, mas, para aquelas pessoas que curtiram a juventude da minha época, ao ver a fotografia do automóvel, sabem perfeitamente que ela possui sentido, na realidade, trata-se de um automóvel utilitário, que fez muito sucesso na cidade de Manaus, nas décadas de setenta e oitenta.


A empresa Braga Veículos & Companhia, pertencia aos irmãos João, Carlos e Ernesto Braga, eles foram os pioneiros na revenda de automóveis da fábrica General Motors, uma empresa norte-americana fabricante dos veículos da marca Chevrolet.






Alguns brasileiros ainda lembram muito bem da declaração do Color de Mello, presidente do Brasil de 1990 a 1992, ao afirmar que, os carros fabricados no Brasil não passavam de uma carroça (comparando-os a um carro com tração animal, para o transporte de cargas e passageiros), pois, desejoso de abrir o mercado para o exterior, batia de frente com a indústria automobilística brasileira, atrasada “no balde” tecnologicamente (o Chevette passou vinte anos no mercado, praticamente, sem nada a agregar).

Com o advento da Zona Franca de Manaus, a nossa cidade começou a gozar de alguns benefícios fiscais que, nenhuma cidade brasileira tinha, tanto que era possível importar automóveis utilitários com a suspensão do recolhimento dos tributos federais, deixando o resto dos brasileiros babando de raiva das nossas regalias e, ainda babam até hoje, com certeza.

A firma Braga Veículos resolveu importar diversas marcas (Malibu, Monte Carlos e El Camino), diretamente da fábrica nos Estados Unidos, mas, o que mais fez sucesso e marcou toda uma geração, foi o famoso “El Camino” – para quem não sabe, ele era um automóvel utilizado pelos ianques em suas fazendas, para o transporte de diversos produtos da área rural, enquanto, em Manaus, dava status para os bacanas da alta sociedade, pois, os carros brasileiros de passageiros não chegavam nem aos pés dos utilitários americanos.

O “El Camino” tinha as seguintes características: Produção: 1959-1960 – 1964-1987 / Carroceria: Picape / Motor: 3.9 6cc, 4.6 V8, 5.7 V8 / Caixa de velocidades: 2, 3 ou 4.

Existiam várias versões, do mais simples ao luxuoso, porém, o mais bonito e charmoso existente em Manaus, o considerado “top”, o numero um das paradas de sucesso, era um modelo que ficava estacionado, nos finais de semana, bem em frente ao “Ideal Clube”, um clube da elite manauara, situado na Avenida Eduardo Ribeiro – acho que o referido carrão pertencia a algum diretor ou ao presidente do clube – deve estar guardado, como relíquia, na garagem de algum empresário.

Para quem não sabe, os irmãos Braga foram e, ainda são, grandes empreendedores, com o João na liderança, ele foi um político atuante, chegando a ser Senador da República, enquanto o do meio, o Carlos, foi um grande administrador e estrategista das empresas do grupo, ele é o pai do Senador Eduardo Braga – o Ernesto era pau para todas as obras nas empresas, comandava a parte de serviços e venda de peças de tratores da marca Komatsu, ele é o pai do Rodolpho Braga, dono das Pizzarias Splash. – foram os meus patrões nas “Lojas Populares” (atual Supermercado DB, da Avenida Eduardo Ribeiro) e “Máquinas Pesadas” (atual Parintins Veículos, da Avenida Djalma Batista), 

Certa vez, chegou à nossa loja, um jovem empresário paulista, ele tinha acabado de comprar um “El Camino”  usado e, foi conversar com o Senhor Ernesto Braga, para conseguir a documentação de importação do veículo (Guia de Importação, Invoice e Declaração de Importação), para poder liberar na Alfândega de Manaus, pois a legislação permitia, naquele tempo, a internação (saída para outras unidades da federação), sem recolhimento dos tributos (Imposto de Importação e IPI), dos produtos importados com mais de cinco anos.

Fui incumbido de procurar no “arquivo morto” tais documentos, passei três dias “desenterrando defunto” – o paulista ficou na minha cola, prometendo uma gorda gorjeta para eu encontrar com rapidez os documentos. Levei a documentação para o meu chefe, ele pediu para ir até a Braga Veículos, na Avenida Ramos Ferreira, mandou o paulista levar o carro para conferir se batia a série do carro com os documentos – deu tudo certo.

Na volta para a loja do centro, o paulista me deu uma carona, recebi a gorjeta prometida e, ainda me prometeu dar mais ou menos uns mil reais (no valor atual), caso eu descobrisse onde ficava a antena do carro – passei mais de vinte minutos procurando e, nada! Por incrível que pareça, isso já faz mais de trinta anos e, a antena já vinha instalada dentro do vidro para-brisas, como é que eu iria saber, pois as nossas “carroças”, digo veículos, tinham a antena externa e ainda não eram automáticas.

No caminho, com a baba no bolso, estava mais alegre do que pinto no merdeiro, quando sem ao menos esperar, o paulista disparou: - Rocha, toma mais duzentas pilas, mas, me faz uma favor, aquele teu chefe escroto, ele me deu a maior canseira da vida, fala que eu o mandei para a PQP!  Respondi: - Tu és doido, o cara é brabo, se eu falar isto, ele vai te caçar até na balsa da transportadora e o teu carro vai ficar preso eternamente, além do mais, ele vai dar a minha conta, eu posso ser leso, mas, não sou doido! Ele fez a réplica: - Então, dá um “cotoco” pelas costas dele! Claro que eu não fiz isso e, jamais faria uma coisa dessas! Eu hein!

Brincadeiras a parte, o “El Camino” parecia uma balsa e era beberão de gasosa, uma pura refinaria, mas, tinha tecnologia de montão e transbordava charme, sendo desejado por muitos neguinhos da minha cidade e do meu Brasil varonil – ele era apenas “um caminho para você compreender logo” (esta era a frase constante nos comerciais do veículo)! É isso ai.


Fotografias em preto em branco: reprodução de jornais antigos, sendo a terceira, do fotografo Amaranto (aparecem da esquerda para a direita, o João Braga Junior, a Maria de Lourdes Archer Pinto e o Ernesto Braga, na data do seu aniversário) 

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

ROUPAS USADAS DA FANTEX


Com a regulamentação da Zona Franca de Manaus, no ano de 1967, pipocaram em todos os lados, pequenas lojas de importação de produtos do exterior, começaram a surgir por estas bandas todos os tipos de mercadorias, tais como: relógios, aparelhos de som, brinquedos, roupas, tênis e todo o tipo de quinquilharias que se possa imaginar – ao pesquisar um jornal de 1968, passei a vista sobre um comercial de uma loja de roupas usadas, a famosa FANTEX, voltei ao tempo do final da minha adolescência.

Na nossa juventude, utilizávamos muito o termo “Fanta”, uma gíria para determinar que uma coisa possuísse um valor inferior, sem graça, fraco ou que não prestava e, quando começou a ser vinculado nos jornais o nome da loja “Fantex”, com preços das roupas até setenta por cento inferiores ao mercado, os jovens começaram a ficar um pouco desconfiados, mesmo assim, foi uma correria total para comprar aqueles produtos.

Os meus pais compraram para mim, uma calça de veludo e outra de jeans, da marca Lee, era uma novidade para os pobres mortais, mas, já eram muito utilizados pelos jovens grã-finos de época, pois somente eram comprados quando alguém viajava para o exterior ou em lojas de grife (de marca) do eixo Rio-São Paulo.

Apesar de eu andar todo metido a besta com aquelas roupas, ficava um pouco desconfiado, pois  elas estavam um pouco desgastadas, nem desconfiava que eram roupas usadas, e, o pior, de um morto - , aliás, os hippies adoravam roupas desbotadas, virando moda entre os jovens manauaras.

Tempo depois, surgiram vários boatos pela cidade, dando conta que a Fantex importava roupas usadas dos norte-americanos, doadas pelas famílias de jovens militares mortos na guerra do Vietnã (1959-1575) – foi um Deus nos acuda! A minha turma não queria mais de forma alguma andar com aquelas calças. As minhas viraram rapidinho pano de chão, nem pensar em usar indumentária de um falecido!

A partir de então, virou chacota quando alguém aparecia com uma roupa de veludo ou uma “sambada” da marca Lee: - Essa cara acha que está abafando, com esta calça de defunto! – O defunto era maior que a calça! – Essa calça é Fantex, com certeza! Todos esses comentários eram motivos para brigas entre os jovens.

A Fantex tinha lojas na Rua dos Barés (próximo ao Mercado Municipal), na Rua Lobo D’Almada (em frente ao jornal A Critica) e na Avenida Leopoldo Peres (ao lado de Fitejuta, no bairro de Educandos) – eles possuíam grandes estoques de calças de Veludo/Far-West/tipo Lee, uniformes brancos para enfermeiras, vestidos de Jersey/Seda/Algodão, camisas Nycron/Algodão/Volta ao Mundo. Após os boatos (confirmado, tempo depois), todas as lojas fecharam.

Hoje em dia é muito comum vender roupas usadas, são os famosos brechós, onde é oferecido desde a simples calça tipo Lee, ao vestido de noivas – virou até moda os jovens usarem roupas surradas e até rasgadas, mas, no meu tempo, usar roupas de defunto da ”Fantex”, nem pensar! Eu, hein!

terça-feira, 21 de agosto de 2012

TARDE QUENTE EM MANAUS



Tarde muito quente em Manaus, mesmo com o Sol desaparecendo por detrás do Teatro Amazonas e da Igreja de São Sebastião, mas, que se dane o calor, a imagem vale mais do que mil palavras. Foto: J Martins Rocha

MANAUS ATUAL


Na estatística do contador de acessos do nosso blog, um dos maiores download é de fotografias da Manaus antiga e atual. Para matar a saudade daquelas pessoas que nasceram neste torrão ou por aqui passaram parte de suas vidas, mas, encontram-se, atualmente, longe da nossa cidade, fiz esta foto-colagem, onde aparecem parte das Avenidas Djalma Batista e Constantino Nery, o Parque dos Bilhares,  Bairro Vieiralves, Igarapé do Mindu (poluído), centenas de prédios e ao fundo, o nosso Rio Negro - as fotografias foram tiradas por mim, no 17o. andar da torre empresarial do Millennium Shopping. Quem desejar mais fotos da Manaus atual, pode pedir, que publicarei.

UM DIA DE CAMINHADA COM UM POLÍTICO


Muito tempo atrás eu tinha uma caída pelo PMDB, depois, PPS, PV, PSDB e, finalmente, o PT, nunca cheguei a me filiar a nenhum deles, por isso, nunca fui alguém de partido, sempre votando em candidato, sem me preocupar com a sigla da agremiação ou das coligações, tanto que este ano, o meu candidato a prefeito é do PSDB e a vereadora é do PT – no primeiro, ajudei a montar um grupo de apoio no “Facebook” e, no segundo, estou colaborando na divulgação do seu nome - conheço muitas pessoas que são candidatas, o que eu puder fazer para ajudá-los no meu blog, eu farei, com certeza. 

Recebi um convite da minha amiga Socorro Papoula (militante e pedagoga) resolvi acompanhar a Rosi Matos (PT/13013), na sua caminhada em comunidades rurais e bairros da cidade. Ela é metalúrgica, de chão de fábrica, faz parte do movimento das mulheres metalúrgicas, dirige a CUT-AM e é diretora da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, faz politica o ano inteiro, sempre ao lado dos trabalhadores.

Exatamente às seis da manhã de domingo, o telefone toca, era o Edgar Sarazin (militante e radialista), marcando o encontro em frente ao SEBRAE (Avenida Leonardo Malcher), estava por lá o Domicius (militante, ele é um índio da etnia Tucano), seguimos de carro até o bairro da Compensa, fomos pegar a Socorro Papoula, depois, a mãe e dois sobrinhos do Domicius (no bairro Lírio do Vale).


Seguimos até a Marina do David (por detrás do Tropical Hotel), por lá estavam a Rosi Matos, o Aniceto (militante e filósofo) e outros seis militantes do Partido dos Trabalhadores – pegamos um barco a jato, passamos pela Praia do Tupé, Comunidade Nossa Senhora de Fátima, Comunidade do Livramento e, paramos na Comunidade São Sebastião do Uatumã – todas são áreas rurais de Manaus.

Por ser um domingo, geralmente as pessoas acordam mais tarde, tivemos de esperar até às dez da manhã para reunir parte dos comunitários no Clube Social – calhou de terem marcado para o mesmo horário um jogo de futebol feminino, o que acabou prejudicando um pouco a reunião.

As principais reinvindicações dos moradores são as seguintes: 1o. Recuperação da estrada que dar acesso a Comunidade do Pau Rosa, permitindo escoar a produção agrícola pela BR-174, pois ali é um assentamento do INCRA, no entanto, eles se acham abandonados pela Prefeitura de Manaus e pelo citado órgão federal – 2o. Reforma do prédio da Escola Municipal (de ensino fundamental) e, a mudança na diretoria, escolhendo para o cargo uma professora que more na comunidade, pois somente assim, será possível uma melhor interação entre os professores, alunos, pais e lideranças locais. 


Fiz uma caminhada rápida pela comunidade, visitei a Igreja Católica de São Sebastião de Uatumã (um santo guerreiro e padroeiro do lugar), bati um bom pago com um velho pescador, conheci o campo de futebol e danei-me a saborear uma gostosa melancia – peguei duas sementes da Andirobeira (onde se extrai um óleo amargo utilizado na medicina popular), com a intenção de plantar em algum quintal de Manaus.

A volta foi muito gostosa, pois a maioria dos passageiros era formada pela nossa turma – com um vento gostoso na testa, fiquei olhando sem parar a imensidão do Rio Negro e a mata amazônica – pura natureza, valeu a pena!

Pensei que já tinha terminado as atividades - qual nada, a caminhada continuou companheiro! Ainda fomos para uma comunidade do bairro do Manoa (zona norte), onde foi possível almoçar em pé, embaixo de uma imensa árvore, depois, seguimos para o bairro Jorge Teixeira (zona leste) e no centro (por detrás do Colégio Dom Bosco) – já eram quatro da tarde e, parte da equipe, incluindo eu, parou no Bar Caldeira, pois ninguém é de ferro!   

Ainda tinham mais duas atividades na parte da noite, não deu eu para acompanhar, mas, o dia fora muito proveitoso para mim, pois nunca tinha tido uma experiência dessas - visitei muitos lugares, conheci muitas pessoas e, pude ver “in loco” as dificuldades e os problemas do nosso povo – isto somente foi possível, caminhando com a minha amiga Rosi Matos e os simpáticos militantes do PT. É isso ai.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

VIAGEM A MANACAPURÚ, A TERRA DAS CIRANDAS.



Fui convidado por um amigo para irmos até a cidade de Manacapuru, ele foi a serviço e, aproveitei para fazer turismo, fomos na sexta-feira, pela manhã, um dia calmo e tranquilo, pois com a inauguração da ponte Manaus-Iranduba, o movimento cresce enormemente nos sábados e domingos, – a viagem foi muito legal, apesar da grande buraqueira da Estrada Manoel Urbano (AM-070), mas é muito bom voltar novamente a “Terra das Cirandas”, a nossa queridinha “Princesinha do Solimões”.

A cidade de Manacapuru fica a 84 km de Manaus, na margem esquerda do Rio Solimões - o acesso por via fluvial chega aos 157 km, pode-se também ir por via aérea - possui uma área territorial de 7.270 km2, com a uma população estimada em 82.309 (segundo o IBGE) – ela é conhecida no mundo inteiro em decorrência do maior e melhor Festival de Cirandas do Brasil.

Ao chegar, fomos direto a um restaurante, o prato foi “Peixe Frito & Baião de Dois”, estava uma delícia, com um preço bem camarada, depois, aproveitamos para fazer um tour pela cidade, pois ela para ao meio-dia e, o meu amigo tinha que fechar um negócio somente à tarde.

Tentamos comprar laranja, mamão, açaí, pupunha e queijo, mas, os preços estavam salgados – tudo em decorrência da grande cheia deste ano, a qual provocou alagamentos e destruição da maioria das plantações dos ribeirinhos.




Tirei várias fotografias das casas antigas da cidade e, fomos até a “Orla do Miriti”, um paraíso que fica dentro da cidade, apesar do abandono por parte da Prefeitura.




Aproveitamos para obter informações e conhecer o “Hotel Evanstour”, localizado as margens do Rio Miriti, são 50.000m2 de área, com piscinas, balneário, salão de eventos, auditório, área de lazer etc. - o gerente é um paulista da melhor qualidade - eles estão fazendo reformas no hotel, pois ficou um bom tempo fechado, em decorrência da grande cheia dos rios – quem quiser fazer reservas, basta ligar para o telefone 92 9252-2745, o preço da diária é de R$ 98,00 e R$ 128,00 (capacidade para cinco pessoas, com TV a cabo e frigobar).

A cidade está se preparando para o “XVI Festival de Cirandas de Manacapuru”, um evento que acontecerá nos dias 24, 25 e 26 de Agosto – serão três dias para “lavar a burrinha”, pois haverá um fluxo enorme de turistas na cidade, com muito trabalho e renda para aquele povo bom e hospitaleiro.

Este grande evento será transmitido para todo o mundo, pelo canal de TV “Amazon Sat” – segundo um folheto que recebi no restaurante, as três agremiações terão os seguintes temas:

  • Ciranda Guerreiros Mura – através da história, lendas e mitos a Guerreiros Mura celebra o amor – o amor físico, amor platônico, amor materno, amor à vida e o amor a Deus. É o tipo de amor que tem relação com o caráter da própria pessoa e motiva a amar (no sentido de querer bem e agir em prol). A ciranda através dos mitos e lendas da Amazônia fala desse amor sentido e retratado em todos os lugares por mais recônditos que sejam e também, de amores que atravessaram barreiras intransponíveis. Amor apaixonado, espiritual, brincalhão, afetuoso, pragmático, emocional e, outros tantos que nos farão apaixonar na arena do Parque do Ingá (o Cirandródomo).  
  • Ciranda Tradicional – Arquimedes o filósofo popular contador de estórias das terras de Manacá – Arquimedes de Siracusa (grego), um homem sábio dotado de conhecimentos, foi matemático, físico, engenheiro, inventor e astrônomo. O Arquimedes de Manacá é um nome fictício nascido na comunidade da Ilha do Paratari, a 6 horas de barco da sede do município, um homem sábio dotado de conhecimentos populares, a partir de suas estórias, passou a ser o maior contador de causos e contos das terras de Manacá, foi também agricultor, seringueiro e pescador. A cultura popular vai ser cantada e bailada, com a lenda do corta água, o chute certeiro na porta do céu, duelo das águas (a iara, o bacurau e a sucuri), o Sarapó e a canoa voadora.
  • Ciranda Flor Matizada - O elo do Rio Negro e os encantos de um novo El Dorado – Em 24 de Outubro de 2011 foi inaugurado a Ponte Rio Negro. Um cenário mágico se delineou no imaginário coletivo e impôs a inevitável viagem dos sonhos para muitos e a ponte se torna um fabuloso elo entre o mundo da capital e o mundo do interior, mas a realidade encontrada frustrou as aspirações coletivas. A Flor Matizada se propõe ao desafio de revelar ao grande público o verdadeiro sentido do novo “Eldorado”: a singeleza da tipicidade interiorana, local que ainda não foi vista, em uma viagem pitoresca pelos mais significativos aspectos da cultura concreta, fervilhante e característica de Iranduba, Caapiranga, Novo Airão, Anamã, Beruri, Anori, Codajás e Manacapuru.
Hora de voltar, paramos numa fazenda de gado, para comprar queijo coalho, coalhada, doce de leite, goiaba e cheiro verde, depois, entramos num ramal do Laranjal, numa longa estrada toda asfaltada, indo até a beira do majestoso Rio Solimões, tentamos comprar laranjas, mas, não foi possível, pois o Sol estava a pino, forçando a todos os trabalhadores a ficarem intocados em suas casas.

Muito boa a viagem, já estou com saudades – quem sabe, posso voltar e, assistir ao Festival de Cirandas de Manacapuru. É isso ai. 

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

BLOGDOROCHA: BOIUNA, A COBRA GRANDE DA AMAZÔNIA.

BLOGDOROCHA: BOIUNA, A COBRA GRANDE DA AMAZÔNIA.: A palavra “boiuna” vem do tupi (boídeos = família de grandes ofídios escamados, que matam as presas por constrição / una = preto), si...

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

O ERRO DE CÁLCULO DE UM PILOTO DA FAB



Quem passa pelo largo da Igreja dos Remédios, nem de longe pode imaginar que, exatamente quarenta e quatro anos atrás, um piloto da Força Aérea Brasileira (FAB) cometeu um grave erro e, tocou parte do avião que pilotava, na cruz no alto da torre daquele templo católico.

É isso mesmo, mano velho! Muito amazonenses ainda guardam na memória, daquele dia em que quase acontece um acidente de grandes proporções – a marca do acidente, ou seja, parte da cruz quebrada serviu para olhar curioso durante muitos anos.

Para quem não conhece a história da igreja e do seu entorno, vou comentar um pouco:

Segundo os historiadores, esta igreja foi construída em 1868, erguida sobre um cemitério indígena, foi tombada em 1988, como patrimônio histórico do Amazonas. Ela é rodeada por escadarias de pedras portuguesas de Lioz; na parte detrás, ainda aparecem os trilhos dos bondes (deixaram de circular em Manaus na década de 50).

Ao seu lado fica a primeira Faculdade de Direito do Brasil, onde por lá passaram os estrelas Jefferson Péres, Plínio Coelho e Samuel Benchimol -, bem em frente  da "Velha Jaqueira”, ficava a banca da Dona Pátria, a melhor tacacazeira do Amazonas, tia amada do médico Rogélio Casado – nos seus arredores moraram a comunidade sírio-libanesa, além dos famosos: Milton Hatoum, o autor do livro “Dois Irmãos”, a Deputada Federal Beth Azize, os senadores Arthur Virgílio Filho e Arthur Virgílio Neto. A sua frente tem uma praça, outrora esplendorosa, com um Cristo Redentor, abençoando os ribeirinhos e a Baía do Rio Negro. Antigamente tinha uma famosa escadaria, dava acesso a “Cidade Flutuante”.


Na lateral direita da igreja, morava um sujeito chamado Adalelmo Nascimento, era um mendigo rabugento, certo dia, o meu saudoso pai pediu para irmos visitá-lo, os dois conversaram muito, ele lembrou que o papai foi quem o levava para o Colégio Dom Bosco, pois ele era filho do patrão, o senhor Nascimento, da fábrica de violões “Bandolim Manauense”, ficava nos porões da Casa Alba.



Pois bem, voltando aquele dia fatídico – era um sábado de manhã na nossa cidade, exatamente no dia 22 de Julho de 1968, quando o Major-Piloto Leal Soares, cometeu um erro de cálculo, no Mini Jato de FAB de Prefixo TF, improvisando uma rasante nas imediações do Largo da Igreja dos Remédios.


Na descida, bateu na cruz da igreja, com parte da asa indo cair na Rua Leovegildo Coelho, bem em cima de um automóvel da marca Simca – o Major e o Tenente Cavalcante, com muita habilidade, conseguiram levar o Mini Jato até o Aeroporto de Ponta Pelada, fazendo uma aterrissagem quase forçada, pois o avião pendia para o lado da assa quebrada. É isso ai. 

Fonte e fotografia em preto em branco: Jornal A Crítica;

Fotografia colorida: J Martins Rocha.


terça-feira, 14 de agosto de 2012

CAMINHADA DO CENTRO ATÉ A PRAIA DA PONTA NEGRA



Em pleno “Dia dos Pais” resolvi testar a minha resistência física, fazendo uma caminhada até a Praia da Ponta Negra – é isso mesmo, saí da Rua Tapajós, nas proximidades da Academia Amazonense de Letras, levando apenas uns trocados, água mineral e, muita vontade de chegar até o destino final.

Peguei a Avenida Constantino Nery, parei no Mercado Cunha Melo, comprei frutas, fui comendo pelo caminho, entrei na Avenida Kako Caminha, fiquei a admirar uma casa em que possui na fachada um “carro na contramão”, no outro lado da pista, fica um bonito imóvel que pertenceu (ou pertence) a Dona Sadi Hauache (a dona do primeiro canal de TV de Manaus) – por aquelas imediações fica o famoso “Bar Chão de Estrelas” e a “Casa Borboleta”, pena que eu não tinha levado a minha máquina digital para registrar e, mostrar para os meus amigos leitores.

Cheguei à famosa Avenida Brasil, afinal, ela abriga o poder executivo estadual e municipal – no ano passado, o Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (PROSAMIM) fez uma intervenção total em grande parte daquela área, porém, os logradouros públicos estão abandonados, não existe manutenção, muito menos um programa de conscientização dos moradores para preservarem aquele bem da comunidade.

Caminhei de “cabo a rabo” pela citada Avenida, sempre observando a tudo e a todos - por ter a mania de fixar o olhar nas pessoas, notei que algumas delas ficavam também me olhando, acho que estavam admirados em ver um coroa fazendo uma extensa caminhada, pois não encontrei uma viva alma fazendo o mesmo percurso. 

Passei pela sede da Prefeitura de Manaus, achei a fachada muito desgastada pelo tempo, com os estacionamentos e jardins abandonados, sem o mínimo cuidado, ficou aquela coisa martelando minha cabeça: - Se o Prefeito não cuida da aparência da sede da sua administração, como vai ter o gosto em cuidar da sua cidade?

Ao passar pela pista que dar acesso a Ponte Manaus-Iranduba, fiquei olhando um monumento erigido pelo então governador Eduardo Braga, uma obra prima do abuso e desperdício dos recursos públicos – imaginem os senhores, naquele lugar era para ser construído um viaduto e uma rotatória, mas, ele resolveu fazer uma obra para enaltecer a sua administração, prejudicando enormemente o tráfego de veículos, brevemente, com a construção da “Cidade Universitária”, tudo aquilo virá abaixo!

Fiz a primeira parada ao lado do Conjunto Ayapuá, dei uma descansada no esqueleto, fiquei observando as famílias tomando o tradicional “café regional” em uma banca instalada embaixo de uma árvore, fiquei na minha, pois não estava afim de tucumã e tapioca – entrei numa padaria e, fiz um lanche rápido – segui caminho, agora estava na Avenida Coronel Jorge Teixeira, conhecida como Estrada da Ponta Negra.

Avistei uma enorme igreja evangélica, onde está inscrito no alto de uma imensa caixa d’agua a data 12/12/2012, acho que eles estão professando os finais dos tempos naquele dia, na realidade, o pastor daquele templo cristão é uma pessoa muito polêmica, dizem que ele invadiu uma praça para torná-la um estacionamento exclusivo dos seus fiéis.  

Ao passar pela Igreja do Sameiro, fiz uma breve oração e, segui o caminho – logo adiante, passei pelo canteiro de obras do “Shopping Ponta Negra” e mais dez torres de apartamentos, denominado de “Mixed”, coisas de norte-americanos, com certeza – dai em diante, encontrei dezenas de lançamentos imobiliários e, muita destruição das matas – é o progresso, meu filho, fazer o quê?

Um me chamou muito a atenção, ele é conhecido como “Reserva Inglesa”, uma enorme área, muitas árvores foram sacrificadas para dar lugar à morada dos bacanas – estão utilizando o mesmo projeto do “Parque Jefferson Péres”, para a área externa, inclusive, a Secretaria de Cultura do Amazonas (SEC) emprestou uma réplica de um bondinho inglês (um bem público) quando do lançamento deste empreendimento particular.

Para quem não é de Manaus, aquela área é estratégica para o exército brasileiro, pois possui acesso rápido ao Rio Negro e ao aeroporto internacional Eduardo Gomes, tanto que eles ocupam imensas áreas do lado do rio, com a instalação do “Comando Militar da Amazônia” e de diversas outras companhias militares – bato palmas, pois além de preservarem a mata primária, não permitindo a especulação imobiliária, estão ali para defender a nossa Amazônia.

Segui o caminho, notei que estava em plena forma, apesar dos meus quase 5.6, não sentia nada de dor ou cansaço – ao passar pelo luxuoso condomínio “Jardins das Américas”, um lado da estrada estava interditada e, somente era permitida a passagens de transeuntes – é um projeto sábio da Prefeitura de Manaus, onde privilegia a prática saudável de esportes.

Muito boa esta intervenção, são mais de quatro quilômetros de pista para a prática de desportos, encontrei muita gente ostentando riquezas (com máquinas digitais e filmadoras caríssimas, i-phones, i-pads, MP-tudo, bicicletas importadas e tudo o mais), outros tantos, iguais a mim, com a cara e a coragem e, muita simplicidade – muitas crianças, jovens, adultos e velhos – todos fazendo caminhadas, corridas, andando de patins e bicicletas.

Avistei um senhor bem velhinho, ela já estava um pouco penso para a direita e as pernas tortas, mas, fazia a sua caminhada matinal – quando tentei alcançá-lo, ele engatou a primeira, saiu correndo em disparada, fiquei cheirando poeira! Logo mais adiante, o avistei novamente caminhado, achei que ele estava cansado e arfando, qual nada, quando estava alçando-o, ele novamente saiu em disparada, sumindo da minha vista – notei, neste momento que, precisava praticar mais esportes e melhorar a minha condição física – falei para mi mesmo: - Grande merda eu vir a pé até a Praia de Ponta Negra, não consegui nem alcançar um idoso na corrida!

Fiquei maravilhado com uma imensa igreja dos ”Santos dos Últimos Dias”, uma coisa cinematográfica, ao estilo de “ Hollywood”, com uma torre imponente, onde está um enorme anjo com uma trombeta, tudo em metal ou ouro, sei lá! – fizeram também um mini-hotel tipo “cinco estrelas”, penso que é para os gringos norte-americanos ficarem hospedados e, depois, seguirem viagem para as pescarias de tucunarés, no município de Barcelos.

Ao chegar à praia, fui logo pulando dentro do majestoso Rio Negro, a água estava muito gostosa, tinha pouca gente na área, pois era o “Dia dos Pais” e, muitas pessoas estavam homenageando, em casa, o seu genitor querido. Pois bem, um cabocão foi logo tirando papo comigo, perguntou se eu queria tomar um gole de uma bebida quente, acho que ele me achou com cara de “biriteiro” – ele não errou, mas, o meu foco era curtir o meu dia caminhando e, de cara limpa! Eu, hein!

Tomei um buzão de volta para o meu barraco, acho que no próximo domingo irei fazer uma caminhada maior, penso em atravessar a Ponte Manaus-Iranduba e, tomar um banho no outro lado do rio. Alguém quer me acompanhar? É isso ai.

domingo, 12 de agosto de 2012

A SEDE SOCIAL DO BANCRÉVEA CLUBE


Muito antes de ser o Banco da Amazônia, ele já fora chamado de Banco de Crédito da Borracha, conhecido como Hevea, com a junção das palavras, o clube dos funcionários ficou conhecido como “Bancrévea”, uma justa homenagem a nossa sofrida e explorada “Seringueira”, a árvore que com o seu látex (água nascente) escravizou e trouxe miséria para muitos e muitos caboclos e, enriqueceu muitos poucos espertos - a sede social dessa instituição financeira foi inaugurada em 1972, permanecendo até hoje na mente de muitos manauaras, pois marcou várias gerações, inclusive a minha.

No ano de 1972, exatamente quarenta anos atrás, os funcionários do Banco da Amazônia S.A., inauguravam a sua sede social na Avenida Getúlio Vargas, no centro de Manaus, um trabalho incansável dos diretores da agremiação, mais precisamente do Hiram Carvalho e do Jorge Motta.

O interessante é que, esta sede obteve verbas para a sua construção, em decorrência de fazer parte alusiva às comemorações do sesquicentenário (150 anos) da independência da nossa pátria.

A sua construção iniciou-se em 1965, com o projeto do arquiteto amazonense Alcerglan Moreira da Silva, tendo como membros da sua equipe os engenheiros mineiros José Moreira Marques e Isaac Feeram – pode-se dizer que, o prédio possuía linhas arrojadas, acredito que fora inspirada pelas construções de Brasília, era um primor da arquitetura, mas, não resistiu ao progresso devastador, onde tudo deve ser destruído para se construir outro de mau gosto no mesmo local.

A diretoria do Bancrévia Clube atuava desde 1962, além dos citados acima, fazia parte o Paulo Benigno de Lima, Fernando Marques, Oswaldo Antunes, Freddye Lima, Gentil Souza, Darwin Carvalho e outros – eles eram muito atuantes, chegando apresentar um patrimônio social avaliando, a época, em sete milhões de cruzeiros, sendo um dos maiores de Manaus.

Eles iniciaram também, a recuperação da sede campestre no bairro de Flores, que ficava nas proximidades da sede a AABB (Associação Atlética dos Funcionários do Banco do Brasil), por detrás da cabeceira da pista de pouso e decolagem do Aéreo Clube de Manaus – por sinal, eram clubes privativos, mas, muito frequentado pelos jovens manauara.

Quando éramos todos jovens, pense numa lisura (sem grana) total, era uma cambada (um montão) de caboclos conhecidos como “Surubim” (um tipo de peixe), liso, mas, cheio de pinta (bonitões) – pois é mano velho, no Bancrévia Clube não dava para “furar” (entrar sem pagar), alguns se aventuravam em adentrar pelo Colégio Brasileiro Pedro Silvestre, pela Rua Dez de Julho, escalar os muros e, penetrar numa boa nas festas do “acocho” (dançar, assediando as gatinhas) – para quem não conhece o “Amazonês, mister se faz a tradução para o “Português!

Lembro muito bem dos embalos de sábados à noite – ficava tudo no escuro, somente na “luz negra”, tinha três ambientes, com o segundo andar disputado a tapa, pois ali ficavam as mulheres mais bonitas e onde se apresentavam os conjuntos musicais “Os Embaixadores, The Blue Birds e The Rocks”, com o Jander, Chain, Manoel Batera e Betão, fazendo a festa.

Tinha um detalhe: as festas acabavam exatamente às dez horas da noite, quando era cantada aquela música que ninguém gostava:  “Ai, ai, ai, ai, está chegando a hora, o dia está raiando, meu bem e, tenho que ir embora...” – muito “neguinho” passava a maior vergonha, pois quando acendiam as luzes e, quem estivesse “armado”, aparecia logo aquele defeito do alfaiate na calça.    
Passados os tempos bons, a nova geração começou a curtir os DJ famosos de Manaus, com o Raidi Rebello mandando ver – começaram a surgir as galeras (turma de mau elementos), o “pau” (brigas) corria solto, a negada não ia para dançar e/ou paquerar a mulherada, o negócio era partir logo para a “porrada”, com o “couro comendo no centro”!

Com o decorrer do tempo, a sede do Bancrévia Clube serviu para tudo, menos para os famosos bailes e das "dancer music" - casa de bingos, clínicas médicas, clubes de mães, sede de partidos políticos e, até de igreja evangélica, para exorcizar os capetas que rondavam aquele local! É mole!

Mas, como tudo o que é bom, um dia se acaba, o Bancrévia Clube foi vendido à revelia dos funcionários do BASA - os donos das faculdades UNINORTE destruíram completamente a sede e, construíram uma academia de “Fitness”, com equipamentos de última geração, porém, elitista e sem a menor graça, sepultando para o todo e sempre parte da memória dos jovens da minha e de outras gerações. É isso ai.