sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

O CANHAO DE NAVARONE BARE




O povo brasileiro é gozador mesmo, tanto que em tempos de guerra, nas redes sociais manauaras a foto do "Pirokao do Mazokao" é a mais publicada.


Esta "imundice" nunca funcionou (era para derramar uma cortina de água sendo iluminado por vários canhões de luzes coloridas, dando todo um charme à noite).


Apesar de servir de chacota pela população, esta "fuleiragem" resistiu aos oitos anos do Arthur Nariz de Pinóquio e um ano e pouco do David Miguelagem.


Pelo visto e o andar da carruagem, vai ficar ai até um dia quando houver um bombardeio "dos veras" por um prefeito que for, realmente,  preocupado com a nossa cidade (chega de prefeitos "Migue").


Pensando bem, este canhão deve ser visto e fotografado no espaço pelos satélites dos russos e ianques, intrigando a todos ou "matando de rir".

Por possuirmos um "Kanhao" desta magnitude, poderemos bater no peito e berrar: "Bota pra cima Ruça pratuve".


Eu, hein!


Para os russos lerem:


Pushka Navarone Barre

Brazil'tsy deystvitel'no veselyye, nastol'ko, chto vo vremya voyny v sotsial'nykh setyakh Manausa chashche vsego publikuyetsya fotografiya «Pirokao-du-Mazokao».

Eta «gryaz'» tak i ne srabotala (ona dolzhna byla prolit'sya vodyanoy zavesoy, osveshchennoy neskol'kimi pushkami raznotsvetnykh ogney, pridavavshey nochi tseloye ocharovaniye).

Nesmotrya na to, chto etot «fileyragem» sluzhil shutkoy dlya naseleniya, on vyderzhal vosem' let Artura Narisa de Pinokio ​​i god ili okolo togo Davida Migelagema.

Sudya po vsemu, i poyezdka v karete, ona ostanetsya tam do tekh por, poka odnazhdy yeye ne razbombit «dos-veras» merom, kotoryy deystvitel'no zabotitsya o nashem gorode (bol'she nikakikh merov-migov).

S drugoy storony, etu pushku dolzhny uvidet' i sfotografirovat' v kosmose sputniki russkikh i yanki, zaintrigovav vsekh ili "ubiv so smekhu".

Poskol'ku u nas yest' «kankhao» takogo masshtaba, my mozhem bit' sebya v grud' i krichat': «Bota ap rucha pratuve»!

YA, a!

domingo, 20 de fevereiro de 2022

NOMES E PESSOAS ENGRAÇADAS DOS BOTECOS DE MANAUS

 

Jose Rocha

Mamãe – Ele era músico. Sim, era homem! Mas era conhecido por “Mamãe”. Não sei porquê e nem me pergunte. Segundo o Dr. Fernando Gonçalves, a sua família era dona de um “Banho” no V-8, conhecido como Mucuripe. Ele morava na Rua 24 de Maio e gostava de tocar aos domingos junto com a Velha Guarda Caldeirense. Era magrelo e moreno, chegava sem nada falar, enfiava o cabo na caixa de som, tocava, bebia e nada falava, depois, pegava o beco para a "Casa da Mamãe!".

Mamãe Celestina – É o apelido da Celestina Maria. Engraçado, ela é mãe da Beth Balanço e mais uma carrada de filhos, mas não gosta de ser chamada de “Mamãe”. Quando alguém assim o chama, ela responde na bucha: - Mamãe é o caralho! Pode chamá-la de avô, bisavô e tataravô, mas jamais de mamãe!

Beth Balanço – Gosta de cantar muitos sambas das antigas e algumas da “Jovem Guarda”, em inglês, sem entender “patavina” do que está cantando! Uma coisa combina com o nome: ela é dançarina, balança para todos os lados, canta e encanta, além de fazer contorcionismos, massagens e biritar umas e outras ampolas.

Miudinho – O amigo Alcidies Lima é uma pessoa muito inteligente e bom de papo, é alto e “macetão”, mas é conhecido por “Miudinho”. Conheci alguns baixinhos, como Joquinha, Manoelzinho, Tapinha e outros, mas “grandão” ser chamado do “Miudinho” somente o Alcides.

Sacy – O Sacy Pererê do imaginário popular é um moleque negrinho com somente uma perna e fuma que só! O Sacy da Pareca fala que possui “Três Pernas”, mas uma é “Morta”. Não fuma, mas bebe  no serra, dança, rebola e toca seus instrumentos que não é brincadeira”.

Saquinho de Níquel – Não sabemos se já foi chamado para frequentar eternamente o andar de cima. Ele gostava de dar altas gargalhadas, apesar de ser “banguelo”. Pense! Dizem que foi um homem rico, irmão do governador José Lindoso. Andava sempre com o saco de dinheiro para ajudar a todos, no entanto, aos noventa e poucos anos de idade, o saco de níquel esvaziou e podia apenas pagar uma “Fanta Laranja” e dançar com as novinhas.

Geralda – Ela é o seu “Companheiro” gostavam de tocar instrumentos de percussão nos botecos de Manaus. Ela até hoje “acompanha” os músicos no E.T.Bar. A sua preferência é pelo Tamborim. Faz uma duas décadas que a vejo tocando, mas ainda não aprendeu a manuseá-lo corretamente. Ela dá umas três batidas com uma baqueta e passa a noite toda “atravessando” o samba. Todos os boêmios e músicos de Manaus já se acostumaram com a sua insistência e gosto pela música e boêmia.

Geraldo Capa de Flauta – O camarada era magrelão e altão, mas tinha “pinta de artista” e um puto vozeirão. Gostava daquela música “Conceição, eu me lembro muito bem...” O apelido veio a calhar, pois pense numa capa de uma flauta!  Ele gostava de falar: - Geraldo, Capa de Flauta e Pimba de Flandres!

Jokka Loureiro – Pense num baixinho invocado! Não tolerava perguntas imbecis. Era o nosso Sêo Lunga. Era compositor e parceiro do Waldique Soriano. Os dois cantavam nos lupanares de Manaus e detonavam “as primas” direto tê-o-tô. Era garanhão. Ele falava: - Quem não gosta de música brega, nunca foi num puteiro e não gosta de muer! Só pode ser bicha, não é?

Sallinac – Era aposentado da Receita Federal. Sempre andava pelos botecos vestido de camisa pólo, bermuda e sapato tênis. Era apaixonado por uma única música em toda a sua vida boêmia. Bastava alguém iniciar: - Você é luz... Ele completava: - É raio estrela e luar. Manhã de Sol. Meu Iaiá, meu ioiô... O camarada chegava a chorar. Nunca o vi cantando outra música sem ser o “Fogo e Paixão”.

Sonson – Um caboclo de Maués. Economista, professor e bom de papo. O problema era a “cevada” em excesso. Fazia a “via crucis” nos botecos de Manaus. Pense numa figura! Outra coisa: é evangélico de pai e mãe, uma cristão de paletó, gravada e uma pesada bíblia nas mãos, mas nos finais de semana, o capeta o chamava para o inferno: A garganta coçava que não era brincadeira. Gostava de falar: - Sou um caboco de Maués! Cabrito que é bom não berra! Coloca àquele vinil do Roberto Carlos ai DJ Rocha: “Ainda bem que tocou. Essa música suave. Eu posso dançar com você. Como no Passado...”. Só presta o Reiberto! Bota uma bramita ai seu garçom, tem de ser “canela de pedreiro”!

Chega de pessoas engraçadas! Eu também sou considerado um cara engraçado e folclórico nos botecos de Manaus e tenho as minhas “estórias”.

Existem outras figuras, mas basta por hoje.

É isso ai.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

LIVRO "FLAVIO DE SOUZA - Uma Vida Feita de Musica e Futebol

 




NASCEU A CRIANÇA

O parto foi laborioso, mas nasceu, hoje,  em São Paulo.


Eu queria que fosse amazonense, mas as maternidades (gráficas) de Manaus estão caríssimas.


O jeito foi mandar a cria nascer em Valinhos, interior de São Paulo.


Como é o primeiro da prole, o primogénito, virá com alguns "defeitos de fábrica" (erros e omissões do autor) normais para um trabalho sem a parceria de uma editora (não se interessaram pelo livro).


Acabou de nascer e já vai pegar a estrada até Belém e de balsa para Manaus.


O pai da criança está nervoso e feliz. 


Que tenha uma boa aceitação na nossa cidade.


O Flávio de Souza, o padrinho da criança, está, também, muito feliz.


Daqui uns quinze dias chegará à nossa cidade.


Faremos o lançamento nos botecos de Manaus, com muito samba e cerveja.


É isso ai.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

PREDIO MOURISCO





 FOTO DO DIA - José Rocha

Dois tempos

1908 - data de sua construção. 

Era a residência do Sr. Carlos de Figueiredo, um rico banqueiro. 

Serviu para várias repartições públicas e escola superior da magistratura.


2022 - abandonado pela SEC (governo estadual). 

O jornal A Crítica fez uma reportagem sobre esse descaso e a SEC declarou que não possui recursos para restaura-lo.  

Fala sério!


Fotos:

Manaus antiga, 1910

José Rocha, 2022.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

ESTRADA DO V8


Começa, atualmente, no Complexo Viário Gilberto Mestrinho e termina na Avenida Constantino Nery – uma via pública que marcou toda uma geração de manauaras, por ter sido um local de lazer e descanso.

Mas, afinal, por que chamam de V8?

Fiz pesquisas na internet e, nada! Perguntei dos mais velhos e eles não souberam responder.

Nem o escritor Mário Ypiranga Monteiro, em seu livro “Roteiro Histórico de Manaus” soube precisar o porquê do nome, apenas fez suposições. 

Segundo ele, quando a cidade de Manaus terminava no Cemitério São Batista, as pessoas mais aquinhoadas iam em seus carros para os “banhos”, era a única forma de chegar lá, pois era muito distante. Os automóveis eram dotados de motores tipo V8 (oito válvulas em formato de V). 

Falavam: - Vamos no V8 tomar um banho na estrada?

Era V8 prá cá, V8 prá lá, até que o nome pegou “Estrada do V8”, onde somente ele poderia chegar lá.

Conta, também, que o local por ser muito frequentado pela elite que possuíam automóveis, muitos marmanjos gostavam de falar: 

- Vamos para a estrada tomar banho e apreciar os V8? (parte intima das mulheres em formato de um V que ficavam mais expostos quando estavam de maiôs e o corpo em formato de um oito). 

Onde é hoje o Residencial Efigênio Salles ficava o Depósito Central das Lojas Souza Arnaud e Mavel. Dizem que o velho Euclides de Souza Lima (pai do Douglas e James Arnaud) era dono de quase todas àquelas terras.

O lote de terra onde fica o “Guanabara Clube” foi doado por ele. Ao lado, onde é hoje uma loja de venda de motores e produtos náuticos (o dono é o genro do Douglas) ficava a ARSA, a sede campestre dos funcionários do Souza Arnaud (fechada).

Antigamente “os banhos” como eram conhecidos os balneários, eram todos banhados pelo Igarapé do Mindu. Lembro do “Las Palmas” (Hotel Amazonas), “Nestlé” (dos funcionários da Nestlé), “Agrepo” (Porto de Manaus), "Tucunaré" (frequentado pela elite manauara), “Pedreiras e Banho dos Padres” (Igreja Católica - ainda se pode ver as pedreiras no fundo do Parque Passeio do Mindu), além do “OAB” e da “Caixa” e o famoso “Parque 10 de Novembro” (administrado pela Prefeitura de Manaus).

Até o início da década de oitenta era possível tomar banho naquelas paragens, depois, virou esgoto a céu aberto. Ficou praticamente morto. Eu tive a oportunidade de tomar muito banho na Arsa e no Parque 10 de Novembro. Tive, também, a oportunidade de conhecer, em 2019, a sua nascente no bairro do Jorge Teixeira (zona Leste), onde as suas águas são límpidas, translúcidas e refrescantes. 

Os banhos acabaram faz mais de quarenta anos, mas por lá acontece uma coisa muito encantadora da mãe natureza – de setembro a maio (época da frutificação das mangas e goiabas), vários bandos de periquitos-de-asa-branca dormem nas árvores que ficam bem em frente ao Residencial Efigênio Salles. É um espetáculo da natureza que acontece ao pôr-do-sol e no amanhecer (um barulho peculiar), mas preocupa os ambientalistas, pela constante morte causada pelos veículos pesados que trafegam junto às árvores onde as aves dormem.

A Prefeitura de Manaus criou uma Zona de Controle Especial (ZCE), conhecida como Portal Asa Branca, para preservar a espécie.

Por incrível que pareça, atualmente, existem muitos estabelecimentos com àquele nome, tipo V8 Center, V8 Sushi, Posto V8 e outros. Vários ônibus que passam lá colocam no letreiro “Via V8”.

O seu nome foi trocado para Avenida Efigênio Salles (um político que governou o Amazonas de 1926 até 1929), no entanto, os mais antigos manauaras ainda a chamam de V8.

É isso ai.

Comentário no Facebook

Hildemar Souza

Rocha, eu vou completar esse texto, com as lembranças da minha infância.

Como você citou no seu texto:

- os carros eram poucos. Normalmente, americanos e ingleses. Depois , surgiram os veículos nacionais. Mesmo, assim, poucas pessoas, tinham o poder financeiro de possuir um veículo.

- realmente, os balneários, mais conhecidos eram: Parque 10, Guanabara, Las Palmas, Tucunaré, Agrepo, Pedreiras, e O MURUAMA CLUBE DE CAMPO.

- O início da estrada do V8, era no término da Recife, ou seja, aonde, hoje, existe um viaduto.

- após o Tucunaré, existia uma chácara pertencente a família Benchimol (hoje , Shizen veículos).

- do lado direito, sentido P10 ao Aleixo, as terras pertenciam ao Sr. PHILIPS Daou.

- a estrada era estreita e cheio de curvas. Com o alargamento da estrada, houve a possibilidade de existência de dois pontos, o tradicional pela rua Recife e outro pelo Aleixo. Nessa época, inexistia o projeto da FUA ou UA, e hoje UFAM.

Como, os carros eram limitados, as pessoas de poder econômico altíssimo, a opção para o deslocamento ao Muruama, era através de um caminhão, que se posicionava as 8h da manhã, em frente ao cine Guarani e café do Pina. Esse mesmo caminhão, retornava às 13 ou 14 horas do balneário, realizando o percurso pela rua Recife.

Aqueles que podiam, iam de táxi.

Com a Zona Franca de Manaus, houve um "boom na economia", o que favoreceu uma elevação econômica da classe média e, possibilitando a compra de automóveis, seja, por consórcio ou financiamento bancário.


quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

BURACO DO PINTO

 BURACO DO PINTO

- Rua Tomás Pinto 


Ficava entre as Ruas Major Gabriel e Joaquim Nabuco, atual Ramos Ferreira.


O nome é de origem popular, além de existirem algumas outras versões fantasiosas.


Segundo o saudoso escritor Mário Ypiranga Monteiro, em seu livro "Roteiro Histórico de Manaus", o correto é que ali existia a Rua Tomás Pinto.


Por ser uma depressão natural, por onde passava o Igarape de Manaus, o povo chamava de "Buraco do Pinto".


O Capitão Manuel Tomás Pinto Ribeiro, era filho do Major Gabriel Ribeiro (emprestou o seu nome para a Rua Major Gabriel).


Em 1957, o então governador Plínio Ramos Coelho, mandou aterrar em definitivo, passando a chamar-se o mesmo nome de Ramos Ferreira.


Por longos anos foi assim conhecido àquele local, mas poucas pessoas sabiam da origem do nome popular.


Atualmente, ninguém chama mais de Buraco do Pinto.


É isso ai.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Rua 24 de Maio Rua 10 de Julho


Essas duas ruas foram assim chamadas em decorrência de duas datas importantes que culminaram com a libertação do elemento servil (escravo) na capital Manaus e no Estado do Amazonas.


O projeto dos vereadores foi assim redigido: "Tomando em consideração as datas faustosas e os acontecimentos que a ela deram lugar, - quais são os da libertação do elemento servil do município da capital e Província do Amazonas e convindo comemorar de uma maneira digna tais fatos, propomos que a rua da Constituição seja denominada 24 de maio e a do Progresso - 10 de julho".


Dia 10 de julho de 1884: O Presidente da Provincia, Dr. Teodoreto Carlos de Faria Souto, proclama emancipação total e definitiva do elemento servil.


Dia 24 de maio de 1884: Foi proclamado, na Praça de Dom Pedro II a libertação dos escravos na capital.


A Lei Áurea, oficialmente Lei n.º 3 353 de 13 de maio de 1888, foi a lei que extinguiu a escravidão no Brasil.


A cidade de Manaus e o Estado do Amazonas libertaram os seus escravos quatro anos do Brasil oficializar.


Existem várias ruas 13 de maio na periferia, mas a do centro é 24 de Maio.


Algumas pessoas acham que a Rua 10 de Julho é uma homenagem ao Dia de Portugal, mas como vimos foi uma homenagem a liberdade dos escravos no Amazonas.


É isso ai.


Fonte:

Livro "Roteiro Histórico de Manaus", Mário Ypiranga Monteiro.