segunda-feira, 27 de junho de 2016

KUMURÔ

    

Algumas pessoas podem acreditar que essa palavra é oriental, mas talvez não seja – caso tivéssemos conservado a nossa língua mater da região amazônica, o tupi, saberíamos o seu significado de imediato – vamos aproveitar a dica do livro homônimo kumurô, do Instituto Socioambiental e Fed. Das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN).

Os povos indígenas(Tukanos) que habitam o Rio Tiquié, no Alto Rio Negro, no Estado do Amazonas, são os especialistas em kumurô – não é encontrada nada igual fora dessa região, funciona como um distintivo étnico.

Diz a lenda: UmukuNeku, o avô do universo, sentou-se num banco de quartzo, comendo ipadu e fumando, pensava em como faria para criar o mundo e a humanidade, os animais, as terras e as águas.

Hoje, esculpido em madeira, o banco tukano é assento do Kumu, o benzedor – tornou-se, também, um objeto de artesanato, para trocas e presentes para cunhados e sogros de outras etnias e vendido para o mundo todo.

Na língua tupi, Kumurô significa:Kumu = Santo e, = Lugar èLugar de Santo, também conhecido como Banco Tukano.

O Kumurô é um banco de assento, constituindo-se em um objeto cerimonial para o povo tukano, feitos exclusivamente pelos homens dessa etnia.

É uma peça esculpida por inteiro em madeira, sem emendas ou encaixes, com grafismos impresso – o assento é uma plataforma côncava, apoiada sobre pés a quinze centímetros do chão.

Existem três tipos:

1.   PikôseKumurô = Banco Pássaro-Tesoura – possui a estrutura de apoio inteiriça;
2.   WekuSori = Canela de Anta – com pés curvos;
3.  Existe um banco maior, com quatro palmos, destinado ao Mestre de Cerimônia, o Baya.

O grafismo do centro do assento é o desenho do couro de paca (SemeHori).

Os tucanos utilizam as seguintes madeiras para fabricação do banco: Sorva, Sorvinha, Pacarrão e Molongó – uma árvore abatida é possível fazer uns vinte bancos – como são encontradas bem longe da maloca, são cortadas em vários pedados, tirados a casca e transportadas por duas pessoas – são mantidas dentro d’água para não escurecer.

Eles casam com mulheres de outras etnias, quando vão fazer visitas aos seus parentes distantes, abatem as árvores daquela região para fazer os bancos e presenteá-los, conservando as do seu território.

Utilizam, basicamente, três tipos de ferramentas: dois tipos de enxó (sioga e patekaha), uma machadinha (komekumupaweka), terçados, formões, lima de cabo, plainas, facas e outras.

Para a pintura, usam um fixador (resina de árvores), um corante (urucu ou carajuru) e argila com água - um pincel de espigueta de capim e carimbos de arumã dobrado – sobre o fundo vermelho é desenhado um motivo trançado.

Grafismo: os padrões mudam pouco, com trançado de tipiti- possuem diversos significados dentro do ritual, com o desenho do corpo de uma cobra, a Cobra Canoa de Transformação, que transportou a primeira humanidade em seu bojo.

“O BANCO ONDE OS HOMENS TUKANO SE SENTAM, ESCULPIDO A PARTIR DE UM ÚNICO BLOCO DE MADEIRA. É SÍMBOLO DE ESTABILIDADE E SABEDORIA, OFERECE DESCANSO FÍSICO AO CORPO E CONCENTRAÇÃO À MENTE. DIZEM QUE O HOMEM DESAJUIZADO NÃO SABE SE SENTAR, NÃO POSSUI UM BANCO, NÃO ENCONTRA UM LUGAR PARA PENSAR, SENTADO. O HOMEM ESTÁ PROTEGIDO POR SEUS PODERES BENÉFICOS, SENTADO E PENSANDO, CONFORMA UMA POSTURA DE PROCRIAÇÃO E PROTEÇÃO, UM EIXO CÓSMICO DE COMUNICAÇÃO (BASEADO EM REICHEL-DOLMATOFF, G., 1971)”.

Possuo dois bancos comuns, sendo um adquirido na Feira de Artesanatos da Avenida Eduardo Ribeiro e, outro, formado por dois pedaços de troncos de árvores encontrados na natureza.

Sento próximo ao meu pequeno jardim, para descanso físico ao corpo e concentração à mente (pensar), pelo menos, segundo a tradição dos tukanos, não sou um homem desajuizado (que não sabe sentar e não possui banco)!

O maior colecionador de Kumurô Banco Tukano é o artista plástico Rui Machado (segundo uma reportagem passada no Canal Amazon Sat), um amazonense de Manaus que abraça e protege a cultura indígena – ele senta e, se inspira para criar as suas famosas telas.


Alguns historiadores afirmam que, os orientais passaram pelo Estreito de Bering, chegando até a Amazônia, sendo os antepassados dos nossos indígenas atuais – basta verificar os traços dos tukanos, o próprio nome Kumorô e a foto lateral do banco para notar que parece muito com a cultura e o povo oriental.

Pretendo adquirir, brevemente, um legítimo Kumurô Banco Tukano. É isso ai.

Fonte:

Livro Kumurô Banco Tukano–FOIRN/Instituto Socioambiental – São Gabriel da Cachoeira/AM – São Paulo – 2003.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

AS VOZES DA ESCADARIA DOS REMÉDIOS


As vozes eram um serviço de comunicação, entre os que ficavam em terra e, os tripulantes e passageiros dos barcos regionais ancorados na orla do Rio Negro, em Manaus, conhecida antigamente por “Escadaria dos Remédios” (extinta com uma barragem e construção da Feira da Manaus Moderna), em frente à Praça e Igreja dos Remédios, sendo a mais famosa, a “Voz Praiana”, do Kimura.

As vozes constituem-se de pequenos alto-falantes - instalados em postes, sendo muito utilizadas nas beiras de rios e na periferia de Manaus e no interior da Amazônia, prestando um grande serviço de utilidade pública, suprindo as deficiências na área de comunicação.

Com o advento da comunicação em massa, com a internet e a popularização dos celulares Smartfones e das redes sociais, esse serviço ficou relegado a segundo plano nos dias atuais.

As vozes faziam avisos sobre embarcações – chegadas, saídas, destinos – e as mais diversas informações: os anúncios de festas, aniversários, casamentos, em Manaus e no interior, bem como, de publicidade e serviços: ervas miraculosas, garrafadas, remédios, mandingas, barracas de comidas, vendas de passagens, etc.

Passavam mensagens de amor, parabéns, boas-vindas aos que chegavam e boa-viagem para os que partiam, além de muitas músicas de compositores locais (principalmente o gênero brega), nacionais e internacionais e outras informações.

A mais famosa da “Escadeira dos Remédios” Manaus era “A Voz Praiana”, do Raimundo Maia Ismael, o “Dom Kimura”, conhecido, também, como “Boca de Ferro”.

Ele nasceu na cidade de Eurinepé, interior do Amazonas, veio ainda criança para Manaus, em companhia de seu pai, sempre andando pelos arredores do Mercadão, onde trabalhou como estivador.

Na década de setenta, participou de “tele-rings” (TV Ajuricaba, apresentado pelo Arnaldo Santos), onde se revelou um grande lutador, com o nome de Dom Kimura, tendo lutado com o argentino Ted Boy Marino (astro do tele-cath da Rede Record).

O Kimura largou as lutas e, aos 34 anos de idade, dedicou-se exclusivamente a radio, montando a sua Voz Praiana, com os estúdios no Mercado Adolpho Lisboa - onde ficou até a sua morte, em 2013, aos oitenta anos – deixando a continuidade do negócio para a sua filha, a Maria Souza Ismael, de 40 anos.

Atualmente, apesar de toda a tecnologia de informação existente, ainda existem “As Vozes” da antiga “Escadarias dos Remédios”. É isso ai.



Fontes:
Livro Manaus 1965 – Da Floresta e das Águas./Roberta Camila Salgado. – Manaus: Governo do Estado do Amazonas – Secretaria de Estado da Cultura, 2009.

Jornal A Critica/UOL

DRA. AMANDA SOARES


Aproveito esse espaço, para divulgar o trabalho profissional da minha filha mais nova, a Dra. Amanda Soares, cirurgião-dentista, formada pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM).

Na sua formatura, ocorrida em 2009, foi agraciada com um diploma de honra ao mérito, por ter sido a segunda melhor aluna da sua turma – fez pós-graduação em Ortodontia, além de outras especialidades.

Logo após a sua graduação, foi admitida pela UFAM para ser Professora Auxiliar, na Faculdade de Medicina, onde permaneceu por dois anos.

Foi selecionada para entrar nos quadros das Forças Armadas Brasileira, no Exército Brasileiro, servindo por quatro anos no município de Tabatinga (AM), na fronteira com a Colômbia, chegando ao posto oficial de Tenente.

Em 2016, foi transferida para Manaus, trabalhando no Hospital Militar de Manaus, onde deve ficar até dezembro, o prazo final do contrato, indo para a reserva.

Nos horários vagos do exército, preenche com estudos e cursos de especialização, além de exercer o trabalho na “Clínica Odonto Vida”, situada na Rua Paraná Mirim, 80, Cidade Nova (próximo ao Terminal 3), atendendo pelos telefones: 92 99226-0861 (Vivo), 98236-1188 (TIM) e 3636-9992 – e-mail: dentistaamandasoares@gmail.com e Blog: www.dentistaamandasoares.blogspot.com (para ler o perfil completo da Dra. Amanda Soares).

Diferencial no atendimento: Nos tratamentos ortodônticos, a Dra. Amanda Soares, faz uma profilaxia (limpeza) grátis a cada três manutenções, bem como, informa, CORRETAMENTE, quanto tempo o paciente irá ficar com o aparelho (final do tratamento), não deixando, de forma alguma, ficar por mais tempo sem necessidade.

A Dr. Amanda Soares faz, também, tratamentos inovadores: Toxina Botulínica e Preenchimento Facial aplicado a Odontologia.


Parabéns a Dra. Amanda Soares! É isso ai.

domingo, 5 de junho de 2016

TRECHOS DO LIVRO ZÉ MUNDÃO



O Zé Mundão era muito danado, escalava os muros dos vizinhos para pegar “Mangas, Pitombas e Biribás”; morcegava carroças e caminhões que passavam pela sua rua – era apaixonado por cinema, todos os finais de semana assistia aos filmes de bang-bang no Cine Guarany e Polytheama. Gostava também de pular da “Ponte Romana I e II”, na Avenida Sete de Setembro – a única que ele respeitava era a “Ponte de Ferro” por ser bastante alta.

O Zé tinha a mania de subir em árvores, ao escalar um pé de Açaizeiro, deu uma ventania danada, ficou a balançar para lá e para cá, pensou que ia cair e morrer, depois da calmaria, jurou que nunca mais iria escalar árvores, no dia seguinte, já estava numa grande mangueira, quando estava no “olho”, o seu velho começou a gritar:

- Desce daí, Zé Mundão, a tua cama tá feita, tu irás pegar uma surra dobrada, ó menino danado, cruz credo!

Não tomava jeito, subia no Abacateiro e, peia, Jenipapeiro, Ingazeiro, Goiabeira,Coqueiro e, peia no Zé!

Existia um terreno bastante amplo na Rua Igarapé de Manaus, entre as ruas Lauro Cavalcante e Huascar de Figueiredo, pertencia a uma família de origem Síria, tendo como patriarca o Sr. Marcelino, comerciante de miudezas na Av. Joaquim Nabuco.

Para deleite do Zé Mundão e da garotada, o terreno era tomado de árvores frutíferas: açaí, biribá, graviola, goiaba, pitomba, tucumã, tamarindo, pajurá, dentre outros.

Mas o que chamava mais atenção eram as mangueiras! Havia de várias espécies, tais como: manga rosa, manga espada, manga massa e manguita.

A molecada ficava todas às tardes na espreita, tentando adentrar ao terreno para colher as mangas caídas, porém, era vigiada pelo Durau (filho do Marcelino, que nunca aprendeu a falar português), a Neide (filha) e por um cachorro bravo.

Quando a garotada entrava no terreno e era descoberto, além de devolver as frutas apanhava do Durau de galho de goiabeira!

Em vista disso, a molecada montou uma estratégia para roubar as mangas: entravam no terreno à noite, quando todos dormiam!

A farra acabou quando descobriu que à noite, no local, aparecia uma visagem (alma), da finada Dundum, ex-mulher do Marcelino.

Todos ficaram apavorados com a história da visagem, e nuca mais entraram lá à noite.

Tempos depois, se soube que a alma fora uma invenção dos moradores mais velhos, que pela manhã bem cedo, iam ao terreno e enchiam as cestas de mangas!

Na rua em que morava o Zé Mundão, tinha alguns carroceiros, todos eram nordestinos, principalmente do Rio Grande Norte – por não terem nenhuma qualificação e por serem poucas as oportunidades de trabalho, optavam pela carroça, movidas pela força de um cavalo e com estrutura feita de restos de camionete ou pequenos caminhões, principalmente das rodas e o eixo, onde assentavam uma caixa de madeira para as cargas de mercadorias ou pessoas.

Sempre às 5 da tarde, eles chegavam à Rua Igarapé de Manaus, vindo pela Rua Lauro Cavalcante, depois de um dia de trabalho no Mercadão Adolpho Lisboa, vinha um após outro: Manoel Hilário, João Batista e Expedito.

A garotada corria para morcegar (pegar carona) das carroças. Era uma festa para o Zé Mundão. 

Quando os carroceiros faziam um bom trocado no dia, vinham todos sorridentes e deixavam a molecada toda morcegar. 

Enchiam a carroça de meninos desde a Rua Lauro Cavalcante até a uma estribaria, situado em um terreno baldio, próximo a Rua Huascar de Figueiredo.

Porém, quando o apurado era ruim, eles chegavam de mau humor, e quem se atrevesse em morcegar era açoitado pelo chicote deles. Nesses dias, o Zé Mundão apanhava, mas, continuava a morcegar as carroças.

Por ser um trabalho duro, pouco lucrativo e sem nenhuma perspectiva de melhorias para esses trabalhadores, quando o Zé Mundão insistia em não ir à aula, a sua mãe gostava de falar:

- Se você não quiser estudar agora, quando crescer, vai ser carroceiro ou carvoeiro!

Era um sábio conselho, ele refletia bem sobre o árduo trabalho dos carroceiros nordestinos e dos caboclos carvoeiros que ficavam no final da Avenida Sete de Setembro e, de imediato se aprontava para ir à escola.

Texto escrito pelo meu irmão Jose José Rocha Martins e adaptado para um livro.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

QUILOMBO URBANO DO BARRANCO DE SÃO BENEDITO EM MANAUS





O segundo quilombo urbano do país, título recebido em 2014, localiza-se na Zona Sul de Manaus, na Rua Japurá, no Bairro da Praça 14 de Janeiro – residem há 126 anos naquele lugar, formada a partir da vinda de uma escrava do Estado do Maranhão, e que teve guarida do governador à época, o negro e maranhense Eduardo Gonçalves Ribeiro (1862-1900).


O militar Eduardo Ribeiro foi um árduo defensor da República, tendo fundado, em São Luiz, no Estado do Maranhão, um jornal denominado “O PENSADOR”, para difundir as suas ideias republicanas – com o advento da nova forma de governo, ocorrida em 1889, foi agraciado com um alto posto no governo do Estado do Amazonas, onde fixou residência em Manaus, seguindo a sua espetacular trajetória política e, morrendo precocemente.


Com a abundância de recursos advindos dos impostos da exportação da borracha, embelezou a cidade, construindo suntuosos prédios públicos, muitos deles ainda presentes no nosso cenário – para trabalhar nessas obras, incentivou a vinda dos seus conterrâneos – a exemplo o nosso Teatro Amazonas e o Reservatório do Mocó, com 126 anos, foram construídos com o suor desses bravos negros maranhenses.


Todos eles se reuniram e formaram uma comunidade no bairro da Praça 14, conhecido como “Vila dos Maranhenses”, onde construíram um barracão (terreiro), para a pratica dos seus costumes e crenças -tendo todo o apoio por parte do governador, que inclusive doou o terreno onde é hoje conhecido como Barranco de São Benedito, um símbolo da resistência negra.


Uma das primeiras a se estabelecer naquele local foi a Dona Maria Severa Nascimento Fonseca, uma ex-escrava que veio por escolha própria, em meados de 1890, após receber a carta de alforria (liberdade) de seu senhor, conhecido como Dr. Tarquinho – a libertação total dos escravos ocorreu em 1888, com a assinatura da Lei Áurea, foi um longo caminho de lutas de resistência realizada pelos escravos durante todo o período colonial e imperial. 


Ela veio em companhia dos seus filhos, Manoel, Antão e Raimundo, sendo recebido pelo seu conterrâneo Eduardo Ribeiro – trouxe consigo o símbolo de maior devoção da família até hoje, a imagem de São Benedito - contam que foi confeccionada em Portugal e foi dado a ela como presente.


Durante mais de um século, a Comunidade do Barranco permaneceu unida, resistente e lutando para manter viva as suas origens e tradições – tiveram a sua história reconhecida com a vinda a Manaus, em 2014, da Fundação Cultura Palmares, para conceder aos descendentes dos escravos maranhenses, a certidão de auto definição de quilombo, tornando o Segundo Quilombo em área urbana no país (o primeiro fica em Porto Alegre, o Quilombo da Família Silva).


A Fundação Cultura Palmares é um órgão federal, sediado em Brasília, integra o Ministério da Cultura, tem por finalidade promover e preservar a cultura afro-brasileira – preocupado com a igualdade racial e com a valorização das manifestações de matriz africana.


O Quilombo dos Palmares foi um quilombo da era colonial brasileira, ficava na Serra da Barriga, atual município de União dos Palmares, em Alagoas – resistiu a mais de um século à escravatura – Zumbi era o líder do povo, tornou-se símbolo da luta dos afro-brasileiros contra a opressão e a discriminação. 



Para manter viva a tradição e passar para as novas gerações, a Comunidade do Barranco comemoram, em abril de cada ano, uma festa em homenagem ao santo protetor, com a Festa de São Benedito, com a suspensão de um Mastro (de Envira) com oferendas, Novenas, Procissão, Missa, Danças e rodas de capoeira - e o encerramento com a derrubada do Mastro, onde são distribuídas comidas típicas da cultura afro (vatapá com arroz e a tradicional bebida aluá).



Alguns historiadores afirma que, São Benedito nasceu na Sicília, na Itália, em 31 de março de 1524 - era pobre e descendente de escravos da Etiópia, outros, dizem que ele era um escravo capturado no norte da África, o que era muito comum no sul da Itália – ele era chamado de Benedito, o Negro ou Benedito, o Africano, bem como, Mouro, pela sua cor de pele – foi cozinheiro no Convento dos Capuchinhos, tinha o hábito de distribuir alimentos aos pobres, sendo considerado o Padroeiro dos Cozinheiros.



O bairro da Praça 14 é considerado o berço do samba de Manaus, da resistência, fé e da diversidade cultural – leva esse nome em decorrência de uma revolta contra o governador Gregório Thaumaturgo de Azevedo, que estava atrasando os salários dos servidores e os serviços básicos, com a sua renuncia o Eduardo Ribeiro assumiu o governo – abriga uma das melhores escolas de samba de Manaus, GRES Vitória Régia, a verde e rosa.


A comunidade quilombola da Praça 14 sente orgulho de suas raízes negras na Amazônia, tanto que promove todos os sábados um encontro com a comunidade.

Segundo o meu irmão José Henrique “O Projeto Samba de Raiz acontece todos os sábados, na Casa do Patecão (a sede do Quilombo de São Benedito), com uma feijoada embalada pelo grupo Pão Torrado, o samba entra pela noite, com a presença dos pagodeiros da Praça 14 e vários convidados da Escola de Samba Vitória Régia”.


O nosso pai era um nordestino negro, ele era muito amigo do saudoso Nestor Nascimento (fundador do Movimento Alma Negra), dessa forma, valorizamos, também, as nossas origens. 


Salve a Dona Severa, Dona Lindoca, Nestor Nascimento, Eduardo Ribeiro e todos aqueles que guardam essa preciosa página viva da história do Amazonas: O Quilombo Urbano do Barranco de São Benedito de Manaus! É isso ai

Fontes e fotos: D24, A Critica, Wikipedia e Gov. do Amazonas.