quinta-feira, 27 de abril de 2023

QUEM MANDA É A JANJA, COMPANHEIRO!


A Rosângela Lula da Silva, mais conhecida como Janja, a Primeira-dama do nosso país, paranaense, Socióloga especializada em História pela UFPR, torna-se a cada dia que passa, uma mulher das mais comentadas em todas as redes de comunicações do Brasil e, agora, nos países por onde viajou com o Presidente Lula, tornando-se uma pessoa muito popular, querida e amada por muitos e criticada pela oposição por suas ações e posturas em público.
Nos primeiros Cem Anos de Governo, a Janja tem dado o que falar na imprensa nacional, principalmente da oposição que critica os seus gastos com roupas de grife, altos gastos com peças de cama e mesa para o Palácio do Alvorada (sendo chamada de “Esbanja”), participações em carnavais meio à tragédia que aconteceram em alguns lugares do país, além das “mancadas” e gafes nas viagens internacionais com o marido.
A Revista Notícias, um periódico argentino, comparou a Janja à ex-primeira-dama da Argentina Evita Peron, pelo protagonismo e influência exercidos durante a campanha do marido.
Recentemente, em Portugal, a Janja foi condecorada com “Grão-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique”, pelo Presidente Marcelo Revelo de Souza, uma honraria criada em 1960 “para pessoas que prestaram serviços relevantes a Portugal, no país ou no estrangeiro, ou serviços na expansão da cultura portuguesa, da sua História e dos seus valores”.
"A nossa idiotice e subserviência não têm limites! Atribuir uma das ordens honoríficas mais importantes à mulher do Presidente brasileiro só porque sim? Qual foi o serviço enorme prestado à Nação? Banalizar a Nação e os seus símbolos é um sinal evidente de decadência", escreveu o deputado André Ventura, do Partido Chega.
Será que o deputado português está com a razão? Não sei, nem posso opinar. Na realidade, desconheço os trabalhados e/ou serviços realizados pela Janja, no Brasil, em prol da expansão da cultura portuguesa. Ela é Socióloga, especializada em História, com MBA, deve ter feitos trabalhos acadêmicos focados neste tema, pois para receber tal honraria o presidente português deve ter feito uma lista de justificativas e não meramente para bajular o presidente Lula.
Em todo caso, o presidente Lula e sua equipe assinaram, em Lisboa, 13 (número do PT) acordos e memorandos de entendimentos com Portugal, na área de educação, saúde, energia, cooperação espacial, produção audiovisual, turismo, entre outros.
Meus amigos, todos aqueles que são casados, amancebados ou descasados, sabem muito bem o peso que a esposa possui nas decisões do marido, não somente na esfera familiar, como também profissional. Não posso afirmar, mas esses acordos com o governo português devem em sua grande parte ao “sim” por parte da Janja. Sendo assim, ganhou, merecidamente, a condecoração do Grão-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique!
É a Janja quem manda, companheiro!
É isso ai.
Fontes:

segunda-feira, 24 de abril de 2023

23 DE ABRIL, DIA NACIONAL DO CHORINHO

 

José Rocha 


Uma data em que não podemos esquecer, pois além de ser considerado como a do nascimento do seu expoente maior, o Pixinguinha, serve, também, para comemorar um gênero musical brasileiro dos  mais tocados em todos os tempos no Brasil.

Aqui, em Manaus, possuímos músicos e grupos musicais de altíssima qualidade, muitos deles especializados em Chorinho.

Alguns bares oferecem este tipo de música para o deleite de um grupo restrito de pessoas que valorizam muito.

Eu, particularmente, por ser filho de Luhier e ter trabalhado até os meus dezessete anos de idade na Oficina do Rochinha, tive o contado muito cedo com o Chorinho.

Por lá existiam muitos violões, cavaquinhos e bandolins e nos sábados a tarde vinha uma turma tocar Chorinho.

Eles eram "feras" nos instrumentos, lembro do Valquir, Altair Nunes, Moisés, Zé da Manola,  Carteiro, Músicos do Exército e Polícia Militar e outros que não lembro mais seus nomes

Traziam flautas, trompetes e pandeiros, além da pinga e limões para a caipirinha e cervejas.

Na nossa casa, o meu pai colocava esses dois vinis da foto para tocar: Jacob do Bandolim & Waldir Azevedo (1974) e Evandro Do Bandolim E Seu Regional (1986).

Muitos anos depois, tive o prazer de ouvir o Chorinho nos bares tradicionais de Manaus.

Ficamos encantados, além dos turistas, principalmente os cariocas e paulistas.

Viva o Chorinho!

É isso aí.

domingo, 9 de abril de 2023

MALHAÇÃO DE JUDAS

 

Foto: José Rocha

Trecho do Livro "Vila Paraíso, Jose Rocha "
Sempre gostei da malhação de Judas, esta brincadeira vem desde a minha infância no Igarapé de Manaus, onde os adultos se reuniam a partir das dez horas da noite da sexta-feira santa e faziam os ajustes finais nos bonecos, sendo pendurados somente na madrugada, ficando sempre alguém de vigia para evitar a malhação antes da hora.
O Judas sempre tinha o rosto parecido com alguém da rua, era uma forma de malhar algum morador que, durante o ano fez alguma coisa de ruim para com a comunidade.
Existia todo um ritual, com direito a leitura de um longo testamento, mas, o momento mais esperado era quando o Judas era queimado e arrastado pela rua.
Falam os mais velhos que devemos respeitar a Sexta Feira da Paixão ao acordarmos até a boca da noite.
Respeitando essa tradição, reunimos uma galera no Bar da Dona Wanda, para beber umas geladas e confeccionar um Boneco de Judas. Lembro-me de alguns colegas: Batata, Capuchinho, Núbia, Hino, Manoel Mormão, Magaiver, João Cana Brava, Wanderlan, Paulinho, Taca, Alcenir, Chiquito, China, Tia Wanda, Tia Daca, Zigomar, Henrique e outros.
Cada um deu a sua contribuição: calça jeans, cinturão, sapatos, camisa manga comprida, meias, jornais, isopor, agulhas, linhas e muita paciência para confeccionar o Judas.
Não foi fácil fazer o Judas, pois não tínhamos experiência em confecção de bonecos. Deu trabalho danado encher os sapatos, as pernas, o corpo e os braços, o problema maior foi a cabeça, pois parecia mais um ET (extraterrestre).
Lá pelas onze da noite a fera ficou pronta, faltava apenas dar um nome ao Judas. Todos entraram em comum acordo: o homenageado seria um vizinho metido a besta, fanfarrão, contador de lorotas, abacabeiro, pescador, barrigudão e que se achava o machão da Rua Tapajós.
Não deu outra: penduramos o boneco numa árvore no quintal do Manoel Mormão (atual Academia do Tabosa), com uma placa no peito "PEDRÃO, O MACHÃO!”.
A estratégia era acordar bem cedo, tocar fogo no fuleiro, correr ladeira acima e zonar com o Pedrão antes do homenageado saber.
Conforme combinado, ao chegarmos no quintal do Manoel Mormão, ele deu um pulo da rede e gritou:
- Prefeito, o Felipe Viriato veio aqui de madrugada com um terçadão, cortou o Pedrão e levou lá prás bandas da Getúlio Vargas!
Para que não conhece o Felipe, ele é gente boa, filho do saudoso advogado Dr. Viriato, morador tradicional da Avenida Getúlio Vargas. Quando era mais jovem gostava de aprontar, qualquer bronca era com ele mesmo, ao ficar mais velho mudou de feição, virou uma pessoa de boa índole.
Pois bem, resolvi encarar o Felipe, entrei pela Vila Paraíso até a Getúlio, onde pude observar o "Pedrão, o Machão", pendurado numa árvore em frente à Casa Aroeira. Dei uma bronca no Felipe, ele na maior cara de pau chegou até a chorar, pediu mil desculpas. Subiu na árvore, cortou o Pedrão e o levou inteirão para ser estraçalhado na Ladeira da Tapajós.
Nesse ínterim, o Pedrão de carne e osso já estava sabendo da onda. Como de costume, se plantou em frente da casa do Mormão, sem camisa, mostrando aquele barrigão sensual, prá negas dele, é claro!
Ficamos sem jeito nem clima para fazer a malhação. Entramos num comum acordo: colocamos o Pedrão sentado numa cadeira de macarrão, com chapéu e óculos tipo Raimundo, sem nada de malhação com o Pedrão!
Passou o dia todo na Ladeira da Tapajós, pousando para as fotografias, com muita cerveja, dominó, peixe frito e som do DJ Louro Isaac, tudo pago, é claro, pelo "machão" PEDRÃO!
Nos últimos anos, passei a frequentar a malhação de Judas do Bar do Cipriano, conhecido também como a “Confraria do Ferrão”, na Rua Ferreira Pena esquina com a Avenida Airão, onde a tradição era mantida por mais de trinta anos, com a coordenação do meu amigo Agenor Braga. Segundo o meu amigo, antropólogo, o Ademir Ramos:
“A tradição vem de muito longe. Na antropologia cultural registra-se como um dos ritos das sociedades rurais do medievo, passando pela Península Ibérica e sendo reinventada por toda a América Latina. No Brasil, sua manifestação era marcante na antiga capital da República, no Rio de Janeiro, onde o Judas tinha a configuração diabólica e em seu interior depositavam fogos pirotécnicos, provocando explosões com luzes coloridas seguido de muita gritaria e manifestações populares. O fervor dos brincantes era tanto, que deixava a polícia desnorteada sem saber por onde começar a debelar o fogaréu. Resultando, dessa feita, na proibição da manifestação no centro urbano da antiga capital federal. Na verdade, não era o fogo que incomodava, mas a picardia dos brincantes que ironizavam os políticos de então, fazendo sua malhação em praça pública. Em Manaus, ainda se cultua essa prática, sobretudo no Bar do Cipriano, onde os políticos são malhados pelos justiceiros de plantão”.
Tudo que é bom, um dia acaba! Infelizmente, a tradição de malhar Judas está acabando. As novas gerações não valorizam esta brincadeira. O Bar do Cipriano fechou e a malhação de Judas no centro já era!
Para minha surpresa, o Wiliam, o filho do Damião “Branco”, na Sexta-Feira da Paixão de 2023, passou à noite em minha casa, falando
que iria fazer um Judas, prontamente doei uma camisa de mangas compridas, no dia seguinte, corri para tirara fotografias do dito cujo, mas, encontrei apenas o boneco todo destroçado, aproveitei e fiz algumas adaptações. Fico engraçado o "E.T. LADEIRA DA TAPAJÓS", pois naquele pedaço a turma bate forte no cigarro e na cerveja, um reduto da boêmia e da gozação.

sexta-feira, 7 de abril de 2023