sexta-feira, 26 de abril de 2024

SECOS & MOLHADOS

 


CARRÃO DOS SONHOS

José Rocha

Num belo sábado de sol, decidi que era um ótimo dia para exercitar minhas pernas e minha capacidade de sonhar acordado. Lá fui eu, pela Avenida Djalma Batista, quando me deparei com uma concessionária de veículos tão luxuosos que até o ar lá dentro era importado. Resolvi entrar, não para comprar, mas para dar uma de turista em terra de carrão.

Ao entrar, vi um carro tão brilhante que quase precisei de óculos escuros. Era um veículo que só os "Top das Galáxias" poderiam comprar, ou seja, não eu. Um vendedor, todo engomadinho e com um sotaque de paulista do interior, veio ao meu encontro como se eu fosse o "Barão do Bitcoin". Ele sorriu tanto que eu quase pedi para ele me passar o contato do dentista dele.

- Bom dia, senhor! Posso ajudá-lo?

- Oi, quanto custa para dar uma espiadinha? - perguntei, só para ver a cara dele.

- Claro, fique à vontade! Se precisar de algo, estou por aqui. - ele respondeu, já calculando a comissão que não iria ganhar.

- Esse carro é o da minha lista de "coisas para comprar quando eu ganhar na loteria". Quanto custa?

- Ah, esse pequeno milagre da engenharia? Com um desconto especial de cem mil reais, sai por apenas quatrocentos e sessenta e nove mil!

Comecei a fazer as contas em voz alta: meu carro velho vale uns nove mil... Se eu vendesse a alma, talvez conseguisse mais uns sessenta mil emprestado no ‘Banco Tamborete da Praça’, para pagar em sessenta suaves prestações. E os outros quatrocentos mil? Bom, quem sabe na próxima vida eu reencarne como filho do Elon Musk.

- O senhor está brincando, né? - ele perguntou, já sem esperanças.

Antes que eu pudesse responder, ele saiu de fininho, provavelmente pensando em me mandar para Marte com um foguete da SpaceX.

E como diz a escola de samba Mocidade de Padre Miguel:

“Sonhar não custa nada

O meu sonho é tão real.

Estrela de luz

Que me conduz

Estrela que me faz sonhar”

E assim, meu amigo, um carrão daqueles só mesmo no país dos sonhos!

Observação: Texto corrigido pela Inteligência Artificial (IA) e fotografia estilizada gerada pela IA da Microsoft Copilot Bing.


 

ITACOATIARA, A CIDADE DA PEDRA PINTADA

A cidade de Itacoatiara, a terceira mais populosa do Amazonas, com mais de cem mil habitantes, tem um nome indígena devido à descoberta de uma pedra pintada com inscrições em tupi, daí ser conhecida como a Cidade da Pedra Pintada (ita = pedra / coatiara = pintado, gravado, escrito). Anteriormente chamada Serpa em homenagem a Nossa Senhora do Rosário de Serpa, foi posteriormente renomeada com seu nome original. Localizada a cerca de 267 quilômetros por rodovia (AM-10) de Manaus, faz parte da Região Metropolitana de Manaus.

Tenho um carinho especial por Itacoatiara e já compartilhei muitas fotos antigas e atuais em nosso BLOGDOROCHA, disponível em http://www.jmartinsrocha.blogspot.com/.

Lembro-me da minha primeira visita a essa bela cidade quando tinha cerca de dezenove anos. Na época, trabalhava em uma empresa de importação em Manaus e fiz amizade com o pessoal do setor de câmbio do London Bank, na Rua Guilherme Moreira (atual Top Internacional). Eles estavam organizando uma excursão para passar um final de semana em Itacoatiara, e eu aceitei imediatamente.

Viajei com meu compadre Klinger, conhecido como “Peninha”, um excelente intérprete da música popular brasileira, principalmente do samba-canção, e meu amigo Kleber, um talentoso músico que tocava violão maravilhosamente bem. Formamos um grupo muito unido e aproveitamos ao máximo o final de semana prolongado. Foi uma experiência animada e inesquecível, e guardo com carinho as lembranças da minha primeira vez na cidade, incluindo algumas fotografias tiradas lá e durante nossa passagem pelo Rio Urubu.

Também me lembro da primeira vez que fui ao Festival da Canção de Itacoatiara (FECANI), um evento anual em setembro que descobre novos talentos musicais da região Norte. Fiquei hospedado na casa de um casal amigo, Isaac (ou “Louro”, como é conhecido pelos íntimos) e Nety, que hoje moram em Boa Vista (RR). Tive a oportunidade de conhecer melhor a cidade, visitar diferentes bairros, fazer novas amizades e explorar a vida noturna local. Fiquei fascinado com os prédios antigos, já que tenho um interesse especial por história. Assim como Manaus e Belém, Itacoatiara teve seu auge durante o ciclo da borracha.

Espero que as autoridades municipais, em colaboração com o IPHAN, possam revitalizar o centro histórico da cidade. Imaginem uma Itacoatiara restaurada, com sua beleza única à beira do Rio Amazonas, e seu povo acolhedor. Seria um destino turístico popular durante todo o ano para visitantes nacionais e estrangeiros.

A foto acima mostra a "Praça do Relógio" e uma famosa casa da aviação do início do século passado. Não tenho certeza se a praça ainda existe, pois faz muitos anos que não visito Itacoatiara, mas o casarão antigo ainda está de pé, como pude observar em minhas viagens de barco para Parintins. Estou ansioso para voltar a Itacoatiara, a cidade da pedra pintada, talvez no próximo FECANI.

Feliz Aniversário, Pedra Pintada!

 

CAUSOS DE PESCADOR

Por José Rocha (o pescador mais sortudo – ou não – do pedaço)

Dizem que pescador que é pescador tem mais histórias que peixe na rede, e eu não sou exceção. Minhas pescarias são tão épicas que até o peixe sai da água só pra ouvir melhor.

Numa bela manhã de sol, fui pescar no Careiro da Várzea, mais precisamente no Lago dos Reis – que de rei mesmo só tinha o nome, porque peixe que é bom... bom, vamos ao que interessa. Lá estava eu, sozinho na canoa, quando avistei um Poraquê, o famoso Peixe Elétrico. Ele estava tão parado que parecia estar carregando a bateria.

Cheguei de mansinho, toquei no rabo dele e... nada. "Ué, deve estar desligado", pensei. Tentei a cabeça e também nada. Aí, com a sabedoria de um verdadeiro cientista, peguei na cabeça e no rabo ao mesmo tempo, esperando aquele choque que faria meu cabelo parecer um ouriço. E adivinha? Nada! "Esse peixe tá mais pra lâmpada queimada", concluí.

Coloquei o bicho no banco da canoa e, com uma faca que cortava até pensamento, abri seu bucho. E não é que dentro dele tinha três contas atrasadas da Amazonas Energia? O pobre coitado estava com o fornecimento cortado! Nenhum choque porque o Poraquê estava no escuro, literalmente.

E não para por aí. Outro dia, eu e meu comparsa Pedrão estávamos no mesmo lago. Ele jogou a tarrafa, e ela ficou presa no fundo. "Rocha, a rede tá dançando mais que forró em festa junina", ele disse. "Deve ter um 'Traca' ou um baile deles lá embaixo". Sem pensar duas vezes, mergulhei e... surpresa! Não era um 'Traca', mas sim três 'Jacas' – e não estou falando de frutas, mas de jacarés!

Voltei e gritei: "Pedrão, prepara o tempero que o almoço vai ser crocante!" Puxamos a rede e os jacarés, que mais pareciam bolsas de luxo em potencial, entraram na canoa como se fossem convidados de honra.

E assim, meus amigos, termina mais um causo do José Rocha, o pescador que, se não pega peixe, pelo menos pega boas histórias.

 

FACHADAS DAS CASAS

José Rocha

Um amigo me mostrou uma foto de uma casa antiga e ficou surpreso com a beleza da fachada, perguntando por que não construímos mais assim. Respondi:

- No final do século dezenove e até o final da década de 10 do século vinte, as residências das famílias abastadas e o comércio do centro antigo eram meticulosamente projetados, com uma equipe de profissionais especializados, muitos deles europeus, já que Manaus aspirava ser uma "Paris dos Trópicos". Um exemplo notável é a casa da família Biasi, uma verdadeira joia localizada na Avenida Eduardo Ribeiro. Até a década de sessenta, ainda éramos capazes de construir casas belas, bem elaboradas e com jardins, como a Casa da família do Dr. Arlindo Frota, na Praça do Congresso. Com o tempo, houve uma perda de apreço estético e passaram a ser erguidas apenas estruturas monótonas, como o caso de uma loja próxima ao Ideal Clube. Tudo mudou, para pior, é claro.

*O BRANCO & O ZÉ MUNDÃO DE MANAUS*

*Por José Rocha*

Este relato faz parte do meu livro 'Vila Paraíso', ainda em prelo, que espero um dia publicar.

Meu vizinho Damião, mais conhecido como Branco, partiu para o andar de cima ontem. A tristeza tomou conta dos moradores da Vila Paraíso, pois ele era uma pessoa boa e muito amada por todos. Era alguém que realmente fazia a diferença. Em vez de chorar pela perda do meu amigo, escolhi contar uma história que vivi com o Branco na nossa juventude, uma forma de homenageá-lo com sorrisos, não lágrimas.

"A turma do Zé Mundão, que incluía o Damião Branco, Bola, Bira, Getúlio e Faraó, era o coração do carnaval. Eles eram parte do bloco Unidos da Getúlio Vargas, onde o Zé tentava comandar o espetáculo, mas o Mestre Bola, um negão de puro samba no pé e uma barriga que precedia sua fama, não deixava por menos. 'Zé Mundão, para de bagunçar o samba, senão vou te ensinar a dançar com uns bons sopapos!' Mas o Zé, escorregadio que só, retrucava: 'Tudo bem, mas se eu sair, levo a cerveja do Bira e a turma toda comigo!' Diante dessa ameaça, o Mestre Bola dava uma aliviada.

No dia do desfile na Avenida Eduardo Ribeiro, o Zé só encontrava o ritmo após embalar-se com o conhaque 'Padrinho Acrísio', uma bebida tão potente que fazia o guaraná Baré parecer água.

O Zé e seu Fusquinha '75, apelidado de 'Suado', eram figuras conhecidas nos recantos mais peculiares da cidade, mas só se aventuravam quando o dinheiro permitia, pois o Zé era conhecido por segurar cada centavo.

Numa noite, ele e o Branco decidiram ir ao bordel, mesmo sem um tostão no bolso, mas a sorte lhes sorriu com um achado inesperado: um maço de dinheiro no chão do banheiro do Posto Cinco. Com os bolsos recheados, rumaram para o Piscina Club, onde o Zé se transformou em um seringalista da belle époque, esbanjando cerveja e churrasco como se fosse seu último carnaval.

No bordel, o Zé e o Branco foram cortejados por duas 'donzelas', que logo perceberam que o Zé estava 'armado' financeiramente e começaram a pedir luxos e mimos. Uma delas sugeriu que fossem para a casa dela, prometendo um ambiente mais confortável. E assim fizeram: os quatro embarcaram no 'Suado' e seguiram para a Rua da Cachoeira, no bairro de São Jorge, um local mais tranquilo e abençoado que o altar de uma igreja.

Antes de partirem, o Branco sugeriu ao Zé esconder metade do dinheiro sob o tapete do carro, desconfiados da índole das moças. Num momento de lucidez, o Zé concordou com o conselho do amigo leal.

Ao chegarem, perceberam que a casa era muito pior que os quartos do bordel. Mas o que importava era aproveitar a companhia das moças e gastar o dinheiro que não era deles.

A festa foi interrompida abruptamente quando alguém bateu na porta com força. A 'princesa' do Zé alertou: 'É meu marido, e ele é perigoso! Fujam pelo quintal, peguem o carro e sumam daqui antes que ele os encontre!'

Os dois amigos escaparam por um triz e, ao conferirem os bolsos, perceberam que todo o dinheiro havia desaparecido. Então se lembraram do conselho do Branco: a outra metade do dinheiro estava segura sob o tapete do Fusca. Com os bolsos novamente cheios, eles tinham agora uma história incrível para contar por muitos anos nos bares da Vila Paraíso.

Voltando ao presente, imagino que o Branco esteja rindo lá de cima dessas aventuras que estou compartilhando. Um abraço, meu amigo Branco, e obrigado pelos bons momentos que compartilhamos aqui na Terra. Conte essas histórias aí no céu para os malucos da Vila Paraíso que se foram antes de você, incluindo o Lapinha, Taca, Nascimento, Deusa, Rocha do Violão, Seu Quirino, Dona Baia, Walder, Boa, Mestre Álvaro, Ulisses Doido, Durval, Graça e tantos outros."

quinta-feira, 18 de abril de 2024

FESTART – FESTIVAL DE ARTES INTEGRADAS – AUTAZES 2024

 


Nos dias 19, 20 e 21 de abril, acontecerá um grande evento em Autazes, cidade do interior do Amazonas, com Teatro, Música, Dança, Literatura e Artes Visuais, na Quadra Pe. Tiago Perrault, do colégio GM3, com shows de Ellen Fernandes, Torrinho, Dj Dennys Costa e Artistas Locais, um evento contemplado no edital da Lei Paulo Gustavo 2023.

Segundo o jornalista Evaldo de Souza: “Durante todo o FestArt Autazes, o grande homenageado será o poeta, compositor e músico Flávio de Souza, 94, autor do Hino do município. Flávio de Souza foi escolhido pela curadoria do Festival pelo seu legado artístico e cultural para o Amazonas e para Autazes, tendo ainda construído uma trajetória de sucesso no futebol amazonense. Em 2021, o escritor José Rocha lançou o livro biográfico ‘Flávio de Souza, uma vida feita de futebol e música’.”

Flávio de Souza não poderá ir ao evento, mas nomeou um representante, o jornalista e escritor Evaldo Ferreira, que irá ler uma carta de agradecimento emocionante.

Segundo Mário Fernando, secretário de Turismo de Autazes: “Na cidade de Autazes, temos como atração a Agrofazenda Paiva e o laticínio Autalac, que produzem vários derivados do leite. O nosso cartão-postal é a praça da Cidade onde está localizada a igreja de São Joaquim e Sant’Ana, os padroeiros do município, cuja festa em sua honra acontece em agosto.”

Para chegar lá, os visitantes podem ir de barco, atravessar na balsa no Porto da Ceasa, seguir pela BR-319 até chegar na AM-254, que se estende por 94 quilômetros até o porto da balsa que leva até o porto de Autazes.



sábado, 6 de abril de 2024

*O BRANCO & O ZÉ MUNDÃO DE MANAUS*

 


*Por José Rocha*

 

Este relato faz parte do meu livro 'Vila Paraíso', ainda em prelo, que espero um dia publicar.

Meu vizinho Damião, mais conhecido como Branco, partiu para o andar de cima ontem. A tristeza tomou conta dos moradores da Vila Paraíso, pois ele era uma pessoa boa e muito amada por todos. Era alguém que realmente fazia a diferença. Em vez de chorar pela perda do meu amigo, escolhi contar uma história que vivi com o Branco na nossa juventude, uma forma de homenageá-lo com sorrisos, não lágrimas.

"A turma do Zé Mundão, que incluía o Damião Branco, Bola, Bira, Getúlio e Faraó, era o coração do carnaval. Eles eram parte do bloco Unidos da Getúlio Vargas, onde o Zé tentava comandar o espetáculo, mas o Mestre Bola, um negão de puro samba no pé e uma barriga que precedia sua fama, não deixava por menos. 'Zé Mundão, para de bagunçar o samba, senão vou te ensinar a dançar com uns bons sopapos!' Mas o Zé, escorregadio que só, retrucava: 'Tudo bem, mas se eu sair, levo a cerveja do Bira e a turma toda comigo!' Diante dessa ameaça, o Mestre Bola dava uma aliviada.

No dia do desfile na Avenida Eduardo Ribeiro, o Zé só encontrava o ritmo após embalar-se com o conhaque 'Padrinho Acrísio', uma bebida tão potente que fazia o guaraná Baré parecer água.

O Zé e seu Fusquinha '75, apelidado de 'Suado', eram figuras conhecidas nos recantos mais peculiares da cidade, mas só se aventuravam quando o dinheiro permitia, pois o Zé era conhecido por segurar cada centavo.

Numa noite, ele e o Branco decidiram ir ao bordel, mesmo sem um tostão no bolso, mas a sorte lhes sorriu com um achado inesperado: um maço de dinheiro no chão do banheiro do Posto Cinco. Com os bolsos recheados, rumaram para o Piscina Club, onde o Zé se transformou em um seringalista da Belle époque, esbanjando cerveja e churrasco como se fosse seu último carnaval.

No bordel, o Zé e o Branco foram cortejados por duas 'donzelas', que logo perceberam que o Zé estava 'armado' financeiramente e começaram a pedir luxos e mimos. Uma delas sugeriu que fossem para a casa dela, prometendo um ambiente mais confortável. E assim fizeram: os quatro embarcaram no 'Suado' e seguiram para a Rua da Cachoeira, no bairro de São Jorge, um local mais tranquilo e abençoado que o altar de uma igreja.

Antes de partirem, o Branco sugeriu ao Zé esconder metade do dinheiro sob o tapete do carro, desconfiados da índole das moças. Num momento de lucidez, o Zé concordou com o conselho do amigo leal.

Ao chegarem, perceberam que a casa era muito pior que os quartos do bordel. Mas o que importava era aproveitar a companhia das moças e gastar o dinheiro que não era deles.

A festa foi interrompida abruptamente quando alguém bateu na porta com força. A 'princesa' do Zé alertou: 'É meu marido, e ele é perigoso! Fujam pelo quintal, peguem o carro e sumam daqui antes que ele os encontre!'

Os dois amigos escaparam por um triz e, ao conferirem os bolsos, perceberam que todo o dinheiro havia desaparecido. Então se lembraram do conselho do Branco: a outra metade do dinheiro estava segura sob o tapete do Fusca. Com os bolsos novamente cheios, eles tinham agora uma história incrível para contar por muitos anos nos bares da Vila Paraíso.

Voltando ao presente, imagino que o Branco esteja rindo lá de cima dessas aventuras que estou compartilhando. Um abraço, meu amigo Branco, e obrigado pelos bons momentos que compartilhamos aqui na Terra. Conte essas histórias aí no céu para os malucos da Vila Paraíso que se foram antes de você, incluindo o Lapinha, Taca, Nascimento, Deusa, Rocha do Violão, Seu Quirino, Dona Baia, Walder, Boa, Mestre Álvaro, Ulisses Doido, Durval, Graça e tantos outros."

sexta-feira, 5 de abril de 2024

Um Lampejo de Inspiração para um Romance Histórico

 Por José Rocha (com ajuda da IA)

Em meio às páginas virtuais do nosso BLOGDOROCHA, narrei eventos que marcaram os corações manauaras em tempos remotos. Com o fluir das horas, decidi mergulhar mais fundo nesse tema, tecendo um texto mais robusto, embasado em relatos de livros, jornais e o burburinho das mídias sociais. O eco desse trabalho reverberou numa página do Facebook, abraçada por uma legião de seguidores, e a acolhida foi calorosa, vibrante. Confesso que me emocionei com as palavras de alguns leitores; o texto pulsava com emoção e, sem dúvida, acariciou a alma dos amazonenses.

E então, um pensamento me assaltou: “Esse episódio de nossa cidade merece ser eternizado em um livro!” Minha mente se pôs em frenesi, imaginando a criação da obra. Diabinhos e anjinhos travaram uma dança em minha consciência, sussurrando palavras para serem escritas. Minha jornada literária se resume a um romance em gestação, uma colaboração com meu irmão mais velho, e nada além. Desde eras passadas, me deleito escrevendo crônicas, esse gênero textual que pinta o cotidiano com pinceladas leves e descontraídas, frequentemente salpicadas de humor e ironia.

Mas aventurar-se na arte do romance? Ah, isso não é para os fracos de espírito. O romance é uma tapeçaria literária tecida em prosa, um mosaico narrativo que desdobra uma história completa, adornada com narrador, enredo, temporalidade, cenário e personagens intricadamente esculpidos. Para um cronista humilde, isso parecia um sonho distante.

Refleti sobre a evolução da escrita: das inscrições em pedra aos papiros, da pena dançando sobre o papel ao ritmo da máquina de escrever, com seus rolos de fita preto e vermelho. Então, as máquinas digitais assumiram o palco, cada inovação brotando da imaginação e dos ensinamentos dos grandes mestres. O tempo avançou, e com ele, a tecnologia. O computador, a impressora e o famoso Word, com seus corretores automáticos, ofereceram novas possibilidades para aprimorar a escrita. Tudo muda, tudo se transforma, mas a chama da criatividade sempre arde, incansável.

E agora, nos encontramos na era da Inteligência Artificial, uma aliada fiel na jornada diária do escritor. Alguns podem lamentar: “A criatividade se esvaiu; o pensamento humano está sendo usurpado pelas máquinas!” Eu discordo. As ferramentas estão aí para serem utilizadas, mas o escritor deve primeiro conceber, redigir e então buscar na IA o auxílio para polir o texto. A resposta da máquina deve ser filtrada pela sensibilidade do autor, pois só a sinergia humana pode conferir alma às palavras.

Inspirado por essa simbiose tecnológica, tive um insight: escrever um romance histórico e romântico, com o suporte das novas ferramentas da inteligência artificial. Iniciei a escrita, solicitando à IA que me guiasse, e fui prontamente atendido. No entanto, procedo com cautela e zelo, pois o livro só tomará forma no papel ou no digital se houver, de minha parte, uma compreensão profunda e intuitiva sobre o tema, como um farol que se acende em minha mente, iluminando o caminho para a solução e o entendimento da obra.

Em suma, a Inteligência Artificial pode ser uma mão amiga, mas é o meu insight que dará vida ao romance, permitindo que um dia ele saia do prelo e alcance o mundo.

Passei horas a escrever, com os meus neurônios fazendo sinapses e queimando de tanto pensar. Depois, pedi para a IA corrigir o meu texto. O resultado foi uma simbiose do que escrevi, fruto do meu pensamento humano, com a inteligência da máquina. E não me arrependo, não!