segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

MERCADÃO DE MANAUS E SEUS ARREDORES

Todos os domingos pela manhã, era uma rotina para mim, passear e fazer compras no Mercado Municipal Adolpho Lisboa e no seu entorno, este hábito acabou faz muito tempo, tudo em decorrência do progresso, fica mais cômodo ir às freiras livres e aos supermercados, mas, uma vez e outra me dá uma nostalgia daquele lugar.

Para matar um pouco da saudade, dei um pulo por lá, fiquei a olhar as obras de reformas do nosso querido “Mercadão”, está ficando uma beleza, não sei quando irão entregar aos permissionários e aos manauenses, em todo caso, apesar de todos esses anos fechado, parabenizo a Prefeitura Municipal de Manaus em continuar com o processo de revitalização daquele espaço público.

Aproveitei para dar um rolé por todo o entorno do Mercado Adolpho Lisboa, o local é conhecido como “Manaus Moderna”, um nome escroto que deram para a nossa “Veneza dos Trópicos”, pois ali era entrecortado por igarapés, era muito bonito; foi tudo aterrado e fizeram uma pista ligando o Porto de Manaus (Rodoway) ao bairro de Educandos, com intuito de facilitar o transporte dos containeres para o Distrito Industrial.

Comecei pela “Feira da Banana”, no local, existem grandes quantidades de bananas (é claro!), os permissionários recebem em torno de dez caminhões “até o talo” por dia com este produto, dizem que a grande maioria vem de Boa Vista, em Roraima, uma vergonha para os nossos caboclos, pois existe uma grande demanda e eles não produzem o suficiente para atender o mercado de Manaus, apesar da imensidão do Estado do Amazonas, não venham me dizer que a culpa é somente da Sigatoka Negra – encontramos, também, grandes quantidades de melancias, laranjas, mamões e verduras, além de uma quantidade enorme de pupunhas, pois estamos na safra desse produto - a maior parte destina-se para a venda no atacado para as feiras de Manaus, porém, o fluxo de pessoas que compram no varejo é enorme. Houve uma intervenção do Ministério Público, a Prefeitura teve que melhorar a infra-estrutura do local, foram construídas bancadas para exposição das frutas, mesmo assim, o local continua muito sujo.

Depois, passei pela “Feira da Manaus Moderna”, no local, existem centenas de boxes, onde os consumidores encontram pequenas lanchonetes, restaurantes e bares e, uma grande variedade de peixes, carnes, verduras, queijo regional (coalho e manteiga), legumes, produtos regionais, hortifrutigranjeiros, frutas e muitas coisas mais. Senti um cheiro forte de cheiro-verde, chicória, pimenta de cheiro e Tucupi, deu uma vontade enorme de detonar uma “Caldeirada de Tambaqui”, fiquei somente na vontade, pois o preço é altíssimo, além do mais, não tem ninguém em casa que saiba fazer esta iguaria; encontrei um peixeiro cortando ao meio um puto de um Tambaqui de 35 quilos, não me atrevi a perguntar o preço, em todo caso, comprei uma dúzia de Sardinhas, todas ticadas e limpas, foi o meu almoço e da minha família.

Por último, dei uma olhadela no Rio Negro e naquela movimentação (muito doida) dos barcos, mercadorias e de pessoas, no embarque e desembarque na conhecida “Beira do Mercado”, dizem, que vão construir no local um tremendo Porto. Será? Parti para a “Feira Provisória do Adolpho Lisboa”, talvez, sejam os feirantes mais injustiçados de Manaus, pois, com o fechamento do “Mercadão”, eles foram jogados para os fundos, em casebres improvisados, sem a mínima estrutura possível, houve um grande incêndio, todos tiveram perda total das suas mercadorias, receberam uma migalha da Prefeitura de Manaus, passaram um tempão para receberem de volta os novos boxes. No local, encontramos uma variedade enorme de artesanatos amazônicos, goma, tucupi, aves, carnes, peixes, ervas e plantas, lotéricas, banheiros públicos, lanchonetes e restaurantes – o movimento é pequeno, mesmo assim é um dos locais preferidos pelos turistas estrangeiros, para comprarem o nosso artesanato - torço por todos os permissionários, em particular, pelo meu compadre Alberto Mattos, vendedor de artigos de umbanda e produtos naturais (andiroba, copaiba & Cia.), para que voltem ainda este ano ao Mercado Municipal Adolpho Lisboa.

O mercado é a cara de um povo! O nosso “Mercadão” é a cara do povo manauense, estou na expectativa para ter de volta a nossa cara! É isso ai.

Um comentário:

Francisco Teixeira Xico Branco disse...

Rocha, vale ressaltar que nosso Adolpho Lisboa é uma réplica do extinto mercado parisiense Le Hales. Se você tiver algo desse mercado posta ai fazendo esse belo comparativo.
Abraços.