O Jornal “A Critica”, no caderno “BEM VIVER” lançou, ontem, uma enquete para sobre qual a canção que tem mais a ver com a nossa cidade – para celebrar os 343 anos de Manaus de uma forma bem musical.
http://acritica.uol.com.br/manaus/musica-cara-Manaus_4_793760617.html - são as seguintes:
MARAPATÁ (Aníbal Beça e Armando de Paula);
PORTO DE LENHA (Torrinho, Zeca Torres e Aldísio Filgueiras);
CANÇÃO DE MANAUS (Áureo Nonato);
DEIXA MEU SAX ENTRAR (Teixeira de Manaus);
DOMINGO DE MANAUS (Chico da Silva);
SUBINDO PELAS PAREDES (Nunes Filho);
CHURRASQUINHO DE GATO (Tucumanus);
RODAR NA BICA (Alaíde Negão);
NÃO MATE A MATA (Adelson Santos);
AMAZONAS MORENO (Osmar Gomes e Celdo Braga)
Como podem observar, são músicas de estilos e ritmos variados, passeando entre o regional, brega e o alternativo.
Faz muito tempo atrás, o sambista Edu do Banjo fez uma homenagem ao pessoal da luteria e, o meu saudoso pai foi um dos convidados, um evento que aconteceu no antigo restaurante “La Barca” (Avenida Recife com o V8) – o nosso saudoso poeta e compositor Aníbal Beça autografou o seu CD “O Poeta Solta a Voz” para o meu pai.
Durante um bom tempo, fiquei a escutar este disco no “CD Player” do meu “Santana” (uma balsa em forma de carro) e, a música que eu mais adorava era exatamente “Marapatá”.
A letra é mais ou menos assim:
Que doce mistério
Abriga teu dorso
De ilha afogada
No curso das mágoas?
O Velho Bahira
Se mira nas águas
Espelho da lua
Narciso nheengara
É Marapatá, porta de Manaus
É Marapatá, patati patatá
Que mana maninha
Que dança sozinha
Savana de seda
Pavana de cio
Capim canarana
Bubuia banzando
Canção enrugada
Banzeiro de rio
Vá logo deixando
Senhor forasteiro
A sua vergonha
Em Marapatá
Vergonha se verga
Na cuia do ventre
No V da ilhargas
Vincando por lá
Cunhã se arretando
Tesão de mormaço
Abrindo as entranhas
A flor do tajá
E o macho fungando
Flechando, fisgando
Mordendo a leseira
Dizendo:"Ulha já!"
Para quem não sabe, o Aníbal foi bom à beça, esse caboclo nasceu no dia 13/09/1946 e, faleceu em 25/08/2009 - ocupava a cadeira de número 28 na Academia Amazonense de Letras. Além dos inúmeros trabalhos em poesia que publicou durante sua vida literária, o escritor era bastante conhecido como animador cultural no Estado; trabalhou como repórter, redator e editor, em todos os jornais de Manaus, foi diretor de produção da TV Cultura do Amazonas, conselheiro de cultura, consultor da Secretaria de Cultura do Amazonas, foi vice-presidente da União Brasileira de Escritores (UBE-AM), presidente e vice-presidente da ONG “Gens da Selva”. Presidiu o Sindicato de Escritores do Estado do Amazonas e Conselho Municipal de Cultura - para conhecer mais clique aqui http://jmartinsrocha.blogspot.com.br/2009/08/poeta-anibal-bessa.html
E, a Ilha de Marapatá é considerada a porta de entrada de Manaus, por via fluvial – é uma ilha fantástica no Amazonas, localizada bem na entrada de Manaus, alguns estudiosos dizem que este nome significa na língua Macua (tribo africana) alpendre (espaço coberto, reentrante, e aberto na fachada de uma casa, que dá acesso ao interior). Este lugar é tema para muitos estudiosos do comportamento humano e de escritores, no que diz respeito à ética - falam que o interiorano com a sua peculiar “pureza” ou o forasteiro, antes de aportar em Manaus, deixa a sua vergonha na Ilha de Marapatá, tornando a cidade um lugar ideal para trapaças e crimes - conheça mais http://jmartinsrocha.blogspot.com.br/2011/09/ia-lha-de-marapata.html
As demais músicas são muito boas, mas, fico com a “Marapatá”, a minha preferida para homenagear Manaus pelos seus 343 anos. É isso ai.
Um comentário:
A música Marapatá é tão bonita quanto a Ilha de marapatá. Eu gosto muito desta música e deveria ser mais tocada nas rádios de Manaus. Com relaçào a Ilha, realmente parece uma ilha encantada, que emociona quando você está lá dentro, onde a vida das plantas e dos invertebrados resplandece anualmente após a cheia. São dois espetaculos miraculosos, a Ilha e a música.
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