Existe uma ilha fantástica no Amazonas, localizada bem na entrada de Manaus, chama-se Ilha de Marapatá, alguns estudiosos dizem que este nome significa na língua Macua (tribo africana) alpendre (espaço coberto, reentrante, e aberto na fachada de uma casa, que dá acesso ao interior).
Este lugar é tema para muitos estudiosos do comportamento humana e de escritores, no que diz respeito a ética - falam que o interiorano com a sua peculiar “pureza” ou o forasteiro, antes de aportar em Manaus, deixa a sua vergonha na Ilha de Marapatá, tornando a cidade um lugar ideal para trapaças e crimes. Por exemplo: os empresários que teimam em construir o Porto das Lajes, deixaram as suas consciências (honradez, retidão e probidade) enterradas na Ilha, aliás desejam fincar os seus negócios bem na “ilharga” da ilha – no Encontra das Águas!
O escritor Euclides da Cunha, no seu livro "Terra Sem História", relata o seguinte “..À entrada de Manaus existe uma ilha, de Marapatá, que é o mais original dos lazarentos (que, ou aquele que tem pústulas, chagas) um lazarento de almas! Ali, dizem, o recém-vindo deixa a consciência...”.
O também famoso Mário de Andrade, ao escrever "Macunaíma", refere-se a ilha ”... No outro dia Macunaíma pulou cedo na ubá (canoa indígena) e deu uma chegada até a foz do rio Negro pra deixar a consciência na ilha de Marapatá, deixou-a bem na ponta dum mandacaru de dez metros, pra não ser comida pelas saúvas, voltou pro lugar onde os manos esperavam e no pino do dia os três rumaram pra margem esquerda do Sol”.
O genial escritor José Ribamar Bessa Freire, escreveu numas da suas crônicas:
O também famoso Mário de Andrade, ao escrever "Macunaíma", refere-se a ilha ”... No outro dia Macunaíma pulou cedo na ubá (canoa indígena) e deu uma chegada até a foz do rio Negro pra deixar a consciência na ilha de Marapatá, deixou-a bem na ponta dum mandacaru de dez metros, pra não ser comida pelas saúvas, voltou pro lugar onde os manos esperavam e no pino do dia os três rumaram pra margem esquerda do Sol”.
O genial escritor José Ribamar Bessa Freire, escreveu numas da suas crônicas:
"- Ulha lá, Marapatá! – ela apontou no mapa. É aqui que eu vou faturar, porque em Manaus, os bons sempre perdem, os malvados sempre ganham. Aqui, os bons é que são castigados e os maus é que recebem medalhas. Em Manaus, a Fábrica de Celulose Fontini pode poluir o meio-ambiente, pode trancar ruas, pode cometer danos ambientais, que receberá prêmios por contribuir para o progresso. Quem protesta em defesa do meio ambiente, é que é condenado a indenizar os criminosos”.
O cantor e compositor Armando de Paula e o saudoso poeta Anibal Beça, escreveram e musicaram uma linda canção chamada “Marapatá”, a letra é assim:
Que doce mistério/Abriga teu dorso/De ilha afogada/No curso das mágoas?/O Velho Bahira/Se mira nas águas/Espelho da lua/Narciso nheengara/
É Marapatá, porta de Manaus/É Marapatá, patati patatá/
Que mana maninha/Que dança sozinha/Savana de seda/Pavana de cio/Campim canarana/Bubuia banzando/Canção enrugada/Banzeiro de rio/
Vá logo deixando/Senhor forasteiro/A sua vergonha/Em Marapatá/Vergonha se verga/Na cuia do ventre/No V da ilhargas/Vincando por lá/
Cunhã se arretando/Tesão de mormaço/Abrindo as entranhas/A flor do tajá/E o macho fungando/Flechando, fisgando/Mordendo a leseira/Dizendo: "Ulha já!"
É isso aí, manos e manas da nossa aldeia! Vamos mudar, tá?
Não vamos mais deixar a nossa consciência na Ilha de Marapatá!
Não vamos mais deixar a nossa consciência na Ilha de Marapatá!
Vamos fazer uma bela Manaus, com homens probos e retos, visando sempre ao bem comum e o respeito pela mãe natureza, tá?
Pois do jeito que está, não dá mais para ser feliz, na Ilha de Marapatá!
Pois do jeito que está, não dá mais para ser feliz, na Ilha de Marapatá!
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