sexta-feira, 29 de julho de 2022
BLOGDOROCHA: FAMÍLIA COUTINHO
domingo, 24 de julho de 2022
A MINHA CASA REDONDA
Nascemos e moramos na casa dos nossos pais, quanto temos esta felicidade, crescemos e sonhamos com a casa que um dia poderemos chamar de minha – casamos e quem casa quer casa, depois, separamos de nossas mulheres e voltamos para a velha casa de nossos pais - passei por tudo isto, no entanto, sempre sonhei em morar em minha casa ideal, ela veio em meu pensamento, mas até o momento atual não pude construir a minha casa redonda.
A casa dos meus pais fica na
Vila Paraíso, uma construção mista de madeira e alvenaria, construída no final
de década de sessenta – eu e os meus irmãos casamos e fomos morar cada um no
seu quadrado.
Com o passar do tempo,
nossos pais faleceram, nossa casinha ficou triste e abandonada – muitos anos
depois, separei e o meu irmão, também – e voltamos para o nosso ninho.
Tive uma ideia de ressuscitar
a beleza de nossa casa – eu e meu irmão Henrique estamos pintando, reformando
aos poucos – as pessoas passam pelo nosso barraco e ficam admirando uma beleza
que ficou anos esquecida.
Por incrível que pareça, ela
ainda guarda madeiras do nosso velho flutuando do Igarapé de Manaus, onde
nascemos, além de conter muitos objetos e violões da oficina de luteria de nosso
velho pai Rochinha.
Apesar de tudo isto, ainda
guardo o sonho de um dia construir a minha casa redonda.
Alguns falam por ai que, a
grande sacada da casa redonda é que a sogra não terá o seu canto nela. Tá
rindo, né?
A sua construção seria em
Iranduba, se possível próximo ao Rio Negro e seria mais ou menos assim:
Especificação da “Casa Redonda”:
Porão, com Oficina e Sistema
de Tratamento de Água;
Térreo, com Cozinha e Sala
de Jantar;
Primeiro andar, onde ficam
os Quartos, Suítes e o Redódromo (para os visitantes armarem as suas redes) - todos
com os nomes dos rios da nossa Amazônia – o meu será Rio Negro, com uma fatia
maior, é claro!
Segundo andar, com o Auditório,
Cine Guarany e um Museu (com peças da nossa Manaus Antiga).
Terceiro andar, com Piscina,
Jardim Suspenso, Solário e um Observatório do Espaço Sideral.
Além disto, terá o seguinte:
Energia Solar (Placas) e Gerador, Água de Poço, Cisterna, Quadras de Esporte,
Estacionamento, Jardins, Pomar, Criatório de Peixes (Psicultura), Criação de Abelhas (Psicultura),
Cultivo de Tomates e Pimentões em Estufas e Muito Mais.
É um sonho? É, sim, senhor!
Mas, as coisas somente acontecem a partir de um sonho, de uma vontade, de um
pensamento e de MUITA AÇÃO!
Caso não for possível
construir a minha casa redonda, acredito que os meus dois netinhos (a Duda e
Mateus) já gostaram da minha ideia e uma dia, talvez, construam e realizem o
meu sonho.
Enquanto isto não acontece,
estamos revitalizando a nossa casa tradicional e com o tempo ela irá ficar
linda e bela para o mundo ver, pois no momento é apenas um sonho a minha casa
redonda.
É isso aí.
BLOGDOROCHA: FERNANDO DEMASI, O NOSSO “PIMENTA”
sexta-feira, 22 de julho de 2022
TRANSPORTE COLETIVO AQUAVIÁRIO
Foto: José Rocha
Este projeto foi pensando por Joaquim Alencar na década de oitenta, inclusive foi publicado em jornais da época. Dei uma melhorada na ideia, conforme a seguir:
No decorrer dos anos muitos prefeitos e políticos trataram do assunto de forma
superficial, porém nunca implantaram de fato este sistema de transporte
alternativo fluvial.
O novo prefeito David Almeida poderá determinar a sua equipe de engenharia que
faça estudos mais aprofundados e verificará que ele será viável, pois encurtará
distâncias, aproveitando a imensidão do nosso majestoso Rio Negro que banha
toda a nossa cidade.
O projeto consiste em utilizar “Barcos A Jato” conhecidos como “Expresso”,
fabricados no Pólo Naval da nossa cidade, construídos em aço, alumínio e fibra,
com motores de popa velozes e potentes, dotados de conforto e segurança.
Eles são os mais indicados, pois oferece aceleração e velocidade, promovendo a diminuição da duração das viagens “anulação do espaço pelo tempo”, um produto da modernização aquaviária e já faz parte da paisagem do transporte fluvial da nossa região.
Rotas saindo do bairro Puraquequara, na Zona Leste, com várias paradas
intermediárias (em pequenas balsas flutuantes), permitindo a população de
alguns bairros e comunidades ribeirinhas, chegar de forma rápida e saudável ao
Centro da cidade e desta para os bairros de São Raimundo, Compensa (Ponte Rio
Negro), Praia da Ponta Negra até a Marina do Davi, na Zona Oeste, onde os
passageiros poderão se deslocar para a Zona Rural da Bacia do Tarumã e
vice-versa.
Servirá, também, para incrementar o turismo, pois todos aqueles que chegam a
nossa cidade via aérea desejam conhecer e passear de forma rápida pelo Rio
Negro, que possui uma beleza singular.
Irá contribuir para elevar a autoestima
dos manauaras que terão oportunidade de passearem aos finais de semana ao redor
da cidade de uma forma saudável e segura.
quinta-feira, 21 de julho de 2022
AQUI E AGORA
Esta canção do compositor e
cantor Gilberto Gil, constitui-se numa obra que “dar muito o que falar”, com
tema para psicólogos divagarem e fonte para dissertações acadêmicas, além deste
pobre mortal que buscar entender a inspiração deste cancioneiro popular ao
escrever seus poemas musicais.
Para a maioria dos
psicólogos (um profissional que analisa e estuda os fenômenos de comportamento
e psíquicos do ser humano), a letra do Gilberto Gil, tem a ver com o momento
presente, a tal Gestalt-terapia, onde o passado não existe e o futuro ainda não
é.
Na realidade, os psicólogos
tentam melhorar a vida de seus pacientes, para que esqueçam as situações
passadas que tanto os machucam, pois o que passou, passou, não tem como
modifica-las (a não ser que viagem no tempo e no espaço para consertar erros
passados) e que o futuro ainda não aconteceu, portanto, não podem sofrer
antecipadamente, e que para terem uma felicidade plena os pacientes devem viver
o que acontece aqui e agora.
Por outro lado, existe um
grande número de estudantes, professores e doutores que fizeram e fazem
trabalhos acadêmicos de difícil compreensão sobre a letra da música do Gilberto
Gil “Aqui e Agora”.
São trabalhos sérios, de
intensas pesquisas e estão disponíveis nos sites de busca, no entanto, as
pessoas comuns nada entendem, pois utilizam uma linguagem técnica, ficando
restritas a discussões no meio acadêmico.
Como sou um cara um pouco
travado mentalmente, juro que não consigo entender o que os psicólogos rezam em
suas cartilhas, muito menos o que escrevem os doutores da academia.
Certa vez, o próprio
Gilberto Gil deu uma dica para o periódico Música Popular em Revista, Campinas,
SP, 2021: “Esse lugar ao qual me refiro não é necessariamente geográfico ou
topográfico. É um lugar especial, um lugar interior. Onde quer que a gente
esteja, o melhor lugar do mundo é onde você está. E é agora, o tempo de hoje.
Na verdade, isso é sobre a meditação”
Ao ouvir esta bela canção,
fiquei a imaginar que o narrador é um bebe na barriga de sua mãe, num mundo
interior, onde o seu mundo é ali dentro, sem ter vivenciado nada do passado,
sem futuro, pois a sua vida é aqui e agora.
Vamos lá Rocha:
Aqui e Agora
- O “aqui” é o espaço (onde
estou, dentro da barriga de minha mãe) e “agora” é o tempo (o mês em que estou
dentro, três, quatro, cinco ou mais);
O melhor lugar do mundo
É aqui e agora
- Não conheço o passado, nem
sofro pelo o futuro, dessa forma, o melhor lugar do mundo é estar, neste
momento, dentro da barriga de minha mãe;
Quando ser leve ou pesado
Deixa de fazer sentido
- Por eu estar dentro do
líquido amniótico (minha urina!), flutuo na bolsa, independentemente de ser
pequeno ou grandão, isto tanto faz como tanto fez;
Aqui onde indefinido
Agora que é quase quando
- Neste local aqui nada é
definido e tudo pode acontecer, não depende de mim e não irei sofrer por isto;
Aqui de onde o olho mira
Agora que ouvido escuta
O tempo que a voz não fala
Mas que o coração tributa
- Em dias claros miro a luz;
escuto os batimentos cardíacos de minha mãe; não falo, mas o meu coração é
dela;
Aqui onde a cor é clara
Agora que é tudo escuro
Viver em Guadalajara
Dentro de um figo maduro
- Vejo a cor alaranjada
durante o dia e escuro na noite de sono. Tanto faz a cidade onde estou, pois
vivo dentro de um figo maduro (que possui o formato da barriga de minha mãe);
Agora sete, oito ou nove
- Posso nascer prematuro
(sete meses ou oito) ou normal aos nove meses de gestação;
Sentir é questão de pele
Amor é tudo que move
- Sinto o toque e o carinho
de minha mãe, sua voz, sons, timbres e músicas que ela canta quando está feliz,
tudo é pelo seu amor por mim;
Aqui perto passa um rio
- Tudo envolta é água, um
rio;
Agora eu vi um lagarto
- Acho que a minha mãe está
fazendo amor com o seu parceiro;
Morrer deve ser tão frio
Quanto na hora do parto
- Sou quente, mas estou para
nascer, caso morra ficarei frio na hora do parto;
Aqui fora de perigo
Agora dentro de instantes
Depois de tudo que eu digo
Muito embora muito antes
- Nasci vivo, estou fora de
perigo, o que falei e senti antes não importa mais, agora em diante o meu mundo
é aqui e agora;
O melhor lugar do mundo
É aqui e agora
O melhor lugar do mundo
É aqui e agora
- Sem palavras.
Brincadeiras à parte, esta
música vale a pena ser escutada e apreciada a sua letra, apesar das milhares
tentativas de decifrar a ideia do autor.
É isso ai.
Clique no linque abaixo e
ouça:
https://music.youtube.com/watch?v=_op2-ySOWQs&feature=share
Fontes:
https://gravidez.online/vida-bebe-barriga-mae/
http://www.manuellabahls.com/.../voce-sabe-o-que-e-o-aqui...
https://www.daitebi.com.br/.../a-vida-do-bebe-na-barriga...
domingo, 17 de julho de 2022
RADIODIFUSÃO DO AMAZONAS
Os manauaras mais antigos
eram vidrados em ouvir em seu aparelho (o receptor, conhecido como rádio) as
emissoras de rádio (as rádios, emissoras de radiofrequências), tínhamos somente
três em Manaus, a extinta Baré (também conhecida como PRF6, hoje, na frequência
ficou a CBN), a Difusora e a Rio Mar; com o passar do tempo, foram aparecendo uma
infinidade delas, incluindo as da Web com alcance mundial.
Rádio Baré – Foi
fundada em Sete de setembro de 1938, pelo radioamador paulista Lizardo
Rodrigues, técnico em eletrônica e ex-funcionários dos Correios e Telégrafos,
na Avenida Sete de Setembro, 1801, em frente ao Palácio Rio Negro, com o nome de
“Voz da Bariceia (1938-1945)”, contando com o apoio do carioca Wuppschlander
Lima, um bacharel em direito e funcionário da Fazenda Pública, considerado o
primeiro locutor esportivo do Amazonas. Tempos depois, passou para os Diários
Associados, de Assis Chateaubriand, como Rádio Baré (1945-2007), Rádio Globo
(2007-2009), depois passou para o Commercio (2009-2015), quando foi extinta.
Teve a sua frequência arrendada para a Rede Amazônica, dando lugar para a CBN
Amazônia. Na época do Flávio de Souza era
conhecida como PRF-6. Um dos primeiros
diretores foi o Josué Cláudio de Souza (pai) que saiu depois para fundar a Rádio
Difusora do Amazonas. Na época de ouro da rádio, a emissora possuía um palco
externo com shows musicais na Maloca dos Barés, onde é hoje a Capitania dos
Portos (Marinha) e utilizava também o Cine Guarany para shows musicais.
Rádio Difusora – Foi criada no dia 24 de novembro de 1948 pelo
Josué Cláudio de Souza (foi Deputado Federal e Prefeito de Manaus), na Rua
Joaquim Sarmento, conhecida como ZYS-8. Em 1968, passou para a frequência 96.9
FM, passando para Rádio Difusora do Amazonas. Em 2016, a Assembleia Legislativa
do Amazonas declarou como Patrimônio Cultural Imaterial. Em 2017 foi extinta a
sua frequência de AM e inaugurou a FM 93.7. Na época de ouro da rádio, a
emissora possuía um palco externo com shows musicais na Avenida Getúlio Vagas,
onde é hoje o edifício Palácio do Rádio e utilizava também o Cine Polytheama para
shows musicais. Atualmente, fica no Edifício Palácio do Comércio, na Avenida
Eduardo Ribeiro.
Rádio Rio Mar – Inaugurada em 1954, tendo como sócios o comerciante
Charles Hamú e os irmãos Aguinaldo e Aluysio Archer Pinto. No início, a
emissora ficava no 8º. Andar do edifício IAPTEC (hoje INSS), depois, passou
para a Avenida Epaminondas (ZYB-22). Em 1960, os estúdios foram para o bairro
de São Raimundo, atrás do Estádio da Colina. A partir de então, foi adquirida
pelo Arcebispo de Manaus, Dom João de Souza Lima, para utilização de apoio às
ações pastorais. Assumiram os padres Tiago de Souza Braz e Onias Bento da Silva.
Atualmente, fica no prédio da Rádio Mar, no Largo de São Sebastião, sob a administração
da Arquidiocese de Manaus.
Nos tempos atuais, existem 55 emissoras
concessionadas pela ANATEL (uma das primeiras agências reguladoras do Brasil)
no Amazonas.
Em Manaus, temos umas 20 emissoras de radiofrequência e inúmeras outras de Rádio Web.
Ano passado, tentei implantar uma Rádio Web através do Edital Encontro das Artes, da SEC/AM, com um orçamento em torno de trinta mil reais, mas fui desclassificado.
A ideia era a seguinte:
“uma rádio
web (via internet), com site e domínio próprio e divulgação nas redes sociais
(cultura digital em mídias interativas), visando divulgar para todo o mundo da
produção de conteúdo culturais e a artísticos oriundos do município de
Iranduba, interior do Estado do Amazonas. Programas voltados para a música,
preservação arqueológica dos nossos ancestrais indígenas, história do
patrimônio histórico (por exemplo, As Ruínas da Vila de Paricatuba), culinária,
novelas radiofônicas, saúde e prevenção, esporte e lazer, divulgação de eventos
esportivos e culturais que acontecerão na cidade etc. A "Radio Web - Arte
e Cultura de Iranduba", onde seriam contratados profissionais para fazerem
a criação do site e domínio próprio, implantação de softwares (streaming) e
aplicativos. Compra de Equipamentos e Aluguel de um espaço apropriado. Por se
tratar de uma rádio transmitida via internet, haveria num primeiro momento (a
fase de testes) uma vasta programação musical, com exclusividade para a
produção musical de amazonenses e da região norte do país. Seria implantada na
própria cidade de Iranduba, na Região Metropolitana de Manaus, distante 19,89
quilômetros de Manaus, ligada à capital do Amazonas através da Ponte Jornalista
Phelippe Daou, conhecida como Ponte Rio Negro (o que permitiria um intercâmbio
cultural e artístico mais rápido)”.
A ideia ainda não morreu, pretendo, sim, um dia implantar uma Rádio Web em Manaus, continuando o trabalho dos nossos pioneiros, difundindo para o mundo, via internet, a nossa história, os nossos costumes, a nossa música popular amazonense, a nossa culinária, enfim, a nossa cultura e o nosso povo manauara e amazonense.
É isso ai.
sábado, 16 de julho de 2022
BORBULHA DE AMOR - BAR MARREIROS
Basta ouvir uma música das
antigas que marcaram a minha juventude, para viajar no passado e lembrar-me de
passagens poucas e boas dos tempos juvenis de minha vida e dos meus amigos de
outrora.
Pois bem, hoje, resolvi ficar
quieto em meu barraco, tomando uma “água que passarinho não bebe” e ouvindo uma
seleção das boas no Youtube Music, quando de repetente toca uma que marcou toda
uma geração.
Era a música “Jaraqui Tarado”,
aliás, “Borbulhas de Amor”, do conterrâneo de meu pai, o cearense Fagner.
É mais ou menos assim:
“...Quem dera ser
um peixe
Para em teu límpido aquário mergulhar
Fazer borbulhas de amor p'ra te encantar
Passar a noite em claro
Dentro de ti um
peixe
Para enfeitar de corais tua cintura
Fazer silhuetas de amor à luz da lua
Saciar esta loucura
Dentro de ti...”
Viajei no tempo e no espaço, estava
no “Bar Marreiros”, na entrada do Bairro do Parque Dez, onde é hoje um Posto de
Gasolina, curtindo e dançando um samba da melhor qualidade com uma “cabrocha” e
em companhia da minha “turma (grupo de amigos)” do Conjunto dos Jornalistas.
Somente a fuleiragem: Iracildo
Campelo, Jorge Parente, Tony Biondo, For Make Love, Junior Calcinha, Zé Galinha, Marcelo Lambaceiro, Klinger
Peninha, Léo da Sefaz, Marcus Klain, Flávio Lauria, Zezinho e Martha, Pelé Eu
Hein (motora do Gilberto), Selma Goiana, Mauro e outras sumidades.
Ali era uns dos nossos “points” para
os encontros etílicos-dançantes das sextas calientes da nossa “Manô de Mil Contrastes”.
Certa vez, dentre várias delas,
estava calibrado, quando olhei para uma mulher bela e magrinha, fui me aproximando
todo faceiro para dançar com aquela beldade, pois naquela época eu era um “pé
de valsa” e um “cansa puta”. Pense. Pois bem, quando cheguei próximo me deparei
com “um armário de quatro maleiros”, não sei o porquê desta chama que tenho por
mulheres belas e gordinhas. Sei, não!
Eu comecei a frequentar o Bar Marreiros
quando ainda era jovem, passava por lá em companhia do Klinger Peninha (meu
colega do Colégio Solon de Lucena, depois, vizinho do Conjunto dos Jornalistas).
Tempos depois casei, vieram os filhos
e as broncas do dia-a-dia. O meu casamento estava quem nem “rede velha” quebrando
os punhos a cada dormida.
Quando o bicho pegou geral, separei e
voltei a dançar e a paquerar as “minas” do Bar Marreiros e adjacências, parecia
que estava preso fazia um tempão. O leão estava solto na cidade a procura de carne nova.
Depois longo tempo ficou apenas a
saudade do Bar Marreiro ao ouvir a música do Jaraqui Tarado, com a Borbulha de Amor.
É isso ai.
sábado, 9 de julho de 2022
O PRIMEIRO BOI VOADOR DE MANAUS José Rocha Após um exercício mental, voltei ao fundo de minha memória, revivendo um causo, narrado pelo meu saudoso amigo, o compositor e cantor Afonso Toscano. Guardadas todas as proporções do evento e "O Enfeite do Maracá" do escritor, foi mais ou menos assim que aconteceu. Era uma bela noite manauara de um sábado junino caliente: O miolo do boi do Garrote Luz de Guerra, do saudoso Maranhão, era um negão que trabalhava nos Correios, considerado o melhor do pedaço lá das bandas do "Mato Tinha". Num belo sábado em que "o urubu voava com uma assa e se abanava com a outra", o tripa “secou” todas os botecos do bairro, não se aguentava em pé, imaginem dançar embaixo do boi! Naquele dia, o boi se apresentaria na Bola da Suframa. O miolo ( ou tripa, tanto faz como tanto fez em Manaus ou Parintins) foi tratado com bastante água de coco, sucos, banhos de cacimba, sono reparador e Sal de Fruta Eno. Melhorou bastante, dava para o gasto e o gosto. Toda a turma foi à pé para o festival. No caminho, o negão começou a tomar umas batidas de maracujá, não deu outra: voltou o porre. Quando chegaram ao local da apresentação, estava no palco o grupo folclórico "A Tribo dos Andirás". O miolo aproveitou o tempo de espera para tomar mais uns goles. O Paulo Gilberto, eterno apresentador do festival, fez a chamada: - Eee aaagoora com vooocês, é ele, é ele, é ele, ooo Gaarrrrooote Luuuuzzz de Gueeeerrrra! Fogos estourando, a noite virando dia, tambores rufando e a galera delirando! Todos os componentes subiram a rampa do Tablado, que era feito de madeira, na forma cilíndrica e com três metros de altura. O miolo foi ajudado pelos colegas, ficou bem no meio da arena, não conseguiu manter o boi em pé e resolveu dormir embaixo do Luz de Guerra, em plena apresentação. O Amo do Boi foi acordá-lo. Deu umas bicudas no boi e gritou: - Acorda negão, acorda negão! Movimenta! Gira! Dança! Porra! Faz alguma coisa caralho! O negão se levantou, girou com o boi e correu direto, passou do Tablado, voou uns três metros e meio, foi direto para o chão! Foram "cacos" para todos os lados do boi e do negão. Desde então, o "Boi Luz de Guerra" passou a ser chamado, pela galera como “O Primeiro Boi Voador de Manaus!” Pense numa fuleiragem! É isso ai.
O PRIMEIRO BOI VOADOR DE MANAUS
segunda-feira, 4 de julho de 2022
SCHOLZ
Em 08 de dezembro de 2021, o Olaf
Scholz, assumiu, na Alemanha, o cargo de Primeiro-Ministro (chefe de governo de
um país parlamentarista), um sobrenome de família alemã que fez história na
cidade de Manaus, na pessoa de um senhor chamado Waldemar Scholz.
O alemão karl Waldemar
Scholz, nasceu em 1871, na cidade de Hamburgo, na Alemanha, veio ainda jovem
para a Amazônia, especificamente para a cidade Manaus, atraído pelo “ouro branco”,
o látex fruto das seringueiras nativas da nossa região.
Fundou a empresa Scholz
& Cia (sucessores da Witt & Cia., com filial em Belém, Pará), com
negócios focados na compra e exportação de produtos regionais, com maior ênfase
na borracha, destinando para Europa e Estados Unidos.
A sua loja ficava no local
conhecido como Booth Lines (um complexo de casas que foram destruídas criminosamente
pela família Di Carli, administradores do Porto de Manaus, doado de “mão
beijada” pelo então governador Amazonino Mendes).
De sua antiga loja restou
somente a fachada que está preste a cair. Quem passar por lá ainda poderá
observar uma casa parecendo um castelo medieval (ao lado da antiga sede da CEM –
Companhia Energética de Manaus).
O Scholz foi também Diretor
e Presidente da Associação Comercial do Amazonas (1911), além de Vice- Consul
da Áustria-Hungria (1913).
Ganhou fortunas, assim como
muitos ganharam na fase do “boom” da exportação da borracha in natura,
pois a Seringueira era nativa da Amazônia e uma enorme leva de estrangeiros por
aqui aportaram tornando-se seringalistas, banqueiros, aviadores, comerciantes,
transportadores etc.
O Scholz tornou-se um Barão,
um homem rico e próspero, tanto que, em 1903, iniciou um mega projeto de
construção de um palacete para fixar a sua moradia, executado por um arquiteto
italiano.
Foram oito anos de muito
trabalho e gastos enormes, finalmente terminado em 1910 e inaugurado em 1911.
Ficou conhecido como
Palacete Scholz, na Avenida Sete de Setembro, entre as duas Pontes Romanas (I e
II). A sua residência era uma obra prima, milionária, eclética, imponente,
perdendo somente em magnitude para o Teatro Amazonas.
Não esperava, nem sequer
sonhava, que tudo isto iria por água abaixo em um breve espaço de tempo,
secando a sua fonte de renda e de outros ricaços, indo todos à falência,
deixando um rastro de miséria e de abandono das cidades de Manaus e Belém (outrora
lindas e maravilhosas).
Tudo remou contra. Entrou em
produção a borracha asiática (roubada as mudas pelos ingleses e plantadas em países
com o clima parecido com o nosso).
As nossas seringueiras eram
nativas (os seringueiros tinham de entrar na mata fechada e abrir caminhos para
encontra-las e colher o seu precioso látex), um trabalho dispendioso, caro,
desumano, de semiescravidão).
Por outro lado, as asiáticas
foram plantadas de forma racional, com milhares delas próximas umas das outras,
de fácil manejo, com custos reduzidos e uma produção cada vez maior, baixando
drasticamente o seu preço no mercado internacional, tornando a produção amazônica
praticamente inviável.
O Scholz ficou “a ver navios”,
travado e imerso em dívidas cada vez maiores, sem poder manter a sua suntuosa
residência. Para salvar a sua empresa recorreu a um empréstimo (1911) de 400
Contos de Réis (prazo de um ano e juros de 9% a/a), acertado com um rico
comerciante do Purus, o seringalista e Coronel Luiz da Silva Gomes (este ainda
estava “em cima da carne seca”), dando como garantia o Palacete Scholz.
Para completar o cenário de
caos, veio a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), com a suspensão da rota marítima
de Hamburgo (Alemanha) até Manaus, impedindo o Waldemar Scholz de exportar os produtos
regionais para os seus principais compradores.
O alemão não conseguiu
honrar a sua dívida para com o brasileiro seringalista, sendo executado em 1914,
obrigar a vender por 121 Contos de Réis (1916) o seu belíssimo imóvel para o exequente
(ainda ficou devendo 618 (400 de empréstimo + juros + honorários + custas).
Em 1918, o Scholz resolveu
voltar para a Alemanha. Em 1928, ano de seu falecimento, a Assembleia legislativa
do Estado do Amazonas, fez um Necrológio (elogio fúnebre).
Os Scholz ainda permanecem
no Brasil, principalmente em Curitiba, no Paraná. Na Alemanha um deles é o “manda
chuva” daquele país.
O Palacete Scholz foi alugado,
em 1914, e depois vendido ao Estado do Amazonas, em 1918, por 200 contos de Réis,
o equivalente hoje em 24 milhões de reais. Na realidade, ele valia naquela época
600, equivalente hoje a 74 milhões de reais.
Virou Palácio Rio Negro,
depois, Centro Cultural Palácio Rio Negro, um prédio belo e bem conservado pela
Secretaria de Cultura e Economia Criativa – SEC, que juntamente com o maior
parque urbano de Manaus, o Parque Jefferson Peres, viraram um dos melhores
lugares para visitar, caminhar e conhecer um pouco da história de Manaus.
Scholz, um sobrenome de
família alemã que fez história na cidade de Manaus, na pessoa de um senhor
chamado Waldemar Scholz.
É isso aí.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pal%C3%A1cio_Rio_Negro_(Manaus)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Olaf_Scholz
https://web.facebook.com/Manausdeantigamente/posts/2102721413124639/