segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

SERINGAL PARAÍSO

O livro Ferreira de Castro, do Abrahim Baze, relata com bastante precisão a história do Seringal Paraíso, na margem esquerda do Rio Madeira, município de Humaitá, no Estado do Amazonas.

Neste seringal, o escritor português Ferreira de Castro, passou parte da sua vida, vivendo num regime de semi-escravidão, serviu também como ambiência do seu famoso livro “A Selva”.

Segundo o Baze “O seringal Paraíso nasceu oficialmente, no dia 21 de julho de 1876, quando o Governo Geral do Brasil, representado pelo presidente da Província do Amazonas, senhor Ernesto Adolpho de Vasconcelos Chaves, assinou o título definitivo do seringal, dando posse ao senhor Raphael Santos Mercado, que foi o primeiro proprietário do seringal. Naquela data o seringal possuía 140 (cento e quarenta) estradas de seringueiras, distribuídas em oito centros de produção de borracha, dentro de uma área de 15.285.000 m2, os centros eram: Paraisinho, Santo Inácio, Pupunhas, Todos-os-Santos, Igurapé-Açu, Boiuçu, Santa Helena e Trapiche. Em sua sede aviadora existiam dois quarteirões de casas térreas, dois barracões de madeira, coberto de telhas cerâmicas, plantações de arvores frutíferas, roças, jardins e gado vacun e lanígero. Os limites eram: Rio Acima: com o rio Madeira – Rio abaixo: com terras do senhor Antonio Ferreira da Silva Gama – Frente: com o rio Madeira – Fundos: com terras devolutas. Em 5 de abril de 1892, o senhor Santos Mercado vendeu o seringal à B. Antunes & Cia, uma firma aviadora de Belém do Pará, pelo preço de 100$000 (cem contos de réis). Em 24 de julho de 1896 foi vendido para o senhor Cizino Mariano Monteiro e sua esposa Sra. Porcina do Nascimento Monteiro. Em 1903, Cizino morre no Maranhão, deixando o seringal para a viúva e os seus três filhos. Em 24 de outubro de 1913, morre a viúva Porcina, os filhos fizeram uma procuração para José Mariano Ferreira, tornando-o representante legal até a sua morte em 1933; o Cisino Deoclésio Monteiro, filho mais velho dos herdeiros, assumiu o comando até 1941. Em 1970, o seringal foi divido em lotes pelo governo federal, através do projeto Transamazônica, que foram vendido a agricultores e pecuaristas do sul do Brasil, houve a devastação e destruição do grande e saudoso seringal Paraíso”.

Na oportunidade, desejo parabenizar o Abrahim Baze, historiador, escritor e apresentador do programa "Literatura em Foco", do canal Amazonsat, pelos 10 anos de exibição do programa.

Um comentário:

Unknown disse...

Lendo A Selva, de Ferreira de Castro, quási, imaginando, se conhece o Seringal Paraíso.