sábado, 30 de janeiro de 2021

COLUNA "SECOS & MOLHADOS" DO BLOGDOROCHA

O LINGUAJAR DO BLOG

Procuramos ser o mais simples possível, nada de rebuscar ou caprichar nas palavras ou frases, o  nosso público é diversificada, a grande maioria é de Manaus, por isso, incluímos o Amazonês e alguns bordões característicos na nossa região. Utilizamos também algumas gírias, em decorrência de sermos muito lidos pelos jovens universitários. Gostamos de contar piadas, fazer algumas gozações, porém, evitamos os deboches, as ofensas. Escrevemos alguns palavrões (não dá para evitar). Ao utilizarmos as citações damos os devidos créditos. Procuramos elevar o astral das pessoas, evitamos o pessimismo, enfim, somos simples, mas, procuramos sempre levar uma mensagem de amor às pessoas, o respeito ao meio ambiente e ao planeta terra.

UBER DRIVE

Peguei "corda" dos meus filhos, Amanda e Alexandre, para ganhar o extra em dezembro de 2019 como "Uber Drive".

Relutei, mas, enfrentei a fera!

Aluguei um carro March Nissan "zero bala".

Rodei dezembro e janeiro nas horas vagas, pois, tenho outras atividades.

Natal, Ano Novo, Domingos & Feriados foram "perdidos" dirigindo para estranhos!

O "fiodeumaegua" do GPS levou-me para ruas sem saída, buraqueiras, área vermelha e o "caralho a quatro".

Passei por uma experiência incrível, onde tive raiva, medo, alegria, satisfação, prazer e muito mais!

Em curto espaço de tempo, fui considerado pela UBER como o motora que mais recebeu 5 Estrelas & Elogios de Manaus.

Sempre com roupa social, carro limpo, cheiro neutro, sorrisos e bom papo e todo respeito aos passageiros.

Ao devolver o carro da Movida, recebi nota máxima!

Por gostar da minha cidade e ter amor e carinho pelas pessoas, todos os passageiros se abriam sobre suas vidas, falavam sobre  os seus problemas e ansiedades, fui um motora psicólogo, psiquiatra & terapeuta ocupacional!

Não ganhei porra nenhuma em grana, apenas empatei.

No entanto, como sou um cronista inveterado, irei colocar tudo isso num pequeno livro!

Valeu meus filhos!

 

BRIGA DE CACHORRO GRANDE

Um dono de uma rede de rádio e televisão de Manaus andou falando mal de um Coronel, em decorrência deste ter mostrado nas redes sociais os contratos milionários que àquele mantém com o governo do Amazonas.

Ficou tão enfurecido que chamou o militar para a porrada.

O militar aceitou na hora, pedindo para o empresário marcar o local e o horário.

Este desistiu, pois ficou sabendo que o militar é atleta e praticante de Karatê.

O empresário é baixinho, invocado e chegado ao "CaraTer".

É briga de cachorro grande.

Não irei citar os nomes, pois poderá sobrar para mim, um cachorro velho e vira-lata.

 

FURA-FILAS NO DRIVE THRU

No primeiro dia de vacinação dos idosos, pelo sistema Drive-Thru, dois fura-filas chegaram em seus carrões, tentando passar a frente de todos que estavam desde às seis da manhã no Balneário do Sesc.

Mandaram ver aquele papo:

- Sabe com quem está falando? Sou o fulano de tal.

Mesmo assim, foram barrados e tiveram de voltar para a rabeta da fila.

Ao retornarem tinham chegado mais de vinte carros.

Valeu a pena dá uma de esperto?

Claro que não.

Pena que os velhinhos tiveram que esperar mais tempo, em decorrência da estupidez e insensatez dos filhos.

Esta parada foi presenciada pelo repórter de uma emissora de rádio e televisão de Manaus.

 

SEMVID POR CAUSA DO COVID

No Natal passado, o Papai Noel era do grupo de risco, ficou em casa.

O passar do Ano Novo passou passado.

As Escolas de Samba do Rio nadaram, nadaram e irão morrer na praia.

A Banda da Bica não irá sair nem na P...

As Olimpíadas do Japão todos ficarão com os olhos arregalados com medo do invisível.

O Festival de Parintins irá Dançar embaixo do boi.

As Festas do Aniversário de Manaus passarão em branco, pois o negócio tá preto.

Nem Carna, muito menos Boi.

Dia dos Finados milhares de velas acessas para as milhares de vidas ceifadas em 2020 e 2021.

Ufa!

Pelo menos desejo que no Final do Ano de 2021 todos os amazonenses possam estar vacinados.

Quem viver poderá comemorar em 2022, pois 2020 e 2021 estão perdidos, SemVid por causa do CoVid.

 

PIADA

Um mecânico lá do bairro Redenção:

- Anos anteriores a minha mulher vivia reclamando que eu passava os finais de semana no bar. Agora, o bar tá fechado, se vou pra rua posso ser preso e pior, a minha mulher só vive reclamando, pois passo o dia todo dentro de casa. Tá foda, mano.

Tá mermo.

 

TODO CUIDADO SERÁ POUCO!

Estas fotografias são de uma Doca, um local onde entram todos as mercadorias para um grande supermercado de Manaus.

Tudo entra ao meio de um lixão, lamas e podridão.

Lá dentro, tudo bonito, limpíssimo, uma belesura.

Poucos sabem que àqueles produtos lindos e maravilhosos expostos em gôndolas, podem estar contaminados até o caroço.

Os donos, com certeza, sabem disto! Existem inúmeras câmeras para registrar tudo.

A vigilância sanitária fiscaliza lá dentro. E aqui fora? Nada.

A mesma coisa são os restaurantes finos, caso alguém conseguir entrar na cozinha, com certeza irá vomitar!

Fica a dica: muito cuidado com os produtos que você compra nos supermercados.

Lave, ferva, coloque água sanitária, pois poucos sabem a real situação da porta da entrada.

Todo cuidado será pouco!

 

O CONHECIMENTO É TUDO

A educação, o conhecimento, a pesquisa e a tecnologia são a base do desenvolvimento de um país.

Estes requisitos todos sabem disto. Não é novidade.

Exemplo disto são os USA, Japão, China e alguns países da União Européia.

O Brasil muitas das vezes vai indo na contra mão desses países.

Recentemente, andou reduzindo os recursos para as universidades, instituições de pesquisas, sufocando as pesquisas avançadas e o conhecimento.

Em tempos passados, o governo brasileiro andou quebrando patentes de grandes laboratórios e começou a fabricar aqui no Brasil remédios essenciais para os brasileiros carentes.

Atualmente, se alinhou aos USA e Japão, não apoiando a Índia fazer o nesmo que fez no passado. Resultado: As autoridades indianas declararam que o Brasil não é prioridade.

O presidente e seus filhos andaram falando mal, fazendo insinuações sem provas contra a China. Resultado: As autoridades chinesas estão dando o troco segurando o IFA e não permitindo a transferência de tecnologias para fabricação plena das vacinas para o Covid.

Caso o governo brasileiro tivesse investido maciçamente nas universidades e centros avançados de tecnologia não estaríamos tão dependentes da China.

Neste momento crucial, os chineses e os indianos devem pensar nos brasileiros e não no governo, pois este é passageiro e o Brasil continuará.

Que sirva de exemplo aos novos governantes que assumirão em 2023.

 

TIGRÃO

Raimundo Nonato Avelino, o Tigrão – Ele tinha a pele morena, mas, recebeu o apelido em sua juventude de Tigrão, o que poderia pensar que era um camarada atraente e dado a conquistas amorosas, com pinta de Tigrão. Nada disto, ele sempre foi chegado a altas velocidades, disputando corridas em carros de altas cilindradas. Os seus carros sempre eram pintados nas duas portas dianteiras com a figura de um Tigre, uma espécie de gato da espécie pantera, com suas listras verticais escuras na pele marrom-alaranjada. Bem abaixo da figura do animal colocava “Tigrão”. Todos os seus carros eram conhecidos por este nome e por tabela, o motorista era assim conhecido. O apelido pegou. Era amigo de infância do Dr. Fernando Gonçalves, do bairro de Aparecida. Os dois sempre se alfinetavam por causa de um rapaz alegre chamado Gangalha, para definir quem foi o primeiro a beija-lo na boca. Cruzes. Era tudo brincadeira. Alguns falam que, ele foi Coroinha da Igreja de Aparecida, somente para tirar onda com as beatas novinhas. Na realidade, era um católico apostólico romano. No Bar Caldeira ninguém o conhecia pelo nome de batismo de Raimundo, mas, sim, de Tigrão. Ele trabalhou durante muitos anos na Moto Honda da Amazônia, tendo viajado muitas vezes ao Japão para fazer treinamentos. Era muito querido e respeitado nesta empresa, onde ficou até se aposentar. Mesmo aposentado nunca deixou de trabalhar, fazendo manutenção em máquinas de padarias e açougues de uma grande rede de supermercados de Manaus. A sua grande paixão era, em primeiro lugar, a sua família. Em segundo lugar vinha o gosto por carros clássicos, principalmente

do Chevrolet Opala, com seis cilindros em linha com possantes 125 cavalos turbinados, o ideal para correr em altas velocidades. Mesmo chegando à idade feliz, não deixava de ir de madrugada para a Estrada do Turismo para correr junto com jovens loucos por velocidade. Era conhecido com “O Vovô do Pega”. Em épocas passadas gostava de tomar uma gelada com os amigos no Bar Caldeira. Sempre era uma expectativa a sua saída, quando acelerava ao máximo o Opala Tigrão e saia cantando os pneus pela Rua Lobo D´Álmada até a Rua Dez de Julho. Meu Deus.

Certa vez, os larápios roubaram o Opala Tigrão. Passou anos sem o seu possante. Ficou cabisbaixo por uma boa temporada. Um belo dia, um cara postou num site a venda de um Opala. O Tigrão ao por os olhos, gritou: - Este é o meu Tigrão! Reconheceu o seu carro mesmo estando sem o seu símbolo e com outra cor. Ele e o seu filho marcaram um encontro com o vendedor e conseguiram recuperar o querido Tigrão. Não tinha mais idade para fazer pega, mas rodava pela cidade sempre em companhia do seu fiel amigo tigrão.

Morei por uns anos no bairro da Cidade Nova e sempre fazia os meus exames anuais numa Unidade Básica de Saúde. Certa vez, apareceu por lá o Tigrão. Todo mundo estava com a cara de enterro, quando o Tigrão começou a falar alto, prendendo a atenção de todos e começou a contar piadas, tirar saro da cara de todos, animando o lugar e elevando o astral dos enfermos. Era uma de suas marcas registradas, o elevado estado de espírito, sem tempo ruim, sempre sorrindo e contando piadas. Ele contava que existia um cearense empreendedor e morador da Cidade Alta. Em frente a sua casa existia uma árvore frondosa, onde o nordestino colocou uma placa com os seguintes dizeres “Ensina-se Português e Vende-se Calvão”. Não obteve sucesso pela contradição. Mas, o cara era insistente, começou a vender botijas de gás. Colocou uma imensa placa de madeira pregada na mesma árvore com a seguinte frase: “Vende-se Gás”. Com o tempo, o referido comerciante começou a amealhar uma boa grana. Com a venda bamburrando, o cearense resolveu construir quartinhos para alta rotatividade. Quando estava no décimo quarto, escreveu abaixo da frase “Vende-se Gás” e “Fode-se Atrás”. Até que rimou. Foi o primeiro Motel de Manaus.

Em dezembro de 2020, o Tigrão esteve presente com os confrades do Bar Caldeira para a Festa de Confraternização e Ano Novo, onde contou pela última vez esta sua piada preferida. e falou: - Sou amigo do Arroz, Alonso, Pelé e do Mococa. Quem não foi? Pense. Veio a falecer em decorrência do Covid-19 em janeiro de 2021. Fica somente a saudade do nosso amigo Tigrão. Que Deus o receba em sua nova morada. Caso por lá for permitido contar piadas, falar palavrão e fazer pegas em Opala, o Tigrão estará em casa. Valeu, meu irmão Tigrão!

 

PARA RELAXAR E...

O governo federal, com o apoio da companhia aérea Azul, mandou um avião Airbus A330neo, ontem, para a cidade indiana de Mumbai, para trazer, no domingo, dois milhões de doses de vacina da Oxford. (um pingo no oceano de 212 milhões da população brasileira).

Foi uma parceria da Fiocruz, da AstraZeneca e Oxford do Brasil.

No entanto, esta vacina somente será liberada pela Anvisa no domingo, com previsão para distribuição aos estados em cinco dias.

Por outro lado, o governador João Dória (PSDB), tenta iniciar a vacinação, em São Paulo,com as doses da vacina Coronavac, do Butantan, em parceria com a SinoVac da China, porém, ainda não foi autorizado pela Anvisa.

Ou seja, as duas vacinas estão em briga para serem vacinadas (imunizadas pela Anvisa).

Por falar em vacinas, a de São Paulo está sendo chamada de “Vachina” pelo povo brasileiro.

Por sermos gozadores até morrendo, o pessoal das redes sociais anda espalhando por ai (não sei se é fake) que um jornal do interior do Rio Grande do Sul, estampou em sua página principal “NÃO FALTARÁ PARA O NOSSO MUNICÍPIO A VAGINA”.

Pense numa festa da macharada e, principalmente, dos velinhos. Todos soltaram fogos e gritavam:

- Eba! Até que em fim uma boa notícia!

Só para relaxar e...

 

A Velha Politicagem

1. O ex Prefeito Arthur Neto gastou ano passado 51 milhões em medicamentos e 225 milhões em propaganda, além de ter fechado um hospital de campanha que foi doado por empresas particulares, mesmo sabendo que viria um segundo pico da doença. Remédios não foram prioridades, propaganda sim, pois ele almeja a governança do Estado. E ainda escreve que o atual governador é um assassino. E o Arthur, não?

2. O Senador Eduardo Braga pede intervenção federal no Amazonas e escreve que "está chocado com o que está acontecendo com o nosso povo". Tá com pena do povo, tá? Fala sério, Cadeirudo! Você quer mesmo é voltar a mandar na chave do cofre do Estado.

3. Nenhum Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual do Amazonas ou Vereador de Manaus doou um tubo sequer de oxigênio para amenizar a falta deste equipamento. Parece que apenas o garoto vereador fez alguma coisa. O resto, nada!

4. O governador do Pará fechou a entrada do Estado para os barcos amazonenses que em sua grande maioria estão cheios de paraenses que moram em nosso Estado. Vamos dá o troco e implantar a Lei de Taliao: Olho por Olho, Dente por Dente.

5. A vacina da Covid será destinada em primeiro lugar para os profissionais da linha de frente da saúde, idosos de abrigos e indígenas aldeados. Será que os políticos não irão furar a fila? Desviam milhões do erário público. Mandam e desmandam em tudo. Será que irão respeitar e esperar o dia de vacinação dos políticos? Vão nada! Irá sair vacinas "por debaixo dos panos" a torto e a direito. E os ricões irão esperar? É ruim, heim.

6. O governo federal está segurando a autorização da vacina paulista até chegarem a brasileira. Nesta briga política para ser o primeiro atrasa mais e o povo morrendo. O mais importante é ser o primeiro , pois isto dá votos, a vacina em si é apenas um instrumento para tal. O povo que se f....

7. Os venezuelanos saíram em massa de seu país em decorrência da fome e pela estabilidade política. Agora, este país sinaliza em mandar para Manaus tubos de oxigênio para ajudar também aos milhares de venezuelanos que moram aqui em Manaus. Eles querem mesmo é a normalidade para voltarem ao seu país, rever seus parentes, se alimentarem dignamente e ter trabalho e renda, o que infelizmente o atual presidente nega aos seus patrícios.

 

QUILOMBO DE SÃO BENEDITO

A comunidade quilombola da Praça 14 sente orgulho de suas raízes negras na Amazônia, tanto que promove todos os sábados um encontro com a comunidade.

Segundo o meu irmão José Henrique “O Projeto Samba de Raiz acontece todos os sábados, na Casa do Patecão (a sede do Quilombo de São Benedito), com uma feijoada embalada pelo grupo Pão Torrado, o samba entrando pela noite, com a presença dos pagodeiros da Praça 14 e vários convidados da Escola de Samba Vitória Régia”.

A nossa mãe Nely era branca, mas o nosso pai Rocha era um nordestino negro, ele era muito amigo do saudoso Nestor Nascimento (fundador do Movimento Alma Negra), dessa forma, valorizamos, também, as nossas origens.

Salve a Dona Severa, Dona Lindoca, Nestor Nascimento, Eduardo Ribeiro e todos aqueles que guardam essa preciosa página viva da história do Amazonas: O Quilombo Urbano do Barranco de São Benedito de Manaus! É isso ai

 

ANIVERSÁRIO DO BAR CALDEIRA

A partir de 2013, foi instituído “O Aniversário do Bar Caldeira”, no dia 14 de Janeiro, data da explosão da caldeira do Hospital da Santa Casa de Misericórdia, evento que foi pesquisado por mim na Biblioteca Pública do Estado do Amazonas, conforme foi relatado em postagens anteriores.

Coincidentemente, a data é a mesma do aniversário do berço do samba em Manaus, o bairro da Praça 14 de Janeiro.

Não se comemora, de forma alguma, àquele dia fatídico, mas, um evento que marcou a nossa cidade naquela época e que deu o nome ao Bar Caldeira.

Neste dia faz-se uma grande festa, com salva de fogos e grandes atrações musicais para celebrar o samba, a marca registrada do bar e do berço do samba de Manaus, a nossa querida Praça Catorze de Janeiro.

Em 2021, não foi possível comemorar os 58 anos em decorrência da pandemia da Covid-19 e pelas restrições impostas pela justiça e pelo governo do Estado.

O administrador Carbajal Gomes publicou na página oficial do Facebook a seguinte declaração:

“Não é todo dia que se faz aniversário e também não é sempre que se enfrenta uma pandemia, que já é considerada o desafio de uma geração. Com o avanço da COVID-19 os Caldeirenses estão precisando manter o isolamento social para evitar a disseminação dessa doença. Neste 14 de janeiro, dia em que se comemora os 58 anos de História e Tradição do Bar Caldeira, não teremos nossa grandiosa festa de aniversário, mas deixamos o nosso profundo pesar à todos aqueles que perderam algum ente querido, em especial à família dos Caldeirenses e dos amigos do meio cultural que faleceram em decorrência da COVID-19. Obrigado a todos”.

Parabéns!

 

NOVAS PARADAS DE ÔNIBUS

Semana passada, comprei uma peça na Pemaza da Avenida Kako Caminha. Depois, fui até a parada de ônibus do Olímpico Clube.

Foi inaugurada no final do ano juntamente com outras tantas na mesma avenida.

Nas anteriores, que foram destruídas, tinham somente seis pilares de sustentação dos tetos, com grande área de circulação e visibilidade dos ônibus.

Nas atuais, o engenheiro resolveu colocar dezoitos pilares, sendo nove de cada lado.

Reduziu a área, e o pior de tudo, para ver os ônibus que estão vindo, o passageiro não tem visibilidade, tendo de ficar a um palmo do fim da rampa para saber se é o seu ônibus.

Que perigo! Imaginem quando voltar a normalidade, entupido de gente.

Não sei se as outras paradas da Constantino são assim.

Uma coisa posso afirmar: São bonitinhas, mas sem vergonha!

Acho que este engenheiro nunca andou de ônibus na vida dele.

 

FULEIRANDO A SEXTA-FEIRA

Pense numa sexta-feira escrota, dentro de casa, sem poder sair com os amigos e amigas, tomar uma na mesa de bar, contar mentiras e dar umas gargalhadas das piadas dos boêmios de plantão.

Muitos sabem, não posso mentir ou fingir. Dizem que todo poeta é um fingidor “Enclausurado estou. Ai que dor. Sem o teu calor, será difícil passar quinze dias sem o teu amor”. E bote papo furado. Por falar em poeta, a hora e a vez é do Tenório Telles, no Conselho Municipal de Cultura.

Certa vez, ventilei aos amigos mais próximos abrir um Bar. Falei-lhes que seria “BarBossa”, um bar temático de Bossa Nova. Alguns falaram que iria parecer com o nome do “Barbosa Coiffeur”. Sem chance. Pedi umas sugestões. Um nome bem sugestivo. Surgiram vários: Uísque Esquisito – Bar Bante – Mastur Bar – Casa da Mãe Joana – Lá Hoje Bar – Primas & Bordões Bar - Buteko do Rocha – Di Rocha Bar e outros mais. Alguém falou: - Porra, Rocha, o teu bar não passará de um ano, irás à falência, pois você consumirá toda a mercadoria! Sem chance de abrir um bar.

Por falar em bar, não têm um em Manaus onde toca bossa nova, com toques de decoração dos anos sessenta e setenta, todo retrô, com vinis espalhados pelas paredes, aliás, as suas capas eram um obra de arte. Quem sabe um dia o “Bar Bossa Nova” possa resgatar isto.

Por falar em gosto musical, é igual ao orifício da extremidade inferior do intestino grosso, ou seja, todo mundo tem o seu. Gosto de Bossa Nova, porém, muitos acham que a mistura de samba carioca com jazz americano não foi legal. Eu adoro o samba e o jazz. E também música clássica, muitos chamam de funeral.

No meu futuro bar só vai tocar bossa nova, jazz (improvisação), toadas de boi (sem chifre não rola), músicas de funeral (clássicas), samba dos bons, sucessos dos anos oitenta e noventa (da época do achocho). Se alguém pedir musica brega (basta eu), sertanejo e pé de serra, com todo respeito aos santinhos(as) e evangélicos que não gostam de palavrão “Não Colocarei Nemfudendeôdó”.

Para fuleirar ainda mais a sexta-feira enclausurada, irei mudar de pau para cacete. Certa vez, um jovem falou: - Porra, Rocha, o teu blogue só comenta coisas do passado. Passou, passou, mano. Passado é só prá museu! Entendeu? Respondi-lhe: - O que você pretende ser no futuro? Respondeu: - Advogado de porta de cadeira, serei o cara que vai tirar toda a malandragem do chilindró, pois isto dá dinheiro prá caralho! Respondi: - Tudo bem. Uma bela profissão. Só tem uma coisa: você irá passar um ano estudando o passado. Caso não estudares os filósofos, os sociólogos, Platão e companhia, além do Direito Romano de setecentos anos antes de Cristo, serás um advogado zero a esquerda! Nem OAB terás! O passado é a base para entenderes o presente e para se firmar no futuro!

Por falar em passado, o meu blogue é de 2006. Poucos comentavam sobre a nossa Manaus antiga. Hoje, existe uma infinidade. Isto é bom. Começamos a respeitar o passado da nossa cidade, a nossa história.

 

AMANDO MANAUS E A AMAZÔNIA

Na minha juventude todos gostavam de morar no Rio Janeiro. Os caras imitavam o carioquês. Era uma ofensa ser chamado de caboco ou caboca (caboclo só no dicionário). Pois bem, com o passar dos anos, o mundo inteiro voltou os olhos para a Amazônia, valorizando os nossos rios, a selva, os animais, a gastronomia, o artesanato. Virou moda. A partir de então, todos começaram a sentir-se importante e a se respeitar e bater no peito: sou caboco, sou da Amazônia e amo a minha cidade Manaus!

Chega de fuleiragem (esta palavra não está no dicionário) na sexta-feira. Segundo o nosso respeitado ex Deputado Estadual Cordeirinho: É tudo uma FULEIRAGEM! Vem de fuleiro, um linguajar chulo, mas, o nobre deputado levou para a tribuna. Ai pegou! Este texto tenta fugir do normal ou anormal, pois é apenas uma brincadeira para elevar o espírito das pessoas. Tudo normal, tudo igual, e etcetara e tal!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

SHOW DE PARAQUEDISMO NO JOGO FAST CLUBE X NY COSMOS EM 1980

 

Jornal do Comércio

        Após os jogos preliminares e momento antes da partida principal entre o NY Cosmos X Fast Clube, aconteceu um show de paraquedismo, formado por equipes do Aeroclube do Amazonas, Pará Clube de Manaus e Olímpico Clube. Partiram do Aeroclube de Manaus, sob o comando do Tenente Coronel Adelson Julião, Presidente da Confederação Brasileira de Paraquedismo (servindo naquela época em Manaus). Saíram do Aeroclube, saltando na altura de 1.500 metros, abrindo os paraquedas a 700 metros, caindo bem no meio do campo, vieram com a bola do jogo e as bandeiras do Fast e do NY Cosmos. Portavam paraquedas modernos para a época, tipo asa, de grande rendimento aerodinâmico. A mais aplaudida foi a jovem Joesia Julião, que realizou uma aterrissagem perfeita, juntamente com o seu irmão Adelson Junior Julião. Dentre os atletas, o Isaac Marconde, o mais antigo da turma, foi o que trouxe a bola que foi utilizada no jogo. Atletas que saltaram: Adelson Julião, José Abelardo, Paulo Caminha, Alfredo Jacaúna, Isaac Marconde, Mauro Perés, Pedro Gouveia, Marcos Rivas, Alex Rivas, Celso A. Hagge,  Adelson Julião Junior,  Pedro Ottino,  Joesia Julião, Jodelson Julia e      Ricardo Ramalho.

        Manaus era a cidade que tinha mais atividades de salto, superando até a cidade de São Paulo. Os adeptos de paraquedismos esportivos eram praticados por engenheiros, oficiais das forças armadas, estudantes universitários, industriais, comerciantes e empresários. Tinha e ainda tem uma grande aceitação por parte dos jovens. Aos sábados e domingos, as famílias dos saltadores lotavam as dependências do Aeroclube Manaus para assistirem aos saltos, como ainda é tradição até hoje. Naquele domingo histórico o público saiu do estádio satisfeito com o show, pois os paraquedistas deram um colorido todo especial ao espetáculo. Várias mulheres praticavam paraquedismos naquela época, como a Joesinha (filha do TC Julião, universitária de Engenharia, a única a saltar antes do jogo), Suely Sicsu, Eva Lopes, Cely de Castro, Silvia Ferreira, Hélida Barros, Harneide Macedo, Eneide, Dra. Rosaline Amorim (médica pediatra) e sua  filha             Kátia        Amorim        (Pará Clube).

        O Tenente Coronel Adelson Julião, do Exército Brasileiro, fez história no paraquedismo do Brasil e, em particular, na cidade de Manaus, em 1980. Ele era o Presidente da Federação Brasileira de Paraquedismo – FBP, quando foi destacado para servir em Manaus, onde tratou, imediatamente, de fundar a Federação Amazonense de Paraquedismo – FAP, naquele ano. Entre os dias oito e vinte de abril de 1980, a Seleção Brasileira de Paraquedismo sagrou-se vice-campeã das Américas (perdendo apenas para os EUA), em Alta Gracia, em Cordoba, na Argentina. O Coronel Julião, na qualidade de presidente da FBP,   foi eleito          naquela         cidade, o    vice-presidente                               da  Confederação                                 Pan-Americana      de      Paraquedismo.

        A Federação Amazonense de Paraquedismo – FAP, localizada no Aeroclube, na Zona Centro-Sul, na capital amazonense, onde possui a terceira maior área de paraquedismo do Brasil, encoraja a formação de novos atletas, desenvolvendo suas atividades em harmonia com a legislação aero desportiva, atendendo aos anseios de seus praticantes, oferecendo uma estrutura completa, com amplo estacionamento, lanchonetes, banheiros, salas de aula, equipamentos modernos e instrutores altamente capacitados, além de aeronaves inspecionadas e próprias para os paraquedismos e pilotos experientes. O Jogo do NY Cosmos versus Fast Clube, ocorrido em março de 1980, bem como, a Federação Amazonense de Paraquedismo – FAP, fundada em 1980, pelo TC Adelson Julião,                 estão                    de                          parabéns pelos                            seus                   40            anos          em          2020!

 Trecho do livro "NY COSMOS X FAST CLUBE - 40 ANOS DE JOGO HISTÓRICO - de José Rocha e Joaquim Alencar.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

CORDAS DE AÇO


A cantora amazonense Celestina Maria encantou o Brasil inteiro, ao participar da segunda edição do programa global “The Voice Mais”, com uma magnífica interpretação do samba-canção “Cordas de Aço” do genial cantor e compositor carioca Cartola (Rio de janeiro,   11de outubro de 1908 – Rio de Janeiro, 30 de novembro de 1980).

Quem gosta de violão se apaixona à primeira vista por esta música, cativando um grande numero de cantores (as), tanto profissionais como amadores.

Esta música fez o maior sucesso na voz do Luiz Melodia, Gal Costa, Beth Carvalho. E agora, conquistou o Brasil na voz da nossa querida Celestina Maria.

A música “Cordas de Aço” faz parte do disco “Cartola II” lançado em 1976. Fez muito sucesso juntamente com “As Rosas Não Falam” e “O Mundo É Um Moinho”.

Somente um poeta poderá falar com exatidão sobre os seus poemas. No entanto, irei tentar decifrar um pouco sobre o que o Cartola tentou levar ao público na sua canção.

Na realidade, conheço um pouco sobre o instrumento violão, pois o meu pai José Rocha foi um grande luthier na cidade de Manaus. Eu e os meus irmãos Rochinha e Henrique trabalhamos na oficina de violões do nosso velho até adquirirmos a maioridade. Os músicos e os poetas terão cada um a sua versão, aceito sugestão.

Ah, essas cordas de aço

(O Cartola está olhando e se encantando com as cordas de seu violão, onde inícia um monólogo. As cordas podem ser seis ou sete [utilizado em choro], de nylon [mais macias e para músicas suaves] e de aço [mais resistentes e emitem um som mais alto]. Alguns utilizam a mista. Primeira: MI. Segunda: Si. Terceira: Sol. Quarta: Ré. Quinta: Lá. Sexta: Mi. Sétima: Dó ou Si).

Este minúsculo braço

(o braço é do tamanho do corpo. Minúsculo [na forma poética], comparando ao tamanho do braço humano. É feito de dois tipos de madeira, geralmente de cedro [mais claro] e uma bem dura [escura] onde se coloca os trastes [latão] para dividir a escala).

Do violão que os dedos meus acariciam

(O destro fica suavemente [acariciando] com os dedos da mão esquerda a escala e dedilhando com os da direita, dando as notas musicais).

Ah, este bojo perfeito

(é a caixa de ressonância, formado pelo fundo, laterais e tampo, com uma abertura “boca do violão”).

Que trago junto ao meu peito

(a grande maioria dos músicos toca com o violão encostado no peito, outros tantos, apoiam na coxa. O Cartola faz uma analogia com o instrumento de seu coração).

Só você violão

(o poeta começa a falar com o seu violão, o seu amigo fiel e companheiro).

Compreende porque perdi toda alegria

(ao tocar musicas tristes e melancólicas, o seu violão sabe que o dono perdeu a alegria por estar longe de sua amada).

E no momento meu pinho

(quem tem um violão sempre coloca um nome nele, no caso do Cartola ela o chamava de “Meu Pinho”, um nome comum, pois antigamente o tampo dos violões eram feitos de Pinho).

Pode crer, eu adivinho

Aquela mulher

Até hoje está nos esperando

(continua falando com o seu violão, acreditando que a sua mulher amada ainda o está esperando).

Solte o teu som da madeira

(pede para o seu violão [que é feito em sua maior parte de madeira] solte um som musical com alta ressonância, para animá-lo e levar para bem longe a sua tristeza).

Eu você e a companheira

Na madrugada iremos pra casa

Cantando...

(para finalizar o monólogo com o violão, ele toca e canta imaginando voltando de madrugada para a sua casa com o violão e a sua companheira. Cantando...).

A cantora Celestina Maria foi muito feliz em escolher esta música para representar o nosso Estado do Amazonas na Rede Globo. Fico na torcida para que ela alcance outros voos. É isso ai.

Fotos: Só Cartola. Bar Caldeira. José Rocha

            Celestina Maria. Redes Sociais.

#TheVoiceMais

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

ELEIÇÃO PARA A PRESIDÊNCIA DA CÂMARA FEDERAL

 Com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) negando a reeleição do atual presidente, o Rodrigo Maia (DEM-SP), a corrida ficou polarizada entre dois candidatos, o Baleia Rossi (MDB-SP) e o Arthur Lira (PP-AL).

A eleição será no dia 2 de fevereiro, estando em jogo também os cargos de vice-presidente da Casa, dos secretários e suplentes. Para ganhar no primeiro turno, o candidato deverá obter a maioria absoluta, ou seja, 257 votos (metade de 513 + 1).

O deputado Baleia Rossi (presidente do MDB teve o apoio do Ulisses Guimarães quando tinha apenas 20 anos de idade) é apoiado, atualmente, pelo presidente da Casa e da oposição, contando com 278 dos 513 candidatos.

Por outro lado, o Arthur Lira (líder do Centrão cujo lema é “aos amigos tudo, aos inimigos a lei”) conta com o apoio do presidente da república e possui 195 votos declarados.

A votação será presencial e o voto secreto, ou seja, poderá haver muita “trairagem”. No programa Roda Vida da TV Cultura, os dois foram convidados, no entanto, o Arthur Lira declinou do convite e inventou outra reunião no mesmo horário. Foi um grande erro, pois deixou a vontade o Baleia Rossi para falar o tempo todo sobre as suas propostas de campanha.

Agora, fica a pergunta: É importante para o povo brasileiro esta eleição?

Na minha humilde opinião ela será muito importante, pelos seguintes motivos:

O Baleia Rossi, caso vencedor, ira cumprir a promessa (segundo declarou no Roda Viva) com a oposição para colocar em votação o impedimento do presidente Bolsonaro e fará uma administração respeitando o regimento interno e a Constituição Federal.

Já o Arthur Lira, segundo os seus opositores, fará a Câmara Federal um Anexo do Palácio da Alvorada, distribuindo a vontade cargos públicos para os amigos, perseguindo ao seu estilo os seus inimigos e fazendo tudo o que o rei mandar.

Este cargo é muito importante, pois segundo a Constituição Federal, o presidente da Câmara será o terceiro na linha de sucessão presidencial, sucedendo ao vice-presidente, em caso de impedimento ou vacância do cargo de Presidente da República.

É isso ai.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

A NOSSA ETERNA REDE DE DORMIR

 


A rede de dormir foi um invento dos indígenas da América do Sul.    No Brasil era conhecida por “Hamaka”, sendo a palavra “rede”, utilizada pela primeira vez, pelo Pero Vaz de Caminha, em carta ao reino de Portugal, onde descrevendo a povoação dos tupiniquins, seus hábitos e costumes, relata a                                                        maneira de dormir daqueles indígenas. Faz parte do cotidiano dos manauaras da gema, dos amazonenses e dos                           amazônidas     (aqueles que resolveram morar e viver na  Amazônia).  

 

É um hábito muito comum nas regiões norte e nordeste, faz parte da nossa cultura . Uma grande maioria das pessoas ainda utiliza a rede em substituição à cama de dormir, além de servir de descanso nas casas de veraneio.

Originalmente, era feita de cipó e lianas (trepadeiras que pendem das árvores). No Brasil colônia, era utilizada também para enterrar os mortos no meio rural, além de servir como meio de transporte, onde os escravos carregavam os colonos em passeios pela cidade.

As mulheres dos colonos portuguesas adaptaram as técnicas indígenas às suas varandas, passando a confeccionar as redes em algodão e enfeitando com franjas.

Existem muitos causos, tendo como personagem principal a rede de dormir, eis algumas:

Na minha adolescência, era comum entre a rapaziada de Manaus, o desejo de conhecer o Rio de Janeiro. Quando alguém conseguia viajar pela primeira vez de avião, existia sempre aquela gozação:                - Não adianta levar a rede, pois no avião não existe armador!

A nossa família era constituída pelo papai, mamãe, vovó, duas irmãs e três irmãos, com exceção dos meus pais, que utilizam a cama de casal, todos os outros usavam a rede de dormir, deixei de usá-la somente quando casei, após a separação, voltei para a minha querida rede de dormir!

Lembro, quando criança, os mais velhos falavam:                             – Além da mulher, a coisa melhor do mundo é a zoada da chuva no telhado de zinco, se embalar e coçar a frieira no punho da rede!

Tive um vizinho no Conjunto dos Jornalistas que, certo dia, me revelou: – Ainda não deixei o hábito de usar a rede de dormir, mesmo após o casamento ato a dita cuja bem cima da cama da mulher, desço somente para ir ao banheiro urinar ou dar uma “lamparinada” na velha, depois, subo para dormir!

Eu tinha um amigo morador da Vila de Paricatuba, município de Iranduba. Ele possuia um belo terreno no Lago de Paricá,  e inspirado pelos “Bumbódromos e Sambódromos” da vida, resolveu fazer um “Redódromo”: um barracão com duzentas redes enfileiradas, para servir de pousada para os turistas mochileiros.

O caboclo preguiçoso estava se embalando, quando uma grande cobra começa a deslizar pela rede, morrendo de medo, bota a boca no trombone: - Mãe, a senhora tem remédio para picada de cobra?        A velha responde: - Tem não, meu filho, por quê?                          Ele responde naquela manha: - É que tem uma no punho da minha rede! - preferindo ser picado, ao sair da sua rede!

Um barco regional ao chegar ao seu destino, todos os passageiros saíram, ficou somente um dorminhoco, o Comandante foi até ele e começou a balançar a rede do caboclo:                                             - Acorda, acorda, acorda! O cara meio sonolento deu um pulo e falou: - A corda é minha a rede eu não sei de quem é! O ladrão de rede se saiu muito bem!

Na Amazônia as estradas são os rios. Para vencer qualquer lugar são utilizados os “Barcos Regionais”, dotados de alguns “Camarotes” para os mais abastados, sendo que a grande maioria utiliza-se das redes de dormir, ficam atadas e amaradas pelos lados, por cima e por baixo, ficando sem espaços até para mexer as pernas!

Sempre gosto de ir ao Festival de Parintins, não tem coisa melhor do que ficar se embalando numa rede e olhando o Rio Amazonas.        Por falar em festival, em 2011, a última vez em que fui a Ilha Bela, passei o maior mico, o jornalista Jersey Nazareno presenciou a cena, ela publicou no Blog da Floresta:



O "caboco" respeitável do Igarapé de Manaus que não sabe atar rede

No sufoco de cobrir matéria para o “BLOGDAFLORESTA”, hoje, no Porto da Manaus Moderna, escuto alguém dizer “vamos nessa”.      Era “Caboco Rochinha” a caminho do barco que o levaria ao Festival de Parintins. Não titubeei e, segui o Rochinha até o motor-navio catamarã ”Rondônia”. Subimos juntos para o andar de cima, onde ele ataria sua rede. Meu espanto!  "Caboco Rochinha", que se criou rincando nas águas, ainda, não poluídas do Igarapé de Manaus, teve dificuldades para atar sua rede, porque não sabia dá o nó certo, como a grande maioria dos que nos barcos, singram os rios amazônicos e ao parque daqueles que vão ao Festival de Parintins. Ele teve que pedir ajuda de outro passageiro que atou a rede como mandava o figuro regional, enquanto ele observava. Olhou pra mim, sorriu, e deixou escapar: “agora eu sei que o nó não desata”. Saímos e fomos comer um bom jaraqui nas redondezas do mercado Adolpho Lisboa. Vale lembrar que o "caboco" que não sabe atar rede, sabe fazer outras coisas importantes, como por exemplo, colaborar com uma das maiores lojas de Manaus (Mirai Panasonic) e alguém que melhor entende de comércio exterior na Zona Franca de Manaus. (Jersey Nazareno)

Depois dessa, comecei a exercitar o nó no punho da rede, com certeza, não irei fazer feio na viagem de barco para o próximo festival de Parintins.

O cantor e compositor paraense Nicolas Junior, com mais de duas décadas morando e trabalhando em Manaus, gravou o seu 5º CD temático, em 2013, denominado “Mãos”. Uma das faixas que mais me chamou a atenção foi “Redes Sociais”. Segundo o artista foi em homenagem “As mãos caboclas que constroem, diariamente, nossa sociedade, tanto da capital quanto do interior”.

Um trecho da letra é mais ou menos assim:

Peguei um motor de recreio

Viajei para o interior

Fui que nem sardinha em lata

Na rede

Para rever a família

Rede por cima

Rede por baixo

Rede de lado

E no corredor

Era um transado de rede

Bolsa, maleta, sacola no chão

Sou caboco pavulagem

Só dormia em colchão

Foi quando descobri, então

Eu adoro rede

Eu adoro rede, maninha....

 

É viva a rede! É isso ai!

sábado, 16 de janeiro de 2021

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

FULEIRANDO A SEXTA-FEIRA

 

Pense numa sexta-feira escrota, dentro de casa, sem poder sair com os amigos e amigas, tomar uma na mesa de bar, contar mentiras e dar umas gargalhadas das piadas dos boêmios de plantão.

Muitos sabem, não posso mentir ou fingir. Dizem que todo poeta é um fingidor “Enclausurado estou. Ai que dor. Sem o teu calor, será difícil passar quinze dias sem o teu amor”. E bote papo furado. Por falar em poeta, a hora e a vez é do Tenório Telles, no Conselho Municipal de Cultura.

Certa vez, ventilei aos amigos mais próximos abrir um Bar. Falei-lhes que seria “BarBossa”, um bar temático de Bossa Nova. Alguns falaram que iria parecer com o nome do “Barbosa Coiffeur”. Sem chance. Pedi umas sugestões. Um nome bem sugestivo. Surgiram vários: Uísque Esquisito – Bar Bante – Mastur Bar – Casa da Mãe Joana – Lá Hoje Bar – Primas & Bordões Bar - Buteko do Rocha – Di Rocha Bar e outros mais. Alguém falou: - Porra, Rocha, o teu bar não passará de um ano, irás à falência, pois você consumirá toda a mercadoria! Sem chance de abrir um bar.

Por falar em bar, não têm um em Manaus onde toca bossa nova, com toques de decoração dos anos sessenta e setenta, todo retrô, com vinis espalhados pelas paredes, aliás, as suas capas eram um obra de arte. Quem sabe um dia o “Bar Bossa Nova” possa resgatar isto.

Por falar em gosto musical, é igual ao orifício da extremidade inferior do intestino grosso, ou seja, todo mundo tem o seu. Gosto de Bossa Nova, porém, muitos acham que a mistura de samba carioca com jazz americano não foi legal. Eu adoro o samba e o jazz. E também música clássica, muitos chamam de funeral.

No meu futuro bar só vai tocar bossa nova, jazz (improvisação), toadas de boi (sem chifre não rola), músicas de funeral (clássicas), samba dos bons, sucessos dos anos oitenta e noventa (da época do achocho). Se alguém pedir musica brega (basta eu), sertanejo e pé de serra, com todo respeito aos santinhos(as) e evangélicos que não gostam de palavrão “Não Colocarei Nemfudendeôdó”.

Para fuleirar ainda mais a sexta-feira enclausurada, irei mudar de pau para cacete. Certa vez, um jovem falou: - Porra, Rocha, o teu blogue só comenta coisas do passado. Passou, passou, mano. Passado é só prá museu! Entendeu? Respondi-lhe: - O que você pretende ser no futuro? Respondeu: - Advogado de porta de cadeira, serei o cara que vai tirar toda a malandragem do chilindró, pois isto dá dinheiro prá caralho! Respondi: - Tudo bem. Uma bela profissão. Só tem uma coisa: você irá passar um ano estudando o passado. Caso não estudares os filósofos, os sociólogos, Platão e companhia, além do Direito Romano de setecentos anos de Cristo, serás um advogado zero a esquerda! Nem OAB terás! O passado é a base para entenderes o presente e para se firmares no futuro!

Por falar em passado, o meu blogue é de 2006. Poucos comentavam sobre a nossa Manaus antiga. Hoje, existe uma infinidade. Isto é bom. Começamos a respeitar o passado da nossa cidade, a nossa história.

Na minha juventude todos gostavam de morar no Rio Janeiro. Os caras imitavam o carioquês. Era uma ofensa ser chamado de caboco ou caboca (caboclo só no dicionário). Pois bem, com o passar dos anos, o mundo inteiro voltou os olhos para a Amazônia, valorizando os nossos rios, a selva, os animais, a gastronomia, o artesanato. Virou moda. A partir da ir, todos começaram a sentir-se importante e a se respeitar e bater no peito: sou caboco, sou da Amazônia e amo a minha cidade Manaus!

Chega de fuleiragem (esta palavra não está no dicionário) na sexta-feira. Chega de fuleiragem (esta palavra não está no dicionário) na sexta-feira. Segundo o nosso respeitado ex Deputado Estadual Cordeirinho: É tudo uma FULEIRAGEM! Vem de fuleiro, um linguajar chulo, mas, o nobre deputado levou para a tribuna. Ai pegou! Este texto tenta fugir do normal ou anormal, pois é apenas uma brincadeira para elevar o espírito das pessoas. Tudo normal, tudo igual, e etcetara e tal!