Zé Mundão acordou cedo, era uma manhã de domingo em Manaus, fez as suas necessidades fisiológicas, vestiu uma camiseta, bermudão e chinela, pegou a carteira de identidade, celular e alguns reais, fez uma caminhada pelas ruas Tapajós, Ramos Ferreira e Eduardo Ribeiro; parou no sebo “O Alienista”, do seu amigo Celestino, onde jogou conversa fora; visitou algumas barracas da Feira, parou para tomar um café regional, comprou um jornal, leu as principais noticias, depois tomou um copo de guaraná em pó com mel e limão, pois o dia iria ser muito longo; comprou um óculos “fanta”, tipo “ray-ban”; seguiu para a Estação de Ônibus da Matriz, pegou o de numero 120, com o percurso Centro-Ponta Negra, a viagem durou em torno de trinta minutos, no ponto final, pegou outro “buzão” com destino a Marina do Davi, fica por detrás do Hotel Tropical, estava com a intenção de dar uns pulos nas águas do Rio Negro e apreciar a paisagem, na realidade, queria mesmo era ficar um pouco sozinho, largado e meditar um pouco sobre a sua vida; pegou uma lancha tipo “a jato”, o preço cobrado para a Praia da Lua foi de três reais, parou e estacionou a “carcaça” na Barraca do Gueri, um camarada "gente fina", conhecidíssimo do pedaço; leu mais um pouco o jornal, o tempo estava tipo "chove e depois faz sol"; tomou algumas latas de cerveja, ficou observando uns malucos “amanhecidos” dançarem uns “reggae night”; deu uns pulos n´água, estava bastante limpa e refrescante, lembrou da sua infância, quando era possível tomar banho nos diversos igarapés do centro de Manaus; quando a fome chegou, pediu o seu manjar preferido: Jaraqui Frito com Baião de Dois – o preço de 12 contos estava dentro da normalidade, o serviço foi de primeira, tudo na maior assepsia, somente não contava com uma espinha de peixe que resolveu se instalar na sua garganta, depois de tossir que nem um tuberculoso, a danada saiu na maior, todos estavam olhando para ele, talvez achando o Zé Mundão um “cabocão” muito desajeitado no trato com o peixe, não sabiam que aquilo foi um acidente de percurso, pois ele fora criado desde “curumim”, comendo peixe todo santo dia; pagou a conta, resolveu dar um passeio pela praia, deu umas olhadas nas beldades que estavam de bunda para cima, esperando o sol chegar; pegou o barco de volta, quando estava curtindo a linda paisagem do Rio Negro, o sol voltou com todo o esplendor, porém, não dava mais para ele voltar para a praia; sentiu um puta vontade de “zuar” o restante do domingo, pegou uma carona com o “Moto Taxi” de plantão, curtiu o vento na testa, sentiu a sua adrenalina chegar a mil por hora, ficou na parada de ônibus, pagou 5 pilas ao motoqueiro; pegou o 120 de volta para o centro de Manaus, no percurso a chuva voltou com força total, não estava mais nem ai para o tempo; parou no ponto do Colégio Militar, seguiu a pé até o Bar Caldeira, encontrou os amigos de bar, ouviu algumas marchinhas de carnaval, cantadas pelas divas Kátia Maria, Graça Silva e Nazaré Lakute, brincou, contou piadas, tocou pandeiro que nem japonês, bebeu, dançou, fez de tudo um pouco, foi embora somente após a dona do estabelecimento fechar as portas; seguiu para o Largo de São Sebastião, assistiu a apresentação de um grupo de jovens tenores e sopranos amazonenses, achou "show de bola", depois foi assistir a um filme antigo, estava passando na Praça de São Sebastião; a fome veio, correu para a Conveniência do Paraná, na Rua 10 de Julho, a grana só dava para comprar um “miojo” e nada mais, não se fez de rogado, comprou e levou para o seu “apê”, detonou o seu "Fettuccine" fajuto; assistiu a alguns programas de televisão e dormiu, roncou a noite toda que nem um "porco da pata branca"; o Zé Mundão acordou cedo no dia seguinte, pronto para enfrentar a batalha da semana; está pensando em curtir o carnaval da Bica no sábado e voltar no domingo a fazer tudo de novo pelo mundo afora! Eu Hein!
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