Manhã do segundo domingo de abril de 2010, dia de festa para algumas famílias, moradoras do centro de Manaus, dia de batizado para dezenas de crianças manauaras e católicas, na Igreja de São Sebastião, foi também um dia de reflexão e renovação da fé católica.
O batismo possui todo um simbolismo para o cristianismo, constitui uma parte essencial do plano de Deus para a salvação; é um rito de passagem, feito com água sobre o iniciado; algumas pessoas falam que somente após o batismo é que a criança deixa de ser pagã, tornando-se cristã, apagando o seu pecado original e, a partir desse ato, pode ser considerada filha de Deus. Passei a refletir sobre o significado desse primeiro sacramento no catolicismo, no momento do batizado da minha pequena Maria Eduarda. O meu batizado foi na Igreja dos Remédios, os meus pais escolheram um casal amigo para serem os meus padrinhos; cheguei a ter alguns contatos somente com meu padrinho, ele tinha uma Oficina de fabricação de carrocerias de caminhões, ficava na Rua Floriano Peixoto, atual Edifício Garagem, não tive mais contatos com eles, não sei se ainda estão vivos. A minha pequena caboquinha Duda, foi batizada e teve como padrinhos a minha filha e o namorado dela; estava bastante radiante e posou para as fotos do fotografo Luiz; teve uma modesta comemoração, com direito a um lindo bolo. Espero que ela faça a Crisma na Igreja de São Sebastião e, permaneça na religião católica.
Aos doze anos de idade fui morar na Rua Tapajós; deixei de freqüentar a Igreja Nossa Senhora da Conceição e, passei a ir a Igreja de São Sebastião, em decorrência de ficar na Rua Dez de Julho, bem próxima da minha nova residência. Participei da Juventude Franciscana de Manaus – JUFRAMA, sob o comando do Frei Fulgência Monacelli; as nossas reuniões aconteciam no Teatro Juvenil. Participava ativamente das atividades culturais, esportivas e dos eventos religiosos. Era de fato, um católico apostólico romano! Lá fiz a minha primeira comunhão, crisma e o casório no católico. A minha filha fez recentemente a Crisma e, participa ativamente das atividades da Igreja, falta somente levá-la ao altar, para a celebração do seu casamento. Sempre achei a minha igreja muito bonita, segundo os historiadores a igreja foi construída sob a direção de Gesualdo Marchetti de Lucas, em 1888, tem estilo neoclássico, com alguns elementos medievalistas, seu interior é marcado por painéis e vitrais europeus, bem ao estilo da época. Intactas, as pinturas que cobrem o teto até o altar, incluindo a cúpula e as paredes, trazidas da Itália e afixadas no local, são de autoria de Silvio Centofanti, Francisco Campanella e Ballerini. A maior delas, pintada por Ballerini, no teto, logo à entrada, mostra o martírio de São Sebastião; a base da cúpula retrata os quatro evangelistas; e a própria cúpula a "Glória do Céu", com oito anjos. A fachada da Igreja São Sebastião tem somente um sineiro - o segundo jamais foi construído, alguns afirmam que o mestre de obras teria fugido com o dinheiro destinado à construção. Desde sua fundação, a Igreja pertence aos padres Capuchinhos.
O afastamento de Deus e a desestruturação das famílias ocasionam problemas sérios na sociedade; o padre citou um grupo de pessoas que praticamente moram ao lado da igreja, pela Rua Tapajós - alguns levam para o local os seus filhos menores de idade - naquele lugar, eles consomem drogas, brigam, ameaçam as pessoas, ganham dinheiro olhando e lavando os carros dos fieis e dos moradores – o que se pode esperar, futuramente, dessas pessoas, inclusive dos seus filhos? Não sei responder, talvez a paróquia da Igreja possa ajudar, não somente com o alimento material, mas também com o espiritual – todos são responsáveis: a Igreja, o governo, a família e a sociedade. Confesso que ando um pouco afastado da igreja, mas, com as palavras do padre, refleti e prometi a mi mesmo que iria voltar a freqüentar as missas dominicais e, participar mais ativamente das atividades da comunidade católica de São Sebastião.
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