quinta-feira, 26 de julho de 2007


A MINHA PONTE
A minha ponte fica na Sete de Setembro, a famosa 1ª Ponte, possui o nome oficial de Ponte Romana I.

Aos domingos, a meninada da Rua Igarapés de Manaus, pulava da ponte; alguns se atreviam em pular de cabeça, certa vez tentei fazer igual aos outros, porem caí de peito, nunca mais tentei.

Na enchente, ficávamos brincando de bóia (tora de madeira), parávamos sempre embaixo da ponte, para escrever algumas coisas no teto; na vazante, ficávamos a observar lá de baixo o que tínhamos escritos, sempre acontecia alguma briga, pois os registros eram sempre zombando de alguém da rua.

A nossa brincadeira parava somente ao meio-dia, pois chegava a hora do almoço e de correr para assistir aos filmes no inesquecível Cine Guarani.

A minha ponte era famosa, até a década de 50 eram realizadas competições de remo, não alcancei esse tempo, conheci somente o Flutuante Clube do Remo; os Bondes passavam por lá, também não o conheci, somente os trilhos. O Palácio Rio Negro, a sede do governo estadual ficava lá, permitiam entrar somente no Dia das Crianças e no aniversario do governador.

A minha ponte está abandonada, não existe mais enchente, fizeram uma barragem lá na margem do Rio Negro, chamam de Manaus Moderna, acabaram com a Veneza dos Trópicos, restou somente um esgoto a céu aberto, desmontaram até a casa da Gaivota (uma senhora solitária que construiu uma obra-prima da engenharia, toda de material reciclado), ficava bem no meio do igarapé. Outro que se mandou foi o governador, foi lá pras bandas do Tarumã, o Palacete virou Centro Cultural.

Falar para os nossos filhos e netos que ali já foi um balneário aprazível, com certeza irão lamentar muito, pois o mais próximo (sem poluição) fica lá na outra margem do Rio Negro.

A minha Ponte, continua sendo a minha Ponte, a Ponte da minha infância, das minhas brincadeiras, das minhas ilusões!

quarta-feira, 25 de julho de 2007


O BOI DE PANO DO WALDIR

Na primeira metade dos anos 60 o boi-bumbá era a estrela do Festival Folclórico do Amazonas, realizado todos os anos no Estádio General Osório. Naquela época existia uma grande rivalidade entre os bois Corre Campo (Cachoeirinha) e Tira Prosa (Educandos), com torcidas também rivais.

Havia um sujeito que morava na Cachoeirinha, cujo apelido era "Terretifun" (até hoje não sei seu nome verdadeiro), que além de fazer parte do bumbá Corre Campo era fanático pelas toadas da época.

Apesar de morar na Cachoeirinha, Terretifun passava o tempo todo na Rua Igarapé de Manaus, cantarolando suas toadas.

Terretifun deu a idéia e o Waldir Viana concordou em fundar um boi na Rua Igarapé de Manaus.

O boi foi confeccionado no porão da casa do Sarto(nego mau), com ajuda do Rochinha do violão que forneceu a madeira leve e ajudou na compra das fantasias.O boi era bonito, com exceção da cabeça que mais parecia a cabeça de outro animal.

O boi vivia de donativos das famílias quando fazia suas apresentações. O bom de tudo é que além do donativo (venda da língua do boi), a dona da casa fornecia iguarias da época aos brincantes!!!!!

Certa vez, o boi se apresentava em uma casa na Rua Ipixuna, entre a Rua Major Gabriel e a Emílio Moreira, naquele dia a comida servida era pouca, e foi levada à mesa no meio da apresentação do boi.

A meninada dançando passava perto da mesa e enchia a boca e os bolsos de doces e salgados.

O Júlio Goiaba (filho do Goiaba nacionalino), por ser um exímio dançarino era o miolo (tripa) do boi, e não podia pegar nada para comer, pois estava embaixo dele e apenas olhava pela abertura lateral e gritava:
Deixem p!ra. mim!! deixem p!ra mim!!

Mesmo ouvindo os gritos do miolo ninguém obedeceu.

Terminada a apresentação não havia mais nada para o Júlio comer. Ele ficou indignado, jogou o boi no chão, foi para casa e saiu p. da vida falando que nunca mais ia ser miolo do boi. ah, ah, ah, ah, ah.

José Rocha Martins Filho


segunda-feira, 23 de julho de 2007






Aos domingos, uma turma se reune no Bar Caldeira, Centro de Manaus, para bebericar, tocar, cantar e comemorar aniversários . Ontem recebí do cantor Carlos Simões, uma xerocópia de uma matéria publicada no Diário da Tarde, ao qual reproduzo abaixo:

NOITADA ALEGRE NA DIFUSORA

Publicado no Diário da Tarde (Administração e Oficina na Avenida Eduardo Ribeiro, 556, Direção de Aguinaldo Archer Pinto), Manaus – Sábado, 4 de março de 1950.

Reinicio das audições de “Tem Gato na Tuba”, o mais alegre programa do radio caboclo.
· Divertimento e bom humor;
· Desfile de valores do quadro da “mais poderosa”;
· Distribuição de brindes;
· Um prêmio de cem cruzeiros para o calouro colocado em primeiro lugar;


Apresentação dos seguintes astros e estrelas da S-8:


. Orsine Marques
· Isinha Toscano
· Anízio Silva
· Neuza Ignez
· Carlos Simões
· Grace Moema
· Cancioneiros da Lua
· Regional Mariuá com Toinho e ritmo.

Dentro de mais algumas horas, o público amazonense terá para seu bom gosto, o reinicio do mais alegre programa do rádio caboclo, que é sem dúvida alguma. “TEM GATO NA TUBA” o popular cartaz da emissora cabocla, para selecionar novos valores, que integrarão o quadro da emissora da Rua Joaquim Sarmento. Os dirigentes da ZYS-8, tudo tem feito, a fim de proporcionar aos seus milhares de ouvintes e freqüentadores do seu auditório, audições bastante movimentadas, para o bom gosto de todos. Assim sendo, hoje, a partir das 21 horas e 30 minutos, assistiremos a primeira apresentação, nessa nova fase, dos programas “Tem Gato na Tuba”, como sempre, alegre e divertida. Antes do desfile dos calouros, teremos uma brilhante parada de “astros” e “estrelas” da “constelação” S-8. Os acompanhamentos estarão a cargo do famoso Regional Mariuá com Toinho e ritmo. Para o calouro colocado em primeiro lugar será conferido um premio de cem cruzeiros e para os demais colocados, brindes, gentileza de importantes firmas da praça, que colaboram para o maior brilhantismo da noite de hoje, na Radio Difusora, os ingressos são numerados e estão a venda nos escritórios da Difusora a rua Joaquim Nabuco.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

A Secretaria Municipal de Cultura, da PMM, lançou um Edital contendo um concurso para premiar o melhor trabalho sobre os bairros de Manaus. Infelizmente não irei participar, pois sempre morei no centro de Manaus e, somente conheço um pouco da historia das Ruas Igarapé de Manaus, Huascar de Figueiredo, Lauro Cavalcante, Ipixuna, Major Gabriel e Sete de Setembro; de qualquer forma, irei contar as historias dessas ruas, contando com a colaboração de vários colegas de rua, citarei alguns: Rochinha Galinha Preta, José Bombom Negrita, Henrique Pacu, Rogério Dias Português, Beto Carro Velho, Sarto Nego Mau, Pingo, Mal Feito a Martelo, Tico, Neno, Waldir Perna Torta, Zeca Pagodinho, Firmino Bolero e Gilson. Iremos comentar sobre As Bolachas, Dona Uchoa, Zé Inácio, Sr. Artur, Forró da Maria Belém, Casa da Gaivota, Sr. Goiaba Nacionalino Doente ,O Misterioso Dural, Os Circos do Sarto e do Aluisio, As 3 Pontes da 7, Banhos de Igarapé, Os Carroceiros, Rocha do Violão , Dona Pátria, Futebol na Várzea, Brigas Igarapé X Major Gabriel, etc. A primeira contribuição vem do Rochinha, vamos voltar a década de 60!




AS CARROÇAS E OS CARROCEIROS

José Rocha Martins Filho *


No início dos anos 60 havia um meio de transporte em Manaus denominado CARROÇA.

Conheci alguns carroceiros da época que moravam no igarapé de Manaus. Todos vieram do Nordeste, principalmente do Rio Grande Norte.

Como não tinham qualificação e, mesmo naquela época não havia oportunidades de trabalho, optaram pela carroça.

O Transporte era feito de restos de camionete ou pequenos caminhões, principalmente das rodas e o eixo, onde assentavam uma caixa de madeira para as cargas de mercadorias ou pessoas.

às 5 da tarde eles chegavam no Igarapé de Manaus, vindo pela Rua Lauro Cavalcante, depois de um dia de trabalho no Mercadão Adolpho Lisboa, eles vinham um após outro : Manoel Hilário, João Batista e Expedito.

A garotada corria para morcegar (pegar carona) das carroças. Era uma festa. Quando os carroceiros faziam um trocado bom no dia, vinham todos sorridentes e deixavam a molecada toda morcegar. Enchiam a carroça de meninos desde a Rua Lauro Cavalcante até a estribaria, situado em um terreno baldio, próximo a Rua Huascar de Figueiredo. Porém quando o apurado era ruim eles chegavam de mau humor, e quem se atrevesse em morcegar era açoitado pelo chicote deles. Ah! ah! ah! ah!


(*) O autor nasceu em Manaus, na Rua Igarapé de Manaus; formado pela UFAM em Ciências Contábeis.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Praca da Saudade, Portal Amazonia



Batizada pelo povo de Saudade, a praça 5 de Setembro data do início do século passado. Construída na quadra formada pelas ruas Ferreira Pena, Ramos Ferreira, Simão Bolívar e avenida Epaminondas, em plena área central da cidade. Conforme a Carta Cadastral da cidade, a área ocupada pela praça era bem mais ampla, à época do governo Eduardo Ribeiro, desde o antigo cemitério velho chamado de São José (nome também do primeiro bairro de Manaus) - localizado onde atualmente é a sede do Atlético Rio Negro Clube até o Instituto de Educação do Amazonas (local onde seria construído o palácio do governo).Um dado curioso da praça registra que na época do governo provincial do Presidente Francisco José Furtado em 1858, o cemitério foi cercado, a praça não passava de um largo com pouca arborização. Então em 1865, foi proposta pela Câmara Municipal a construção da praça e a proposta de se oficializar o nome de praça da Saudade. Não existe nenhum documento que comprove se foi ou não aprovado o nome. O que se sabe é que o povo acabou consagrando o lugar com o nome de Saudade.Outro fato ligado a praça diz respeito à construção do monumento em homenagem a Tenreiro Aranha. A construção do monumento foi uma proposta do vereador Silvério Nery, em 11 de maio de 1883, na época o Presidente da Província era José Lustosa da Cunha Paranaguá. De acordo com registros documentais, a praça veio somente a adquirir corpo e forma em 1932, na gestão de Emmanuel Morais com a construção de jardins. O cemitério nesta época já havia sido fechado. Após a demolição, os restos mortais que haviam no local foram transferidos para o São João Batista. O projeto para a nova obra era a construção do horto municipal com exemplares de todas as palmeiras do vale amazônico. O nome de Largo ou praça da Saudade foi batizado pelo povo talvez por está localizada bem em frente ao cemitério de São José, que também emprestava nome ao bairro. A praça foi aberta em 1865, bem depois da construção do cemitério. De acordo com pesquisas do historiador Mário Ypiranga, o nome da praça pode ter sido também devido a presença de um espanhol de sobrenome “Saudade” ou de um negro que viveu por volta de 1837, morador da área vizinha à praça, de nome José Pedro Saudade. O negro devia ser um escravo de forro, devido aos bens que possuía. O nome oficial de praça 5 de Setembro, portanto é em homenagem a data da elevação do Amazonas à categoria de Província e uma homenagem a Tenreiro Aranha que tanto lutou pela emancipação do Grão-Pará. Portanto, o nome oficial nunca se tornou popular.O certo é que mesmo o nome oficial estando inscrito na placa da estátua de Tenreiro Aranha, o manauense a conhece apenas por praça da Saudade.Portal Amazônia12.01.2006-GC




Atlético Rio Negro Clube (Manaus)

Alcunha
Barriga Preta

Fundação
13 de Novembro de 1913

Presidente
Eymar Gondim Pereira
treinador = Luiz Carlos Martins (Juniores) liga =
Campeonato Amazonense


Atlético Rio Negro Clube é um clube de futebol da cidade de Manaus (Amazonas). Seu apelido é “Barriga Preta”, em alusão ao seu uniforme número 1: camisa branca com uma faixa horizontal preta .Seu mascote é um galo carijó. A sede do clube fica na Avenida Epaminondas, 570, Centro.Ocupa a 70ª colocação no Ranking Oficial da CBF. É o clube mais tradicional do Amazonas, fundado em 13 de novembro de 1913, o Rio Negro é o clube símbolo da aristocracia manauara, dono da segunda maior torcida do Amazonas, e o segundo maior vencedor do Campeonato amazonense em toda a história. A diferença entre o Rio Negro e o seu rival é que seus títulos jamais foram contestados judicialmente, sempre foram ganhos dentro de campo ao contrário do rival que chegou a não ir a campo em 1982 pra tentar conquistar o título nos tribunais. O Rio Negro é uma das três equipes amazonense que já jogaram na principal divisão do futebol brasileiro. O único clube amazonense que possui títulos em todas as modalidades esportivas. Possui uma conquista internacional, a Taça Guiana Inglesa, disputada em Georgetown.


Títulos Estaduais
Campeonato Amazonense: 16 vezes (1921, 1927, 1931, 1932, 1938, 1940, 1943, 1962, 1965, 1975, 1982, 1987, 1988, 1989, 1990 e 2001).
Vice-Campeonato Amazonense: 1966, 1973, 1974, 1976, 1979, 1980, 1983, 1984, 1985, 1986, 1992, 1998, 1999 e 2003.
Torneio Início: 11 vezes (
1933, 1966, 1968, 1969, 1979, 1980, 1982, 1983, 1990, 1995 e 2002).
Outras Conquistas
Categorias de Base
Campeonato Amazonense Sub-20: 1999, 2000 e 2001.
Vice Campeão Brasileiro de futebol feminino
Campeão da taça Guiana Inglesa - Georgetown
Ranking da CBF
Posição: 72º
Pontuação: 183 pontos
Ranking criado pela
Confederação Brasileira de Futebol que pontua todos os times do Brasil.


Federação Amazonense de Futebol Clubes Amazonenses Campeonato Amazonense de Futebol
Primeira Divisão 2007: América Fast Clube Libermorro Nacional Princesa do Solimões Rio Negro São Raimundo Sul América
Principais Estádios: Vivaldão Colina Gilbertão



CAPRICHOSO - O ELDORADO É AQUI. CAMPEAO 2007.