sábado, 28 de maio de 2016

SEGUNDA SEM LEI


O segundo dia da semana é considerado o primeiro no calendário– os pagãos antigos reverenciavam esse dia como dedicada a Lua, por isso que em espanhol é chamada de Lunes - a segunda-feira, dizem alguns que é o pior dia: ressaca, preguiça, malhar, trabalhar, estudar e, por ficar bem longe da sexta! – por outro lado, existe uma galera que adora esse dia, também conhecida como SEGUNDA SEM LEI.

A minha amiga a Socorro Papoula, comentou que no dia seguinte a morte do cantor Cauby Peixoto, participou de uma rodada de cervejas, sob a coordenação do publicitário Luiz Cláudio Glomier, no Bar do Cipriano, na Rua Ferreira Pena, para ouvir as músicas do finado e reunir a galera na conhecida “SEGUNDA SEM LEI”;

Tenho um amigo, o Jokka Loureiro, considerado o Rei do Peixe Frito, do bairro de São Raimundo – segundo ele, todos os dias ele sai à noite para tomar umas e outras e, paquerar a quengas – com exceção das segundas-feiras, quando leva adona encrenca para um programa a dois “Pode chover canivetes, mas, na segunda a patroa não escapa nem com nojo da zagaiada” disse certa  vez – é a “SEGUNDA SEM LEI”;

Muitos jovens motoqueiros arruaceiros gostam de se reunir em praças, avenidas desertas e outros lugares distantes, para fazer pega, beber, fumar dirijo e fugir da batida policial - é a “SEGUNDA SEM LEI”;

Alguns clubes, bares e restaurantes possuem um público cativo nas segundas, onde rola muito rock maneiro, MPB das boas, sem cover artístico nem entrada, com a cerveja mais barata do que os outros dias da semana e petiscos mais encontra – é a famosa “SEGUNDA SEM LEI”;

Nas redes sociais existem grupos de amigo que combinam para jogar futebol, pedalar, correr e praticar outros exercícios físicos, eles se encontram somente na “SEGUNDA SEM LEI”.

Os mais antigos manauaras gostavam de assistir filmes no Cine Guarany e Polytheama, do gênero “Western”, conhecidos como “Bangbang”, onde a violência imperava, com mocinhos e bandidos montados em cavalos mandando tiros para todos os lados – era a imperdível “SEGUNDA SEM LEI”;

Faz algum a tempo a Televisão Band passava alguns filmes desse gênero: Ninho de Cobras, 1970, com Kirk Douglas A Marca da Forca, 1968, com Clint EastwoodO Dólar Furado, 1965, com Giuliano Gemma -Três Homens em Conflito (1966) -Era Uma Vez no Oeste (1968) -O Vingador Silencioso (1968) - erachamado“CINE SEGUNDA SEM LEI”.


Até mais ver na SEGUNDA SEM LEI. É isso ai.

terça-feira, 24 de maio de 2016

O CLUBE ACAPULCO DE MANAUS


               
Os boêmios manauaras mais antigos gostam de lembrar os clubes dançantes e dos lupanares (conhecidos como puteiros) de outrora, onde enchiam a cara, dançavam e passavam a régua nas primas – dentre eles, o Clube Acapulco aparece um pouco mais em suas reminiscência – esse clube fora nos dez primeiros anos um luxuoso cassino, frequentado pela fina e requintada sociedade amazonense.

Ficava na antiga Rua Recife (atual Avenida Mário Ipiranga Monteiro), nas proximidades da atual sede do DETRAN-AM – era o “point” de Manaus -naquela época, era um lugar longínquo, de difícil acesso, pois ficava praticamente dentro da mata.

O proprietário chamava-se Mário Oliveira que, segundo relatos, era uma pessoa benquista pelos seus funcionários, pois distribuía bônus advindos dos lucros das mesas de baralho (Bacará) e da Roleta – o crupiê era o Senhor Petruccio, pai dos irmãos Piolas (jogadores famosos em Manaus).

Naquelas imediações ficavam os balneários da Estrada do V8 (atual Avenida Efigênio Sales) e do Parque Dez de Novembro (bem em frente ao Acapulco), todos banhados pelo Igarapé do Mindú (atualmente, um esgoto a céu aberto).

O ACA como era conhecido pelos seus frequentadores, começou a funcionar em 1958 - teve o nome em homenagem a uma cidade turística mexicana, Acapulco, palco de um belo filme (1963) estrelado pelo cantor norte-americano Elvis Presley.

Era frequentado, inicialmente, pela alta“finesse”, pois o clube era muito chic (de bom gosto e requintado), com restaurante e bar de primeira, salões de dança, orquestra própria, além de apresentação de cantores da terra,  Luiz Carlos Mello (Tical, a Voz de Ouro ABC) e o Luiz da Conceição Souza Pinto (Little Box, o Caixinha) e, de renome nacional, Dalva de Oliveira, Cauby Peixoto, Ângela Maria, Edith Veiga, Agnaldo Rayol, dentre outros.

Ali funcionava, também, um magnifico cassino (atividade mais rendosa para o dono), com um belo salão para os jogos de azar, onde a jogatina corria solta, responsável pela ruína de muita gente, inclusive, dizem que o próprio dono tornou-se um viciado em jogos.

Existia somente uma linha de ônibus nos finais de semana, para as famílias usufruírem do fabuloso balneário do Parque Dez – aqueles que desejassem frequentar, à noite, o Clube Acapulco, o acesso era somente através de automóveis particulares ou com os choferes de praça (táxi).

Certa vez, folheando o jornal “A Crítica”, de Dezembro de 1959, na Biblioteca Pública do Amazonas, encontrei um anúncio do Acapulco Clube:

“Amanheça com sua família o ano novo na mais bonita “boite” do Brasil “ACAPULCO” que lhes proporcionará – ambiente, conforto, diversões, luxo e um perfeito serviço de bar e restaurante. Com a participação de ALCIDES GERARDI – lançando músicas novas do Carnaval de 60. Nos dias 1º. e 2 de Janeiro exibir-se-á a grande orquestra de GUIÃES DE BARROS. DIA 2 SÁBADO – 1º. GRITO DE CARNAVAL – Espetacular – Fabuloso – Estupendo – Sensacional. NOTA: a Direção do NIGHT CLUB ACAPULCO avisa que permitirá durante a temporada carnavalesca traje esporte decente em todas as suas dependências. Para evitar desagradáveis contrariedades não se façam acompanhar de criaturas não recomendáveis”.

Lendo esse anúncio é possível verificar que o clube era familiar, luxuoso, dotado de bar e restaurante finos, orquestra de primeira, onde somente no carnaval, era permitido o traje esporte “decente” em todas as suas dependências e,barrando a entrada de “criaturas não recomendáveis” (leiam-se, prostitutas, lisos e bagunceiros).

Dizem que, o administrador do clube gostava de frequentar as rodadas de jogos de baralhono Ideal Clube (grêmio de elite de Manaus, situada na cabeceira da Avenida Eduardo Ribeiro), um vício que levou muito gente de bem à falência.

No Brasil, os cassinos foram legalizados por Getúlio Vargas, em 1938 – sendo proibido no Governo de Erico Gaspar Dutra, em 1946, permanecendo até hoje a vedação em todo o território nacional, dessa forma, o Acapulco funcionava de forma ilegal.

Na década de setenta, o Acapulco já estava em decadência, não era mais aquele clube luxuoso de dez anos atrás –fechou as portas - dizem os historiadores que o dono perdeu o imóvel numa mesa de jogos.

Depois, foi reaberto apenas como boate, virando um lugar onde as pessoas gostavam de beber, dançar e pegar as primas que invadiram o local, sendo preferido pelos jovens e adolescentes manauaras – não existiam quartinhos para os casais, como era comum nos ditos “puteiros” da cidade – fechou em definitivo em 1976.

Acabou-se o Acapulco Night Clube - ficando apenas na memória dos mais velhos aqueles tempos bons! É isso ai



Fontes:

Jornal A Crítica, edição de dezembro de 1959


sábado, 21 de maio de 2016

LOURIVAL, O PAPAGAIO FALANTE (SATARÊ-MAUÊ)

Lembro-me de várias piadas de papagaio, um tema que era muito popular em décadas passadas – com o passar dos tempos, perdeu a graça – recentemente, ouvi um relato da história do papagaio da cantora Kátia Maria, o Lourival (o nome humano para o Louro), merecedor de ficar registrado para a posterioridade.

Como todos sabem, o papagaio é uma ave que possui uma incrível facilidade de imitar a voz humana – um tremendo tagarela - o louro domesticável que, tempos passados, era criado, normalmente, nos lares dos amazonenses.

O manauara da gema é um gozador nato (descendente de índio e cearense) e, por gostar de falar palavrões, encontrou no papagaio (um repetidor da voz humana) um canal apropriado para dar risadas das obscenidades – inocentemente - pronunciadas pelo “Satarê-Mauê”, o papagaio falante na língua tupi. 
 
Tempos depois, esse hábito de ter os xerimbabos (animal de estimação) foi deixando de lado, em decorrência das legislações mais severas, punindo a criação, em cativeiro, de animais silvestres, consequentemente, caindo em desuso as piadas picantes de papagaio.

Voltando ao papagaio da diva do rádio manauara, a cantora Kátia Maria:

Certa vez, ela foi visitar uma comunidade do interior do município de Maués, no Estado do Amazonas, em companhia de sua filha, a enfermeira Astride Galvão – chegando lá, o que mais chamou a atenção da Kátia foi um papagaio, um cara caladão, um típico cabocão interiorano.

Ela sempre teve a vontade de criar um papagaio, com o intuito de treiná-lo a falar palavras obscenas ou grosseiras, para dar aquelas gargalhadas estridentes, uma das suas características.

Pois bem, a nossa diva falou com os donos da ave, pedindo para liberar o empenado, com a intenção de levá-lo a cidade, onde seria criado no bom e do melhor.

O dono disse:

- Dona Kátia, temos outros papagaios por aqui, porém, esse que a senhora gostou é o único que ainda não conseguiu falar, eu a minha esposa estamos dispostos a doá-lo! Mas, que mal me pergunte: a senhora vai conseguir ensina-lo a falar o quê na cidade?

- Irei ensiná-lo a chamar palavrão, tipo: Caralho! Filho da Puta! Corno! Baitola e outros mais!

A filha da Kátia falou bem baixinho:

- Mami, que mancada! O casal é evangélico! Pode esquecer! Eles jamais irão doar o papagaio para aprender a falar palavrão em Manaus!

A Kátia respirou fundo, pensou e, saiu com essa:

- Mil desculpas ao casal evangélico! Prometo que, caso os senhores tiverem a confiança em mim, jamais e, em hipótese alguma, ensinarei qualquer tipo de palavrão ao louro! Podem confiar!

Dito e feito: o casal aceitou o argumento - o louro foi liberado para morar na cidade de Manaus, na companhia da grande cantora do rádio amazonense.

Para quem não sabe, a Kátia é flamenguista até a alma! Depois do Papagaio, a ave que ela mais gosta é de um Urubu (empanado, é claro).

Logo, resolveu ensinar o Lourival a chamar pelo nome do seu clube do coração:

 - Lourival, meu filho, você vai ser criado na base de uvas chilenas! Tratamento VIP, desde que você aprenda a falar:  Meeennnngggooo! Meeennnngggooo!

Ela é cantora e, por ser treinada na voz, falava “Mengo” em todas as entonações para o louro aprender – a cada resposta positiva, ganhava uns gomos - quando já estava afinado, começou a ganhar um cacho de uvas.

Nas últimas partidas futebolísticas entre o Flamengo e o seu arquirrival carioca, o Vasco da Gama, o falante Lourival acordava bem cedinho e, começava a berrar:

- Meeennnngggooo! Meeennnngggooo!

A Kátia notou que, todas as vezes que o Lourival cantava forte ao alvorecer, o seu time perdia a partida para o Vascão - começou a desconfiar que o seu Louro fosse um traíra, um Vascaíno transvestido de Flamenguista!

- Lourival, fdp, tô só observando a tua malandragem! Você aprendeu a falar Meeennnngggooo na base da uva! Agora, acorda cedo para agourar o Mengo, para perder para o Vasco! Caralho! Vou mandar você de volta para o interior!

Dito e feito: o louro foi engaiolado, liberado e embarcado para a sua cidade natal, Maués!

Foi entregue de volta aos antigos donos, um casal de evangélicos - ao olhar o animal, a mulher falou:

- E ai, meu abençoado, aprendeu a falar alguma coisa na capital?

O Lourival, na bucha, respondeu:

- Meeennnngggooo! Caralho! Vaaassscccooo! FDP!

 O louro foi engaiolado, liberado, embarcado e deportado para Manaus!

Voltou a morar com a cantora Kátia Maria, comendo as suas uvas chilenas e, vez e outra, quando está injuriado, deixa escapulir:

- Meeennnngggooo! Caralho! Vaaassscccooo! FDP!


Esse é o Lourival, o Papagaio falante (Satarê-Mauê). É isso ai.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

MEU AMIGO ROGELIO CASADO


Conheci o médico Rogélio Casado no Bar do Armando, centro antigo de Manaus, tornamos amigo por termos algumas coisas em comum: o amor pelo carnaval de rua da BICA, pela fotografia, por fusquinha e pela nossa cidade Manaus.

Durante longos anos frequentamos todos os finais de semana,o famoso Bar do Armando, no Largo de São Sebastião, onde o papo corria solto, regado com muita cerveja.

Ele era um intelectual, conhecia de tudo um pouco – juntamente com outros literatos conversava sobre diversos assuntos – eu ficava apenas ouvindo as suas argumentações - acredito que passei por uma verdadeira academia, onde fui motivado a me interessar mais por leituras, filmes, musica e teatro e,a gostar da história da nossa cidade.

Chamava muito atenção o seu visual: cabelos compridos e barba, sempre usando jaqueta e camisa de manga comprida, mesmo a despeito do calor elevado de Manaus; sempre carregando uma mochila e uma máquina fotográfica com alça de pescoço, além de dirigir uma motocicleta de alta cilindrada – nem parecia que era um manauara da gema.

Certo dia apareceu no Bar do Armando com um fusquinha todo reformado – ele falou que aquele fora o seu primeiro automóvel, o companheiro dos tempos difíceis de estudante de medicina na antiga Universidade do Amazonas (atual UFAM).

Após a sua formatura, vendeu o seu velho fusca guerreiro – muito ano depois o reencontrou em uma oficina mecânica, estava num estado lastimável, não titubeou em comprá-lo de volta, pois ele tinha um valor sentimental imenso.

Tinha o hábito de fotografar as pessoas nos eventos que aconteciam com frequência no nosso bar e nos desfiles da Banda Independente da Confraria do Armando (BICA).

Em 2005, ele me informou que algumas fotografias estariam disponibilizadas em seu blog PICICA, dando-me o endereço do seu site.

Ao acessar o blog spot, notei que poderia fazer o meu próprio blog, de forma gratuita, foi assim que comecei a escrever no BLOGDOROCHA, graças ao incentivo do Rogélio Casado – em 2009 fiz uma postagem em sua homenagem, no endereço http://jmartinsrocha.blogspot.com.br/2009/05/rogelio-casado.html?spref=fb

Ele leu as vinte primeiras páginas de um livro que ainda estava escrevendo (ainda não publicado) – notei que ria das peripécias do Zé Mundão (o personagem principal) – isso me motivou a escrever mais oitenta laudas.

Certa vez, combinamos num domingo em fazer uma visita ao destruído “Complexo da Booth Line” – entramos no seu interior, a impressão era de que estávamos dentro de uma cidade bombardeada.

Aquilo nos deixou pasmos e revoltados com o crime cometido pela família Di Carli, administradores do Porto de Manaus(Roadway) – uma manobra espúria do então governador Amazonino Mendes, que não mediu esforços para amarrar um contrato que permitiu a eles ficarem até hoje, mandando, desmandando e destruindo parte da nossa história.

Nesse dia, encontramos um professor de história de uma faculdade particular, juntamente com os seus alunos, para mostrar o descuido dos governantes com aquele patrimônio histórico.

Fizemos uma rodinha, onde o nobre Rogélio Casado falou que o seu pai, o Comandante Rogélio Casado, um paraense que trabalhava nos navios da empresa Booth Line Company Limited, fazendo linha Belém-Manaus, por aqui se estabeleceu e casou com a sua mãezinha, a amazonense Tereza Marinho - o que mais o deixava injuriado era a destruição criminosa do prédio onde o seu genitor tinha trabalhado, deixaram em pé somente a fachada da Booth Line.

Certa vez, fui assistir a uma palestra do Ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF), no antigo auditório da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), na Avenida Djalma Batista – o evento era solene - fazia parte da mesa das autoridades o Dr. Rogélio Casado, ela estava de beca, pois representava a universidade na qualidade Pró-reitor – no término do evento, ele veio me cumprimentar, o que me deixo muito feliz pela sua consideração.

Tempos depois, uma empresa do sul do país, com parceria do Grupo Simões (Coca-Cola & Cia), com o aval da SUFRAMA, estavam dispostos a implantar de qualquer maneira o Porto das Lajes, no Encontro das Águas.

Eu e o Rogélio Casado fizemos parte do Movimento S.O.S. Encontro das Águas, sob a coordenação do professor da UFAM, o sociólogo Ademir Ramos – fizemos muitos protestos no local e nas redes sociais, contribuindo, em parte, para a vitória do movimento, tornando o nosso fabuloso encontro dos rios Negro e Solimões como Patrimônio Paisagístico do Brasil, não permitindo a implantação daquele empreendimento que iria comprometer e poluir totalmente aquela obra da natureza.

No sábado magro do carnaval de 2016, eu e o Rogério Casado estávamos no palco armado da nossa querida BICA, no Bar do Armando – fiz a apresentação dos trinta anos de apresentação da nossa banda de rua – ele fez todos os registros fotográficos dos foliões que brincavam dentro do bar – foi a última vez que falamos pessoalmente.

Dai em diante ficamos nos correspondendo através do Facebook – lamentei muito o falecimento da amada esposa - acredito que não faz nem um mês e, na terça-feira, recebi a notícia do seu passamento! 


Lamento muito ter perdido o meu amigo de longas datas! É isso ai.  

terça-feira, 17 de maio de 2016

CONCEIÇÃO



Domingo passado, foi um dia dedicado aos coroas do Bar Caldeira, centro antigo de Manaus, com a apresentação musical da Jovem Guarda, do Clube do Chorinho, a Velha Guarda Caldeirense e do Couro Velho.


Um fato engraçado, dentre vários acontecidos na domingueira foi quando chegou o musico Rinaldo Buzaglo - ele cantou em off uma parodia do grande sucesso do Cauby Peixoto, a famosa musica Conceição - foi dedicado. aos velhos que ja estavam sentido o peso da idade e da lei da gravidade, que leva tudo para baixo:


Ereção
Eu me lembro muito bem
Vivia no morro a subir
Foi então
Que la cima apareceu
Que, descendo a cidade, ela iria subir
Se subiu
Ninguém sabe, ninguém viu
Só eu sei
Que tentando a subida desceu
E agora daria um milhão
Para ter outra vez Ereção!



A velharada caiu na gargalhada, sem saber que o grande cantor romântico estava no seu leito se morte - acredito que mesmo na brincadeira, foi uma forma de homenagear o grande Cauby Peixoto. E isso ai.

BLOGDOROCHA: ROGELIO CASADO

BLOGDOROCHA: ROGELIO CASADO: O Rogélio Casado é meu irmão camarada, possuímos em comum o gosto pela fotografia, o carnaval da BICA, o Bar do Armando, fã de fusquin...

sábado, 14 de maio de 2016

NOVOS TEMPOS



Não quero entrar na validade ou não do processo de impedimento da Presidente Dilma Rousseff, mas, da importância da mudança de paradigmas e a visão de futuro do povo brasileiro.

Com a atuação implacável do judiciário, estamos presenciando a desarticulação de esquemas milionários de desvios de verbas publicas, envolvendo empresários, políticos, funcionários públicos, lobistas e outros atores - levando muitos a perda de seus bens e penas privativas de liberdade, manchando os seus nomes e envergonhando o nosso pais.

Nos últimos dias houve muitas reviravoltas, com empresários preocupados em devolver vultosas quantias roubadas ao erário público, com sentimento de culpa e, talvez, pedindo desculpas a nação brasileira.

A relação deles com a administração direta e indireta e com os políticos corruptos não serão mais a mesma, pois essa afinidade perversa foi colocada a mostra para a população - o judiciário não esta perdoando, muito menos, o povo brasileiro.

Os nossos representantes no parlamento (Deputados), os representantes dos Estados (Senadores) e os mandatários do executivo em todas as esferas, estão quase todos envolvidos em corrupção, sendo muitos deles citados e, alguns, presos nas operações da Polícia Federal.

Aqueles que conseguirem se safar receberá, com certeza, o troco nas próximas eleições, não sendo mais eleitos para cargo nenhum no legislativo e no executivo, pois o povo esta cansado dessa corja.

Os funcionários públicos corruptos, os lobistas, dentre outros bandidos do erário publico, doravante, irão pensar muito antes de tentarem cometer os seus crimes, pois todos estarão sendo vigiados pela PF, Ministério Publico e, serão julgados e apenados pelo judiciário.

Os tempos serão outros, com a volta do povo em confiar em seus representantes, no governo, nas instituições publicas e na normalidade econômica.

O nosso povo e sábio, trabalhador e, sempre estará vigilante para evitar retrocessos, pensando sempre na ordem, no progresso e na felicidade da nossa nação. Assim espero!


Novos Tempos. Viva o povo brasileiro! Viva! E isso ai.

domingo, 8 de maio de 2016

A FOTOGRAFIA DA INAUGURAÇÃO DO PARQUE DO MESTRE CHICO E SETE ANOS DEPOIS


Tirei esta fotografia, exatamente, às dez horas de um domingo, do dia dezessete de maio de 2009, pouco antes da inauguração do Largo do Mestre Chico – sete anos depois, voltei ao mesmo local para fotografá-lo novamente e, fazer comparações do cenário.

Os mais antigos moradores daquela redondeza, onde tiveram o privilégio de morar, passear, nadar e curtir as enchentes e vazantes do Rio Negro, jamais imaginaria que, muitos anos depois, o Igarapé do Mestre Chico seria aterrado, deixando apenas uma pequena lâmina d’água, dando lugar a “Manaus Moderna” e ao Largo do Mestre Chico.

Quando visitei o local naquele domingo ensolarado de 2009, tive a sensação de estar numa cidade “de primeiro mundo”, pois tudo estava maravilhosamente em seu lugar, apesar do aterramento do igarapé em nome do progresso.

Tirei a fotografia da minha câmera “Rolleiflex”, da cabeceira da Ponte Benjamin Constant (também conhecida como Ponte de Ferro ou Terceira Ponte), na Avenida Sete de Setembro, ao lado da sede da Eletrobras Amazonas Energia (antiga subestação de energia elétrica administrada pelos ingleses e garagem dos bondes).

Cinco coisas chamaram-me muito a atenção:

1. O traçado do parque, com muita grama, bastantes árvores plantadas e outros tantas mudas, luminárias de primeira, placas de localização, grandes quiosques e imensos espaços para caminhadas e outras práticas de esporte e lazer;

2. A Baia do Educandos, aparecendo o Rio Negro invadindo todo aquele lugar, pois estávamos na enchente, com barcos ancorados próximos ao parque, aparecendo ao fundo, a famosa “Cidade Alta”, com centenas de casas da beira do rio;

3, Um imenso estabelecimento de “Atacarejo”, estabelecido no mesmo local aonde fora em tempos idos uma fábrica de artefatos de borracha, pertencente ao megaempresário J. G. Araújo, onde foi conservada a fachada do prédio de outrora;

4. Um imenso painel pintado no muro da famosa “Cadeia Pública”, retratando casarios da nossa Manaus antiga – somente no ano retrasado, fiquei sabendo quem fizera aquilo e, também, conhecendo, pessoalmente, o artista daquela magnifica obra, o nosso Marius Bell. Que bom!

5. Um céu imensamente bonito, com uma perfeita combinação do branco, azul e cinza e, nuvens colocadas, estrategicamente, pelo Senhor do Universo, para emoldurar aquele lugar tão especial.

A fotografia mostras apenas uma pequena parte do Parque do Mindú, pois o complexo passa por debaixo da Ponte Benjamin Constant (que foi totalmente revitalizada, onde foi colocada uma iluminação cênica), seguindo a margem do igarapé até a Rua Isabel, onde foi edificado um conjunto de apartamento populares do Programa Sócio Ambiental dos Igarapés de Manaus (PROSAMIM).

Voltei ao mesmo local, no dia 08 de maio de 2016, às dez horas de um domingo ensolarado, sete anos depois, para fotografar com um velho aparelho de celular, tentando obter o mesmo ângulo, para fazer comparações com a fotografia de outrora.


A fotografia atual, para comentar e, comparar com a antiga:

O traçado continua o mesmo, porém, o local está totalmente abandonado pelo poder público, com bastante lixo em toda a sua extensão, lixeiras e placas quebradas, sumiram as luminárias e alguns quiosques estão depredados – no correto central está cheio de bêbados e viciados, com o odor forte de urina e fezes – o verde ainda teima em imperar (as plantas foram salvas pelas águas das chuvas);

O local ainda é muito frequentado pelos meninos que gostam de soltar “papagaio de papel” (pipas) – comprei uma “Arraia”, também conhecido por “Cariocão”, um papagaio sem rabiola (por apenas três reais) e um novelo de linha sem cerol, por apenas dois reais – levarei para o meu neto Victor Soares;

A Baia do Educandos continua bela, porém com pouca água, pois a enchente do Rio Negro está devagar.

O painel da “Cadeia Pública” feito pelo Marius Bell precisa, urgentemente, de um reparo, pois está perdendo a sua cor.

A Ponte Benjamin Constant está abandonada, com todas as fiações e luminárias quebradas – o mato tomou conta da parte de baixo, com muito lixo no igarapé.


Sem mais palavras! É isso ai.

sábado, 7 de maio de 2016

CHICÃO, MENINO DE HUMAITÁ, HOJE, HOMEM CIDADÃO.


Nasceu na década de cinquenta, no município brasileiro de Humaitá, no Estado do Amazonas, distante seiscentos quilômetros em linha reta de Manaus – de origem humilde, mas, sem medo de escuridão e, num rastro de um farol, veio de barco para Manaus para estudar e trabalhar, para ter lugar ao Sol - depois de muitas lutas, o menino Chicão, venceu na vida, tornando-se um homem cidadão.

O Estado do Amazonas possui dimensões continentais, contando, atualmente, com sessenta e dois municípios, com a sua grande maioria com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), apesar da imensa riqueza guardada em seu subsolo e da sua riquíssima biodiversidade.

Isso se deve em parte, na concentração de investimentos na capital, tornando Manaus uma cidade-estado, deixando as demais cidades com todos os problemas que se possa imaginar, forçando os jovens interioranos, que sonham por dias melhores, a migrarem para onde está o Pólo Industrial de Manaus (PIM), o comércio pujante, as centenas de escolas e faculdades públicas e privadas e, as repartições públicas municipal, estadual e federal.

O nosso Chicão e outros conterrâneos seus, assim o fizeram – por falta de oportunidades, deixaram a sua querida e amada cidade de Humaitá, para estudar e vencer na capital.

O Estado do Amazonas está recheado de casos de homens públicos e políticos humaitaenses, que migraram e fizeram história na cidade de Manaus. Exemplos: Plínio Ramos Coelho (governador e advogado), Álvaro Botelho Maia (governador, advogado, poeta e escritor), Ubiratan de Lemos (filho do barão da borracha Jovino de Lemos, foi o primeiro a ganhar o Prêmio Esso de Jornalismo), Raimundo Neves de Almeida (historiador, poeta e escritor), dentre outros.

O cantor e compositor Afonso Toscano, no seu CD intitulado “Enredo”, fez uma justa homenagem a esses bravos guerreiros, com a faixa seis “Menino de Humaitá”, incluindo o nosso Chicão.

Letra da música:

Menino de Humaitá
Hoje de encontro aqui
Depois de tanta luta
Vim, vi e venci  (chegar, ver e vencer)
Sem medo de escuridão
Num rastro de um farol
Aqui com o pé no chão
Querendo chegar ao Sol
Menino de Humaitá
Hoje um homem cidadão
És a Estrela Guia de outros que virão
Cumprir a sua jornada repetindo a lição
Beber da taça de um fel e bater o pé no chão
Almino (Afonso, político)
Anselmo (Chíxaro, Juiz de Direito),        
Lino (Chíxaro, advogado e presidente da CIGÁS)
e CHICÃO (nosso homenageado) 
Tu respondes um sim
Se alguém de forças um não
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Apelido de infância:

Estatuta mediana e franzino
Porém, bom de coração
Com um assustador vozeirão
Assim foi apelidado
O nosso Chicão

O menino de Humaitá estava determinado em vencer na capital, apesar de todas as dificuldades por que passa um jovem pobre do interior.

O único caminho para alcançar o sucesso pretendido, era trabalhar arduamente para manter os seus estudos. 

Conseguiu um feito que era reservado para poucos: passar no vestibular para antiga Universidade do Amazonas (atual UFAM), pois naquela época somente existia esse instituição de ensino superior em Manaus, tendo que estudar muito para garantir a sua vaga entre centenas e centenas de pretendentes - foi um aluno dedicado e líder estudantil.

Estudou durante cinco anos, bacharelando em Ciências Jurídicas e Sociais, passando, em seguida, no exame da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Amazonas, podendo exercer plenamente a profissão de causídico.

Na primeira oportunidade que surgiu, em 1985, fez o concurso de provas e títulos para o Ministério Público Estadual (MPE/AM), exercendo com maestria o cargo de Promotor de Justiça, um servidor público com a função de defensor da sociedade, nas esferas penal e civil, além de zelar pela moralidade e probidades administrativas.

Oficiou nas Comarcas de São Gabriel da Cachoeira, Santa Izabel do Rio Negro, Humaitá e Parintins.

Eu estudei por dois anos Direito (UNIP/Uninorte) e, tive a oportunidade vê-lo atuar no 2º. Tribunal do Júri Popular, na qualidade de Promotor, no Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas – fiquei impressionado com o seu preparo jurídico e sua oratória – tive uma verdadeira aula.

Depois de longos anos de bons serviços prestados a sociedade, foi promovido ao cargo de Procurador de Justiça, em 2007, chegando até o ápice de sua carreira profissional, sendo escolhido em uma lista tríplice pelo governador do Estado do Amazonas, como Procurador-Geral de Justiça do MPE, no biênio 2010/2012.

Por ter ingressado no MP em 1985, antes da vigência da Carta Magna de 1988 (que somente permite aos atuais membros do MP exercerem outro cargo de professor), foi solicitado a exercer, legalmente, funções de comando em órgãos do executivo municipal e estadual.

Foi Procurador-Geral - adjunto do Município de Manaus; Secretário Executivo de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania e de Coordenador do Sistema Penitenciário Estadual e Secretário extraordinário de Relações Institucionais da administração de José Melo (Pros) no Governo do Estado.

De volta ao Ministério Público Estadual (MPE/AM), o procurador assumiu, em 2016, a função de coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Especializadas na Proteção e Defesa do Meio Ambiente, Patrimônio Histórico e da Ordem Urbanística.

Fora da sua área profissional, foi um dos fundadores da Banda Independente da Confraria do Armando (nascida dentro do Bar do Armando, centro antigo de Manaus), uma entidade de carnaval de rua que faz história em nossa cidade, pois desde ano de 1989, por meio de seus enredos e marchinhas irônicos, conta um pouco da história política do Estado do Amazonas.

Para comemorar os trinta anos da nossa “BICA”, o Chicão e o poeta e escritor Simão Pessoa, escreveram, em 2016, o livro de memórias “BICA DO ARMANDO” – os exemplares encontram-se a venda no Bar do Armando.

Foi colaborador da revista do Ministério Público e autor de diversos artigos publicados em jornais de grande circulação da capital.

Quando uma pessoa escreve o seu primeiro livro, a sua inspiração fica aflorada para escrever outros mais – com certeza, o Chicão possui muitas memórias guardadas da sua Humaitá querida, das suas lutas na capital, da sua trajetória profissional e da cultura popular amazonense. 


Dr. Francisco das Chagas Santiago da Cruz
O Chicão
O Menino de Humaitá
Hoje, Homem Cidadão!


Parabéns! É isso



Alan Lemos alan_lemos@hotmail.com

19 de mai (Há 4 dias)
para mim
Caríssimo,

Muito boa tarde. Acabo de ler o seu blog, especificamente o post sobre Chicão, de Humaitá, no qual cita Ubiratan de Lemos, filho de Jovino. Jovino é avô paterno do meu avô paterno e eu gostaria de maiores informações sobre ele. Só sei que era barão da borracha dos "broncos", de seringais nativos, participou da inauguração da Ferrovia Madeira-Mamoré, manteve residência no centro de Porto Velho, que, na época da borracha, era a cidade de certo porte mais próxima de Humaitá do que Manaus. Dentre os filhos de Jovino, ao menos dois - Ubiratan e Moacyr, este último que é meu bisavô - se mudaram em definitivo para o Rio e teria um neto bastardo que é dentista em Belém. O senhor tem maiores informações?

Obrigado,

Alan

Jose Martins jmsblogdorocha@gmail.com

19:51 (Há 0 minutos)
para Alan
Olá Alán, essa informação sobre o Sr. Ubiratan de Lemos retirei da Wikipédia, cita apenas os nomes dos homens ilustres filhos de Humaitá. Irei publica a mns na postagem para poder receber de alguem que tenha essas mais informações sobre ele.

Abraço