Na década de setenta, a
Moto Importadora Ltda., uma empresa genuinamente amazonense e, magistralmente
administrada pelo Senhor Natan Albuquerque, foi a pioneira na importação diretamente
do Japão, dos automóveis e motos da marca Honda – o maior sucesso foi, sem
dúvida, um carrinho bastante popular, apelidado por alguns de “caixa de
fósforos”, em decorrência do seu diminuto tamanho, mas cabiam quatro pessoas
tranquilamente no seu interior.
Eu ainda era muito jovem,
trabalhava na empresa Importadora Souza Arnaud Ltda., situada a Rua Marechal
Deodoro – ela revendia móveis, eletrodomésticos, motores de centro e popa, além
de peças de reposição – o meu superior era o Lázaro Castro, chefe do Setor de
Importação – ele tinha um carrinho da Honda, na cor branco gelo – era utilizado
também para serviços externos da empresa, onde tive o prazer de andar de carona
por um bom tempo.
Num certo dia, fomos
buscar no Hotel Amazonas, um Fiscal da Receita Federal (veio do Rio de Janeiro
para auxiliar os outros colegas), para levá-lo ao depósito da nossa empresa (onde
é hoje o Residencial Ephigenio Salles), para liberação (selagem) de motores (importados)
que foram vendidos para a Amazônia Ocidental - quando o referido fiscal viu o
carro da Honda, não quis entrar de forma alguma nele, achou aquilo uma
brincadeira, pois para ele não passava de um brinquedo, de tão pequeno que era.
Ele falou: “Um carrinho desse eu dou para o meu filho
brincar lá no Rio” – falando na gozação.
Depois de muito papo,
ficou convencido a entrar – no início ficou temeroso, mas, aos poucos foi
relaxando e gostando do “Caixa de Fósforos” - ficou encantado com o carro,
tanto que pediu emprestado para passear no final de semana.
Tínhamos outros
carros para levar os fiscais para liberarem as nossas mercadorias, mas, esse
fiscal carioca fazia questão ir somente no automóvel “Hondinha”.
Na realidade, era um carro
muito bem desenhado pelos japoneses, com três portas, onde cabiam quatro
pessoas tranquilamente – com a marcha no volante e alcançando uma velocidade
muito boa - praticamente não davam “prego” e, consumiam um litro de gasolina a
cada vinte e cinco quilômetros, além de custar em torno de sessenta por cento
de um carro popular de hoje.
O dono da Moto Importadora,
o Senhor Natan, resolveu fechar todas as suas lojas, em 1982, em decorrência da
morte por acidente de carro do seu filho primogênito, o Natanhiel – ocasionando
a paralisado das importações desses carros da Honda – para quem não sabe, esse
empresário foi um dos sócios fundadores da Moto Honda da Amazônia, no Distrito
Industrial.
Os japoneses eram visionários, pois, atualmente, com os congestionamentos, a falta de espaço para estacionar e o elevado preço do combustível, esses mini carros seriam a solução para as grandes cidades.
Os que são fabricados atualmente por muitas montadoras, são bastante caros - seriam muito bom voltar os hondinhas "caixa de fósforos" com um preço bem popular como era antigamente. É isso ai.
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