quinta-feira, 27 de outubro de 2011

OS BALNEÁRIOS DE MANAUS

A leitora Darling Daniele, acadêmica de Turismo, mandou-me um e-mail solicitando informações sobre os balneários existentes em Manaus e os que já existiram.

Respondi o seguinte:

Parabéns por ter escolhido estudar Turismo, com certeza, você colherá muitos frutos no futuro. Com relação a tua pergunta, sabemos que o termo "balneário" significa um recinto público destinado a banhos, faz parte da cultura do amazonense, uma alternativa de lazer, principalmente para a população de baixa renda - os que existiam em Manaus, pelos menos os em que tive a oportunidade de conhecer e frequentar foram os seguintes:

Parque 10 de Novembro - O balneário do Parque 10 de Novembro ficava no entroncamento da Avenida Recife (atual Avenida Mário Ypiranga Monteiro) com a Avenida Darcy Vargas – o meu saudoso pai me levava todo final de semana, para curtir as águas límpidas do Igarapé do Mindu – com o progresso, as águas ficaram turvas, impróprias para tomar banhos, o local foi pouco a pouco sendo abandonado, restando somente um prédio de estilo eclético (que tem atualmente cerca de 80 anos e é considerado histórico), era utilizado como Bar, Restaurante e Salão de Festas. Na administração do alcaide Sefarim Corrêa, o prédio serviu como sede da Secretaria de Cultura, na gestão do Sebastião Assante, e, da Fundação Villa-Lobos. Até janeiro de 2009, funcionava no local a Orquestra Sinfônica Municipal (OSM), foi desativada pela filha do atual Prefeito de Manaus - Sra. Lívia Mendes, presidente da ManausCult, deixando mais de 80 jovens músicos na rua da amargura. O local ficou abandonado, servindo de abrigo para moradores de rua e usuários de drogas. Foram roubados os fios elétricos, tábuas do assoalho e as telhas, além do sumiço de sete lustres de cristal com mais de 70 anos, bem como, mais de 200 peças de instrumentos musicais (doados pela Orquestra Nacional de Brasília e pelo Instituto Baccarelli, de São Paulo).

Ponte da Bolívia – O nome não foi em homenagem ao país vizinho, mas a primeira moradora naquele lugar, a Dona Bolívia - ficava próximo a Barreira Policial da BR-174 e AM-010. Faz parte da Bacia do Tarumã-Açu tendo a nascente na Reserva Ducke – serviu a população até a década de oitenta, depois, virou um esgoto a céu aberto, em decorrência do desmatamento, implantação de novos bairros, abertura de ramais e utilização inadequada dos cursos d água.

Tarumanzinho – Fica dentro do bairro do Tarumã, tinha águas límpidas e cristalinas, era muito frequentado pelos manauenses, que gostavam de tomar banhos e degustar da nossa culinária em dois grandes restaurantes; existia uma pequena cachoeira em que era encoberta na época da cheia do Rio Negro. Foi engolido pelo progresso, virou esgoto! As águas que banham este balneário somente podem ser aproveitadas na altura do quilometro 12 da BR-174, onde ainda está preservada pela mata fechada.

Existem outros igarapés que serviram de balneários antigamente:

Igarapé do Mindú – principal tributário do S. Raimundo- tem uma de suas nascentes localizada no bairro Jorge Teixeira, na Zona Leste, próximo ao Jardim Botânico da Reserva Ducke. Cruza a cidade no sentido nordeste-sudoeste, percorrendo e delimitando inúmeros bairros, como Jorge Teixeira, Tancredo Neves, Cidade Nova, Aleixo, Parque 10 de Novembro, N. S. das Graças e S. Geraldo.

Igarapé dos Franceses – localizado na Zona Centro-oeste, é um dos principais contribuintes da bacia. Drena os bairros de Alvorada I, Alvorada II, D. Pedro I e D. Pedro II;

Igarapé do Binda – nasce na Zona Norte e percorre os bairros de Cidade Nova, Parque Dez e União;

Igarapé de Manaus – localizado próximo à área central de Manaus, corta importantes vias de acesso ao centro e, a exemplo do ocorre com os igarapés da Cachoeirinha e do Mestre Chico, sofre as consequências das cheias dos rios Negro e Amazonas.

Igarapé do Quarenta – é o principal tributário da Bacia do Educandos e sua nascente está localizada no bairro Armando Mendes, na Zona Leste da cidade. Percorre áreas urbanas ocupadas, como o Distrito Industrial da SUFRAMA e os bairros do Coroado e Japiim.

Igarapé da Cachoeirinha - abrange os bairros da Cachoeirinha, Petrópolis, Raiz e São Francisco. O igarapé atravessa vales que estão sujeitos à inundação, principalmente nos meses dejaneiro a junho;

Igarapé do Mestre Chico – localizado próximo à área central de Manaus abrange parte do bairro da Cachoeirinha e cruza vias importantes de acesso ao centro da cidade até desaguar no Educandos. Por suas características, também está sujeito a inundações.

Igarapé Leão – nasce ao norte da Reserva Ducke e seu percurso corresponde a um trecho do limite setentrional da Área de Transição, definida pelo novo perímetro urbano de Manaus;

Igarapé do Mariano – tem algumas de suas nascentes localizadas dentro da Reserva Ducke, entre a Reserva e sua embocadura, constitui o limite Norte da Área Urbana e do Bairro do Tarumã.

Com a poluição causada pelo progresso, onde ficava mais fácil jogar os esgotos para dentro do rio, todos os balneários foram fechados e esquecidos - até a Praia da Ponta Negra está poluída -, a Praia do Amarelinho (Educandos) é imprópria para o banho, mesmo estando no Rio Negro. Muitos dos igarapés acima citados, foram aterrados e construiram no local Parques e apartamentos do PROSAMIN.

Por incrível que pareça, existe um balneário em frente ao Cemitério Parque Tarumã que ainda não está poluído, pertence aos servidores do INSS, mas fica aberto ao público, desde que pague uma taxa pelo estacionamento do automóvel.

Ainda pode-se tomar banho na Praia da Lua, Praia do Tupé, Praia de Paricatuba, Cachoeira de Paricatuba (Iranduba), nos balneários ao longo da BR-174 - a grande maioria ainda não está poluída, mas estão com os seus dias contados.

Com a construção da Ponte Rio Negro, ligando Manaus a Iranduba, está atiçando a especulação imobiliária, isto irá desencadear um progresso devastador em Iranduba, Manacapuru e Novo Airão – os balneários irão virar esgotos a céu aberto como aconteceram no centro de Manaus. É isso ai.

Fotografia: Balneário da Voinha & Voinho - KM 12 da BR-174, entrar no Ramal do Pau Rosa, percorrer mais 20 Km para chegar a este paraíso.

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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

MANÁOS HARBOUR LIMITED & RODOWAY



A MHL era uma empresa estabelecida em Londres, na Inglaterra, instituída pela família Booth (donos da empresa de navegação Booth and Steamship Company), tinham como sócios em Manaus, o Barão de Rymkiewicz (titular da firma B. Rymkiewicz & Comp.) e o engenheiro Antônio de Lavandeyra.

A concessionária foi autorizada a operar no Brasil através do Decreto no. 4.533, de 8 de Setembro de 1902, com exclusividade para operar no Porto de Manaus, teve uma concessão de 60 anos.

Construíram a Casa de Máquinas (hoje sede do Museu do Porto)/Armazéns 7, 9 e 10/Torre da Caixa D´água/Linhas Férreas/Cais do Rodoway/Muro de Arrimo/Prédios da Alfândega e Guardamoria/Armazém 0/Escritório Geral/Galeria de Esgotos.

O prédio da Alfândega foi construído em decorrência de uma cláusula do contrato que estipulava “obrigatório à construção e doação do edifício necessário e apropriado para a administração da Alfândega”.

Por detrás da Alfândega foi construído o prédio da Guardamoria, destinada ao policiamento fiscal nos portos e a bordo dos navios, este prédio possui uma torre com farol construído em aço e, na época, sua iluminação de arco voltaico produzia uma luz de grande intensidade.

O Porto de Manaus ficou conhecido como Rodoway, em decorrência de assim ser chamada a ponte que liga ao cais, onde existiam grandes números de wagonetes elétricos, que recebiam os volumes da plataforma do cais e, seguiam até os armazéns.

Através do Decreto no. 60.460, de 13 de março de 1968 houve uma intervenção federal, passando o porto de Manaus para a DNPVN, órgão do Ministério dos Transportes. Atualmente, pelo convênio nº 7, de 26/11/97, o porto passou a ser administrado pela Sociedade de Navegação, Portos e Hidrovias do Estado do Amazonas (SNPH).


segunda-feira, 24 de outubro de 2011

MANAUS, A MINHA CIDADE QUERIDA! PARABÉNS PELO SEU ANIVERSÁRIO!

Nasci no Hospital da Santa Casa de misericórdia, no centro antigo da cidade de Manaus; no momento da minha entrada no mundo, contava a minha saudosa mãe, ouviu o badalar dos sinos da Igreja de São Sebastião, marcando meia-noite, era a passagem do dia 11 para 12 de Setembro de 1956.

O meu nome seria Juscelino, em homenagem ao maior e melhor presidente do Brasil, venceu a minha avó cearense, passei a ser chamado de José ou Zé Rocha, para os íntimos.

Próximos ao local onde nasci fica (ficavam) o Palácio da Justiça, o Teatro Amazonas, o Ideal Clube, a Instituto de Educação, o Colégio Benjamim Constant, o Palacete Miranda Corrêa, a Praça do Congresso, a Praça e a Igreja de São Sebastiao, o Luso Sporting Clube, a Casa do governador Eduardo Ribeiro, a Avenida Eduardo Ribeiro e muitos outros logradouros e prédios históricos de Manaus.

Dessa forma, tive o privilegio de nascer onde aconteceram os principais acontecimentos políticos, sociais, econômicos e culturais da nossa cidade.
A minha origem foi humilde, fui morar numa Casa Flutuante, no Igarapé de Manaus, onde tive a oportunidade de ser um ribeirinho, acompanhando a enchente e a vazante do Rio Negro.

A minha casa ficava próximo ao Palácio Rio Negro, presenciei, apesar da tenra idade, o jogo político da década de 60 - o governador Gilberto Mestrinho fazia o maior sucesso entre a molecada; o governador Plínio Coelho, morava na Rua Huascar de Fiqueiredo, vi quando a sua residência foi invadida pelos militares da Revolução.  
Frequentei os Cines Éden, Polytheama, Odeon e Guarany; estudei no Colégio Barão do Rio Branco; as minhas doenças eram tratadas no Hospital Beneficente Portuguesa e no Hospital da Criança; fazia compras no Mercado Adolpho Lisboa; morcegava carroças e andava de ônibus de madeira; caminhava tranquilamente pelas Avenidas Sete de Setembro, Joaquim Nabuco e Getúlio Vargas, além das Ruas Major Gabriel, Lauro Cavalcante, Huascar de Figueiredo e Ipixuna e, gostava de pular das Pontes Romanas I e II.

Por ser filho de Luthier, tive o privilégio de conviver com músicos, artistas plásticos, boêmios, cantores e intelectuais -, eram frequentadores habituais da oficina de violões do meu saudoso pai Rochinha.
Na minha adolescência fui morar na Vila Paraiso, centro, estudei nos Colégios da Divina Providência, Benjamim Constant e no Instituto de Educação do Amazonas. Na maioridade, estudei na Faculdade de Estudos Sociais, na Rua Monsenhor Coutinho; passeava pela Praça da Saudade e do Congresso, Rodoway e Aviaquário; brincava nas piscinas do Rio Negro Clube e Parque 10 de Novembro; ia ao Festival Folclórico do General Osório; frequentava as Igrejas de São Sebastião, Matriz, Dom Bosco e dos Remédios.

Depois de passar cinquenta anos da minha vida dormindo em berços esplêndidos, resolvi sair da longa hibernação cultural -, passei, faz pouco mais de três anos, a escrever “certo” por linhas tortas, tendo como pano de fundo, exatamente a Manaus antiga e contemporânea, focando aqueles prédios, ruas, praças, monumentos e lugares ao redor da qual onde nasci e convivi por todo esse tempo.

Confesso que conheço muito pouco sobre a história da nossa cidade, mas com o despertar, ainda que tardio, levou-me a uma sede diária de conhecimentos, busco ler até bulas de remédios antigos, passei a me preocupar mais com os nossos monumentos, com os prédios históricos, com as praças e com o nosso povo; comecei também a frequentar sebos, livrarias, teatros, participar de eventos culturais, militar em movimentos sociais, enfim, estou numa corrida muito grande contra o tempo, para adquirir conhecimentos sobre o passado, com o intuito de compreender o presente e tentar visualizar o futuro da nossa cidade.

O blog é uma ferramenta de que disponho para chegar a este objetivo – tenho uma interação muito grande com pessoas de todo o nosso querido Brasil e de Portugal. Não posso me dedicar muito ao desenvolvimento do blog, pois ainda estou na ativa, pensando bem, não quero nunca me aposentar; quando um dia a morte chegar ao meu encontro, espero ainda estar trabalhando e escrevendo.
A minha cidade de Manaus é tudo isso que escrevi e escrevo, está no meu sangue, na minha mente, no meu passado e no meu presente -, luto e, lutarei sempre, para ela ser cada vez mais bonita, linda, arborizada, revitalizada, com um povo ordeiro e feliz, uma simbiose da cidade com a sua gente, preservando a sua cultura e a beleza da Amazônia. Sonhar não custa nada!

Manaus, minha cidade querida! Parabéns pelo seu aniversário!


Fotos:
antiga: Praça do Congresso ( A Favorita)
atual  : Parque do Mestre Chico (J. Martins Rocha)

domingo, 23 de outubro de 2011

O FIM DA TRAVESSIA DAS BALSAS MANAUS-IRANDUBA


Manhã de domingo em Manaus, véspera do aniversário da cidade e, o penúltimo dia da travessia das balsas (ferry boat) do trajeto Manaus-Iranduba; resolvi fazer um passeio de despedida, pois amanhã será inaugurada a tão badalada Ponte que interligará as duas margens do Rio Negro, acabando de vez com esse tipo de transporte.
Ao longo dos meus cinquenta e cinco anos de idade, tive o desprazer em ver muitas coisas acabarem, posso citar alguns: os cines Guarany e Polytheama; os Igarapés de Manaus, Mindu, Franceses e Mestre Chico; os balneários do Parque Dez, Ponte da Bolívia e Tarumã; os Ônibus da Madeira, as Catraias e, agora as Balsas da travessia Manaus-Iranduba.
Este sistema de travessia perdurou por muitos anos, constituindo o único meio de transporte de automóveis para ambas as margens do rio; com o tempo foi sendo sucateada, trazendo uma insatisfação geral a população, decorrente dos atrasos e panes constantes nos equipamentos das balsas.
Muitas pessoas estão soltando foguetes com o término dessa travessia, não é o meu caso, tanto que estou fazendo hoje um passeio de despedida, sentindo saudades e, lamentando a sua desativação; fazer o quê, o progresso chegou, a ponte está ai, não faz mais sentido a sua utilização.
O desserviço na travessia foi causado pela má administração da Superintendência Estadual de Navegação, Portos e Hidrovias (SNPH), eles não tinham o menor respeito para com a população, não faziam os investimentos necessários, com compras de novas balsas e, não realizavam a contendo a devida manutenção nas existentes, apesar do retorno financeiro ser positivo.
Este tipo de transporte é utilizado em diversos países, a grande maioria oferece um serviço de qualidade, com conforto e segurança, sendo utilizada de forma satisfatória e prazerosa por todos os seus usuários.
Para dizer a verdade, sempre gostei de utilizar as balsas, apesar dos contratempos para embarque e desembarque – o trajeto que dura em torno de uma hora, traz uma paz de espírito muito grande, decorrente da visão espetacular da natureza: o contado direto com as águas do Rio Negro, com uma brisa gostosa e a imensidão da floresta amazônica.
Nos primeiros meses após a inauguração da Ponte sobre o Rio Negro, a pessoa terá uma grande sensação, um verdadeiro prazer em se deslocar com maior rapidez e avistar do alto o rio – com o passar do tempo, o local irá se tornando comum, sem nenhuma emoção e o contato com a natureza, somente asfalto, ferro e concreto!
Sentirei falta da travessia pelas balsas, do contato direto com a natureza, dizem que os barcos conhecidos como “a jato” continuaram fazendo o percurso (com número reduzido), saindo do Terminal de São Raimundo.
Algumas balsas irão para a travessia Manaus/Careiro da Várzea, com certeza, haverá uma melhoria no serviço, reduzindo o tempo de espera. Doravante, irei fazer alguns passeios por lá, curtindo diretamente parte do Rio Negro e Solimões, no Encontro das Águas. É isso ai.

Fotos: J. Martins Rocha

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O SISTEMA DE TRANSPORTE COLETIVO DE MANAUS



Um dos piores serviços de transportes públicos do Brasil, fica na cidade de Manaus, mesmo assim, o Prefeito da capital, o senhor Amazonino Mendes, em vez de lutar pela manutenção da tarifa atual, em favor de milhares de famílias manauenses, foi a público mostrar toda a sua ira contra o Ministério Público Estadual (MPE/AM) e o Poder Judiciário do Amazonas, mostrando claramente o seu interesse em defender somente os interesses dos empresários do ramo - no final, ele ganhou esta batalha contra o povo.

Para quem não é de Manaus e não acompanha o nosso sofrimento, irei relatar superficialmente o que está acontecendo com o sistema de transporte coletivo de Manaus.

Os habitantes dessas plagas sofrem durantes anos com o péssimo serviço de transporte coletivo, com uma frota vencida faz muito tempo, com constantes panes mecânicas na maioria deles, ocasionando problemas de todas as ordens.

Depois de muita gritaria por parte da população e, ameaça de instalação de uma CPI por parte dos vereadores da oposição, o prefeito resolveu fazer uma nova licitação para a concessão de novas empresas para operar as linhas da cidade.

As empresas que já atuavam no setor botaram a boca no trombone, ameaçaram entrar na justiça com pedido de indenizações milionárias em decorrência da quebra de contrato por parte da prefeitura de Manaus.

Pouco tempo depois, os mesmos empresários se calaram completamente, formaram novas empresas e participaram da tal licitação, ou seja, os mesmos empresários continuam mandando e desmandando no transporte coletivo de Manaus – dizem, não sei e, também não posso afirmar que, estamos à mercê de uma máfia que domina a maioria das empresas de transportes públicos das principais cidades brasileiras.

Para a renovação da frota de ônibus, as empresas São Pedro, Expresso Coroado, Global, Rondônia, Transtol, Nova Integração, Via Verde e City Transportes – vencedoras do certame – conseguiram rapidinho um empréstimo bancário e, encomendaram mais de mil ônibus (articulados, micro-ônibus e convencionais).

No Edital de Licitação, constava uma cláusula em que o reajuste da tarifa estava condicionado à renovação da frota dos ônibus, ao chegar a duas primeiras remessas, o prefeito mandou para a Câmara Municipal de Manaus, um Decreto em que concedia o reajuste de R$ 2,25 para R$ 2,75, representando 22,22% para os convencionais e, de R$ 3,00 para R$ 5,50 para os executivos, um acréscimo de 83,33%!.

O reajuste para os especiais, na realidade, foi uma forma de detonar este tipo de transporte público, considerado pelo presidente da SMTU, o senhor Marcus Cavalcante, o predador do sistema convencional.

Na realidade, os ônibus especiais não são os predadores dos convencionais, chegaram para suprir a deficiência dos comuns. A mesma coisa aconteceu no ensino público, com a precariedade e falência desse sistema, surgiram milhares de colégios e faculdades privadas.

Pois bem, o Ministério Público Estadual (MPE/AM), por meio da 81ª. Promotoria de Justiça Especializada na Defesa dos Direitos do Consumidor (PRODECON) ingressou com uma Ação Civil Pública para suspender os efeitos do Decreto Municipal nº 1282 – até que haja a comprovação da renovação e da idade da frota.

O juiz da 7ª. Vara Civil, Rosselberto Himenes, através da concessão de uma liminar, manteve o preço da passagem em R$ 2,25. Foi quanto entrou o senhor Amazonino Mendes, babando de raiva, disparando a sua ira em todas as direções, malhando o MPE/AM e o TJ/AM.

O desembargador Domingos Chalub acatou um Agravo de instrumento (recurso contra a decisão do juiz) interposto pela Procuradoria da Fazenda Pública Municipal, derrubando a liminar do juiz, alegando que a frota foi renovada.

Todos os usuários do sistema de transporte público de Manaus comentam que, a renovação não chegou a quarenta por cento, mesmo assim, suspeita-se que uma parte foi maquiada (ônibus velhos com pintura nova). O Desembargador Chalub justifica o aumento da tarifa dizendo que o contrato pede frota "renovada" e não "ônibus novos". É brincadeira!

Dois dias antes da comemoração do “Dia da Cidade de Manaus”, o prefeito brindará todos os moradores da cidade com uma nova tarifa de ônibus – com certeza, ele não participará de nenhuma festividade dos 342 da nossa cidade; deverá curtir o feriado em uma praia deserta da Amazônia ou viajar para Nova York ou Paris – ele não vai querer receber uma torta na cara ou uma chuva de ovos podres.

“Então, morra!”, foi o termo que ele usou para uma senhora pobre que mora em área de risco da periferia de Manaus. Morramos todos nós, pobres mortais, usuários do transporte coletivo de Manaus, o mais caro e péssimo do Brasil. É isso ai.







quinta-feira, 20 de outubro de 2011

TODO DIA É DIA DO POETA!

No dia 20 de outubro comemora-se o “O Dia do Poeta”, em decorrência do Decreto no. RJ 66/1978, não existe uma razão especifica, pois todo dia é dia do poeta.

O termo poeta vem do grego “poietés”, aquele que faz, que tem faculdades poéticas e se consagra à poesia, faz versos e é considerado um erudito. Somente um poeta é que tem a imaginação inspirada, devaneia e tem um caráter idealista.

Existem algumas formas de expressão do ser humano, mostrada através da pintura, música, teatro, composições literárias e poéticas, que vem do berço, ou seja, nascem com a pessoa – é um dom; dessa forma, não se faz um poeta, ele nasce feito, no decorrer da sua vida ele vai apenas refinado as técnicas para expor o seu pensamento.

No Amazonas temos uma plêiade de poetas e poetisas - muitos já foram para o andar de cima, mas, o poeta nunca morre, sempre ficam as suas obras para a posteridade -, outros tantos, ainda estão em plena produção poética.

As minhas homenagens aos poetas: Elson Farias, Aldísio Filgueiras, Chico da Silva, Max Carpenthier, Dori Carvalho, Rogel Samuel, Ribamar Mitoso, Ernesto Penafort e Gaitano Antonaccio.

Parabéns aos poetas do POETATU (Gens da Selva): Anibal Beça, Anísio Mello, Marcos Gomes, Celestino Neto, Jersey Nazareno, Tenório Telles, Zemaria Pinto, Felipe Wanderley, Castro e Costa, Henrique Mesquita, Simão Pessoa, Célio Cruz, Cleber Cruz e Eliberto Barroncas.

Parabéns aos poetas do Clube da Madrugada: Jorge Tufic, Farias de Carvalho, Pe. Luiz Ruas, Luiz Bacelar, Thiago de Mello, Antístenes Pinto e Max Carpenthier.

Parabéns para os poetas brasileiros: Carlos Drummond de Andrade, Cecília de Meireles, Fernando Pessoa, Manoel Bandeira, Mário Quintana e Vinícius de Morais.

Uma homenagem especial ao nosso poetinha Luiz Bacellar, escrito por Aníbal Beça: "Luiz Bacellar é um dos escritores mais significativos da literatura que se produz no Amazonas. Nascido em Manaus, no dia 4 de setembro de 1928, o poeta viveu sua infância numa época marcada pela crise econômica que se seguiu ao fausto do "ciclo da borracha". Sua obra é perpassada por elementos de forte componente erudito, ao mesmo tempo em que retrata temas e motivos da cultura popular, do folclore, em particular as vivências de sua infância no bairro dos Tocos, hoje Aparecida.O universo poético retratado por Bacellar, sobretudo em Frauta de Barro, constrói-se sobre o plano da memória. Tece seus versos com os fios das lembranças, reminiscências de seu mundo infantil. Constrói um mapa esmaecido de uma cidade corroída pelo tempo e pelas transformações econômicas – Manaus. Não a que conhecemos hoje, surgida sob as determinações da Zona Franca, mas a Manaus provinciana da segunda metade do século que se encerra. Estudou no Colégio São Bento, em São Paulo, onde completou seus estudos. Aperfeiçoando-se posteriormente, no Rio de Janeiro, em Pesquisa Social, Antropologia e Museologia, realizando parte de seus estudos sob a orientação do saudoso professor e estudioso da cultura brasileira Darcy Ribeiro. A música é outro componente importante de sua produção poética. Parte significativa de seus textos são plasmados por intensa musicalidade. Foi professor de Literatura e Língua Portuguesa no Colégio Estadual D. Pedro II, pólo aglutinador, nos anos 50 e 60, da jovem intelectualidade de Manaus. Destacou-se no processo de renovação da literatura regional, participando da movimentação que culminou na fundação do Clube da Madrugada, em 1954. Exerceu o jornalismo, atuando em diversos órgão de comunicação de Manaus. No plano institucional, foi conselheiro de cultura do Estado do Amazonas em diversas oportunidades. A vida literária do poeta Luiz Bacellar teve um começo feliz: conquistou, em 1959, o prêmio "Olavo Bilac", da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, com aquele que seria seu livro de estreia, Frauta de barro, publicado em 1963”.

Sobre a nova geração de poetas no Amazonas, o Max Capenthier falou o seguinte: “Eu acho até que há muitos, e a história, finalmente, acabará por selecioná-los. Acontece que, no Brasil, tocados que somos por esse favoritismo equatorial, por essa força da paisagem, aos 18 anos quase todos nós escrevemos poemas de “dor-de-cotovelo”. É possível que tenhamos aqui, no Amazonas, uns 30 ou 40 poetas, mas a poesia não é só isso. A poesia é um sacerdócio. Depois, com o amadurecimento, decidimos ou não se seremos poetas. Porque isso envolve uma perspectiva de vida e o tipo de comportamento. Portanto acho que temos bastante gente escrevendo, e alguns devem ficar literatos para sempre, assumindo essa posição. Não vejo que nós tenhamos falta disso. A todo instante, livros publicados de poetas jovens, de escritores jovens. Muitos deles não persistirão, mas alguns vão ficar e serão bons”.


Todo dia é dia de poesia, consequentemente, todo dia é dia do poeta!’E isso ai.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

INAUGURAÇÃO DA PONTE MANAUS-IRANDUBA


A inauguração está prevista para o próximo dia 24 de Outubro, quando a cidade de Manaus estará completando 342 anos de existência, o evento contará com a presença da presidenta Dilma Rousseff, onde acontecerão shows musicais em ambas as margens, além de shows pirotécnicos e, tudo o mais. – não tenho motivos para comemorar, mas, para lamentar sobre o rasto de destruição que ela trará para a margem direita do Rio Negro.

Ao longo de toda a construção dessa ponte, tenho feito muitas críticas com relação ao custo da obra e dos impactos ambientais e sociais. Não devo mais  chorar sobre o leite derramado, ela está pronta e, não adianta mais fazer críticas sobre a sua construção, o processo é irreversível – por ser ambientalista, temo por uma destruição em massa das árvores, para darem lugar ao progresso.

As justificativas para a sua construção, por parte do governo do Estado, foram as seguintes:

Propor alternativas para a expansão urbana da cidade de Manaus/O projeto irá promover a geração de novos espaços habitacionais, oportunizando definitivamente a consolidação da Região Metropolitana de Manaus, e, em consequência, desafogar a pressão sobre as áreas urbanas já consolidadas em Manaus. Os municípios que orbitam a capital serão beneficiados pelo empreendimento, compartilhando serviços essenciais de saúde educação e transportes, sem prejuízo para Manaus e com perspectivas de ganho exponencial para os demais municípios envolvidos. O projeto permitirá a elaboração e implantação, sem vícios, de Plano Diretor urbano global e setorizado para o novo espaço – habitação, saneamento básico, transportes, sistema viário, institucional, industrial e comercial, com incorporação ordenada do complexo viário da margem direita (Iranduba) à malha viária projetada e em execução na margem esquerda (Manaus).

Listagem de possíveis Impactos Ambientais.

Alteração da qualidade da água de superfície/Assoreamento dos cursos d'água/Geração de ruídos e vibrações/Modificação da cobertura vegetal/Modificação das florestas marginais dos cursos d'água/Modificação do nível de conservação da fauna e flora em função da implantação de pequenos empreendimentos de ecoturismo/Mudança no processo de migração urbano-rural/Conflitos entre populações locais e migrantes/Mudança na incidência de DST/Mudanças nos níveis de prostituição, ocorrência de gravidez na adolescência/Possibilidade de transgressão aos costumes e valores das populações/Mudança nas oportunidades de acesso aos locais históricos, santuários, sítios arqueológicos/Migração dos grupos indígenas para as frentes de trabalho/Redução no território de caça das populações indígenas/Exploração sexual infantil/Mudança da demanda por água potável e no serviço de abastecimento de água.

O progresso é inevitável, não tem jeito, a população aumenta em uma progressão geométrica, dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar, diz a lei da física; muita mata ainda vai queimar, muitos rios ainda serão aterrados; se não formos mais responsáveis agora, o jeito será morar no espaço sideral, no futuro!

Não tenho motivos para comemorar, mas, para lamentar sobre o rastro de destruição que a Ponte Manaus-Iranduba trará para a margem direita do Rio Negro. É isso ai.

RAIZES CABOCLAS (SHOW AO AR LIVRE NO ENTORNO DO TEATRO AMAZONAS)


Carmita Carro

Formado no início da década de 80 o grupo tem como principal objetivo a abordagem das raízes culturais da Amazônia, buscando referências nas diversas tendências musicais da região. O grupo é formado por Júlio Lira, Osmar Oliveira, Raimundo Angulo, Eliberto Barroncas, Adalberto Holanda e Otávio di Borba. O Raízes Caboclas já esteve de norte a sul do Brasil e fora dele, esteve nos Estados Unidos, Alemanha, Venezuela, Peru e Colômbia, levando a cultura brasileira a estes países.

Sintam-se convidados a prestigiar esse talento incrível.

"A PRAÇA É NOSSA" e você, NOSSO CONVIDADO ESPECIAL
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Estou saindo da Costa do Marecão, remando na minha canoa sem quilha, devo chegar ao Porto da Manaus Moderna por volta das seis da tarde, todo esse esforço para fazer presença no Tacacá na Bossa e dar um abração no meu amigo Julio Lira e, assistir a apresentação desse grupo maravilhoso "Raizes Caboclas".
"Amazonas moreno,tuas águas sagradas/são lindas estradas/são contos de fadas/ó meu doce rio/A canoa que passa/O vôo da garça/as gaivotas cantando/em ti vão deixando/o gosto de amar/É o caboclo sonhando/que entoa emando/o seu triste penar/Neste poema de bolhas/que ressoa nas folhas/da linda floresta/do meu rio mar/Neste poema de bolhas que ressoa nas folhas/da linda floresta do meu rio mar/é o caboclo sonhando/que entoa remando/o seu triste penar/neste caudal tão bonito/que é o desejo infinito/de plantar meu grito/nas ondas do mar. Fui!



terça-feira, 18 de outubro de 2011

AS PÉROLAS DO JOKKA LOUREIRO

Joaquim Loureiro Neto, 62 anos, apelidado carinhosamente por “Jokka”, muito conhecido no meio etílico, musical, gastronômico e libidinoso de Manaus – nasceu em Cajatuba, no município brasileiro de Manacapuru, no Estado Amazonas, filho de uma índia com um lusitano; baixinho, moreno e, muito invocado.

Ele é proprietário da menor e melhor peixaria da cidade, localizada na Rua São José, nº 9, no bairro de São Raimundo, tendo como carro-chefe uma deliciosa “Costela de Tambaqui”, além de oferecer aos clientes uma vista fantástica do Rio Negro.

Faz sucesso em todo o Brasil, em decorrência da sua irreverência e mau humor,   todos comentam sobre as suas pérolas e respostas ríspidas. Segundo o Jokka, ele não é uma pessoa mal-educada, no fundo, tudo é brincadeira.

O Jokka é também um grande cantor e compositor, compôs muitas músicas para o "Mega Star Brega" Abílio Farias; gosta de soltar a voz aos domingos no Bar Caldeira, centro antigo de Manaus.

Aviso aos navegantes: o estabelecimento do Jokka é fechado, o portão é de ferro e, somente entra quem ele permitir, mesmo assim, o restaurante fica lotado de clientes (turistas, empresários, políticos, padres e, os pobres mortais) - o pessoal da área do marketing precisa conhecer estas práticas comerciais, ou seja, o “Antimarketing” que deu certo.

Eis as pérolas do Jokka:

• "Gabinete do Jokka Loureiro, só para amigos e convidados. Não entre sem permissão!";

• "Não aceitamos cheques, nem vendemos fiado, para evitar a frequência de liso!"

• "Atendo do estivador ao doutor!";

• "Não toleramos exigências nem frescuras";

• "Se queres tratamento especial, vá para uma casa de massagem ou para o Hotel Tropical!";

• "Seja educado: coma, pague e, pegue o beco!";

• "Jokka Loureiro, formado na França" (Para quem não sabe, a França era um prostíbulo, localizado na Rua Mauá, baixo meretrício do centro de Manaus);

• “Não se empresta CD, Carro e nem Mulher, pois o CD volta arranhado, o Carro amassado e a Mulher toda fodida!”;

• “Criança, Macaco e Balão, somente amarrado!” (foi uma forma de alertar aos pais, com relação ao perigo de uma criança cair morro abaixo);

• “Quem não gosta de musica brega nunca foi a um puteiro, deve ser um cara que não gosta de mulher!";

O Jokka não tolera perguntas idiotas - quem o fizer receberá a devida resposta, na bucha:

- O senhor tem peixe frito? - Não, tenho somente pregos, ferrolhos e serrotes! - responde com irritação.


- Jokka, tu tens peixe ai? (um cara liga para o restaurante) - Não, tenho cerrotes, martelos, pregos, fechaduras e o escambau - porra, tu liga para uma peixaria e pergunta se tem peixe!

- O que é aquilo que estão construindo ali no meio do Rio Negro? (se ferindo a Ponte Manaus/Iranduba) - É o Condomínio Residencial Rio Negro! - responde babando de raiva.

- Jokka, esta Ponte vai sair quando? – Parceiro, esta ponte vai fica ai por cem anos, não vai sair nem com nojo, ela não tem pernas!

- Jokka, quantos metros tem esta Ponte? – Porra, você quer que eu vá sair daqui para medir quantos metros tem a ponte, tenha paciência, o meu negócio é vender peixes e não ficar medindo a Ponte!

- Jokka, o teu peixe é fresco? - Aqui não tem veado, fresco é quem está perguntando!;

- Jokka, você aceita no débito? – Não vendo nem no credito, imagina no débito, não recebo nem cheques para evitar a presença de liso!

- Jokka, lá em cima tem mesas? (referindo-se ao mezanino,  parte superior do restaurante) - Tem até o talo! - responde numa boa. - Jokka, tá tudo ocupado! - o cliente voltando infurecido.  - Você perguntou se tinham mesas e não se estavam desocupadas! - responde na gozação.

- Jokka, você é filho de índio? Sou, sim senhor, pertenço a tribo dos “Comecu”, cuidado comigo, senão, eu te pego! – gozando da cara de um paulista.

- Senhor, qual a sua graça? Há, há, há, há, não posso rir mais porque o Corega está vencendo! – gozando da cara de um carioca.

- Jokka, como é que você escolhe um peixe no mercado? – Deve ter os olhos arregalados igual ao do Rodrigo (um carioca boêmio de Manaus) e a carne dura que nem o meu bilau! – gozando de um caboclo.

Evite fazer perguntas, tipo: - A cerveja está gelada? O peixe vai sair rapidinho? Este peixe tem espinhas? Com certeza, você irá receber uma resposta a altura. Na realidade, o pessoal mais antigo gosta de fazer perguntas idiotas somente para dar gargalhadas das respostas do Jokka. É tudo gozação!

Vale à pena conferir o estabelecimento do Jokka e as suas pérolas e respostas! Vá lá! Você vai se divertir, detonar o melhor peixe de Manaus e, curtir o nosso majestoso Rio Negro. Diga lá, Jokka Loureiro! É isso ai.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

MERCADO MUNICIPAL ADOLPHO LISBOA


A sua construção iniciou em 1880, sendo inaugurada a parte central em 1883, foram construídos mais dois pavilhões em 1890 (peixe e carne) e, por volta de 1908, foi construído o último pavilhão, conhecido por “Tartaruga”.

É da época áurea de borracha, sendo um dos raros exemplares da arquitetura em ferro, sem similar no mundo, foi tombado em 1987 pelo IPHAN.

Este mercado é famoso na nossa cidade, tanto que o livro “Dois Irmãos”, do escritor Milton Hatoum, mostra na capa uma fotografia similar, porém, na cheia do Rio Negro.

A antiga fotografia acima mostra o famoso “Mercadão”, assim chamado carinhosamente pelos manauenses, ela é do tempo em que ainda não tinham feito o aterro da orla do centro de Manaus, para construírem a chamada “Manaus Moderna”.



A foto foi tirada na vazante do Rio Negro, mostrando ao fundo o Porto Flutuante “Rodoway”, o bairro de São Raimundo e diversas Canoas e Barcos dos caboclos trazendo produtos regionais para venda no referido mercado.

Este importante cartão postal da cidade de Manaus está há vários anos fechado para reformas. Já consumiu milhões e milhões de reais e, nada!

Na administração do prefeito Serafim Corrêa, foi iniciada o processo de revitalização, mas, ele não teve sensibilidade e, nem a capacidade administrativa para terminar o que começou.

O prefeito anterior, o Amazonino Mendes, terminou o seu mandado e, não nada fez. O atual, Arthur Neto, veio cheio de voa vontade, declarando que vai entregar o Mercado ainda este ano. Vamos esperar!

No momento, o único jeito é se contentar com as fotografias e, ver para crer se o Arthur Neto,  realmente, está comprometido com a cidade, com os seus habitantes, com a cultura e com o patrimônio histórico de Manaus. É isso ai.


sábado, 15 de outubro de 2011

CASA DO ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO DA UFAM

Fica na Rua Barroso nº 267, centro antigo de Manaus, o prédio foi cedido, em 1947, para abrigar a sede da União dos Estudantes do Amazonas (UEA), através da Lei nº 115, pelo então governador Leopoldo Amorim da Silva Neves.

Foi uma conquista do presidente da UEA, Antônio Lindoso e seu sucessor Armando Andrade de Menezes, no local eram desenvolvidos serviços de assistência social aos estudantes pobres, biblioteca, teatro, curso preparatórios, dentro outras atividades.

A UEA foi fundada em 04 de Janeiro de 1942, pelos estudantes João Martins da Silva, Samuel Benchimol, Plínio Coêlho, Antônio Lindoso, Áureo Mello, Agnello Uchôa Bittencourt e Anderson de Meneses – no mesmo ano, foi considerada de Utilidade Pública através do Decreto-Lei nº 798, do governador do Estado, Dr. Álvaro Botelho Maia.

O restaurante da Casa dos Estudantes foi inaugurado em 1951, na gestão do presidente da UEA, Phillipe Daou, uma obra de cunho assistencial.

Na década de setenta estudei na Faculdade de Estudos Sociais, na Rua Monsenhor Coutinho; na qualidade de estudante da antiga UA, participava de reuniões no auditório da Casa dos Estudantes e, utilizava diariamente o restaurante da casa, pois era cobrado um preço simbólico pela refeição.

Atualmente, a Casa do Estudante Universitário da UFAM (CEU-AM) assegura o alojamento e alimentação aos estudantes da Universidade Federal do Amazonas, de ambos os sexos, oriundos do interior do Estado do Amazonas, de outros Estados do Brasil e também de outros países.

O ingresso é feito por meio de processo seletivo, previsto em edital da Pró-Reitoria para Assuntos Comunitários, dando exclusividade para admissão aos candidatos que comprovem carência de recursos financeiros, priorizando os que demonstrarem aproveitamento acadêmico satisfatório e conduta compatível com o ambiente em que irão residir, a ser verificado durante o estágio probatório com duração de 06 (seis) meses a contar do ingresso à CEU-AM.

Pela Casa dos Estudantes passaram muita gente, tempo de sufoco, muitos estudos, dificuldades enormes, lisura geral, mesmo assim, todos guardam na memória os tempos bons da “República”. Muitos deles são hoje políticos de expressão, empresários bem-sucedidos e profissionais liberais de qualidade. É isso ai.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

FAMÍLIA COUTINHO


Prezado Sr. Rocha,

Visito frequentemente o seu blog, mais exatamente desde que lhe pedi adição ao Facebook, pois, notícias de Manaus sempre me interessaram, sou neto de portugueses nascidos na região de Santa Quitéria, freguesia de Fontes, cidade Santa Marta de Penaguião, distrito Vila Real que chegaram a Manaus e Recife por volta de 1905.

Há tempos que procuro pelos descendentes de um casal de portugueses que desembarcou em Manaus, sendo primo legítimo de um do Recife (meu avô), eles mantiveram boa relação de amizade até meados de 1945, após esta data as famílias de Manaus e Recife parecem não mais terem se encontrado, cada um em seu trabalho ninguém procurou o outro. E os anos foram se passando eu sempre sabendo que tinha primos em Manaus. Aconteceu de no início de 2011, minha irmã arrumando o guarda roupa de minha tia, descobriu um pacote com fotos e documentos do povo de Manaus.

Então passei a andar na internet, procurando no Google e Telelistas, nada encontrei e nestas pesquisas, mas, conheci a sua página, muito interessante o tema e rica em fotos da Manaus da época, era exatamente o que eu procurava, começou um novo gosto por descobrir e conhecer meus parentes. Mas o que me motivou a aprofundar as pesquisas em sua página foi ter descoberto através dela que existe ou existiu em Manaus um logradouro chamado Silvério Nery (embora não apareça no Google Mapas, Telelistas e Correios).

Este é o início da família que procuro, ele Manuel Taveira Coutinho (nascido em 1879) chegou ao Brasil proveniente de Santa Quitéria, Freguesia de Fontes, Concelho de Santa Marta de Penaguião, Distrito: Vila Real; no ano de 1904, com 25 anos e já casado com Dona Virgínia ... Coutinho (tem um ou dois sobrenomes no meio, mas não sabemos) com dois filhos de nomes, Elisa Coutinho (portuguesa) e Isabel Coutinho (portuguesa) estabeleceram-se em Manaus, onde teve mais filhos e criou a numerosa família.

Seu primo João Guedes Coutinho (meu tio avô) era casado com Maria Emília da Cruz Coutinho, ambos portugueses também vieram para Manaus e em seus documentos encontramos dois endereços de residência: Em 23/06/1910 ele residia à Avenida Silvério Nery Nº 24 e em 04/04/1913; e na Avenida Joaquim Nabuco Nº 45, Manaus.

Algumas informações complementares:

Sabemos que o Sr. Manuel Taveira Coutinho e o José Guedes Coutinho eram amigos dos Srs. Antônio Ribeiro d'Andrade e Alberto Ribeiro d'Andrade, proprietários da indústria “Guaraná Andrade”.

Sua filha Celeste Coutinho, entre os anos de 1934 e 1937 passou um ano em Recife na casa de Manuel Guedes Coutinho, primo de Manuel Taveira Coutinho.

O Sr. Manuel Taveira Coutinho veio ao Brasil aos 02/01/1899 com 19 anos provavelmente para conhecer e arranjar em que trabalhar, e voltou com a família (esposa e duas filhas) aos 23/09/1904, já com 25 anos.

Nas fotos que possuímos algumas têm o nome de estúdios fotográficos marcados nos retratos: (Photo Bazar Sportivo Manaós), (Photografia Allemâ - Manáos), (Oliveira Pará), (Photo Lopes S. Lourenço, este não temos certeza se é de Manaus).

O Sr. Manuel Taveira Coutinho era comerciante, não sabemos qual o ramo.

O seu primo Manuel Guedes Coutinho no Recife, era fornecedor de gêneros alimentícios para navios.

João Guedes Coutinho casado com Maria Emília da Cruz Coutinho, (a esposa só veio em 1905) veio de Portugal aos 26/03/1897, era primo de Manuel Taveira Coutinho inicialmente foi empregado no comércio de Manaus, logo após tornou-se proprietário de seringal residindo na Avenida Silvério Nery, 24 Manaus - AM.

João Guedes Coutinho colocou em sua certidão de casamento no ano de 1913, que residia na Avenida Joaquim Nabuco, 45 - Manaus. Não sabemos se esse era o endereço dele ou de seu primo Manuel Taveira Coutinho.

A filha de João Guedes Coutinho, Ermelinda da Cruz Coutinho era afilhada do Sr. Alberto Ribeiro d’Andrade e passou 2 ou três anos em sua casa.

O Sr. Manuel Taveira Coutinho naquela época só era chamado pelos parentes e amigos de “Seu Coutinho”.

Graças a Ermelinda da Cruz Coutinho ter guardado fotos e documentos sem que ninguém soubesse e por todos esses anos; é que hoje podemos procurar o outro lado dessa história e manter esperança de que ainda podemos nos reencontrar.

Ermelinda da Cruz Coutinho, mora em Recife e esta com 101 anos.

Por estes motivos pergunto:

O Sr. Rocha, pode me ajudar a encontrar meus parentes?

Tenho bastantes fotos, todas (preto e branco) e em excelente estado de conservação.

Agradeço antecipadamente qualquer ajuda para localizar os parentes,

Jorge Nelson Regis

11/10/2011

Para contato, informações ou esclarecimentos:

Sou:

Jorge Nelson Coutinho Regis - Celular TIM (82) 9906-0659
Fone: (82) 3420-1919
Se me informar por e-mail um fone TIM ou um fone fixo eu ligo, é só marcar a hora.
Facebook: Jorge Nelson Coutinho Regis
Av. Vieira de Brito, 425 bairro São Cristóvão CEP 57601-100
Palmeira dos Índios - Alagoas

Prezado Sr. Jorge Nelson Regis,
Li atentamente o seu e-mail e a carta anexada - terei o enorme prazer em ajudá-lo a encontrar os seus parentes em Manaus. O blogdorocha, do qual sou o editor, recebe em torno de 600 visitas diárias, com 60% de Manaus. Irei publicar a carta juntamente com as fotografias enviadas. Um detalhe: não existe a Avenida Silvério Nery, mas sim, a Avenida Constantino Nery (o nome é em homenagem ao filho do Silvério Nery). Irei verificar se ainda existe alguma casa com numero 45 na Avenida Joaquim Nabuco, caso positivo, irei tirar uma fotografia e enviar para o senhor. Irei disponibilizar o seu e-mail na postagem para eventual comunicação com algum parente que por acaso leia o blogdorocha.
Abraços,
Rocha
Aparecem na fotocolagem: Manoel Taveira Coutinho/Dona Virginia Coutinho/Adail Coutinho/Odete filha de criação de Elisa Coutinho/João Guedes Coutinho/Maria Emília Cruz Coutinho/Ermelindo da Cruz Coutinho/Celeste Coutinho/Aurora Coutinho/Jorge Coutinho/Ficha de Inscrição Consular.



Prezado Sr. Rocha, espero que esteja bem. Peço-lhe que permita-me apresentar-me e lhe pedir uma informação. Sou Geraldo Pontes, filho da amazonense Maria da Conceição Machado Pontes.

Procurando origens familiares, a partir de referências de minha mãe, Maria da Conceição Machado Pontes, filha da Sra. Izabel da Silva Machado, amazonense de Manaus, e Marianno da Silva Machado, português, conforme registrado na certidão de nascimento de minha mãe (que foi farmacêutico em Manaus, onde casou-se com minha avó) encontrei, primeiramente, o blog do Sr. Jorge Velho, depois o seu. Simplesmente pela referência a minha bisavó, Virginia Taveira Coutinho, que aparece em fotos de sua montagem. A foto aqui anexa que traz no título do arquivo (IMG.01 Manuel...) me diz muita coisa. E também uma foto pequenina, de sua montagem (intitulada Família Coutinho...), traz minha mãe, criança, de pé, ao lado de minha avó Izabel, sentada - é a segunda de cima pra baixo no canto direito.

Pois bem, na foto IMG 01, a Sra. Virginia está identificada com sua família do segundo casamento, com o Sr. Manuel Coutinho, o único que minha mãe conheceu como avô. Seu avô biológico, primeiro esposo da minha bisavó, o português João Lopes Pereira, faleceu em Manaus segundo minha mãe.  

Na foto, identifico, com a ajuda de minha mãe antes de falecida, da esquerda para direita, de pé:
o "vovô" Coutinho, como minha mãe dizia; a seu lado, não sabemos quem seria o rapaz de terno preto; em seguida, os irmãos do segundo matrimônio da bisavó: Adail, Aurora, Celeste e Alcides Coutinho; em seguida, o rapaz de rosto mais fino de terno preto, o tio Jorge, filho do primeiro matrimônio (eu o conheci porque trabalhava aqui no Rio de Janeiro; e também conheci aqui as tias Aurora e Celeste, além da tia bisavó Custódia); o último de pé, à direita, é meu avô Marianno da Silva Machado, conhecido em Manaus como Seu Machadinho. Igualmente pai de meu tio José Almir da Silva Machado, que não está na foto, evidentemente, pois creio que ainda não nascido - parece que ele era de 1931, mas sei que faleceu em janeiro (ou fevereiro) de 2009.

Ainda na foto, sentadas, agora da direita para a esquerda, minha avó Izabel (Lopes Pereira, de nome de solteira), minha tia bisavó Custódia Rosa Pereira (creio que irmã de João Lopes Pereira), a criança que não sei se era sua filha (ela teria tido uma filha que faleceu aos 15 anos, segundo minha mãe) ou filha adotiva da tia Elisa que, creio, seria a moça sentada de branco, ao lado da criança e antes da última mulher, do lado esquerdo, que era minha bisavó Virgínia.

Mas escrevo-lhe para perguntar se saberia me dar alguma informação sobre o falecimento de meu avô materno, um homem popular em Manaus, falecido em julho, se não estiver enganado, de 1975 ou 1976. Quando conheci sua cidade, em 1989, meu tio mostrou-me foto da missa de sétimo dia de seu falecimento, com a nave lotada. Meu avô era muito querido. Era um imigrante português que chegou jovem em Manaus durante a primeira guerra, estudou odontologia, segundo minha mãe, mas atendeu a muitos pacientes da gripe espanhola. E acabou atuando como farmacêutico, junto a um sócio chamado Abdon, sempre segundo minha mãe.

Estive com meu tio apenas uma vez, em 1989, e novamente com minha prima, que já conhecia daqui, mas com a qual não me relaciono mais. 

O que eu gostaria de saber é a referência do sepultamento de meu avô para que, junto ao cemitério, pudesse obter dados sobre sua origem. Algo encontrado aqui no Rio de Janeiro é muito controverso quanto a ele ser de fato português - minimamente, se correto, não teria nascido em Portugal, supostamente em Aguiar da Beira, como dizia minha mãe. Por mais que possa haver homonímia, há um registro de nascimento, a princípio seu, datado de 18/02/1896 (a data de aniversário é a mesma que minha mãe conhecia) e constam do registro os mesmos nomes de pai e mãe dele, portugueses, que constam da certidão de nascimento de minha mãe como seus avós paternos.

Não estou em busca de cidadania portuguesa. Tenho 58 anos, sou funcionário público do magistério universitário, já mais para próximo da aposentadoria e não pretendo viver na Europa. Tenho como me sustentar com o que ganho. Mas gostaria de elucidar este mistério. Afinal, o velho Machadinho tinha nacionalidade portuguesa? Sabe-se que era conhecido como português e, sem dúvida, era descendente. Até mesmo, fosse ele na verdade brasileiro, eu nem teria direito a solicitar cidadania.

E se tomo muito aqui seu tempo para saber se teria notícia de jornal do falecimento dele, algo assim. Não sei em que jornal poderia procurar. Sei que não pretendo mais, desde o falecimento de meu tio, entrar em contato com minha prima, que não sei sequer se está viva nem como se encontra.

Espero não ter lhe pedido algo inconveniente e anexo ainda aqui o tal registro encontrado em que constam os dados de meu avô. 
 
Muito grato por sua atenção.

Geraldo Pontes