quarta-feira, 25 de junho de 2014

JOGO NA ARENA DA AMAZÔNIA: SUÍÇA VERSUS HONDURAS


Tive uma oportunidade impar em assistir ao último jogo em Manaus, na Arena da Amazônia, pois fui premiado com um ingresso pela Coca-Cola do Brasil, através da Sheila Zanesco, Supervisora de Atendimento.

O jogo foi hoje à tarde, com início às quatro horas da tarde, um horário temido pelos jogadores e torcedores estrangeiros, pois estamos no verão amazônico, porém, choveu um pouco para amenizar o calor, mesmo assim, houve uma parada técnica no primeiro tempo, em decorrência dos termômetros terem atingindo os trinta e dois graus e da elevada umidade do ar.


No caminhada para a Arena, pude observar uma total organização do evento, tudo funcionando perfeitamente – recebi todas as orientações dos organizadores, possibilitando chegar rapidinho ao meu assento dentro do estádio.

Os banheiros funcionaram perfeitamente, com padrão internacional. Entrei numa fila para comprar refrigerante, o preço era salgado, em compensação, recebi uma caneca personalizada alusiva ao jogo – ficará como lembrança desse momento histórico.


A minha intenção era torcer para Honduras, mas, a torcida animadíssima da Suíça mudou a minha preferência – tinha um grupo de jovens suíços que deram um show a parte, cantando e encantando a todos os presentes.



Foram quarenta mil pessoas assistir ao jogo, que foi favorável aos suíços, o que valeu a sua classificação. Eles devem comemorar a noite toda pelos bares de Manaus.



Sempre fui contrário à demolição do Estádio Vivaldo Lima, além dos gastos excessivos com o evento, porém, sou brasileiro e amo o futebol e a minha seleção brasileira, não poderia ficar apático e desinteressado com a Copa do Mundo que está acontecendo no nosso país, com jogos na minha cidade.


Não presenciei nenhuma briga ou confusão, tudo aconteceu em paz, onde todos os torcedores, principalmente os estrangeiros, demonstravam alegria e satisfação, visivelmente estampadas em seus rostos, por estarem na Amazônia e na nossa Arena. É isso ai.

PARCERIA BLOGDOROCHA COM A COCA-COLA DO BRASIL - AS INICIATIVAS DA COCA-COLA NO BRASIL PARA A COPA DO MUNDO DA FIFA 2014™



Presente nas Copas do Mundo da FIFA™ desde 1950 com anúncios nos estádios do evento, a The Coca-Cola Company veio tornar-se parceira oficial da FIFA em 1974, realizando ações diversas nos países que hospedam a maior competição internacional de futebol.

A edição de 2014 no Brasil começou, para a Coca-Cola, em 2012. Dois anos antes do Mundial, a empresa apresentou aos brasileiros o Mascote Oficial da Copa e a partir de então, dedicou-se a desenvolver e implantar trabalhos em torno dos três legados que a companhia pretende deixar para o país: Comunidades, Reciclagem e Vida Ativa.
Esse último legado, que incentiva e dissemina a importância da prática esportiva, teve como carro-chefe a Copa Coca-Cola, que aconteceu no ano anterior à Copa do Brasil e cujos vencedores foram treinados para exercerem a função de gandulas. Os 445 meninos e meninas com idades entre 13 e 17 anos foram aprovados para atuarem nas 64 partidas do evento. Além disso, Vida Ativa será representado em campo por doze jovens que foram escolhidos para carregarem as bandeiras dos países cujas seleções se enfrentarão na final da Copa do Mundo, por terem histórias de vida ligadas à prática esportiva. Também no último jogo do Mundial estarão outros 29 carregadores de bandeira que foram escolhidos para simbolizar as comunidades e a reciclagem.
Ainda de responsabilidade da Coca-Cola durante toda a competição, o gerenciamento dos resíduos sólidos nos estádios onde acontecem os jogos contará com uma equipe de 840 catadores de lixo que estiveram nos Treinamentos de Capacitação para Coleta Seletiva da Copa do Mundo da FIFA™, realizado pela empresa.
Por meio dessas e outras ações a Coca-Cola Brasil está fazendo dessa Copa, a Copa de Todo Mundo!

Saiba tudo sobre a Coca-Cola na Copa do Mundo da FIFA 2014™ nas redes sociais da marca:

Abraços,
Victor Bicca Neto
Diretor de Assuntos Governamentais, Comunicação e Sustentabilidade para a Copa do Mundo da FIFA 2014
Luiz Felipe Schmidt
Gerente de Assuntos Governamentais e Comunicação para a Copa do Mundo da FIFA 2014
Sheila Zanesco
Supervisor Atendimento
Ogilvy Public Relations

Grupo Ogilvy Brasil

terça-feira, 24 de junho de 2014

FESTA JUNINA EM MANAUS DE OUTRORA


A nossa cidade era pequena, porém, transbordava no cultivo das suas tradições, sendo o mês de junho toda especial, onde existiam comemorações praticamente em todas as ruas, com danças de quadrilha, boi de pano, fogueiras, comidas típicas e forró até o dia amanhecer, com o ápice nos dias de Santo Antônio, João e Pedro, além do Festival Folclórico do General Osório que era prestigiado por toda a cidade.

As ruas ficavam enfeitadas com bandeirolas e balões, as pessoas se vestiam com camisas quadriculadas, chapéu de palha e costuravam as calças e saias com remendos de pano de cor diferente, tudo para dar um clima todo especial de roça.

Em frente das casas os donos faziam as suas fogueiras, colocavam músicas da época, com a molecada pulando a fogueira e os mais velhos fazendo adivinhações.

Um fato curioso era um ritual do “batismo de fogueira”, na qual os pais passavam a se tratar de compadre e os filhos tomavam benção dos padrinhos por toda a vida.

As famílias mais abastadas contratavam as danças para se apresentarem em frentes de suas casas, sendo o Boi de Pano o mais esperado de todos, pois o som da batucada era envolvente, além do bonito bailado do boi e a algazarra do Pai Francisco e da Mãe Catirina.

O Pau de Sebo era a atração para os jovens, pois a recompensa para quem alcançasse o topo era uma boa grana – eles se reversavam em equipes, fazendo de tudo para tirar o sebo escorregadio, conseguindo o objetivo maior lá pela madrugada.

As crianças gostavam de soltar “estrelinhas” e “pum de velha” – os jovens soltavam bombinhas e os considerados “mau elemento” adoravam infernizar os outros com os temíveis “catolés”.

Era uma festa bonita, animada e farta, com o congraçamento das famílias das ruas, onde todos se davam as mãos, dividindo as tarefas e se cotizando para os comes e bebes.

A procissão de São Pedro era um espetáculo a parte, com os barcos enfeitadas, lotados de fiéis, todos em romaria pelo nosso Rio Negro, com a participação em peso da população, tanto nos barcos ou em terra, geralmente ficavam apreciando a movimentação no cais do Rodoway.

O nosso Festival Folclórico do General Osório era demais! Contavam com dezenas de danças, com ênfase nos Bois de Pano. O local era mágico. 


Esta postagem foi feita em decorrência de visto, hoje,  somente um fogueira na minha cidade e, bateu uma saudade danada daqueles tempos bons, onde a véspera de São João era um dia todo especial, com festas em todas as ruas. É isso ai.

domingo, 22 de junho de 2014

O ZÉ MUNDÃO NA COPA DO MUNDO

O Zé sempre foi um cara muito ruim de bola e não entende nada de futebol de campo, porém, em se tratando de Copa do Mundo, a coisa toda muda de figura, tanto que antes de iniciarem aos jogos, gosta de fazer as compras alusivas ao evento, no centro da cidade, nas lojas do “Shopping Center Bate Palmas", na Rua Marechal Deodoro.
Num certo ano de disputa da Copa Mundo, foi às compras:
 - Três dúzias de bandeirolas, duas dúzias de Cornetão, duas dúzias de pulseiras, dez camisas do Brasil, tamanho M e GG, oito sacolas com o pavilhão brasileiro, 50 bandanas e 10 perucas nas cores do Brasil!
A vendedora toda sorridente, perguntou:
 - Qual a forma de pagamento? Ele, gaiato como sempre, mandou ver:
 - À vista, no monte, na "babita", carvão vivo, minha santa! E dá prá conseguir aquele descontão?
Ligou para um motorista chamado de "Walderir", um taxista “Jacaré” (que não é vinculado a nenhuma cooperativa) que faz ponto por mais de duas décadas lá pelas bandas do Bar Caldeira, no centro antigo.
O Zé tem um bom coração, aquelas compras foram distribuídas para os filhos, vizinhos, colegas e amigos. Ele passou uma semana ajudando o pessoal da comunidade do Beco da Bosta - foram noites em claro, pintando, subindo em muros para colocar as bandeirolas, deu até um pulo até a campeã das Copas, a Rua Santa Isabel, para copiar alguns enfeites. Ficou a pensar:
– Gastei a minha grana nas compras do material e o meu precioso tempo na arrumação da Rua, será que vai valer a pena?
Chegou o grande dia, a nossa seleção canarinho entra em campo, o Zé tinha inúmeras opções para assistir ao jogo: Rua Santa Isabel, Ponta Negra, Eldorado e na sua Comunidade – não foi nenhuma delas, pois o Zé somente se levantava para ir à latrina e voltava para a sua cama, estava numa “fininha” que fazia dó!
O pessoal da comunidade gosta muito dele, pois o cara é uma figura, faz a festa, mas desta vez não deu, teve que colocar uma TV de 14 polegadas bem perto da sentina!
Não podia nem gritar gol, senão...!
No segundo jogo, foi assistir na Rua Isabel, em companhia de vários amigos de trabalho – o local é o mais enfeitado e animado de Manaus, onde o samba corre solto, com diversas bandas musicais se apresentando, muita mulher bonita e dezenas de barracas armadas por toda a extensão da rua – a seleção brasileira ganhou novamente e, o Zé mundão brincou até de madrugada, faltando ao trabalho no dia seguinte.
No dia seguinte, o pessoal da comunidade foi logo cercando o cara, um mais afoito gritou:
 - Zé tu és mesmo um fuleiro! Deu o maior duro com a gente na ornamentação da Rua e vais assistir em outro lugar, sai pra lá Traíra!  
O Zé prometeu que no próximo jogo iria assistir com eles, promessa feita e, não cumprida!
No terceiro, resolveu ir ao Bar do Armando - logo no início no jogo, deu um berro, chamou aquele palavrão, o dono do Bar, o português Armando, passou aquele ralho no Zé:
- Ô caralho! Tu não sabes assistir ao jogo calado, porra! Vocês, brasileiros, gostam de ficar gritando o tempo todo, o jogo é para assistir caladinho e comemorar apenas quando se faz um gol a favor!
O português foi mexer logo com quem - o Zé tirou de dentro da camisa um Cornetão, encheu o peito de ar e soltou um barulho de estremecer o pedaço!
 Pensou com os seus botões:
 - Este gajo vai me expulsar agora!
Qual nada, o portuga entrou no clima, inclusive distribuiu para os torcedores um monte de apitos, ficou uma atmosfera de Brasil, muito barulho, cervejas e palavrões, tipo padrão Zé Mundão!
Ele somente assistiu ao jogo na sua Comunidade nas Quartas-de-final, onde o jogo é tudo ou nada, pois no caso de derrota pode voltar para casa.
Os nervos ficaram na flor da pele antes da partida, mas, como todo bom brasileiro, os vizinhos se enfeitaram nas cores da bandeira brasileira, fizeram a cota para o churrasco, fogos de artifícios e das bebidas, improvisaram um “Bolão” e reuniram vários de instrumentos de percussão para a festa.
Tudo em vão, pois a seleção brasileira perdeu a partida, provocando uma tristeza generalizada – mesmo assim, o Zé Mundão ficou na companhia de outros vizinhos, bebendo e comendo churrasco, mas numa condição de que ninguém iria mais falar de seleção brasileira e muito menos, de Copa do Mundo.
Não tiveram como fugir do assunto, passaram o tempo todo comentando sobre a partida, o que gerou muito bate-boca e confusão – o Zé teve que voltar correndo para a sua casa para evitar brigas corporais com os mais exaltados.
Toda Copa de Mundo de Futebol é assim, os brasileiros não sabem perder, somente vitórias é o que interessa a todos.
Certa vez, o Zé Mundão estava em Parintins para assistir a festa dos bois bumbás, calhando com a realização de uma copa mundial.

Foi assistir a uma partida num boteco, a seleção brasileira perdeu a partida e foi desclassificada – após a partida, todos estavam tristes e enfurecidos e, o Zé mundão foi tirar graça com um ambulante que estava carregado de mercadorias com os motivos da seleção brasileira, falou que o sujeito ia ficar “boiado” (encalhado com as vendas), o vendedor misturou a raiva com a derrota com o prejuízo que ia ter e, saiu em disparada atrás do Zé para dá-lhe uns safanões, merecidamente.

MANAUS NA COPA DO MUNDO 2014













FOTOS: ROCHA

Coca-Cola | Brasil + Camarões 2014

Coca-Cola | Brasil + Mexico 2014

sábado, 21 de junho de 2014

NA SAFRA DO CAJU


Quando estamos na safra do Caju (noz que se produz, na língua Tupi), nos meses de outubro e novembro, encontramos o fruto “in natura” em todos os lugares, até pelos ambulantes nos cruzamentos das ruas de Manaus e, em alguns lugares, a produção e a oferta são tão grandes que chega a “fazer lama”.
É rico em vitamina C e, por incrível que pareça, o fruto é exatamente “a castanha do caju”, sendo aquela parte suculenta com a cor amarela, rosada ou vermelha, conhecida como o pseudofruto (pedúnculo).
Existe o tipo grande e o anão, sendo este o mais produtivo; aliás, o maior produtor do Brasil é o Estado do Ceará, contribuindo  grandemente com a exportação da castanha. Com o caju é possível fazermos sucos, mel, doces, a cajuína e até aguardente (eba!) - no mês de novembro é realizado a Festa do Caju, em Barreirinha, no interior do Amazonas.
A turma do “pé inchado” adora um tira-gosto de caju com sal; os mais abastados preferem a castanha do caju industrializada. Na Rua Igarapé de Manaus, centro, existia um sujeito chamado Tontonho, ele passava o dia todo passeando com o seu famoso kit: um engradado de madeira, contendo uma garrafa de cachaça, cigarros e fósforos, um velho rádio a pilha, um guarda-chuva, sal e vários cajus (na safra).
Certo dia, sua mãezinha fez um sério pedido ao filho:
 - Escuta aqui, Tontonho: deixa de beber de uma vez por todas, senão tu vais morrer de cirrose, tenha dó meu filho!
O filho respondeu choramingando:
 - Eu vou deixar de beber sim, minha mãe, mas somente após a safra do caju! Só não falou qual a safra do ano que ele iria parar de beber!
Faz alguém tempo atrás (coloque tempo nisso!), fiz uma viagem para o interior do Estado, fui acompanhado do meu compadre Acácio. Atravessamos na balsa de Manaus-Cacau Pirêra; pegamos a estrada Manoel Urbano, dirigindo uma Brasília, é isso mesmo um carro Brasília (aquele com o motor atrás e que fez muito sucesso com os “Mamonas Assassinas” - Minha Brasília Amarela); seguimos até a comunidade do Caldeirão, no Iranduba, deixamos o carro por lá (uma ponte estava inundada, não permitindo a passagem do nosso carro); pegamos uma carona num barco de um político, o caboco safado nos deixou bem longe da comunidade; o percurso foi feito à pé, no trajeto encontramos um casa/bar com inúmeros pés de cajueiros em plena safra, beleza!
Fui logo detonando:
 – Por favor, a senhora pode nos servir duas doses de cachaça, tamanho “marítima”!
 E em seguida:
 - Posso pegar alguns cajus para tirar o gosto?
 Ela respondeu:
 - Pode pegar quantos vocês quiserem, aqui está fazendo é lama!
 E, em seguida, perguntei acanhado:
- É prá levar, posso?
 Ela respondeu:
 – Pode levar o quanto vocês puderem!
Conseguimos duas caixas de papelão e, começamos a pegar os mais “parrarudos”. Seguimos caminho, abre porteira, fecha porteira, nada de chegar, não aguentava mais, a minha caixa estava cada vez mais pesada, o pescoço estava todo dolorido, resolvi jogar a minha caixa na beira do rio; passamos a revezar a outra caixa; estava ficando noite quando chegamos à casa dos tios do meu compadre.
Ao chegar, fui logo comentado:
 – Tia Maria, conseguimos trazer apenas uma caixa de caju, a outra tivemos de jogar fora, pois não aguentamos de tanto peso na moleira. 
Ela respondeu:
– Não carecia não meus filhos, no terreno do meu primo Raul tem caju fazendo lama, estamos na safra do Caju mermo!
 Essa foi prá acabar! Lamentei:
- Aí Rocha, que leseira baré, estamos em plena safra do caju, para que carregar tanto peso, sou um leso mesmo!

Estou no aguardando outubro chegar, pois quero matar a saudade de uma cachacinha, tirando gosto na Safra do Caju! Eu, hein! 

sexta-feira, 20 de junho de 2014

FERNANDO DEMASI, O NOSSO “PIMENTA”

BLOGDOROCHA: FERNANDO DEMASI, O NOSSO “PIMENTA”: O “Pimenta” nasceu em Manaus, em 1956, na Santa Casa de Misericórdia, morou durante muito anos na Rua José Clemente, 216, na residênci...

quinta-feira, 12 de junho de 2014

A COPA DO MUNDO E A NOSSA CIDADE


Chegou o grande dia e, com ele vem as esperanças de um Brasil Campeão, não somente no futebol mundial, mas, na educação, na saúde, segurança e no bem estar do seu povo!

Fiquei imensamente feliz, quando foi anunciado o nosso Brasil, como o patrono do Campeonato Mundial da FIFA 2014! Mais feliz ainda, quando anunciaram bilhões de reais em investimentos em infraestrutura, com a modernização de aeroportos, portos, construção de novos estádios de futebol, mobilidade urbana, revitalização dos centros históricos e outras coisas mais.


Com o passar dos anos, passei a verificar o quanto estava enganado, pois houve tudo o que se possa imaginar de maracutaia com as verbas públicas, tudo em nome da preparação  para a Copa do Mundo.
Com relação a nossa cidade, participei da gritaria geral contra a demolição do nosso Estádio Vivaldo Lima, mas, foi tudo em vão -  em seu lugar, foi construido a Arena da Amazônia, considerada a mais bonita do Brasil, porém, não terá utilidade para o futebol local, em decorrencia do estado de penúria em que se encontra e, por ser milionária a sua manutenção, servirá apenas para shows internacionais e jogos do Capeonato Brasileiro.


Eu tinha a esperança que o nosso Centro História seria totalmente revitalizado, no entanto, presenciei apenas a retirada de alguns camelôs com o cercado de tapumes do Relógio Municipal e do Largo da Matriz, sem nenhuma obra nesse local.


O nosso Rodoway está fechado! Um absurdo! A culpa foi de um péssimo administrador público que entregou o  “Rodo” para um grupo de empresários insensiveis que ficaram vários anos destruindo aquele patrimônio dos amazonenses. O governo federal retomou o espaço, mas, levará anos para devolver ao povo, pois falta verbas e vontade para tal.


O Aeroporto Interrnacional Eduardo Gomes está pior do que estava, pois apesar de terem dobrado ou triplicado de tamanho, foi superfaturado e utilizado materiais de péssima qualidade, chuvendo mais dentro do que fora. Vamos reclamar para quem?


O Fan Vest deveria ser no Mirando do Encontro das Águas, um projeto belissimo do Oscar Niemeyer, não fizeram lá em decorrência de ficar longe e, os turistas poderiam verificar  pelo caminho as mazelas da periferia de Manaus – a solução foi fazer na Ponta Negra, recetemente reformada e por ser também um cartão postal de Manaus.


Apesar dos pesares, somos brasileiros, ficamos contaminados com os jogos da Copa do Mundo e, esquecemos um pouco das patifarias que fizeram com a nossa cidade e com o nosso Brasil. 


A fotografia é da Praça do Congresso, um dos poucos lugares que foi revitalizado antes da Copa do Mundo e, entregue ao povo. É isso ai.

sábado, 7 de junho de 2014

SECOS & MOLHADOS


A VEZ DOS CABOQUINHOS - Estou farto de ser representando por paulista, paraense, cearense, catarinense e potiguar – chegou a hora de mudar! A hora e a vez será dos caboquinhos do nosso Amazonas! Todos são brasileiros, mas, estou “até o tucupi” de pára-quedista que aporta por aqui com “uma mão atrás da outra”, faz carreira política na escola da roubalheira, fica rico e, chega a ser Governador e Senador! Vamos dar um "Melo" neles!

NÃO CONFUNDIR - Eu estava sentado aguardando a minha vez numa fila, quando se sentou ao meu lado uma jovem aparentando os seus trinta e poucos anos, dei uma olhada no seu estado físico e, disse-lhe que a fila preferencial ficava ao lado. Ela falou que estava na fila certa. Que mancada, meu! Acho que as mulheres gordinhas, não gostam nem um pouco de serem confundidas com grávidas!

PALMADA - Cara, quando era curumim nunca ouvi falar ou peguei uma "palmada" dos meus pais, mas, levei muita surra, peia, palmatória, cinturãozada, sapatada, chinelada e tudo os mais por parte deles. Se naqueles tempos, tivesse lei contra isso, acho que eles teriam pegado prisão perpétua! Uma palmadinha não faz mal!

AVISO AOS NAVEGANTES – O pessoal dos bairros da Chapada, Dom Pedro e adjacências, devem “ficar com um olho no prato e outro no gato”, pois a FIFA terá poder num raio de dois quilômetros partindo da Arena Amazônia, para fiscalizar, cobrar e até mandar prender, todos aqueles que estiverem vendendo alguma bugiganga com os símbolos oficiais da toda poderosa empresa privada Suíça. Tem mais: o caboco que colocar um aparelho de TV em frente ao seu barzinho ou comércio e, retransmitir os jogos oficiais, terá que pagar para os gringos. E pior de tudo: a palavra “Pagode” foi registrada no INPI e pertence até Dezembro a FIFA. O neguinho que usar esse nome para fins comerciais vai ter que pagar! Tudo isso e muito mais, está previsto na Lei Geral da Copa (12.663/2012), pois no país que sedia a Copa do Mundo, a FIFA é quem manda! A Foderosa Internacional de Futebol Arrochado poderá pegar você! Quem avisa, amigo é!

ATRASADO - É isso mesmo, sempre deixamos para a última hora! Dizem que até as noivas (times de futebol) chegam atrasado ao casamento (Copa do Mundo), dessa vez, foi a Igreja (Estádio do Corinthians) que não ficou totalmente pronta!

MALUCO BELEZA – Hoje, escutei o “Rock das Aranhas”, do Maluco Beleza. Pois bem, lembrei dos amigos Jânio Lobo e Israel Sales – dois colegas de trabalho, da época da Mirai Panasonic. Os caras são fãs de carteirinha do Raulzito. O Lobo é evangélico, mas de vez e quando suspende os CD´s gospel e, põe a ouvir e a cantar as composições do cantor. Certa vez, colocaram um MP3 no carro do Lobo, somente com musicas do cara – os dois passaram um tempão cantando e rindo das letras. O saudoso Maluco numa entrevista no Programa do JO, falou o seguinte: “O nosso mundo somente terá jeito quando houver uma terceira mundial, para matar a metade da população e, recomeçar tudo de novo, numa nova ordem”. Credo em Cruz! O cara era mesmo um Maluco Beleza!

DÓLAR FURADO - Amigos, baixei um filme das antigas, chama-se “O Dólar Furado” - dei altas gargalhadas, apesar dele ser de faroeste – o lance é o seguinte: ele é da década de sessenta (65) e foi o maior sucesso no Cine Guarany, lembrei dos velhos tempos e, passei o tempo todo lembrando também de um sujeito que frequenta os botecos de Manaus, o seu apelido é “Dólar Furado”, o cara é um potoqueiro dos bons, não deu para resistir quando lembrava dele!

PRECONCEITO - Fiz uma postagem, tempos atrás, sobre o Tacacá de Manaus - um leitor escreveu de forma anonima o seguinte: "As pessoas de Manaus saem vestidas quando vão as ruas?" Recusei publicá-la no BLOGDOROCHA, pois não tinha nada a ver com o post. Não sei se essa pessoa acha que a nossa cidade é um campo de nudismo ou estava nos chamando de índios! Infelizmente, não pude responder a altura, pois o "Fela" utilizou o anonimato. Na verdade, tenho muito orgulho de ser descendente deles, agora, não aceito a forma preconceituoso com que muitos brasileiros do sul ainda tem contra o povo da Amazônia!

TREM BALA - Em 2009 foi anunciado que, em 2014, na Copa do Mundo, seria inaugurado o "Trem Bala", ligando o Rio a Sampa. Promessas, promessas...Sabem o que vai ter mesmo? Muita "Bala no Trem", mas, "Trem Bala" nem com nojo!


Obs.: Secos & Molhados é uma coluna composta de algumas postagens que faço no Face - somente para relaxar e... nos finais de semana!

quinta-feira, 5 de junho de 2014

O PROFESSOR AGNELLO BITTENCOURT


Ao folhear o livro “Manaus, Amor e Memória”, do poeta e escritor Thiago de Melo, deparei-me com uma citação ao amazonense Agnello Bittencourt, na qual o autor escreve que o professor é considerado por toda a sua geração de estudantes do Colégio Dom Pedro II (Colégio Estadual do Amazonas), como sendo o melhor, o mais lembrado, respeitado e influente na vida de todos eles e, por eu gostar de história, principalmente, da nossa cidade Manaus e do Estado do Amazonas, resolvi ler algumas coisas sobre ele e, homenageá-lo no nosso humilde blog.

Nasceu em Manaus, em 14 de Dezembro de 1876 e, faleceu no Rio de Janeiro, no dia 19 de Julho de 1975, aos noventa e nove anos de idade – foi um grande Geógrafo, Administrador Público e Historiador.

Era filho de Antônio Clemente Ribeiro Bittencourt, um político que governou o Estado do Amazonas entre 1909 e 1912 – o seu avô morava nas redondezas do atual Centro Cultural Palácio Rio Negro (antiga sede do governo), onde foi um dos pioneiros, tanto que o local ficou conhecido como “Igarapé do Bittencourt” (atual Parque Jefferson Perés).

Origem da Família Bittncourt, conforme o site http://www.significadodonome.com/Bittencourt/  A origem do nome Bittencourt é Português. Brasão: De prata, com um leão de negro, armado e lampassado de vermelho. Timbre - O leão do escudo. Sobrenome normando que se fixou em Portugal através do navegador normando João de Bethencourt, que descobriu as ilhas canárias em 1417. Os nomes cujo final acabavam em Court com um nome germânico em seu inicio, devem sua origem a fazendas cujos donos eram alemães, como Beet em alemão significa Acelga ou beterraba, concluísse que o sobrenome se refira a um agricultor destas hortaliças, foram registradas as variantes: Betencor, Betancor, Batancor e Bethencourt.

Por ter nascido no século dezenove e falecido no século vinte, teve o privilégio de presenciar muitas fases da nossa história: a visita do Conde D´Eu, em 1888, ao Estado do Amazonas/a transformação significativa da nossa cidade, por exemplo, a construção do Teatro Amazonas, pelo Governador Eduardo Ribeiro/testemunhou uma trama da oposição do Congresso do Amazonas (atual Assembleia Legislativa), que ficou conhecido como “Congresso Foguetão/acompanhou o governo do seu pai, no período de 1909/1912/o auge e a decadência dos ciclos da borracha/as duas guerras mundiais/o militarismo brasileiro e a criação da Zona Franca de Manaus.

A sua grande paixão era o estudo da Geografia e, principalmente, lecionar a matéria – segundo o seu filho, o Agnello Uchôa Bittencourt “Desde professor rural a catedrático de Geografia do Colégio Estadual do Amazonas, Agnello Bittencourt exerceu o magistério por 52 anos, até aposentar-se. Suas aulas se caracterizavam pela fluidez da exposição, também por uma postura austera. Capaz de fazer cessar algum começo de turbulência sem uma palavra, somente com um olhar, sua irradiação de autoridade mal escondia como que um pudor da própria doçura”.

Foi também professor da Escola de Comércio Sólon de Lucena, Diretor do Colégio Dom Pedro II e Diretor Geral da Instrução Pública do Amazonas (Secretário de Educação).

Exerceu a administração da cidade (Prefeito), no período de 1909 e 1910, além de ter sido o Grão-Mestre da Maçonaria Simbólica do Amazonas e Territórios Limítrofes, membro da Academia Amazonense de Letras e responsável pelo Serviço Nacional de Recenseamento (Censo de 1940).

Foi um dos fundadores do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas – IGHA, ocorrido em 25 de Março de 1917, na qualidade de 2º Vice-Presidente, depois, exerceu o cargo de Presidente da instituição, no período de 1931 a 1950 – sendo considerado pelos seus membros como o seu “Presidente de Honra Perpétuo”.

Publicou diversos livros de História e Geografia do Amazonas, além de dezenas de artigos científicos, publicados em várias revistas brasileiras de ciência e cultura. Exerceu o jornalismo, publicando diversos artigos no Jornal do Commercio.

Publicou os seguintes livros:

Corographia do Estado do Amazonas
Fundação de Manaus: pródromos e sequências
Bacia Amazônica: Vias de Comunicação e Meios de Transporte
Navegação do Amazonas e Portos da Amazônia
Mosaicos do Amazonas - Fisiografia e Demografia da Região
O homem amazonense e o espaço
Plantas e animais bizarros do Amazonas
Reminiscências do Ayapuá (Rio de Janeiro: A. Bittencourt, 1966)
Dicionário Amazonense de Biografias - Vultos do Passado (Rio de Janeiro: Ed. Conquista, 1973)
Pródromos Educacionais do Amazonas (Manaus, IGHA/Governo do Estado/Comissão do Patrimônio/Suframa/Fundação Universidade do Amazonas/Secretaria de Educação, 1981).

Era muito querido pelos seus discípulos, tanto que ao se aposentar, foi morar no Rio de Janeiro e, em 1966, quando completou 90 anos de idade, um grupo de ex-alunos foi até lá para homenageá-lo, tendo discursado na ocasião o Carlos de Araújo Lima, Thiago de Mello e Ramayana de Chevalier – o professor ainda fez um discurso de agradecimento, ao qual fora publicado no jornal carioca “O Dia”.



Recebeu as seguintes homenagens: em decorrência dos excelentes serviços prestados a educação dos jovens amazonenses, o governo do Estrado do Amazonas emprestou o seu nome a Escola Estadual Agnello Bittencourt (Bairro Santo Agostinho) e, a Prefeitura Municipal de Boa vista/RR, deu-lhe o nome a Rua Professor Agnello Bittencourt (Centro), por ter ajudados a muitos estudantes roraimenses que vieram estudar em Manaus, sendo o paraninfo (padrinho) de várias formaturas.

No centenário do nascimento do Professor Agnello Bitencourt, em Dezembro de 1976, houve uma solenidade em homenagem a sua memória, ocorrida no IGHA, onde foi inaugurado uma exposição com os seus livros, artigos publicados no Jornal do Commercio, objetos e documentos, bem como, a exibição de um documentário de média metragem “Agnello Bitencourt”, rodado em 1976 em Manaus e no Rio de Janeiro.

Dos inúmeros cargos que exerceu, o mais importante para ele foi ser professor, pois segundo o acadêmico João Chrysóstomo de Oliveira “O seu ideal sempre foi construir pela educação, sempre foi desenvolver pela cultura, sempre foi fazer crescer sua terra e sua gente pela sinergia dessas duas forças que se completam: educação e cultura. Educador por excelência, a sua só presença era uma página de educação e professor por vocação, a sua palavra era um tratado da cultura e educação. O seu excelente e raro livro Corografia do Amazonas é o atestado evidente de quanto o digno educador amava a sua terra e a sua gente, fazendo-a bem conhecida e estudada e discutindo e equacionando".

A Secretária de Cultura do Amazonas, através do site “Povos da Amazônia”, disponibilizou para pesquisa na internet, o “Acervo Agnello Bittencourt”, com 55 slides de Mapas de relevos, grupos étnicos, rios, municípios, fronteiras, etc.



Um das profissões que mais admiro e valorizo é a de professor, um profissional que ensina as primeiras letras, prepara e educa as novas gerações para o futuro – nesse particular, um dos amazonenses que lecionou por 52 anos, formando, magnificamente, brasileiros dignos e competentes, foi o Professor Agnello Bitencourt. Parabéns! É isso ai.

Fontes:


Povos da Amazônia, Acervo Agnello Bittencourt.