Ao escrever o texto acima,
tentando falar sobre a minha pessoa e o amor em que tenho por esta terra, parei
e, resolvi fazer, sim, uma homenagem a Manaus, especificamente a uma pessoa que
já nos deixou, mas, sinceramente, ela é a cara de Manaus, chama-se Áureo
Nonato.
Nasceu em
Manaus, no bairro de São Raimundo, em 1º de Abril de 1921 e, faleceu no dia 23
de Março de 2004, no Instituto do Coração de Manaus, vitima de complicações
pulmonares - foram 83 anos de muita produção artística, dedicada ao Brasil e a
sua querida cidade natal - militou no jornalismo, foi também um escritor
consagrado, além de poeta e compositor.
Ainda muito jovem, com apenas
dezessete anos de idade, embarcou no navio “Prudente de Moraes” com destino ao
Rio de Janeiro, como voluntário do Exército Brasileiro, ficou no 14º Regimento
de Infantaria do 1º Exército, sediado em São Gonçalo - passou cincoenta anos no
eixo Rio-SP, chegando a receber, em 1987, o título de cidadão do Estado do Rio
de Janeiro.
Ao se
aposentar, resolver viver os últimos anos da sua vida na sua amada Manaus –
tinha condições financeiras para viver muito bem obrigado, mas, contrariando a
família, foi morar no “Asilo Doutor Thomas”.
No abrigo
em que morava voluntariamente, tinha toda a liberdade para entrar e sair, no
horário que bem entendesse – por ser um boêmio inveterado, gostava da noite,
era um notívago como todo bom poeta, adorava festas, era um exímio
“pé-de-valsa”, contar causos era com ele mesmo, era muito bom de papo, mas, não
gostava de ser contrariado, esquentava a cabeça facilmente – curtiu muito bem
os seus últimos anos da sua vida nos botecos tracionais de Manaus.
Escreveu “O Porto das
Catraias”, “Os Bucheiros”, “Pitombas e Biribás”, “O Batelão da Saudade” e “A
Solidão Não Me Dói” (os dois últimos são inéditos) e, muitos outros livros dedicados ao bairro de Aparecida e
a sua cidade natal, mas, o que o marcou para o todo e sempre, foi um hino
dedicado a sua amada Manaus.
Que viu
você
Não pode
mais esquecer
Quem vê
você,
Logo
começa a querer;
Manaus,
Manaus, Manaus
Minha
cidade querida.
Manaus,
Manaus, Manaus,
És a
cidade sorriso,
Esperança
da nossa Amazônia.
Manaus,
Manaus, Manaus,
Minha
cidade querida.
Manaus,
Manaus, Manaus.
Conversando com os amigos,
falei que o dia que mais marcou a minha vida com relação à data festiva da
cidade de Manaus, foi exatamente no Bar do Armando, quando o nosso querido e
saudoso poeta e escritor Áureo Nonato, nos seus últimos anos de vida terrena,
apareceu em companhia da cantora Celeste (deficiente visual), ambos moradores
do “Asilo de Mendicidade” e, fez um show, muito emocionante, de amor a Manaus.
A última vez em que o vi,
foi exatamente naquele dia de homenagem a Manaus, quando em prosas e versos eternizou
a sua “Manaus, Manaus, minha cidade querida”, no final, chorou que nem um
bezerro desmamado, emocionando a todos os presentes, depois, serviu um pouco de
“Aluá”, uma bebida fermentada da casca do Abacaxi, muito apreciada pelos
antigos moradores de Manaus – passado algum tempo, partiu no seu batelão, para
o infinito, levando pitombas, biribas e aluás, deixando somente saudades – até
hoje eu choro quando lembro! Salve Manaus, Salve Áureo Nonato!
Um comentário:
Emoção. Não como não falar de Manaus, a "Mãe dos Deuses" sem o sentimento mais puro e eterno. Vc caro Rocha, honra esta cidade! Hoje é dia de Festa na Taba dos Barés e dos Tarumãs! Saudações Manauaras!
Postar um comentário