domingo, 30 de janeiro de 2011

EXEMPLOS A SEGUIR

Manhã de um belo domingo, em Manaus, dia dos estudantes amazonenses prestarem os exames de conhecimentos, para o ingresso na Universidade Federal do Amazonas; viajei no tempo, voltei ao final da década de setenta, quando na minha juventude, estava na guerra para entrar na faculdade, estudava dia e noite, noite e dia, todo santo dia, não importava se era sábado, domingo ou feriado, estudar era a minha vida e, a minha vida era estudar, fiz vários cursinhos, foi uma barra, naquela época não existiam faculdades particulares, a única opção era a UA, eram oferecidas somente quarenta vagas no curso de Administração, valeu o esforço, consegui o meu ingresso na academia, os conhecimentos adquiridos nos bancos escolares estão servindo muito, pois através dele, ajudei a criar os meus filhos, dar-lhes uma boa educação, além de colaborar com o desenvolvimento do meu país. De volta ao presente, hoje, é um dia também, de me despedir da minha filha do meio, ela é formada em Odontologia e vai viajar em missão no nosso interior do Estado. Ela não chegou a prestar exames para o vestibular, passou direto no Processo Seletivo Contínuo, fez Odontologia; lembrei o quanto eu penei para dar-lhe uma boa educação, ele sempre estudou em colégios particulares, o ensino médio foi no Colégio Palas Atenas, era o melhor de Manaus, também o mais caro; a minha filha sempre se destacou como a melhor das alunas, a mais aplicada nos estudos; foi a segunda colocada do curso de graduação; comi uma pupunha para mantê-la no curso, pois todos os materiais e os livros técnicos eram e são caríssimos; agora, está fazendo o curso de especialização em Ortodontia, já ganha o suficiente para pagar as mensalidades e a compras dos materiais de estudo, diga-se de passagem, custam uma fortuna; passou dois anos lecionando na Faculdade de Saúde, da UFAM, no cargo de professora auxiliar, recentemente, foi aprovada pelo Exército Brasileiro, ela agora é uma oficial, na patente de Tenente, viajou, hoje, para o município amazonense de Tabatinga, foi trabalhar no único hospital da cidade, cuidando da saúde bucal dos nossos soldados e dos nossos irmãos interioranos, tem a missão, também, de ajudar na proteção da nossa fronteira. Aos vinte e quatro anos idade, chegou o momento de sair debaixo da saia da mãe e da sombra do pai, daqui para frente ela é a dona do seu destino, vai passar alguns anos no interior, cumprindo a sua missão, quem sabe, um dia volte para Manaus, para fazer o que sempre gostou, de exercer com extrema dedicação o cargo de professora na Universidade Federal do Amazonas, além de cuidar dos dentes dos curumins pobres da periferia de Manaus, sem nada cobrar, tudo por amor ao próximo; ela irá fazer o seu pé de meia, talvez trabalhe também na Prefeitura de Tabatinga, daqui uns anos terá condições de abrir a sua própria clínica de Ortodontia, em Manaus. Fica o exemplo para os jovens amazonenses, espero que aqueles que conseguirem passar nos exames da UFAM - tenham dedicação, muitos estudos e que sejam grandes profissionais. Parabéns a todos, em particular, a milha filha Amanda Costa Soares. É isso ai.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

PROFESSOR JOSÉ REZENDE


Na última quarta-feira, tive a grata satisfação de encontrar o professor José Rezende, ele estava acompanhado com os familiares, passeando pelo Largo de São Sebastião, tomei a iniciativa de cumprimentá-lo e fazer uma breve homenagem, falei o quanto ele contribui para a nossa cultura, sendo pioneiro na abertura de uma escola de balé clássico em Manaus.

O professor Rezende abriu em 1971, a sua escola, chamada Academia De Ballet Prof. Resende Ltda., situada na Rua Dez de Julho, 491, centro de Manaus, funcionou durante todos esses anos, formando milhares de jovens, na arte da dança.

No ano passado, o jornal eletrônico D24AM, fez a seguinte matéria: José Rezende abriu sua escola de balé em Manaus em 1971. “Ele formou grandes profissionais da dança do Amazonas”, disse a bailarina Ana Mendes, integrante da diretoria da Associação dos Profissionais de Dança do Amazonas (Aprodam), que foi sua aluna nos últimos anos da década de 1980. As duas vezes que a bailarina carioca Ana Botafogo veio dançar em Manaus foi por iniciativa de José Rezende. No espetáculo de abertura que ela protagonizou domingo na abertura do FAD no Teatro Amazonas, ela lamentou a ausência do professor. E ontem, quando ainda estava em Manaus, falou à reportagem sobre o homenageado. “Fico feliz de ele estar sendo homenageado agora. Ele que dedicou sua vida para colocar a dança em evidência. Graças aos frutos que ele plantou no passado agora estão conseguindo poder fazer este festival que engloba muitas formas de dança”, disse Ana Botafogo. Ana Mendes se lembra do incentivo do professor, quando estava prestes a aprender a dançar de sapatilha de ponta. “Ele dizia: tente, vai conseguir. Não desista. Você é uma excelente profissional".

O Portal Amazônia fez os seguintes comentários sobre a atuação do professor Rezende: A história do professor José Rezende se confunde com a história da dança no Estado Amazonas, de onde ele saiu muito jovem para realizar o sonho de se tornar um grande bailarino e para onde voltou com um sonho ainda maior: colocar o seu talento e o conhecimento, adquirido nos melhores de centro de formação do mundo, a serviço de sua própria terra, onde trabalhou durante 30 anos com crianças e jovens para formar as gerações de dançarinos que o sucederam. “Com seu estilo ousado, irreverente e incisivo, José Rezende tornou- se um verdadeiro Mestre e jamais será esquecido. Sua paixão e devoção à dança são incomparáveis”, afirma a pianista Jerusa Mustafa, que sempre o acompanhou.

O Rezende chegou aos 84 anos de idade, está com a sua saúde um pouco debilitada, ele tem duas pontes de Safena e é asmático, mas, nada tira a sua alegria de viver, bem que a Secretaria de Cultura do Amazonas poderia reativar a Escola do Rezende, seria uma bela homenagem a esta pessoa que tanto trabalhou pela cultura da nossa terra. É isso ai.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

CONVITE PARA O CAFÉ COM OS ESCRITORES

O Vanilla Caffé, empresa de gastronomia de Manaus, teve uma grande sacada, ao lançar em janeiro de 2010, o projeto “Café com o Escritor”, uma forma de aproximar um poeta ou autor de relevância, com os frequentadores do estabelecimento, foi uma parceria com a Editora Valer.

Segundo os proprietários da franquia “a importância deste projeto é estreitar a relação entre autor e o leitor, além de facilitar o acesso à produção cultural da nossa região, as cafeterias aqui em Manaus são recentes e atividades assim não são muito comuns".

No próximo dia 28 (sexta-feira), os poetas Celestino Neto e Marcileudo Barros, estarão lançando 18 postais poéticos, ilustrados por Marcel dos Anjos, vão estar a venda pelo preço módico de R 2,00. Podem conferir na Rua Acre, 04 – Quadra 34 – Alpha Center, loja 14, bairro Vieiralves, próximo ao Açai & Cia, a partir das dezoito horas. Os proprietários do estabelecimento convidam outros poetas que desejarem apresentar seus trabalhos, todos serão bem-vindos.

O Celestino Neto é poeta e livreiro, possui uma banca de revistas, na Praça Heliodoro Balbi, chamada “O Alienista”, aos domingos, arma o seu "sebo" na Feira da Eduardo Ribeiro, tem como mote “Ler é uma Loucura!”, enquanto, o Marcileudo Barros, também é poeta, livreiro e escritor, escreveu "O Boteco" e a trilogia "Meninas, Meninos e Esquinas", ele é considerado o maior produtor de Haikai Pornô de Manaus (o haikai é uma forma poética de origem japonesa, que valoriza a concisão e a objetividade).

Um pequeno aperitivo:

Convite (Celestino Neto)

Vamos incensar a alma
abrir as janelas dos olhos
deixar o sol entrar
botar o bloco na rua
tomar banho de chuva
com a vida deitar e rolar
usar todos os sentidos
só não faz sentido
ver a vida passar

Tênue
(Marcileudo Barros)

O amor tem várias formas
de engate
Às vezes um olhar, um gesto,
um toque indevido,
parte

Vamos lá rapaziada! É isso ai.











quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

LENDO O JORNAL NA PRAÇA DA SAUDADE

Tem aqueles dias em você acordou bem, pois dormiu que nem um anjo, não teve pesadelos, pulou da cama no alvorecer, pois é, mano velho, hoje foi assim para mim, cinco da manhã já estava acordado, olhando pela janela do meu barraco, fazia muito tempo em que eu não via o romper do dia. O que fazer até às oito da manhã, quando começo a suor o rosto, para ganhar o pão nosso de cada dia? A resposta foi rápida: Ler um jornal na Praça da Saudade. Antes, fiz alguns exercícios físicos, sai às seis horas, fiz uma caminhada, parei num Café Regional, tomei um Café com Leite, acompanhado de uma Tapioca com Tucumã e um Suco de Taperebá. Comprei um jornal, pequeno no tamanho (54 cm x 38 cm aberto), com o valor irrisório de R$ 0,50, mas, grande em informações e críticas ao governo (sempre foi da oposição), estou falando do Diário do Amazonas; após o meu café caboclo, fui até a praça, escolhi um banco de ferro e madeira, típico das antigas praças de Manaus. Passei a olhar a movimentação, muita gente caminhando pela praça, pois ela está convidativa, voltou ao esplendor que fora antigamente, bem cuidada, muitas flores, policiada, tendo ao fundo o majestoso prédio do Atlético Rio Negro Clube, por sinal, está todo pintado, uma maravilha. Ao ler o referido jornal, chamou a atenção as seguintes notícias: 1. MPE diz que governo de Braga pagou “fantasmas” em Brasília - juro que não me causa espécie, já estou acostumado em ler todo dia uma noticia negativa com relação a administração do ex-governador e atual Senador Eduardo Braga;2. Omar e ministro discutem projetos para a UEA e o CBA – A intenção é das melhores possíveis, com a criação da “Cidade Universitária”, da UEA e da reestruturação do Centro de Biotecnologia da Amazônia, porém, esqueceram-se do professor e do pesquisador – até quando eles serão desrespeitados? O salário é o mais fraco de centenas de categorias profissionais! As pessoas que são responsáveis pela transmissão de conhecimentos para as novas gerações de brasileiros, deveriam ganhar mais do que os políticos;3. Laghi/Concremat fará projeto do Porto da Manaus Moderna – Não gostei desse nome, rima com Lajes (vixi!), de qualquer forma, serão cinco milhões que eles irão ganhar, para a elaboração do projeto, referente a uma obra orçada em cem milhões de reais. Estas obras faraônicas mete muito medo nos pobres mortais, veja a Ponte Manaus Iranduba, foi orçada em 500 milhões e já está em um bilhão de reais e, até agora, nada! A ponte encruou.4. Tecnologia prevalece durante a infância – Segundo o jornal, as crianças aprendem a mexer no computador muito antes de saberem amarrar o cadarço, nadar, preparar o café ou andar de bicicleta. Sem mais comentários.5. Deputados aguardam propostas para salário – Estão discutindo se vai ser R$ 540,00 ou R$ 545,00, enquanto isso, eles aumentaram os seus salários em 62%. O governo alega que não poderá pagar o SM proposto pelas centrais sindicais, em R$ 580,00, pois não teria caixa para pagar. Ora, quem quebrou a previdência social foi o próprio governo e não o trabalhador que passou a vida inteira pagando a sua contribuição. Sabemos que o governo usa e abusa de todos os fundos dos trabalhadores.6. Brasileiro gastou US$ 10 bi no exterior – Os turistas brasileiros deixaram no exterior essa dinheirada toda, isto revela a concentração de renda no Brasil, poucos, com muito e, muitos, com pouco – a grande maioria não tem dinheiro nem para pegar um ônibus interestadual. Chega de ler jornal na praça, estava na hora de pegar o buzão e enfrentar oito horas, com a cara em frente a um computador, eu fui uns dos primeiro a chegar ao batente, não cheguei nem a sentar e fui logo sendo chamado para uma reunião de “chamada  a atenção”, que pena, noite bem dormida, caminhada, café da manhã, leitura de jornal na Praça da Saudade, foi tudo para o beleléu. Eu, hein!

Foto colagem: J Martins Rocha

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O CHAFARIZ DA PRAÇA DA MATRIZ E O SEU ENTORNO


Quem, por um acaso, se aventurar em passar pelo final da Avenida Eduardo Ribeiro, em direção ao Rodoway, terá a opção de entrar a direita, pelo cercado de proteção de parte do Largo da Igreja da Nossa Senhora da Conceição (infelizmente, o poder público teve de gradear, para proteção daquele logradouro da ação dos vândalos), terá a grata surpresa de avistar um dos mais belos monumentos deixados pelos nossos antepassados, trata-se do “Chafariz da Praça da Matriz”.

Na minha adolescência, tive o privilegio de usufruir de todo aquele conjunto, incluindo além do Chafariz e a Igreja, o Relógio Municipal, os Correios, a Praça, o Aviaquário, o Rodoway, vários prédios comerciais, com maior destaque para o do J. G. Araújo, Booth Line, Banco do Brasil, Café dos Terríveis, Pavilhão Universal, dentre outros. Muitos sucumbiram em decorrência da insensatez dos homens, outros tantos, continuam em ruínas, poucos, muitos poucos, continuam imponentes, em particular, o nosso querido Chafariz da Matriz.

A palavra chafariz vem do árabe, para o dicionário do Aurélio significa “uma construção de alvenaria, com uma ou várias bicas, por onde jorra água que serve para uso da população, como bebedouro de animais ou, o que é mais comum, como simples ornamento; fonte”. O nosso chafariz, não sei se posso assim chamá-lo, pois não jorra mais água, apesar de ter passado por uma reforma caríssima, com dinheiro federal, veio se arrastando desde a administração do Serafim e concluído pelo Amazonino Mendes, consumiu muita grana, porém, esqueceu-se de colocar água para jorrar nas bicas.

Em Manaus, os chafarizes que fazem o maior sucesso é o da Praça Heliodoro Balbi, o do retorno da Ponta Negra (em frente ao Tropical Hotel) e do Parque Jefferson Perés, os demais estão desativados (sinto pena, muita pena!), veja o da Bola do Eldorado, da rotatória da Estrada da Ponta Negra (em frente ao Carrefour), da Praça Dom Pedro II, do Parque dos Bilhares, Lagoa do Japiim e dos barcos do Monumento da Praça de São Sebastião, estão tristes, sem água, apesar de passar no nosso quintal o maior rio de água doce do mundo.

Estamos em plena temporada de férias, com transatlânticos ancorados no Rodoway, agora, imagine a cara o turista quando se depara com a “desgraça” que está todo aquele lugar em frente ao porto (com exceção da Igreja, do Chafariz e do Relógio Municipal), o lugar está abandonado pelas autoridades, o trânsito é caótico, quem manda no lugar são os camelões, os bandidos, a prostituição, os usuários de drogas, os vendedores de bebidas, de churrascos de gato, de peixes, frutas e verduras – o lixo está em todo lugar, o terminal de ônibus está podre, o Rodoway está nas mãos de um bando de destruidores de prédios históricos, por ai vai.

A primeira impressão é a que fica, se a porta (da via fluvial) de entrada de Manaus está um lixo, imagina-se que toda a cidade de Manaus é um lixo, o que não é verdade, a nossa cidade é muito bonita, apesar dos pesares. Por outro lado, quem chega pelo Aeroporto Eduardo Gomes, pega a Estrada do Turismo, passa pela Ponta Negra e chega ao Tropical Hotel, o turista terá uma imagem de que Manaus é um paraíso, pois aquela parte da cidade é pura natureza, limpa, bonita, valorizada, esta impressão ficará para sempre.

Voltando ao nosso glorioso Chafariz da Matriz, quem conhece muito bem os detalhes dele é uma francesa, radicada muito tempo em Manaus, a Thérése Aubreton, diga lá professora: “Foi executado em ferro fundido pela firma Sun Foundry, de Glasgow, conforme atestam as inscrições em várias de suas peças. O chafariz compõe-se de grande bacia hexagonal, originalmente adornada por seis esculturas (três meninos sentados segurando espadas e três meninos em pé carregando cântaros), distribuídos em cada vértice. Lamentavelmente, quatro das seis esculturas perderam-se durante as várias reformas realizadas, ao longo dos anos. À frente de cada uma das que restam vê-se a escultura de um cisne e a identificação do fabricante. No piso da bacia hexagonal notam-se fontes ladeadas por esculturas de meninos. Bem ao meio da bacia eleva-se uma base quadrangular, que assenta o corpo principal do chafariz. Notam-se esculturas de ferro de meninos carregando bacias, dispostas em cada ângulo. Embaixo de cada menino existem delicadas esculturas de cobras surgindo da vegetação entre duas colunas. Vê-se esculpidas interessantes representações de Netuno simetricamente dispostas por dente bucólica folhagem. O monumento tem por base um grupo de doze anjinhos dançando e, coroando a beleza do conjunto, uma bela estátua de Vênus, em trajes antigos, equilibrando um vaso à cabeça, acompanhada por quatros tocadores de trombetas. A base superior da bacia mostra alto relevo com cobras no meio de luxuriante vegetação”.

Viaje no tempo, olhe as fotografias antigas (disponibilizadas em nosso blog), todo o conjunto é belo, depois, passe por lá e veja “in loco” o que fizeram com o nosso patrimônio cultural – talvez, alguns falarão que não se pode comparar o passado com o presente, pode, sim, veja os monumentos europeus, conservadíssimos, apesar de todo o progresso que eles alcançaram -, tudo é questão de educação, respeito e amor pela sua cidade e sua gente. O Largo da Igreja da Nossa Senhora da Conceição merece voltar a brilhar e, o nosso Chafariz da Matriz voltar a jorrar água. Será pedir muito? É isso ai.

domingo, 23 de janeiro de 2011

BAR DO ARMANDO


O Bar do Armando, fica localizado na Rua Dez de Julho, perto da Igreja de São Sebastião, do Teatro Amazonas, do Palácio de Justiça e da Santa Casa de Misericórdia, perto de tudo. 

Certa vez, um poeta maluco, frequentador assíduo do Bar, escreveu “Do meu Bar vejo o Mundo”, outro doido, sentado numa mesa do Bar, falou o seguinte: - No interior, a lua cheia nasce atrás do bananal, aqui, na cidade, ela nasce atrás do Taj Mahal! Referindo-se a um imponente hotel que fica na Avenida Getúlio Vargas e dando os fundos para o Largo de São Sebastião. 

Na minha juventude, passava por lá para comprar algum gênero alimentício, pois ali já fora um comércio de secos e molhados.

O dono do estabelecimento é o casal português Armando Soares e Dona Lourdes Soeiro, sendo o primeiro, somente sorrisos e brincadeiras, enquanto a segunda, é pura explosão, nitroglicerina das boas, ela dá patada até na sua própria sombra, apesar de tudo, consegui adquirir a sua amizade, inclusive, quando vou por lá, peço a sua benção e a chamo de “mamãe” (na brincadeira, é claro!).

Os amigos dizem, que eu ficarei como “merdeiro” do casal, ou seja, irei ficar com uma privada do WC do Bar. 

Existem milhares de piadas relacionados ao Bar e ao casal, servindo de referencia para a elaboração, futuramente, do livro de anedotas “Piadas & Causos do Bar do Armando”

O Armando é um gozador nato, ele gosta de fazer as famosas pegadinhas.

Contam os mais antigos que, no tempo em que ele vendia secos e molhados, chegou por lá um caboquinho (trabalhava numa casa de família, nos arredores do Largo de São Sebastião), fez o seguinte pedido:

 - Sêo Armando, eu quero um quilo de milho. 

Ele respondeu: - Atendo somente se trazeres o Galo, ó pá! 

O caboquinho foi à casa do patrão e trouxe embaixo do braço o galináceo.

 – Tá qui o Galo! Ele atendeu, morrendo de rir da inocência do moleque. 

Dias depois, o garoto voltou a fazer outro pedido:

 - Sêo Armando, eu quero um quilo de alpista.

 Ele, na maior sacanagem: - Atendo somente se trazeres o passarinho! 

Lá foi o menino para a casa do patrão, voltou com uma gaiola contendo um Canarinho.

 - Tá qui o passarinho! O portuga atendeu, dando a maior gaitada. 

O moleque ficou puto da vida, falou para o patrão que estava cansado de ser sacaneado pelo Armando, prepararam, então, a volta do anzol. 

O caboquinho voltou ao Bar e chamou o Armando:

 - Sêo Armando, dá para o senhor colocar a mão dento desta lata? 

O portuga imediatamente atendeu ao pedido do menino, no entanto, tomou o maior susto e mandou ver:

 - Porra, caralho, isto aqui é merda! 

Ai o moleque deu o troco:

 - O senhor sempre pede para justificar o meu pedido, coloquei merda na lata, pois estou querendo comprar um rolo de papel higiênico! 

Depois dessa, o gajo parou de tirar saro com o moleque. 

Na época da “dita dura”, a nata da intelectualidade se reunia no Bar do Armando, fundaram a famosa Banda Independente da Confraria do Armando, a BICA, para os íntimos! 

Falam os historiadores que os desfiles de carnaval, foi moldado pelo militares, como um puro desfile militar, realmente, parece muito, com alas sincronizadas, marchando com carros alegóricos. 

O pessoal da esquerda arranjou logo um jeito de driblar os “milicas”, sendo os precursores a Banda de Ipanema, no Rio de Janeiro, com muitas marchinhas, uso de metais, samba no pé, com descontração total e muita irreverência, tudo para sacanear com o pessoal “linha dura” dos quartéis.

Logo serviu de inspiração para os “Biqueiros” de plantão de Manaus, foi sucesso total, os responsáveis foram: Armando Soares, Celito, Mona, Aldísio Filgueiras, Mário Adolfo, Afonso Toscano, Simão Pessoa, dentre outros.

Atualmente, a Banda faz parte do calendário turístico de Manaus, está sob o comando do Jomar Fernandes, Marcos Gomes, Francisco Cruz, Deocleciano Bentes, Manoel Batera e Anchieta Lins. 

A Banda é caracterizada pelos bonecos gigantes, feitos pelo Paulo Mamulengo, pelas velhas marchinhas de carnaval e, muita irreverência. 

Toda essa turma não frequenta mais o Bar do Armando, vão por lá de uma forma bastante esporádica, mas nunca deixaram de colaborar e organizar os “esquentas” do carnaval, a Banda, a Festa do Talco e do projeto musical “Armando Felicidade”. 

A Banda da Bica foi tema para a elaboração do livro “Amor de Bica”, sob o comando do jornalista Orlando Farias, com a colaboração do Mario Adolfo, Simão Pessoa e Marco Gomes, ainda existe alguns exemplares a venda no Bar.  

Os empregados do Bar parecem que foram escolhidos a dedo, para não dizer o contrário, somente para ter uma ideia, o Armando tinha um garçom chamado Charles, o cara era rápido no atendimento, atendia na maior presteza, chamava todos os clientes de “cinco estrelas”, aproveitava a amizade com os clientes e vendia bastante CD’s, começou logo a ganhar grana com a venda e com as fartas gorjetas. 

Certo dia, o Armando deu férias coletivas para a negada, pois iria passar dois meses em Portugal, o Charles aproveitou para vender cervejas ao lado do Bar, depois, foi chamado para ser o garoto propaganda do governador Gilberto Mestrinho, amealhou uma boa grana, conseguindo abrir o seu próprio bar, na Avenida Getúlio Vargas, passou rapidinho de garçom para patrão, quando o Armando retornou, ele já estava com o seu bar aberto, denominado de “Cinco Estrelas”. 

Outro que fez história foi o garçom “Montanha”, pelo apelido, pode-se pensar que era um cara de estatura avantajada, muito pelo contrário, o cara era baixinho, porém, o que tinha de pequeno, tinha de sobra a “gororância”, uma mistura fatal de “goró” com ignorância, o cara quando começava a beber “no serra” (as cervejas dos outros), ficava mais grosso do que papel de embrulhar pregos -, pense numa “fuleiragem”! 

Os fregueses só faltavam estourar as cordas vogais, gritando para o “Montanha” servir uma cerveja, ele não estava nem ai, quando atendia, usava desses termos:

 - O que é caralho! O que tu quer? Vai beber o quê? 

Certa vez, teve um atrito com o dono Bar, foi despedido, fez um acordo e foi trabalhar nos botecos do baixo meretrício de Manaus; uma vez e outro aparece no Bar do Amando, sempre bêbado, fica o tempo todo enchendo o saco de todo mundo – ele é nosso amigo, gostamos muito dele, gente fina, da melhor qualidade, mas, se puder, evite-o! 

Tudo passa, tudo muda! O Bar do Armando, mudou, também! 

A velha guarda não frequenta mais o pedaço -, alguns remanescentes da época de ouro da BICA, ainda passam uma vez e outra por lá. 

O Armando e a Dona Lourdes, estão doentes, a Ana Cláudia, a filha mais velha está tomando conta do estabelecimento, porém, possui o mesmo gênio da sua genitora, criou algumas inimizades, porém, está mudando para melhor, espero que ele não jogue fora os milhares de discos de vinis e o velho e cansado Toca Disco

Ela conta com a ajuda do Francisco, um português da melhor qualidade, além de três garçons malucos, um é doido de pai e mãe, o outro é evangélico da Universal, no entanto, gosta de cantar música brega, fumar e beber cerveja, o terceiro é gaúcho dos pampas, nasceu numa cidade chamada de “Pau Fincado”, ele costuma falar que na sua cidade, era um respeitado garçom, vendia muito a cerveja Caracu, os clientes pagavam somente cinquenta centavos pela Cara, o resto ele dava de graça!

 É mole! Por incrível que pareça, o imóvel onde está o Bar, pertence aos padres capuchinhos da Igreja de São Sebastião, está alugado faz mais de quarenta anos, foi um casamento perfeito entre o profano com o santo, o cara vai à missa e depois para no Bar para tomar uma cerveja e comer um sanduiche de leitão, quem sempre fazia essa via crucis era a Rainha da Bica, uma octagenário conhecida como Petrolina. 

O Bar do Armando é seguidamente, premiado, pela Revista Veja, como o melhor boteco de Manaus. 

O quadro acima, ficou durantes vários anos jogado nas prateleiras empoeiradas do Bar, não sei que fim levou nem quem é o seu autor. 

O que escrevi é apenas um aperitivo, tem muita coisa para contar. 

Acredito que o Armando não voltará mais para o seu Bar, pois, o calor do forno para assar o pernil, combinado com o abrir e fechar dos freezers, já lhe deu várias pneumonias, sem chance de se dar ao luxo de pegar mais uma, pela sua idade avançada, será fatal! 

Não sei o que ele irá fazer, pois o seu Bar é a sua vida. É isso ai.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

COISAS DA NOSSA POLÍTICA BARÉ


O Amazonino Mendes (PTB), prefeito de Manaus, já está em plena campanha para a sua reeleição. No final do ano passado, ele sofreu alguns reveses em sua popularidade, chegando até a ser vaiado na Zona Leste, exatamente na despedida do presidente Lula, em Manaus. Imediatamente partiu para o contra-ataque, declarou para todos que ele é um “macaco velho”, um homem experiente em conquistar a simpatia do povão (daqueles que, na hora H, decidem quem irá nos representar). Vasculhou o seu closet da mansão do Tarumã, tirou o Tênis estradeiro, o chapéu Panamá, a calça de moletom e a camisa polo, para fazer caminhadas diárias na periferia de Manaus, suando mais do que tampa de chaleira, comendo o pão que o diabo amassou, sendo “obrigado” a digerir cafezinho com bolacha dura, almoçar pirão com Jaraqui e tomar água de pote, tudo em nome da sua reeleição de 2012. Chegou até a abrir o seu gabinete para os pobres fazerem os seus pedidos diretamente ao chefe-mor, determinando aos secretários fazem o mesmo. Pois é, mano velho, a história se repete, quem conhece muito bem isso é o jornalista Orlando Farias, escreveu até um livro intitulado “A Dança dos Botos”. São as famosas pernadas: o Gilberto cortou o papagaio (na mão) do Plínio Coelho, o Amazonino deu a rasteira no Gilberto, o Eduardo Braga (PMDB) cortou uma perna do Amazonino (a outra está em jogo), falta somente o Omar Aziz cortar a curica do Dudu. A briga pela Prefeitura de Manaus em 2012 será de cachorro grande, ou melhor, de dois cachorros doidos, babando até morrer, pela permanência no poder. O circo já está armado, estão em luta dois gladiadores da melhor qualidade, o Senador Eduardo Braga versus o Prefeito Amazonino Mendes, tudo em nome da Copa do Mundo de 2014, pois está em jogo muitas verbas federais para Manaus, além da vitrine em que todos aparecerão para o resto do Brasil e do mundo. O Amazonino pode ser doido, mas não é leso! Começou, oficiosamente, o corpo-a-corpo, saindo na frente da peleja. O Dudu, talvez, esteja dando a corda, deixando o velho cansar e começar a babar e a ofegar, quando, então, ele entrará em campo com a sua tropa de elite e de choque, além do apoio do cofre do Omar (caso este não der aquela pernada histórica). Ele já deu um aviso aos navegantes, fez uma intervenção na Câmara Municipal de Manaus, colocou todo mundo contra o Amazonino, inclusive, contou com o importantíssimo voto do japonês vira-casaca, o maior traíra do ano, o detentor do voto de Minerva, o Massami Miki (PSL), o dito cujo que ficou até de madrugada pedindo votos para o candidato do Amazonino e, na manhã seguinte mudou de posição, declarou que era a favor do candidato do Eduardo Braga. Vou ficar na arquibancada, observando o embate, quem for podre que se quebre, na realidade, quem vai se ferrar mesmo (além do povo) será a boi, pois eles vão brigar (para inglês ver) e, depois vão fazer as pazes, vão se abraçar, o coitado do boi vai para o abate e virará churrasco na Mansão do Tarumã ou no Palacinho da Ponta Negra! É isso.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

FESTEJOS DE SÃO SEBASTIÃO


Sou católico, frequentador, não assíduo, da Igreja de São Sebastião, centro de Manaus, muito diferente da minha mocidade, onde tinha uma relação muito grande com a minha igreja, pois fazia parte da Juventude Franciscana.

Por estarmos na semana em homenagem ao santo guerreiro, participei, ontem, da quermesse no Largo de São Sebastião, coisa que faço desde a minha tenra idade. Em vez de ficar em paz espiritualmente, fiquei novamente revoltado com a atitude do Sr. Robério Braga, Secretário de Cultura do Amazonas, pela proibição da realização dos festejos na Praça de São Sebastião.

No ano passado, fiz uma postagem sobre o assunto, escrevi o seguinte:

“Frei Fulgêncio Monacelli, pároco da Igreja de São Sebastião, fez duras criticas a Secretaria de Cultura do Estado do Amazonas, em decorrência de não ter autorizado a realização do arraial no Largo.

Segundo o frei, as festividades em homenagens ao santo guerreiro, possuem uma tradição secular, sempre foram realizadas na Praça de São Sebastião. Com a revitalização do Largo, o governo do Estado autoriza somente a festa de carnaval da Bica, ficando de fora os festejos religiosos, com a estúpida alegação de que o piso do Largo não suportará as barracas de vendas de guloseimas.

A Praça é do Povo! Não é e jamais será do governo! As manifestações do povo, tanto as religiosas como as carnavalescas, podem e devem utilizar as praças, pertencem ao povo e não ao bel-prazer do governo.

A programação anual de eventos da SEC inclui inúmeros festivais, com a montagem de enormes palcos e toneladas de equipamentos e, nunca prejudicou o piso da Praça. O arraial de São Sebastião está fora! Segundo os “técnicos” da secretaria, não pode ser realizado na praça, pois o “peso” das barracas poderá afundar o piso do Largo! Que absurdo! Com a palavra o Dr. Robério Braga; não é por menos que o povo apelidou o Largo de “Roberlândia”.

Sou totalmente favorável à revitalização do centro antigo de Manaus; os espaços públicos devem voltar a ser frequentados pelos amazonenses, não tem lógica o governo investir recursos públicos no Largo de São Sebastião, depois proibir o acesso do povo nos festejos religiosos, o frei Fulgêncio está com toda razão em fazer as suas criticas ao governo. Estou com o religioso, irei participar das quermesses até o dia 20 do corrente, bem como, pretendo participar do carnaval da Bica, na Praça de São Sebastião. A praça é nossa e não dos “técnicos” da SEC!”.

O Dr. Robério Braga ficará ainda mais oito anos no poder, serão mais anos e anos sem os festejos na Praça de São Sebastião -, poderemos reverter este quadro -, basta querermos, pois quando o povo vai às ruas, faz barulho, faz “apitaços” ou coisas do gênero, chega os reclamos até os ouvidos dos governantes, rapidinho eles mudam de opinião. Enquanto isso não muda, toda a comunidade de São Sebastião fica espremida pelas calçadas, dentro de um cercadinho, correndo risco de vida, pois o fluxo de veículos no local é muito grande.

Deixando um pouco de lado essas injustiças, hoje é dia de comemorarmos o dia de São Sebastião, um soldado alistado no exército romano, por volta de 283 d.C., era querido pelo Imperador Diocleciano, fazia parte da sua guarda pessoal. Com a conduta branda para com os cristãos, foi julgado sumariamente como traidor, foi executado por meio de flechas e atirado no rio, na havia morrido, foi socorrido por Santa Irene, apresentou-se novamente ao Imperador, ordenou que fosse espancado até a morte, o seu corpo foi jogado num esgoto de Roma, a Santa Luciana resgatou o corpo, limpou-o e o sepultou nas catacumbas.

Viva São Sebastião! Viva!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O ESTADO DO AMAZONAS É CONTRA O TOMBAMENTO DO ENCONTRO DAS ÁGUAS

O Governo do Estado do Amazonas através da Procuradoria Geral do Estado (PGE), segundo o jornal Diário do Amazonas, pediu à Justiça Federal a anulação do processo administrativo do Instituto Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que tombou o Encontro das Águas do Rio Negro e Solimões, ocorrido em outubro de 2010.

Como sabemos, a principal atribuição da PGE é de exercer, privativamente, ativa e passivamente, a representação judicial e extrajudicial do Estado nos assuntos jurídicos, estando vinculada exclusivamente e diretamente ao Chefe do Poder Executivo, portanto, o pedido de anulação do tombamento do Encontro das Águas é de interesse do governador Omar Aziz.

O governador do Estado do Amazonas foi reeleito para gerir os nossos destinos, cuidar dos nossos interesses maiores, portanto, está contrariando, em parte, esta missão, pois o Tombamento do Encontro das Águas foi em decorrência de uma luta árdua de grande parte da sociedade amazonense, foram meses e meses de luta, reuniões, passeatas, estudos técnicos, encontro com os comunitários, políticos, membros da sociedade civil organizada, estudantes, artistas, etc., tudo partiu dos anseios da sociedade, foi uma vitória do povo, sendo assim, o governador, através da sua procuradoria, deveria estar ao lado do povo e não contra.

Para quem não sabe, a luta começou quando se iniciou os estudos para construir um Porto bem em frente ao Encontro das Águas, todas as pessoas de bem foram contra esse projeto nojento, pois iria acabar com o excepcional fenômeno natural, um patrimônio dos amazonenses, dos brasileiros e do mundo!

O procurador-geral do Amazonas, senhor Frânio Lima, teve a cara-de-pau de declarar para a imprensa que, o Estado não é contra o tombamento, simplesmente, pediu a anulação em decorrência do processo não ter obedecido a todos os trâmites constitucionais. O tombamento foi feito, o povo está feliz, porém, o governo é contra o povo. Fica a pergunta que não quer calar: A quem, realmente, o governo do Estado do Amazonas quer agradar? Ao povo não é!

Sabemos que este odioso projeto de construção do Porto no Encontro das Águas, sempre teve o apoio irrestrito do ex-governador Eduardo Braga (PMDB), da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), dos empresários do Distrito Industrial e de alguns políticos aproveitadores. Sem contar, o interesse econômico do Grupo Simões (Juma Participações), engarrafadores da Coca-Cola Manaus, além da Vale do Rio Doce e da Log-In Logística Intermodal.

Na realidade, todos esses envolvidos em acabar com o Encontro das Águas, estão pensando em lucros, grana, muita grana, não estão nem ai para o meio ambiente, para tanto, eles pensam em construir o Porto das Lajes, com mais de 100 mil metros quadrados de área, com capacidade para mais de 250 contêineres, dando apoio operacional, futuramente, para os plantadores de soja (destruidores do meio ambiente). Dizem, não posso afirmar, mas comenta-se que o empreendimento irá servir de trampolim para os mafiosos italianos, os exportadores de lixo para os países em desenvolvimento.

Este desabafo em nosso blog, não tem nenhum interesse contra o desenvolvimento do nosso Estado, muito pelo contrário, serve de alerta contra os futuros prejuízos que, serão pagos pelas próximas gerações, decorrente da destruição maldosa do meio ambiente.

Ainda poderemos reverter à situação, por isso, iremos à luta para preservar o Encontro das Águas e a nossa Amazônia! É isso ai.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

ROCHINHA, UM GENIAL LUTHIER

* Evaldo Ferreira


O menino José nasceu num dia triste para os católicos, uma Sexta-Feira da Paixão, em 23 de Março de 1923, por isso sua avó, uma católica fervorosa, tratou logo de alterar-lhe o nome e ele passou a ser José da Paixão. O Martins veio como sobrenome da família. “Rochinha” foi-lhe adicionado depois, em cartório.

Até o nome da cidade, no sertão cearense, aonde o pequeno veio ao mundo, também não era dos melhores: Uruburetama, ou terra dos urubus. Alheio a todas essas condições adversas, José nasceu marcado para alegrar. Ainda no Nordeste, o menino passou a ser conhecido como Rochinha, um apelido dado pela molecada, pois diziam que ele era a cara do padre Rocha, um homem negro, baixinho, cabelo pixaim e barrigudo, pároco de Uruburetama.

Quando Rochinha nasceu, seu pai estava longe, como um dos milhares de nordestinos seringueiros espalhados pela Amazônia, no caso, no Alto Juruá. No ano em que o garoto completou 12 anos de idade, veio para Manaus, junto com a mãe e um irmão, ã procura do pai.

Um dia, já adolescente, trabalhando numa fábrica de beneficiamento de castanhas, Rochinha foi abordado por fiscais da Delegacia do Trabalho que o encontraram sem documento nenhum. Com a ajuda de um vizinho, que era advogado, ele foi tirar todos os documentos. Na hora da certidão de nascimento, resolveu incorporar o nome Rocha e excluir o Paixão. O apelido, que o marcara desde garoto, agora estava oficializado como nome. Era questão de tempo, para também marcar entre os músicos da cidade.

Madeiras regionais

Em 1940, Rochinha foi trabalhar como “boy” na fábrica de instrumentos “Bandolim Manauense” pertencente a um português de sobrenome Nascimento. A fábrica ficava nos porões de um prédio, na Rua dos Barés, onde atualmente funciona a Casa Alba. Na “Bandolim Manauense” o jovem se dedicou com tanto empenho que nem demorou para aprender a arte da luteria, então chamada de artesanato, tanto que, em alguns anos, se tornou capaz de fazer, e consertar, praticamente todos os instrumentos de cordas: violão, cavaquinho, bambolim, citara, violino, guitarra elétrica, contrabaixo, entre outros. Seguro de si, passou a trabalhar por conta própria, primeiro num flutuante, depois, com três contos de réis emprestados, montando a Artesanato Amazonense Rochinha, na Huascar de Figueiredo com a Igarapé de Manaus.

José Martins Rocha, filho de Rochinha, contou que a oficina não tinha nenhuma máquina possante, “somente uma pequena serra elétrica e muitas ferramentas, o resto era criatividade e suor no rosto”. Sobre as madeiras para confeccionar os instrumentos, José Martins, explicou “Ele tinha um compadre que morava no interior, na época da enchente, esse compadre vinha até Manaus num barco e deixava peças de Macacaúba, Cedro e Marupá. O pinho era retirado das caixas de bacalhau, doadas pelo Sr. Armindo, da Casa Renascença, na Avenida Joaquim Nabuco. Um dia, deixaram de embalar os bacalhaus com o pinho e ele teve que substituir essa madeira pelo regional Marupá. Sobre essa madeira, acontecei uma história curiosa”, lembrou.

Pesquisadores do Inpa, visitaram a oficina do Rochinha e perguntaram como é que ele com seguia beneficiar o Marupá. O Luthier explicou que o seu compadre só cortava a madeira em noite de lua cheia. Os pesquisadores disseram que aquilo não tinha fundamento científico. Foram embora e passaram um bom tempo pesquisando. Quando voltaram à oficina de Rochinha, explicaram que realmente a lua cheia tinha influência no corte do Marupá. “Esta madeira é muito sensível, ela funga rapidamente e fica podre. Acredito que com o corte na lua cheia, a seiva seca rapidamente”, acrescentou José Martins. Já a cola para colar as partes dos instrumentos era feita do bucho do Tambaqui, adquirido no Mercado Adolpho Lisboa. “É excelente para colar madeiras”, acrescentou.

Um nome nacional

Por mais de 60 anos Rochinha confeccionou artesanalmente instrumentos musicais, inclusive para artistas nacionais, com os cantores e compositores Gilberto Gil e Wando. Certa feita, o cantor Silvio Caldas fazia um show no Olímpico Clube, quando a tarraxa do seu violão arrebentou, soltando a corda. Rochinha assistia ao show, tendo ao seu lado um violão, que imediatamente emprestou a Silvio Caldas. “Ele adorou o meu violão e acabou vindo aqui para encomendar um para ele e disse que eu também era um grande artista”, disse Rochinha depois.

A oficina do Luthier viva repleta de cantores, músicos, amantes de uma boa música, compositores, artistas, jornalistas, poetas e até doutores. “Eles se reuniam nos finais de semana na oficina do papai para cantar e tocar os instrumentos do meu velho”, contou José Martins. “Meu pai fazia uma média de dois violões por mês, vendidos a R$ 1.500,00, nos preços de hoje, porém, apesar do esmero com que confeccionava esses instrumentos, ganhava pouco, o suficiente para sustentar a família e muitas vezes teve que fazer serviços de carpintaria para completar a renda do mês”. “Como eu nunca fiz serviço barato e não podia competir com as lojas que tinham condições de vender por crediário, eram muito poucas as encomendas que atendia. Então, o pouco dinheiro que ganhei foi reformando e consertando instrumentos. Poucos tinham dinheiro para comprar violão meu”, falou Rochinha em uma reportagem.

Homenagem ao pai

O grande sonho de Rochinha, no entanto, ele nunca conseguiu realizar: ensinar o ofício a jovens. “Ele costumava dizer para os amigos que os filhos não tinham vocação para a luteria. Na realidade, ele queria que nós fizéssemos uma faculdade, pois sabia que aquela profissão dele não daria futuro para nós, porém, com o seu trabalho de Luthier, meu pai conseguiu formar os seus três filhos. Este sonho ele realizou”, disse José Martins. Rochinha ainda teve a ajuda do então prefeito Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto (1989 a 1993), que concedeu a ele uma aposentadoria de cinco salários mínimos.

“Minha ideia é reunir os meus dois irmãos, levantar recursos junto a Agência de Fomento do Estado do Amazonas; fazer convênios com i Inpa, na área de madeiras; descobrir os fornecedores de madeiras certificadas para, quem sabe, criarmos uma oficina de violões, a Di Rocha, em homenagem ao meu pai”, falou com esperanças José Martins, que aguarda a sete chaves o último exemplar de um violão confeccionado por Rochinha. A luteria de Rochinha ficava no porão de uma bela casa (cedida a ele desde 1961), batizada por ele como “Solar dos Bringel”, localizada na esquina das ruas Huascar de Figueiredo com a Igarapé de Manaus. “Meu pai trabalhou lá por mais de 20 anos. Há algum tempo, os filhos de João Bringel venderam o imóvel para a Uninorte que simplesmente colocou a casa no chão, passou asfalto no local e transformou a área num estacionamento”, lamentou. Em 1985, Rochinha sofre um AVC e praticamente parou de trabalhar. Morreu em 28 de janeiro de 2007, com 83 anos.


* O autor é articulista do Jornal Amazonas em Tempo, o artigo foi publicado no 16 do corrente. O Evaldo é membro da EDUA e  editor da Revista Literária, além de escritor e poeta.

sábado, 15 de janeiro de 2011

PRAÇA DO CONGRESSO DE MANAUS



Esta Praça foi projetada no período áureo da borracha, chamava-se Praça Antônio Bittencourt, em homenagem ao homem que governou o Estado do Amazonas, no período de 1908-1912, depois, passou a chamar-se Praça do Congresso, em decorrência da realização do 1º Congresso Eucarístico da Igreja Católica, realizado no ano de 1942, ocasião em que foi erguido o monumento a Nossa Senhora da Conceição.

Foi a mais famosa e bonita de Manaus, pois foi exatamente naquele local em que o governador Eduardo Ribeiro, iniciou a construção de uma das mais belas edificações de Manaus, a futura sede governo estadual, o sucessor mandou derrubar e projetou um novo prédio, não conseguiu ir em frente, depois, fizerem um mais simples, onde funciona, atualmente,  o Instituto de Educação do Amazonas (IEA). Existia também o Palacete Miranda Corrêa (atual edifício Maximino Corrêa) e o Prédio da Saúde (atual loja dos Correios), além de outro palacete, hoje ainda de pé, onde abriga a Biblioteca Municipal João Bosco Pantoja Evangelista.

No seu entorno fica o Ideal Clube, local onde a nata da sociedade manauense se encontrava para memoráveis bailes, além da Boite Moranquinho, onde somente os bacanas entravam. Existia também um bela casa, pertencia ao empresário Moisés Sabá, foi derrubada e no local foi construido o Hotel Go Inn.

A praça em si não era tão bonita, não chegava aos pés da Praça da Saudade e da Praça Heliodoro Balbi, porém, todos os maravilhosos prédios em seu redor, formando um belo conjunto, dava um charme todo especial à Praça do Congresso, além dela ficar bem na cabeceira da famosa Avenida Eduardo Ribeiro, onde tudo de bom e de melhor acontecia.

Esta Praça faz parte da minha infância, adolescência e adulta. Estudei no Colégio Estadual Divina Providência, atual Faculdade da Uninorte; da janela da sala de aula presenciei a demolição do Palacete do empresário Miranda Corrêa, para construção de um espigão feio; segundo relatos da minha saudosa mãe, o meu bisavô trabalhou como carpinteiro na confecção das portas do Palacete.

Acompanhei também a demolição do Prédio da Saúde, construíram outro de mau gosto, para abrigar uma agência dos Correios. Alguns anos depois, fui estudar no Colégio Benjamim Constant, começaram as paqueras na praça e as rodadas de sorvetes na Lanchonete Pinguim; posteriormente fui estudar no Instituto de Educação do Amazonas, comecei a frequentar o Bar Pinguim, nesta altura do campeonato, já rolavam umas cervejas.

Fiz o terceiro grau na Faculdade de Estudos Sociais, ficava próxima a praça, todo santo dia passava por lá. Tive o privilégio de participar do comício em prol das eleições diretas para Presidente da República, em 1984, este movimento ficou conhecido nacionalmente como “DIRETAS JÁ”, no comando do Deputado Federal Ulysses Guimarães.

Tudo para mim girava no entorno daquela praça: nasci no Hospital da Santa Casa de Misericórdia; estudei em colégios e faculdade próxima da praça; divertia-me no Luso Sporting Club e no Clube Juvenil; bebericava e paquerava na praça; babava das festas promovidas pelos bacanas no Ideal Club; presenciava os desfiles de Carnaval, Sete de Setembro e Peladão; a minha formatura foi no Teatro Amazonas e casei na Igreja de São Sebastião.

A Praça do Congresso encontra-se, atualmente, abandonada,  descacterizada, pichada pelos vândalos, quebrada, as saúvas tomaram conta dos canteiros, serve de dormitórios para mendigos, desocupados e de usuários de drogas. Mesmo com todo esse abandono, por parte da Prefeitura de Manaus, ela ainda é frequentada pelos estudantes secundaristas; nos finais de semana o pessoal do “heavy rock” toma conta do pedaço, além da turma destruidora do Skate e do Grafite; ainda existem barracas de vendas de comidas da culinária baiana e amazonense, além de ser o local preferido para manifestações e discursos de políticos. Aos domingos, um grupo de pessoas do bem, ligados o espiritismo, levam grandes panelas de Sopa de Legumes, distribuem para os moradores de ruas, levam também o conforto espiritual para os mais necessitados.

Não dá para entender o porquê do seu abandono, ela é histórica, está inserida no nosso cotidiano, é lamentável a omissão do atual Prefeito de Manaus. Era a Praça mais bela de Manaus, hoje, está feia, esquecida e abandonada!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

CIDADE FLUTUANTE DE MANAUS

Posted by Picasa

A “Cidade Flutuante” existiu em Manaus entre os anos de 1920 e 1967, teve o seu inicio em decorrência do declínio do fausto da borracha, com a falência dos seringalistas, levou uma multidão de seringueiros a ficarem sem eira nem beira, não tinha onde morar, a solução foi iniciar a construção de suas casas sobre as águas do Rio Negro e pelos igarapés de Manaus.

As casas eram de madeiras, construídas sobre troncos de árvores, tornando-as flutuantes, a cobertura era palha e zincos, formavam um imenso conglomerado de casas, era tão grande que chegou a ser uma “cidade” dentro da cidade de Manaus, chegando na década de 60 com mais de 2.000 casas e aproximadamente 12.000 habitantes.

Segundo relatos, no local existia além de moradias, todo tipo de comercio: estivas, ferragens, restaurantes, gabinetes de dentistas, consultórios médicos, drogarias, oficinas mecânicas de consertos de motores marítimos, venda de borrachas, castanhas, jutas, couros e peles de animais, tinha “de tudo”, qualquer atividade que tinha em terra, também tinha na cidade flutuante!

Dizem que alguns moradores da “cidade” fizeram riqueza no local, citam as famílias “Paraíba”, “Cordeiro”, “Nobre” e “Assayag”

A maior parte se concentrava bem em frente da Igreja dos Remédios, em torno de 850 casas, muitas ficavam até 150 metros da margem do rio.

Posso falar de cadeira, pois nasci e me criei dentro de um flutuante no Igarapé de Manaus. O meu saudoso pai Rochinha, era um artesão, fabricava e consertava instrumentos de cordas, o nosso flutuante era enorme, servia de moradia e oficina, com tempo, o papai instalou luz elétrica e água encanada. Ele comprou um “motor de centro”, adaptado para serrar madeiras, fez a montagem de dois camburões de água, para fazer a refrigeração. Com o desmonte dos flutuantes, ele foi um dos primeiros a sair do local, vendeu o motor e comprou um terreno na Vila Paraíso, onde vivei com a nossa família até a sua morte.

Na década de sessenta, começou a ventilar a requisição de verbas federais para a construção de casas populares, destinadas a famílias residentes em flutuantes. Muitos receberem terrenos no bairro de São Jorge, a nossa família foi contemplada, porem, o meu pai não aceitou, pois achava o lugar “muito longe” e “no meio do mato”.

A Cidade Flutuante desapareceu por completo em 1967, ficou apenas na memória. Ela serviu de inspiração para muitos autores, além de servir de cenário para muitos filmes e documentarios. Para maiores informações, acessar: http://seer.ufrgs.br/aedos/article/view/12507/9171  













quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

VIVA A CERVEJA!





Postagem em Homenagem a Escola de Samba Balaku Blaku que ficou em terceiro lugar no desfile do carnaval de Manaus em 2012, com o enredo “Embriagados de alegria vamos ficar... com a cerveja mais gostosa é só comemorar”,  - a agremiação se apresentou com 2.500 foliões, 21 alas e quatro carros alegóricos.


Pela manhã, não pode faltar o pão francês com café e leite; no almoço, o Jaraqui frito com baião de dois e, no jantar, a pedida é a cerveja com tira-gosto de queijo coalho e churrasquinho de gato. O clima de Manaus é quente e úmido, sendo o responsável pelo maior consumo per capita de cervejas do Brasil.

Mas, afinal, o que a cerveja tem de tão bom, para ser tão apreciada pelos manauenses? Alguns gaiatos dirão: ela é gostosa, leve, alimenta, serve para esquentar no inverno, esfriar no verão, ajuda no bom funcionamento dos rins, fornece ácido fólico, vitaminas, ferro e cálcio, protege o sistema cardiovascular, evita o diabetes Mellitus e a hipertensão, além de induzir as pessoas a consumirem mais verduras, legumes, pescado, cereais e azeite de oliva. É pouco ou quer mais? Eu quero é mais!

Em Manaus não tem vez o vinho, a caipirinha, a cachaça (com exceção dos pés-inchados), o uísque e outras bebidas destiladas ou compostas (cai bem somente em lugares ou momentos especais), a pedida é sempre a fermentada -, a minha, a tua, a nossa, a deusa cerveja de todo dia. A pedida é a seguinte: - Garçom traz uma cerveja bem gelada, de águas profundas, se possível do pré-sal, não importa a marca, basta ser cerveja, coloca numa camisinha, pois a noite está tão quente que urubu está voando com uma asa e se abandando com a outra, aproveita e faz um tira-gosto de pernil com queijo bola e bota para tocar o vinil do Nelson Gonçalves, hoje estou a fim de afagar as mágoas e encher a cara, deixa mais seis em standbay e fala para o patrão anotar tudo na minha conta, amanhã pagarei, sem falta! É mole ou quer mais? Eu quero é mais!

Brincadeiras a parte, não faço apologia ao alcoolismo, considerado um sério problema de saúde pública mundial, porém, beber moderadamente uma cerveja é uma boa, tanto que a Organização Mundial de Saúde estabelece que bebedores leves são aqueles que consomem menos de 21 unidades de álcool por semana, cada unidade equivale à 10g de álcool, por exemplo, 350ml de cerveja (com 4% de álcool) equivale a 1,5 de unidade, ou seja, o camarada poderá beber até uma dúzia de “cevada” por semana que está dentro do aceitável.

Historicamente, a cerveja já era conhecida pelos sumérios, egípcios e mesopotâmios, desde 4.000 antes de Cristo, existia até uma deusa da cerveja, conhecida por “Ninkasim”. Em Manaus, a primeira fábrica foi a “Cervejaria Miranda Corrêa, S.A.”, inaugurada em 1909, num prédio art nouveau, fabricante da famosíssima cerveja XPTO, a única que passou mais de meio século sendo servida nos botecos de Manaus.

Depois, surgiram na nossa terra, a Brahma e a Antarctica, a briga era feia, gastavam milhões em campanhas publicitárias, os consumidores de Manaus tinham somente essas duas opções. Certa vez, chegou por estas bandas uma cerveja chamada “MALTE 90”, era horrível, tanto que foi logo apelidada de “MALTE NOJENTA”, pense numa cerveja escrota!

Em 1999, a Companhia Paulista e a Companhia Cervejaria Brahma anunciaram a criação da Companhia de Bebidas das Américas (AMBEV), colocaram no mesmo saco a Brahma (a numero um), a Skol (a que desce redondo) e a Antarctica (a boa), ficou de fora somente a Kaiser (a do baixinho), esta não entra muito bem, dizem os bebedores que ela dá a famosa “fininha” – não acredito, somente sei, que ela é quem patrocina o “Bar do Boi”, em Manaus e o “Festival de Parintins”, as outras não entram com um centavo para a nossa cultura.

Os apreciadores da cevada, moradores do centro de Manaus, tem a opção de bebericar no Bar do Armando, Bar dos Cornos, Ka-Te-Quero, Caldeira Bar, Cinco Estrelas, Cipriano Bar e Jangadeiro Bar – todos pertencem ou pertenceram a portugueses. Os mais abastados podem tomar umas e outras no Chefão, Fellite, Cachaçaria do Dedé, Chão de Estrelas, Bar da Loura, Bar da Gestina, Porão do Alemão e All Night Pub.

A Cidade de Manaus está próxima a Linha do Equador, ocorrendo calor o ano inteiro; o nosso inverno é caracterizado por intensas chuvas, mas, o calor persite mesmo assim, em decorrência disso, o manauense sofre com "secura" na garganta, a grande maioria gosta de amenizar o calor com um "loura gelada" no gogó; o consumo é bastante alto, a demanda fica lá em cima e as fábricas de cevada da cidade não dão conta do serviço. Cruz-credo!  

Viva a cerveja! Beba com moderação! Se for dirigir, não beba! Se for beber, me chame! É isso ai.