sexta-feira, 15 de maio de 2020

ASILO DOUTOR THOMAS



        Esta importante instituição filantrópica está localizada em Manaus, na Rua Dr. Thomas, 798, no bairro Nossa Senhora das Graças, com acesso pela Rua Maceió, bem atrás do Hospital 28 de Agosto. De acordo com o seu Regimento Interno, a fundação tem como finalidade acolher o idoso, prestando-lhe assistência e promovendo a sua inclusão social, assim como atender às necessidades dos segmentos carentes da sociedade. A sua fundação foi em 1909, com nome de “Sociedade Asilo de Mendicidade de Manaus", passando, em 1932, para “Asilo de Mendicidade Doutor Thomas”, uma justa       homenagem       ao           médico canadense      Harold     Howard    Shearme  Wolferstan       Thomas.
        Em 30 de novembro de 1967 a Câmara Municipal de Manaus, por meio da Lei nº 995, autorizou o Prefeito Municipal a criar a FUNDAÇÃO “DOUTOR THOMAS”, como uma Instituição filantrópica da administração      indireta       e    mantida pela Prefeitura de Manaus.
        Os nossos idosos estão protegidos pela Lei no. 10.741, de 1/10/2003, conhecido como “Estatuto do Idoso”, diz nos seus primeiros artigos que as pessoas com idade igual ou superior a 60 anos possuem os seus direitos assegurados, preservando a sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. Uma obrigação da família, da comunidade,   da      sociedade    e    do      Poder Público.
        Por que homenagear um médico estrangeiro? Segundo o site da instituição a história foi a seguinte: “Dr. Thomas pertencia à Escola de Medicina Tropical de Liverpool, na Inglaterra, instituição dedicada à medicina e saúde pública nos trópicos. Ele foi enviado a Manaus, em 1905, para estudar a febre amarela na região amazônica. Chegando aqui, ele trabalhou no laboratório do médico Dr. Figueiredo Rodrigues. Depois montou seu próprio laboratório de análises clínicas, chamado de The Yellow Fever Research Laboratory e posteriormente de Manáos Research Laboratory. Situava-se no prédio onde hoje funciona a Biblioteca Pública Municipal, na Praça do Congresso. O médico canadense sempre demonstrou seu comprometimento pela cidade, seja na pesquisa das doenças tropicais e no atendimento de doentes. Ele trabalhava gratuitamente na Santa Casa de Misericórdia, de onde foi sócio benemérito. Médico humanitário, Dr. Thomas residia em Adrianópolis, onde hoje funciona a Escola de Enfermagem. Parte da casa foi transformada em enfermaria para o tratamento de cidadãos ingleses da Companhia de Transporte e trabalhadores do porto. Dr. Thomas faleceu em 1931, com 56 anos. O mausoléu está localizado na quadra 08, sepultura nº 698, do cemitério São João Batista. Durante todo o tempo que viveu em Manaus, o médico canadense se dedicou a ajudar pessoas carentes. Abrigava pessoas de várias idades em estado de mendicância e moradores de rua, sendo a maioria idosa. Por identificar essa demanda, passou a desenvolver o trabalho          de                      assistência direcionando       o    atendimento     a população     idosa da cidade”.
        Justa homenagem! O homem tinha um bom coração, ajudou muito os nossos velhinhos e as pessoas carentes da nossa antiga Manaus. Durante longos anos a instituição recebeu apoio do Lions Club, na pessoa do Sr. Antônio José Tuma, da sociedade manauense e da maçonaria. Tenho uma grande ligação com esta instituição, pois, foi o local onde os meus avós paternos, meu pai e um tio foram morar quando chegaram do Ceará no final da década de 30, contaram com a ajuda do patrão do meu avô, um seringalista ligada à maçonaria. Na velhice do meu genitor, ele contou com o apoio do “Programa de Atendimento Domiciliar”,        com           visitas em sua residência de uma equipe        multiprofissional do “Dr. Thomas”.
        A população idosa brasileira está crescendo num ritmo acelerado, chegando à casa dos 30% da população, segundo o censo do IBGE de 2017. Estou caminhando para a velhice plena. Muitos dos meus amigos já estão aposentados, alguns não gostam nem um pouco do termo “melhor idade”, pois, a grande maioria dos velhos sofre de doenças crônicas, recebem uma aposentadoria fajuta, gastam grande parte do seu dinheiro com remédios e com empréstimos consignados (para ajudar os filhos e netos), além de saberem que terão no máximo mais quinze anos pela frente, para eles, a melhor idade é quando é jovem! Sei não, mas, se os meus filhos não cuidarem de mim, na minha velhice, vou querer curtir os últimos anos da minha vida com a velharada, no Parque Municipal do Idoso e morar na casa dos meus antepassados no Asilo Doutor Thomas.

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