ANTIGO PRÉDIO DO BAR BALALAIKA. FOTO: JOSÉ ROCHA |
Ficava na esquina da Avenida Leonardo Malcher e Rua
Epaminondas, era comandado por portugueses e vendiam refrigerantes, o famoso
sanduíche de pernil, bolinhos de bacalhau, além de cervejas e Whisky. O lugar era onde aconteciam
grandes partidas de Dominó da nossa cidade e foi fundado pelos frequentadores a
Atlética Balalaika Clube.
Segundo uns dos assíduos frequentadores daquele
estabelecimento, o médico português Dr. Fernando Gonçalves Marques “Pelo que eu
acompanhei como frequentador e o meu pai também antigo freguês. O primeiro dono
do "ponto" foi o Pai do Fernando "Cain" este marido da D.
Aurora e que após muitos anos de interregno veio tomar conta do Balalaika que o
pai iniciou a história. Entre os dois houve duas gestões do Sr. Joaquim e
depois seu filho Júlio. A esposa do Sr. Joaquim e mãe do Júlio era uma
entusiasta do clube Balalaika e patrona. Seu nome era Virgínia. O Sr.
Estanqueiro, assim como o Harraquian ficaram algum tempo como
"donos". A parte que chamavam de Varanda Tropical onde se jogavam as
partidas e torneios de dominó, onde o Josué Filho foi campeão de alguns
torneios jogando em duplas com o Judicael Almeida. Nunca se jogou qualquer jogo
de azar. A Associação Balalaika tinha muitos troféus de pedestrianismo,
ciclismo, tiro, dominó e outras modalidades. Mas era um ambiente salutar e de
profundo respeito. Quem cuidava da parte do dominó era o António Andrade irmão
do Manuel. Entretanto deve ficar claro que todos pagavam aluguel ao
proprietário e locatário do imóvel”.
Aparece na internet Bar Balalaika de J Gomes, fundado em
25/08/66. Questionei o Dr. Fernando Gonçalves Marques sobre esses dados, ele
respondeu: “Joaquim Gomes Calixto foi um dos "donos" e pai do Júlio
Gomes Calixto, que ficou à frente do bar durante muitos anos. Casou com uma
Senhora portuguesa, morava na Luís Antony, adotou dois filhos e depois de
alguns anos voltou para Portugal. Moram em Gueifaes (Matosinhos), onde fui lhes
fazer uma visita. Depois de alguns anos ele voltou a Manaus e visitou-me. Ele
tinha uma ou duas vilas de casas na João Coelho, próximo a Matinha e quem era o
procurador dele era o Calçada Alta (Antônio)”.
O Procurador de Justiça, Jornalistas e Radialista Nicolau
Libório disponibilizou no Google o seguinte comentário sobre o jogo de dominó e
o Bar Balalaika: “Manaus, no início dos anos 1960, colocou o dominó em grande
evidência. Em 1963, em razão da empolgação dos muitos praticantes e da
efervescência das disputas, os frequentadores do Bar Balalaika, localizado na
esquina das ruas Leonardo Malcher e Epaminondas, resolveram criar um clube.
Para fugir da rotina os associados decidiram que a modalidade preferida seria o
dominó. Não havia a intenção de contrariar e muito menos ser diferente. Para
não parecer simples improviso, os fundadores do Atlético Balalaika Clube
resolveram eleger um quadro de diretores com Antônio Andrade na presidência. Na
verdade, o clube Balalaika serviu para reunir os adeptos, coordenar a
competição e colocar em evidência uma modalidade de jogo que já havia caído nas
graças dos diversos bairros de Manaus. E o primeiro campeonato, reunindo 30
duplas, apontou Eliezer Mendes e Francisco Santana como os grandes campeões. Em
1964 o circo pegou fogo. Foram tantos os interessados, que Antônio Andrade e
seus companheiros tiveram que suar as camisas para criar uma estrutura mínima
para permitir que 80 duplas se digladiassem. O embate final foi marcado por
fortes emoções, levando ao salão de jogo as torcidas organizadas dos
contendores. A dupla Rodrigues-Campelo, do bairro de Cachoeirinha, superou as
artimanhas de Judicael Almeida-Nelson Bentes, do Clube Municipal. Na festa de
entrega da premiação teve discurso, abraços, samba e, para não quebrar a regra,
muita cerveja gelada. Toda essa festividade foi transmitida pela Rádio
Difusora, grande incentivadora do jogo de 28 peças. Esse segundo campeonato
serviu para destacar o nome do Balalaika e as virtudes técnicas de
Rodrigues-Campelo, João Morais-Rodolfo, Sebastião-Edilson, Jaime-Nilson,
Capitão Frota-Cancela, Paulo-Cavalcante, Luiz-Carlito, Pery-Valmir,
Ferraz-Paulinho, Bandeira-Luiz, Gilberto-Gabriel, Izaú-Fiel,
Aldemiro-Sebastião, José Félix-Max, Casemiro-Roberval, Vitoriano-Lucena,
Leônidas-Sarrito, Oscarino-Calango, Martinho dos Santos-Ely Leão e muitos
outros como Paulo Fleury”.
Segundo o Sr. Flávio Grillo Filho, português, dono da Distribuidora
Portugal e Presidente do Luso Clube “A Drogaria Balalaika e a Distribuidora Moderna pertence ao português
Humberto. Ele é o Consul de Portugal”.
A Ana Cláudia Soeiro Soares, filha do saudoso Armando
Soares, do Bar do Armando, escreveu que a sua mãe, a Dona Lourdes Soeiro conheceu
os donos e sabe toda a história daquele bar.
O cantor e compositor Papaco Amoresamba escreveu no
Facebook: “Rocha, frequentei um bar na Constantino Nery que era numa garagem de
uma casa e quem me servia era dona Aurora que se dizia ser esposa do dono do
Bar Balalaika, era uma senhora bem idosa e me falou que quando Josué filho
falava na rádio logo pela manhã "Aurora olha a hora" era ela. Não sei
se confere? Respondi: Ela era esposa do proprietário Fernando "Cain".
Lá o Josué Filho frequentava para jogar dominó. Aurora também rimava com Hora.
Você está correto!
Esta postagem foi motivada pelo Tito Estanqueiro, filho do
Comandante Manuel Teixeira Estanqueiro, que me mandou um e-mail solicitando
fotografias de Manaus das décadas de 70 e 80, pois segundo ele, o seu pai era o
Comandante de um voo fatídico da TABA que culminou com a sua morte, de toda a
tripulação e dos quarenta passageiros, quando, em 1982, tentou aterrissar no
Aeroporto de Tabatinga sem visibilidade em decorrência de uma forte serração, o
que o forçou a voar baixo pelo rio para encontrar a cabeceira da pista, batendo
numa torre e caindo de bico num estacionamento.
Segundo ele, esteve aqui em Manaus juntamente com o seu pai,
o Comandante Estanqueiro entre setembro de 1981 a junho de 1982. O ponto do Bar
Balalaika foi adquirido do Dr. Benjamim Couto Ramos, mas não tem certeza. Com a
morte do seu genitor, o bar foi tocado por um amigo da família, o Cassiano
(ex-gerente da TV Lar). Retornou a Portugal onde passou três meses. Como era
muito jovem perdeu o contato com todos os amigos daquela época. As fotos de
Manaus será para colocar na memória dele, para mostrar aos filhos e netos. .
Na minha adolescência fui morar na Rua Tapajós e por ficar
próximo a Rua Leonardo Malcher, passei milhares de vezes na frente desse famoso
bar de antigamente, porém nunca adentrei ao estabelecimento.
Sempre tive
curiosidade em conhecer a sua história o que foi possível graças aos relatos
acima e das seguintes pessoas: Adriano Cruz, Carbajal Gomes, Clóvis Aranha
Negra, Luiz Felipe e Roberto Telles de Souza e dezenas de pessoas que curtiram
uma postagem que publiquei no Facebook onde solicitava informações sobre o Bar
Balalaika.
O Bar Balalaika não existe mais, porém, em seu lugar está a
Drogaria Balalaika, deixando para a posteridade este nome que intriga muitas
pessoas que por lá passam diariamente.
Esta postagem servirá para somar a
memória cultural da nossa cidade.
É isso ai
Um comentário:
Esse bar foi do meu avô Fernando e de minha avó Aurora, morei lá minha infância toda..na parte de cima..essa história não procede...ele nao foi pai de "cain" meu pai se chama Antônio Fernando único filho homem do proprietário, e mais 5 mulheres eles tiveram...moraram na Constantino nery até seu falecimento e o bar foi vendido depois pra se tornar já a farmácia...quiser saber mais meu Instagram é @priscillasantos_8_2 abraços
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