No dia 22 de fevereiro de 1993, a Organização das Nações Unidas declarou que todo dia 22 de Março de cada ano será comemorado o “Dia Mundial das Águas”, tendo como objetivo chamar a atenção do mundo sobre a importância da água doce e defender seu manejo sustentável; para este ano o tema é “Águas para as cidades: respondendo ao desafio humano”.
Apesar de dois terços do nosso planeta ser formado de água, apenas menos de um por cento é potável, própria para o consumo humano, mesmo assim, estão sendo contaminadas, poluidas e degradadas as fontes que estão nos rios, lagos, represas e nos aquiferos. O dia de hoje é dedicado não para comemorar, mas, para conscientizar o ser humano sobre o seu uso racional, pois, num futuro próximo haverá falta em grande parte da Terra.
A Declaração Universal dos Direitos da Água é a seguinte:
Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.
Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.
Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.
Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.
Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.
Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.
Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.
Art. 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.
Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.
Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.
O nosso país é privilegiado, pois possui em torno de doze por cento de água potável do mundo, sendo que setenta por cento das reservas estão na Amazônia e no Sistema Aquifero Guarani, este último é a maior reserva de água doce e potável do mundo, com uma extensão de um milhão e oitocentos mil quilômetros quadrados, abastecendo muitas cidades do Sul-Sudeste do país, porém, está ameaçado com as práticas poluentes da pecuária e da agricultura.
Na cidade de Manaus, o maior problema é o sistema de distribuição, com dezenas de bairros sofrendo, diariamente, com a falta de água, apesar de o majestoso Rio Negro passar no quintal das nossas casas. A concessão foi entregue para uma empresa francesa chamada “Águas do Amazonas” - não fez grandes investimentos, não colocou nenhum tubo de esgoto na cidade, a água de péssima qualidade, mesmo assim, cobra uma tarifa alta pela água e pelo esgoto, deixando milhares e milhares de famílias sem o precioso líquido.
O Estado do Amazonas está tentando resolver o problema da zona leste da cidade, com a implantação do “Programa Águas para Manaus – PROAMA”, com investimentos de 333 milhões de reais, serão beneficiados dezoito bairros, faltando apenas fazer a licitação para a empresa que vai administrar a nova estação, vamos torcer para não ganhar a francesa “Águas do Amazonas”.
A água é um bem que poderá faltar no futuro, tudo depende de nós, no presente, portanto, vamos usá-la com parcimônia, sem desperdício, tendo todo o cuidado para não contaminá-la, usando racionalmente os nossos aquíferos, lagos e represas, cuidando também com muito amor e carinho do nosso Rio Amazonas e seus afluentes. Sabendo usar, não irá faltar! É isso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário