quarta-feira, 4 de março de 2009

O DISCO DE VINIL ESTÁ VOLTANDO!


O vinil está voltando para o deleite dos aficionados neste tipo de suporte. O Ministério da Cultura está incentivando a produção no Brasil, através da gravação de músicas populares e dos arquivos da Funarte e do Iphan, com o objetivo de estimular uma mídia que possibilite novas experiências e a própria divulgação do Brasil no exterior.

Sempre ouvi falar que no Brasil não prensava mais o vinil, ledo engano, existe uma fábrica no Rio de Janeiro, na Baixa Fluminense, segundo um dos técnicos da empresa o Sr. William de Carvalho “A empresa passa por dificuldades financeiras e que atualmente vende apenas cerca de 23 mil cópias por ano, a maioria, cerca de 80%, de bandas de rock independentes. Muitas dessas bandas, ou de pessoal que gosta desse som, querem ouvir as músicas em vinil, apesar da qualidade do som ser aparentemente pior, a música acaba sendo mais fiel ao som original, com mais clareza nos graves, por exemplo".

Lembro da minha adolescência, quando adquiri o meu primeiro 3 em 1 da marca Sonyo, depois comprei um mais possante da marca Sony, o rock corria solto! O meu pai simplesmente odiava música estrangeira; certa vez, no aniversário da minha irmã, estavam todos dançado ao ritmo dos Rollys Stones, quando o velho surgiu do nada, parou o som, deu um grande “ralho”: - Vocês nem sambem o que eles estão cantando, não entendem patavina de inglês, devem ouvir é uma música brasileira - e colocou um vinil do Nelson Gonçalves, foi um balde de água fria, a negada se mandou!

Quando adulto, comprei um som modular da marca Sansuy, era composto de duas caixas, um Tape Deck, um Receiver, um Módulo de Madeira e um Toca Disco; curti durante vários anos meus vinis. Os meus filhos pequenos tentavam de todas as formas detonar o meu som, foi um martírio! Com o passar do tempo, surgiram os equipamentos compactos e digitais - fui na conversa da mulher, achava o meu som um trambolho e que ocupava muito espaço do nosso apartamento - troquei por um pequeno Akai. Adeus Toca Disco e Vinis, tenho raiva até hoje! Encontrei uma loja, no centro de Manaus, que tem no estoque umas três peças de 3 em 1, vou lá comprar o meu!

Ainda conservo alguns vinis, tais como: Gal Costa (Baby), Emilio Santiago (Aquarela Brasileira III), Guilherme Arantes (Calor), Evandro do Bandolim (...E o Choro Continua), Jacob do Bandolim & Waldir Azevedo (III), Anísio Silva e Orlando Dias (O Astro), Richard Clayderman (Emoções), dentre outros. Recentemente, recebi do meu amigo Raimundo, administrador do Conjunto dos Jornalistas, com uma dúzia de vinis, dente eles: John Barry (Somewhere In Time), Puccini (Madama Butterfly), Mantovani (Itália Mia), Rachmanivou (The Four Piano Concertos).

Tenho vários amigos que ainda conservam os seus vinis - o Beto dos Embaixadores, possui uns três mil, a Dona Rosangela e o Paulo Mamulengo, possuem algumas raridades (já ouvi alguns rocks rural), o Armando Soares, perdeu as contas (nas sextas-feiras ouvimos muita MPB da coleção do portuga). Encontramos vinil de 1 real no sebo da Feira da Eduardo Ribeiro; tem um sujeito chamado Carlos Câmara, criou todos os filhos com a renda da venda de vinil, até hoje poderemos encontrá-lo em frente ao Mercado Municipal Adolpho Lisboa, vendendo os seus vinis e fita cassete, é mole! Existe um bar “pé sujo” chamado por “Casa do Terror”, o proprietário roda muito discos do Valdique Soriano, Aguinaldo Timoteo, Ângela Maria e companhia. Os “botequeiros” de Manaus conhecem um vendedor de discos chamado Leandro Grande Circular – vendeu o vinil durante décadas, relutou em trocar pelo CD, com certeza terá o maior prazer em voltar a vender as “bolachas” quando forem novamente prensadas.

Estou recebendo doações de vinis, pode escrever que eu irei correndo apanha-los. O vinil voltará com certeza! Não sei quando! Vamos esperar e curtir os que ainda restaram.

Vamos conhecer um pouco mais do Disco de Vinil:

Disco de vinil
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O Disco de vinil, ou simplesmente Vinil ou ainda Long Play (abreviatura LP), ou coloquialmente bolachão é uma mídia desenvolvida no início da década de
1950 para a reprodução musical, que usava um material plástico chamado vinil.
Trata-se uma bolacha de material
plástico, usualmente de cor preta, que registra informações de áudio, as quais podem ser reproduzidas através de um toca-discos. O disco de vinil possui micro-sulcos ou ranhuras em forma espiralada que conduzem a agulha do toca-discos da borda externa até o centro no sentido horário. Trata-se de uma gravação analógica, mecânica. Esses sulcos são microscópicos e fazem a agulha vibrar, essa vibração é transformada em sinal elétrico e por fim amplificado e transformado em som audível (música).
O vinil é um tipo de plástico muito delicado e qualquer arranhão pode comprometer a qualidade sonora. Os discos precisam constantemente ser limpos e estar sempre livres de poeira, ser guardados sempre na posição vertical e dentro de sua capa e envelope de proteção. A poeira é o pior inimigo do vinil pois funciona como um abrasivo, danificando tanto o disco como a agulha.

História
O disco de vinil surgiu no ano de
1948, tornando obsoletos os antigos discos de goma-laca de 78 rotações, que até então eram utilizados. Os discos de vinil são mais leves, mais maleáveis e resistentes a choques, quedas e manuseio. Mas são melhores principalmente pela reprodução de um número maior de músicas (ao invés de uma canção por face do disco) e finalmente pela sua excelente qualidade sonora.

A partir do final da década de 1980 e início da década de 1990, a invenção dos compact discs (CDs) prometeu maior capacidade, durabilidade e clareza sonora, sem chiados, fazendo os discos de vinil ficarem obsoletos e desaparecerem quase por completo no fim do Século XX. No Brasil, os LPs em escala comercial foram comercializados até meados de 2001.
Com o fim da venda comercial dos discos de vinil , alguns
audiófilos preferem o vinil, dizendo ser um meio de armazenamento mais fiel que o CD e é curioso que a FNAC e outras lojas da especialidade ainda têm uma pequena seção com discos em vinil que são ainda hoje editadas por alguns ( muito poucos) artistas/bandas.
Durante o seu apogeu, os discos de vinil foram produzidos sob diferentes formatos:
LP: abreviatura do inglês Long Play (conhecido na indústria como, Twelve inches--- ou, "12 polegadas" (
em português) ). Disco com 31 cm de diametro que era tocado a 33 1/3 rotações por minuto. A sua capacidade normal era de cerca de 20 minutos por lado. O formato LP era utilizado, usualmente, para a comercialização de álbuns completos. Nota-se a diferença entre as primeiras gerações dos LPs que foram gravadas a 78 RPM (rotações por minuto).
EP: abreviatura do inglês Extended Play. Disco com 17 cm de diametro e que era tocado, normalmente, a 45 RPM. A sua capacidade normal era de cerca de 8 minutos por lado. O EP normalmente continha em torno de quatro faixas.
Single ou compacto simples: abreviatura do inglês Single Play (também conhecido como, seven inches---ou, "7 polegadas" (em português) ); ou como compacto simples. Disco com 17 cm de diametro, tocado usualmente a 45 RPM (no Brasil, a 33 1/3 RPM). A sua capacidade normal rondava os 4 minutos por lado. O single era geralmente empregado para a difusão das músicas de trabalho de um álbum completo a ser posteriormente lançado .
Máxi: abreviatura do inglês Maxi Single. Disco com 31 cm de diametro e que era tocado a 45 RPM. A sua capacidade era de cerca de 12 minutos por lado

LP, CD e Single
Os
discos de goma-laca de 78 rotações, foram substituídos pelo LP. Depois o CD tomou o lugar de destaque do LP, pois teve ampla aceitação devido sua praticidade, seu tamanho reduzido e som livre de ruídos. A propaganda do CD previa o fim inevitável do LP, que é de manuseio difícil e delicado.
Certos entusiastas defendem a superioridade do vinil em relação às mídias digitais em geral (CDs, DVDs e outros). O principal argumento utilizado é o de que as gravações em meio digital cortam as freqüências sonoras mais altas e baixas, eliminando
harmônicos, ecos e batidas graves e "naturalidade" e espacialidade do som. No entanto estas justificativas não são tecnicamente infundadas, visto que a faixa dinâmica e resposta do CD não supera em todos os quesitos as do vinil.
Os defensores do som digital argumentam que a eliminação do ruído (o grande problema do vinil) foi um grande avanço na fidelidade das gravações. Os problemas mais graves encontrados com o CD no início também foram aos poucos sendo solucionados. O sucessor do CD, o
DVD-Audio, oferece fidelidade superior ao CD, apesar de sua baixa penetração no mercado a início.
Até hoje se fabricam LPs e toca-discos, que ainda são objetos de relíquia e estima para audiófilos e entusiastas de música em geral.
Uma curiosidade: o disco de vinil não precisa de um aparelho de som propriamente para ser "tocado". Experimente colocar o disco rodando na vitrola, sem áudio, com as caixas de som desligadas. Você conseguirá ouvir o disco, pois seu princípio de funcionamento se baseia na vibração da agulha no sulco (espiralado, como um velodromo, tendendo ao infinito como uma linha reta) dentro das ranhuras, que nada mais são do que a representação freqüencial do áudio em questão.