A culinária amazonense tem por base o peixe, uma herança dos nossos ancestrais indígenas, o mundo gira, gira, mudando as coisas a cada segundo, porém, o nosso gosto por peixes continua o mesmo ao longo dos milênios; para satisfazer ao paladar dos amazonenses, existem inúmeros restaurantes da cozinha regional, porém, o mais tradicional, o mais conhecido, o mais famoso, o mais e mais é o “Canto da Peixada”.
O estabelecimento está localizado na esquina da Rua Emílio Moreira com a Avenida Ayrão, sob o numero 1677, no bairro da Praça 14 de Janeiro -, os clientes podem ligar para os telefones 92 3234-3021/1066 para obter maiores informações e fazer reservas, está aberto de segunda a sábado para o almoço e jantar, no domingo, somente para o almoço. Vale saliente que, o nosso blog é amador, não ganhamos nada pela indicação, apenas fazemos postagem para divulgar a nossa cultura amazônica.
Segundo consta nos jornais antigos, este restaurante foi fundado no dia 1º. de Maio de 1974, completará 37 anos no ramo, sempre com a batuta do seu cofundador e proprietário Aldenor Ernesto de Lima, 73 anos de idade, conta com a ajuda do seu filho mais velho. Ele se orgulha de ter servido o seu mais ilustre cliente, o Papa João Paulo II, foi no dia 10 de Julho de 1980, ele mandou fazer um vitrina no restaurante, onde guarda um prato, um talher, a toalha da mesa e as taças utilizadas pelo santo padre. Este restaurante já ganhou as páginas de “O Globo” e “Folha de São Paulo”, o proprietário faz também questão de frisar que o seu restaurante “foi frequentado também pelo embaixador da Noruega e da Tailândia, pelos diretores da Rádio BBC de Londres, pelo ex-ministro do STF Nelson Jobim, ex-governador Amazonino Mendes, ex-Senador Bernardo Cabral, ex-governador Gilberto Mestrinho, ex-ministro do Exército Zemildo Lucena”. Além dos famosos, o local também é frequentado pelos pobres mortais, turistas e filhos de Ajuricaba, são os que realmente pagam a conta e mantém de portas abertas o restaurante por décadas.
Os antigos boêmios de Manaus, depois de uma noitada de bebedeira, tinham por hábito, tomar aquela “Caldeirada de Tambaqui ou Tucunaré”, para equilibrar o organismo e curar a famosa ressaca, procuravam as inúmeras “peixarias” que existiam na cidade, todas lotadas madrugada adentro, muitas delas ficavam até o raiar do Sol. Lembro da minha mocidade, quando dava uma chegada nos lupanares “Iracema”, “Saramandaia” e “Posto Cinco”, gostava de encerrar a noite no “Canto da Peixada” - uma caldeirada sempre ia bem!
Tempos atrás, quando ainda não eram disseminados na nossa cidade, os importados “Fast Foods” e as Pizzarias da vida, bem como, as Sopas de Mocotó e os Caldos Verdes de cada dia, a pedida era “matar a broca” com peixes, dava para um pobre mortal comer bem, os preços eram convidativos, existiam peixes em abundância, muito diferente de hoje em dia, pois, para detonar uma caldeirada de costela de Tambaqui, para duas criaturas, o preço chega a bagatela de R$ 68,00!
Mas, afinal, o que é uma “Caldeirada de Tucunaré ou Tambaqui”? Para quem não é da nossa região amazônica, vai ai uma dica dos especialistas na gastronomia Baré: Ingrediente: 2 Tucunarés médios/Limão/Sal/5 dentes de alho amassados/2 cebolas cortadas em cubos pequenos/2 pimentões cortados em cubos pequenos/2 tomates cortados em cubos pequenos/1 maço de cheiro-verde picado/½ quilo de batatas cozidas cortadas ao meio/3 ovos cozidos inteiros. Como Fazer Caldeirada de Tucunaré - Modo de preparo: Corte cada tucunaré em pedaços médios, lave-os e tempere-os com sal e limão. Aqueça o azeite em uma panela grande e refogue o alho e a cebola, até dourar ligeiramente. Junte as verduras restantes. Mexa um pouco. Junte os pedaços de peixe e mexa cuidadosamente para misturá-los com as verduras, refogando-os por mais um pouco. Junte a água e deixe ferver por 25 minutos. Acrescente as batatas, os ovos cozidos e por último o cheiro-verde. Bom Apetite! Para, mano, assim você vai matar o velho aqui, de tanta água na boca!
Vou matar a saudade, irei neste final de semana ao “Canto da Peixada”, detonar aquela “Caldeirada de Tucunaré”, pois, vive mais, quem come mais peixes! É isso ai.
Cometários sobre a postagem:
ROGEL SAMUEL: Amigo, eu era frequentador assíduo do CANTO DA PEIXADA e da caldeirada. Quando eu chegava em Manaus, o primeiro lugar que eu visitava era esse, depois de tomar um Tacacá na Av. Getúlio Vargas, em frente aquele hotel. Eu já era cliente da mãe da tacacaseira. Você me trouxe uma boa lembrança. Vou fazer a sua caldeirada, aqui no Rio, pois sei onde comprar Tucunaré congelado. Não é o mesmo gosto do peixe fresco, no tempo em que se podia pescar no Careiro. . Só falta pimenta murupi, mas vou comprar também! Um abraço.
Cometários sobre a postagem:
ROGEL SAMUEL: Amigo, eu era frequentador assíduo do CANTO DA PEIXADA e da caldeirada. Quando eu chegava em Manaus, o primeiro lugar que eu visitava era esse, depois de tomar um Tacacá na Av. Getúlio Vargas, em frente aquele hotel. Eu já era cliente da mãe da tacacaseira. Você me trouxe uma boa lembrança. Vou fazer a sua caldeirada, aqui no Rio, pois sei onde comprar Tucunaré congelado. Não é o mesmo gosto do peixe fresco, no tempo em que se podia pescar no Careiro. . Só falta pimenta murupi, mas vou comprar também! Um abraço.
Resposta: Olá Rogel! Fico feliz por ter gostado do post (apesar da forma como escrevo) e por ter trazido lembranças dos velhos tempos! Espero que consiga fazer a tua "caldeirada", ai no Rio, vale a pena tentar, apesar das dificuldades dos ingredientes, o importante é manter acesa a nossa cultura. Abraços, Rocha.
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