segunda-feira, 29 de outubro de 2012

CONSTRUÇÃO DA SEDE DO NACIONAL FAST CLUBE


Foi uma construção recorde, pois em apenas 73 dias depois de lançada a pedra fundamental, ou seja, um pouco mais de dois meses, foi construída uma sede imponente de um clube de futebol dos mais respeitados em Manaus, nas décadas de 1960 e 1970, tudo graças a uma grande soma de esforços de muitos abnegados torcedores do “Clube Cintado”.

O Sr. Ézio Ferreira, um empresário de sucesso, dispunha de muitos recursos financeiros e, um dos mais ardorosos torcedores do “Rolo Compressor”, quando assumiu a presidência do clube, mesmo sem dispor de “um tostão em caixa” na agremiação, tinha como bandeira a construção da sede social, pois até então, mudava de ninho ao sabor das circunstâncias.

A missão foi entregue ao industrial Ruben Melo, um velho fastiano, e, ao Cel. Henrique dos Anjos, na qual formaram, imediatamente, uma “Comissão de Construção”, sendo o primeiro, o seu presidente e maior entusiasta – foram eles os grandes lideres da arrancada e da concretização do sonho da sede própria, acalentada desde a criação do clube.

Corroborando com aquele ditado popular em que “A União faz a Força”, foi o que aconteceu com a incrível união dos fastianos daquele tempo bom, reunindo industriais, comerciantes, amigos, engenheiros e operários, fizeram uma obra orçada em 300 milhões de cruzeiros, com grande parte dos materiais de construção sendo doada pelos próprios torcedores e, com uma parte dos custos financiada pelos bancos de crédito.

A obra foi tocada com muito suor e lágrimas, pois os operários trabalhavam o dia todo e entravam pela noite, tudo no afã de entregar, em tempo recorde, a sede do tricolor de aço amazonense.

A sede foi erguida no Boulevard Amazonas (atual Boulevard Álvaro Maia), bem próximo a Rua Duque de Caxias, contando com uma fachada moderna, um grande salão de dança, servindo também para jogos de salão, reunião da diretoria etc. – tinha saguões construídos ao lado, além de amplos reservados para homens e toaletes completos para as mulheres.

Foram entregues também, os banheiros e vestiários, parte do futuro Ginásio Coberto e do alojamento dos jogadores – tudo foi feito, como diziam antigamente “no peito e na raça”.

No ano de 1968, a grandiosa sede foi aberta ao público - um trabalho fantástico de um seleto grupo de pessoas que, com a ajuda dos simpatizantes e torcedores do Fast Clube, construíram, em tempo recorde, a sua sede social – servindo de exemplo para a posterioridade. É isso ai. 


Fotocolagem: J Martins Rocha
fonte: Jornais antigos do IGHA
Para conhecer um pouco mais sobre o Nacional Fast Clube acesso o endereço eletrônico: http://pt.wikipedia.org/wiki/Nacional_Fast_Clube

domingo, 28 de outubro de 2012

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

E-MAIL PARA O BLOG


Emoção. Não como não falar de Manaus, a "Mãe dos Deuses" sem o sentimento mais puro e eterno. Vc caro Rocha, honra esta cidade! Hoje é dia de Festa na Taba dos Barés e dos Tarumãs! Saudações Manauaras! em SALVE MANAUS, SALVE ÁUREO NONATO!
em 24/10/12
Olá Rocha Passei muitas vezes em frente a esse Castelinho, quando ainda morava aí em Manaus. Realmente parece que há um mistério envolvendo esse lugar. Sempre tive curiosidade de saber quem morava lá , porém nunca vi ninguém, estava sempre fechado. Quanto a sua idéia, achei ótima. em CASTELINHO DA VILA MUNICIPAL
Maria das Graças Dias Araujo
em 21/10/12
O atual de Paris realmente não tem nada em comum, mas o demolido tinha sim, muitos aspectos parecidos, principalmente internamente... em MERCADO LES HALLES DE PARIS E RÉPLICAS EM MANAUS E BUENOS AIRES.
em 20/10/12
Gostaria que você voltasse a gravar pois sou muito sua fã em CHICO DA SILVA
Anônimo
em 18/10/12
O primeiro carro é como o primeiro amor: a gente não esquece... em AI QUE SAUDADES DO MEU FUSQUINHA
Anônimo
em 17/10/12
Sr José Rocha: Fiquei muito contente por finalmente ter encontrado foto da" Casa 22" que foi de meu bisavô José Pinto de Oliveira e de meu tio avô Manuel da Costa Branco e mais tarde do meu avô José da Costa Branco.As fotos que tínhamos ,perderam-se.Tenho em meu poder um anúncio que consegui retirar pela net,de um jornal brasileiro da época, que menciona três lojas: A "Casa 22",na Rua Paulista,a "Casa Paulista", em frente à 22 e o"Bicho" na Rua Lobo d?Almada,9.Será que também tem fotos das outras duas lojas? Seria possível, caso afirmativo, publicá-las no seu blog , que depois retirarei de lá. Grata pela atenção dispensada.M.Carmo Costa Branco P Bastos em CASA 22 PAULISTA
M Carmo Bastos
em 17/10/12
Olá, sempre que visito o túmulo do meu avô no Cemitério Santa Isabel em Belém, fico observando o túmulo de uma senhora que diz assim" que ela nasceu no rio de janeiro e era esposa do engenheiro Antonio Carlos de Miranda Correa...não sei se tem alguma relação, mas é um túmulo é bastante antigo e me parece abandonado. em A CERVEJA XPTO E A FAMÍLIA DOS MIRANDA CORRÊA
em 14/10/12
Que ótimo! Estou fazendo um projeto de historia em quadrinhos sobre a cidade de manaus, e esse desesnho do forte me ajudou1 continue a trabalhar em cima dessa cidade em que eu moro há 8 anos e me encantei por ela! em FORTE DE SÃO JOSÉ DA BARRA DO RIO NEGRO
em 13/10/12
É o velho ditado: "Deus escreve certo com letras tortas"... No fim, tudo deu certo, não? em O MOTOR DE CENTRO DO LUTHIER ROCHINHA
Anônimo
em 08/10/12
Mario Ypiranga foi meu professor no Estadual e - anos mais tarde - leu meu romance O AMANTE DAS AMAZONAS... Sei que leu pois eu o encontrei num café na estrada e lhe dei o livro pessoalmente.. Uma hora mais tarde, que eu ia saindo do café ele continuava a ler, debaixo de uma árvore, muito atentamente... Não sei se gostou, pois nunca mais o vi depois daquele dia. em MÁRIO YPIRANGA MONTEIRO, GRANDE GUERREIRO DA TERRA DE AJURICABA!
em 04/10/12
Dos livros citados, ao menos um - Papagaio de papel - é relançamento. nada tira o brilho de Mario Ypiranga, mas é preciso que a família respeite os princípios do "velho guerreiro". em MÁRIO YPIRANGA MONTEIRO, GRANDE GUERREIRO DA TERRA DE AJURICABA!
em 02/10/12
No meu romance TEATRO AMAZONAS há um capítulo chamado O TEATRO DE OURO PURO... é isso... em O TEATRO AMAZONAS É OURO!
em 02/10/12
No Brasil é assim: fazem reformas caríssimas, mas conservar as reformas, não fazem. Toda obra arquitetônica, seja teatro, hospital, escola, porto de saúde raramente recebem obras de conservação e manutenção. Em pouco tempo viram ruínas. em O TEATRO AMAZONAS É OURO!
Anônimo
em 29/09/12
Tenho uma moeda de 1768 de josephus de cobre V reis edicarlos036@gmail.com em COLECIONADOR DE MOEDAS ANTIGAS
Anônimo
em 27/09/12
Anônimo
em 26/09/12
Moro no estado do Paraná em uma pequena cidade interiorana. Jeferson você, me enche de orgulho guerreiro, heroi,um vencedor. a minha eterna gratidao a homens de honra como você. Gilson scapinello. em JEFFERSON PÉRES, UM HOMEM ÉTICO E DEFENSOR DA CIDADE DE MANAUS.
em 25/09/12
Rocha, eu também tive a honra de trabalhar no Grupo Souza Arnaud S/A. Comecei em junho/76, com apenas 15 anos de idade, como office-boy na loja 3 - Educando. Depois fui trabalhar na assistência técnica e almoxarifado que ficava na 7 de setembro, em frente ca antiga ETFA. O meu chefe era o saudoso Domingos Cipriano Rodrigues. Depois fui trabalhar com o seu Douglas. Conheci todo aquele pessoal. Posteriormnente, fui trabalhar com o Plínio no setor de Cobrança. Sai da empresa em maio de 1979, pois fui estudar para o vestibular. Aquele tempo foi enriquecedor para mim. Fico mjuito alegre em encontrar ex-colega da mesma empresa, apesar de não nos conhecermos. Mas lembro-me de vc.do seu Lazaro, do Cabralzinho, do Dr. Fernando, do seu Braga da Contabilidade, do Credie que era do CPD do seu Nobre. e tantos outros. Saudacoes, Joevan Jorge Va

BLOGDOROCHA: O ANIVERSÁRIO DO POETA MARCILEUDO BARROS

Estive, ontem, na Lima Bacuri 64C para assistir ao show do poeta e escritor Marceleudo Barros, ao chegar, fui informado que ele tinha acabado de sofrer um infarto do miocárdio e, estava internado no PS 28 de Agosto. Estou aguardando notícias por parte dos familiares e amigos.

BLOGDOROCHA: O ANIVERSÁRIO DO POETA MARCILEUDO BARROS: Marcileudo Barros, um amazonense polivalente, ele é poeta, escritor, compositor e artista plástico, vai ficar no berço amanhã, compl...

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

SALVE MANAUS, SALVE ÁUREO NONATO!

Um leitor do blog mandou-me um e-mail interessado em saber o que eu estava preparando para homenagear a nossa mana, maninha, Manaus, com relação ao seu dia maior, o dia do seu aniversário; respondi que não tinha nada em especial, pois, vez e outra faço postagens de amor, carinho e devoção a minha mãe dos deuses, ou seja, todo dia é dia de reverenciar a minha cidade, onde nasci, cresci e, onde pretendo morrer e ser enterrado, ou, quem sabe, possam os meus filhos e netos cumprirem a minha vontade maior, em ser cremado e, com as minhas cinzas sendo jogadas de avião, com uma parte no Rio Negro, bem em frente ao Rodoway, com outra em terra firme, no Largo de São Sebastião e no Igarapé de Manaus, lugares onde todo esse amor começou.

Ao escrever o texto acima, tentando falar sobre a minha pessoa e o amor em que tenho por esta terra, parei e, resolvi fazer, sim, uma homenagem a Manaus, especificamente a uma pessoa que já nos deixou, mas, sinceramente, ela é a cara de Manaus, chama-se Áureo Nonato.

Nasceu em Manaus, no bairro de São Raimundo, em 1º de Abril de 1921 e, faleceu no dia 23 de Março de 2004, no Instituto do Coração de Manaus, vitima de complicações pulmonares - foram 83 anos de muita produção artística, dedicada ao Brasil e a sua querida cidade natal - militou no jornalismo, foi também um escritor consagrado, além de poeta e compositor.

Ainda muito jovem, com apenas dezessete anos de idade, embarcou no navio “Prudente de Moraes” com destino ao Rio de Janeiro, como voluntário do Exército Brasileiro, ficou no 14º Regimento de Infantaria do 1º Exército, sediado em São Gonçalo - passou cincoenta anos no eixo Rio-SP, chegando a receber, em 1987, o título de cidadão do Estado do Rio de Janeiro.

Ao se aposentar, resolver viver os últimos anos da sua vida na sua amada Manaus – tinha condições financeiras para viver muito bem obrigado, mas, contrariando a família, foi morar no “Asilo Doutor Thomas”.

No abrigo em que morava voluntariamente, tinha toda a liberdade para entrar e sair, no horário que bem entendesse – por ser um boêmio inveterado, gostava da noite, era um notívago como todo bom poeta, adorava festas, era um exímio “pé-de-valsa”, contar causos era com ele mesmo, era muito bom de papo, mas, não gostava de ser contrariado, esquentava a cabeça facilmente – curtiu muito bem os seus últimos anos da sua vida nos botecos tracionais de Manaus.

Escreveu “O Porto das Catraias”, “Os Bucheiros”, “Pitombas e Biribás”, “O Batelão da Saudade” e “A Solidão Não Me Dói” (os dois últimos são inéditos) e, muitos outros livros dedicados ao bairro de Aparecida e a sua cidade natal, mas, o que o marcou para o todo e sempre, foi um hino dedicado a sua amada Manaus.

Que viu você
Não pode mais esquecer
Quem vê você,
Logo começa a querer;
Manaus, Manaus, Manaus
Minha cidade querida.
Manaus, Manaus, Manaus,
És a cidade sorriso,
Esperança da nossa Amazônia.
Manaus, Manaus, Manaus,
Minha cidade querida.
Manaus, Manaus, Manaus.

Conversando com os amigos, falei que o dia que mais marcou a minha vida com relação à data festiva da cidade de Manaus, foi exatamente no Bar do Armando, quando o nosso querido e saudoso poeta e escritor Áureo Nonato, nos seus últimos anos de vida terrena, apareceu em companhia da cantora Celeste (deficiente visual), ambos moradores do “Asilo de Mendicidade” e, fez um show, muito emocionante, de amor a Manaus.

A última vez em que o vi, foi exatamente naquele dia de homenagem a Manaus, quando em prosas e versos eternizou a sua “Manaus, Manaus, minha cidade querida”, no final, chorou que nem um bezerro desmamado, emocionando a todos os presentes, depois, serviu um pouco de “Aluá”, uma bebida fermentada da casca do Abacaxi, muito apreciada pelos antigos moradores de Manaus – passado algum tempo, partiu no seu batelão, para o infinito, levando pitombas, biribas e aluás, deixando somente saudades – até hoje eu choro quando lembro! Salve Manaus, Salve Áureo Nonato!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

ANTIGAS PADARIAS DE MANAUS

Falou em padaria antiga, vem logo à lembrança os portugueses - esses estabelecimentos da nossa antiga Manaus, sem exceção, eram tocados por lusitanos e seus descendentes - sabemos que o termo vem do latim “pada = panata, de pane, pão pequeno” e “aria = atividade de”, ou seja, local em que se dedicavam a fabricar e vender pães, bolachas e biscoitos.

O periódico “Amazônia Jornal”, um bi mensário de propriedade do Sr. Raimundo Nonato Garcia Filho, tinha como redator o Sr. David J. Israel e, na sua edição de 9 de Fevereiro de 1948, mostra o comercial de todas as padarias que existiam naquela época.

As padarias eram as seguintes:

  1. Fábrica Victoria – de Loyo & Cruz – situada a Avenida Eduardo Ribeira, 490 canto com a Rua Saldanha Marinho – “Neste estabelecimento tem sempre pão de todas as qualidades, biscoitos finos, bolachas e mais artigos próprios desse ramo de negócio, pelos melhores preços do mercado”;
  2. Fábrica Francfort – de Marques Matias & Ca. Ltda. – situada a Avenida Joaquim Nabuco, 732 – “Panificação a Vapor e Biscoitaria/Fábrica de Massas e Torrefação de Café”;
  3. Padaria Amazonense – de Simões & Cia. – situada a Rua Marques de Santa Cruz, 271 – “Com Amassadeira mecânica movida à eletricidade – Panificação e Estivas/Fábrica de massas Alimentícias – Doces de chocolates e seco/Bolachas de Leite, Água e Sal/Café moído e artigos de mercearia”;
  4. Fábrica Brasil – de Simões & Cia. – situada a Rua Barão de São Domingos, 61, - “Panificação e Biscoitaria/Moagem de trigo, arroz e outros cereais pelo sistema europeu/Doces de chocolate/Bolacha Maria e Água e Sal/Rosca comum e a Barão”;
  5. Fábrica Portuense – de Lopes, Santos & Esteves – situada a Avenida Joaquim Nabuco, 424 – “Pão, Bolachas, Biscoitos e Massas Alimentícias”;
  6. Fábrica Aurora – de Pinho Couto & Arteiro – situada a Rua dos Andradas, 62 – “Panificação, Massas Alimentícias e Torração de Café”;
  7. Fábrica Modelo – de J. Barbosa Grosso – situada a Avenida Joaquim Nabuco, 554 e José Paranaguá, 345 – “Mercearia, Padaria e Confeitaria - Estivas por grosso e a retalho, fabricação e depósito de roscas e bolachas para o interior e aviamentos, especialista em pães e massas alimentícias”.
  8. Fábrica Progresso – de Nogueira Irmãos & Cia. Ltda. – situada a Rua da Instalação, 121 – “Fabricação de massas alimentícias extrafinas, biscoitos, torrefação de café e refinação de açúcar, artigos de mercearia, chocolates e bombons finos, importação direta”.
Desde aquela época, já havia uma preocupação muito grande com o custo das matérias-primas, principalmente do trigo, com os panificadores sempre solicitando juntos aos poderes públicos uma majoração no quilo do pão (preço tabelado), apesar da gritaria dos consumidores.

Das citadas, apenas a Padaria Modelo continua operando - os descendentes dos donos da Padaria Amazonense e Fábrica Brasil construíram um império chamado “Grupo Simões”, com vários segmentos, mas, nada voltado para as padarias dos seus ancestrais.

Na minha infância, tive a oportunidade de comprar pães e bolachas nas padarias Francfort e Modelo e, na adolescência, na Pátria e Mimi – atualmente, existem mais de mil padarias em Manaus, eles vendem de tudo, são lanchonetes e, até restaurantes, com uma variedade enorme de pães, mas, todos com produtos químicos prejudiciais a nossa saúde e, nada mais lembra os portugueses e das antigas padarias de Manaus. É isso ai.

Fotografia: J. Martins Rocha - Fábrica Progresso, restou somente a fachada.

sábado, 20 de outubro de 2012

BLOGDOROCHA: AFONSO TOSCANO

BLOGDOROCHA: AFONSO TOSCANO: O Toscano é um amazonense conhecidíssimo no meio cultural de Manaus, fez durante anos as letras das marchinhas da Banda Independente da C...

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

MARAPATÁ, A MINHA MÚSICA PREFERIDA PARA HOMENAGEAR MANAUS

O Jornal “A Critica”, no caderno “BEM VIVER” lançou, ontem, uma enquete para sobre qual a canção que tem mais a ver com a nossa cidade – para celebrar os 343 anos de Manaus de uma forma bem musical.

http://acritica.uol.com.br/manaus/musica-cara-Manaus_4_793760617.html  - são as seguintes:
MARAPATÁ (Aníbal Beça e Armando de Paula);
PORTO DE LENHA (Torrinho, Zeca Torres e Aldísio Filgueiras);
CANÇÃO DE MANAUS (Áureo Nonato);
DEIXA MEU SAX ENTRAR (Teixeira de Manaus);
DOMINGO DE MANAUS (Chico da Silva);
SUBINDO PELAS PAREDES (Nunes Filho);
CHURRASQUINHO DE GATO (Tucumanus);
RODAR NA BICA (Alaíde Negão);
NÃO MATE A MATA (Adelson Santos);
AMAZONAS MORENO (Osmar Gomes e Celdo Braga)
Como podem observar, são músicas de estilos e ritmos variados, passeando entre o regional, brega e o alternativo.
Faz muito tempo atrás, o sambista Edu do Banjo fez uma homenagem ao pessoal da luteria e, o meu saudoso pai foi um dos convidados, um evento que aconteceu no antigo restaurante “La Barca” (Avenida Recife com o V8) – o nosso saudoso poeta e compositor Aníbal Beça autografou o seu CD “O Poeta Solta a Voz” para o meu pai.
Durante um bom tempo, fiquei a escutar este disco no “CD Player” do meu “Santana” (uma balsa em forma de carro) e, a música que eu mais adorava era exatamente “Marapatá”.
A letra é mais ou menos assim:
Que doce mistério
Abriga teu dorso
De ilha afogada
No curso das mágoas?
O Velho Bahira
Se mira nas águas
Espelho da lua
Narciso nheengara
É Marapatá, porta de Manaus
É Marapatá, patati patatá
Que mana maninha
Que dança sozinha
Savana de seda
Pavana de cio
Capim canarana
Bubuia banzando
Canção enrugada
Banzeiro de rio
Vá logo deixando
Senhor forasteiro
A sua vergonha
Em Marapatá
Vergonha se verga
Na cuia do ventre
No V da ilhargas
Vincando por lá
Cunhã se arretando
Tesão de mormaço
Abrindo as entranhas
A flor do tajá
E o macho fungando
Flechando, fisgando
Mordendo a leseira
Dizendo:"Ulha já!"

Para quem não sabe, o Aníbal foi bom à beça, esse caboclo nasceu no dia 13/09/1946 e, faleceu em 25/08/2009 - ocupava a cadeira de número 28 na Academia Amazonense de Letras. Além dos inúmeros trabalhos em poesia que publicou durante sua vida literária, o escritor era bastante conhecido como animador cultural no Estado; trabalhou como repórter, redator e editor, em todos os jornais de Manaus, foi diretor de produção da TV Cultura do Amazonas, conselheiro de cultura, consultor da Secretaria de Cultura do Amazonas, foi vice-presidente da União Brasileira de Escritores (UBE-AM), presidente e vice-presidente da ONG “Gens da Selva”. Presidiu o Sindicato de Escritores do Estado do Amazonas e Conselho Municipal de Cultura - para conhecer mais clique aqui http://jmartinsrocha.blogspot.com.br/2009/08/poeta-anibal-bessa.html

E, a Ilha de Marapatá é considerada a porta de entrada de Manaus, por via fluvial – é uma ilha fantástica no Amazonas, localizada bem na entrada de Manaus, alguns estudiosos dizem que este nome significa na língua Macua (tribo africana) alpendre (espaço coberto, reentrante, e aberto na fachada de uma casa, que dá acesso ao interior). Este lugar é tema para muitos estudiosos do comportamento humano e de escritores, no que diz respeito à ética - falam que o interiorano com a sua peculiar “pureza” ou o forasteiro, antes de aportar em Manaus, deixa a sua vergonha na Ilha de Marapatá, tornando a cidade um lugar ideal para trapaças e crimes - conheça mais http://jmartinsrocha.blogspot.com.br/2011/09/ia-lha-de-marapata.html

As demais músicas são muito boas, mas, fico com a “Marapatá”, a minha preferida para homenagear Manaus pelos seus 343 anos. É isso ai.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

AI QUE SAUDADES DO MEU FUSQUINHA


 Comecei a paquerar o meu fusca no ano de 1976, consegui casar em 1979 e, separei em 1989, foram 10 anos de uma bela convivência.

Trabalhei na empresa chamada “Importadora Souza Arnaud”, situada a Rua Marechal Deodoro, centro de Manaus - o fusquinha da minha paixão pertencia a minha colega de trabalho, a Conceição Kramer - era da safra de 75, depois, foi vendido para outro colega de trabalho, o contador José Antonio e, em 79 consegui comprá-lo, sendo uma parte à vista e outra financiada pelo Banco Safra, penei muito para pagar as prestações, por isso passei a chamá-lo de “Suado”.

A placa ZD-1307 serviu de inspiração para um vizinho ganhar uma vez a milhar no jogo do bicho. Foi uma década de grandes emoções a bordo do meu fusquinha – quando eu era solteiro fui dezenas de vezes para os lupanares “Saramandaia” e “Iracema”, se o deixasse no piloto automático, com certeza, iria direto para o bordel!

Trabalhava durante o dia e estuda a noite, serviu de condução para ir e vir da faculdade - namorei nos seus bancos – com ele fui de paletó e gravata para o meu casamento, na Igreja de São Sebastião e, na beca para a minha formatura, no Teatro Amazonas – levava, também, em sua companhia, os meus filhos para passearem nos finais de semana e tomarem banho no Tarumanzinho e na Ponte da Bolívia.

Na vida real de marido e mulher, as dificuldades financeiras atrapalham o relacionamento do casal; e o meu com o fusquinha foi inegavelmente afetado, não podia mais cuidar da sua aparência física e dos seus órgãos vitais - o motor e a caixa de marcha – fui obrigado a vendê-lo para o meu compadre Acácio, que o recuperou totalmente, trocaram até o numero da placa, em decorrência da inclusão de mais uma letra na sua composição; depois vendeu para um sujeito desconhecido e sumiu da minha vista.

Não sei se ainda roda ou se foi parar no cemitério dos carros, qualquer um dia desses irei contratar um detetive para desvendar o seu paradeiro.

Certa vez, fiquei muito emocionado, com o reencontro do Fusca JWJ-7694 com o seu primeiro amor, o médico Rogelio Casado, no Largo de São Sebastião, fiz até uma filmagem “uma curta” de 1 minuto.

Estou com muitas saudades do meu fusquinha! Quem sabe num belo dia, ainda poderemos reatar o nosso casamento e curtirmos juntos a nossa aposentadoria, dando umas voltas pela nossa Manaus Antiga, estacionado uma vez e outra no Bar do Armando, para tomar uma cerveja, saborear um pernil e ouvir uma boa música, por sinal, outro apaixonado pelo seu Fusca azul celestial – o portuga partiu para o andar de cima, mas, deixou para os netos o seu fusca.

Aliás, o meu amigo José Ribamar Mitoso já comprou um fusquinha, a Socorro Papoula já encomentou o dela, falta apenas encontrar o meu - ai que saudades do meu fusquinha! É isso ai.