sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

FULEIRANDO A SEXTA-FEIRA

 

Pense numa sexta-feira escrota, dentro de casa, sem poder sair com os amigos e amigas, tomar uma na mesa de bar, contar mentiras e dar umas gargalhadas das piadas dos boêmios de plantão.

Muitos sabem, não posso mentir ou fingir. Dizem que todo poeta é um fingidor “Enclausurado estou. Ai que dor. Sem o teu calor, será difícil passar quinze dias sem o teu amor”. E bote papo furado. Por falar em poeta, a hora e a vez é do Tenório Telles, no Conselho Municipal de Cultura.

Certa vez, ventilei aos amigos mais próximos abrir um Bar. Falei-lhes que seria “BarBossa”, um bar temático de Bossa Nova. Alguns falaram que iria parecer com o nome do “Barbosa Coiffeur”. Sem chance. Pedi umas sugestões. Um nome bem sugestivo. Surgiram vários: Uísque Esquisito – Bar Bante – Mastur Bar – Casa da Mãe Joana – Lá Hoje Bar – Primas & Bordões Bar - Buteko do Rocha – Di Rocha Bar e outros mais. Alguém falou: - Porra, Rocha, o teu bar não passará de um ano, irás à falência, pois você consumirá toda a mercadoria! Sem chance de abrir um bar.

Por falar em bar, não têm um em Manaus onde toca bossa nova, com toques de decoração dos anos sessenta e setenta, todo retrô, com vinis espalhados pelas paredes, aliás, as suas capas eram um obra de arte. Quem sabe um dia o “Bar Bossa Nova” possa resgatar isto.

Por falar em gosto musical, é igual ao orifício da extremidade inferior do intestino grosso, ou seja, todo mundo tem o seu. Gosto de Bossa Nova, porém, muitos acham que a mistura de samba carioca com jazz americano não foi legal. Eu adoro o samba e o jazz. E também música clássica, muitos chamam de funeral.

No meu futuro bar só vai tocar bossa nova, jazz (improvisação), toadas de boi (sem chifre não rola), músicas de funeral (clássicas), samba dos bons, sucessos dos anos oitenta e noventa (da época do achocho). Se alguém pedir musica brega (basta eu), sertanejo e pé de serra, com todo respeito aos santinhos(as) e evangélicos que não gostam de palavrão “Não Colocarei Nemfudendeôdó”.

Para fuleirar ainda mais a sexta-feira enclausurada, irei mudar de pau para cacete. Certa vez, um jovem falou: - Porra, Rocha, o teu blogue só comenta coisas do passado. Passou, passou, mano. Passado é só prá museu! Entendeu? Respondi-lhe: - O que você pretende ser no futuro? Respondeu: - Advogado de porta de cadeira, serei o cara que vai tirar toda a malandragem do chilindró, pois isto dá dinheiro prá caralho! Respondi: - Tudo bem. Uma bela profissão. Só tem uma coisa: você irá passar um ano estudando o passado. Caso não estudares os filósofos, os sociólogos, Platão e companhia, além do Direito Romano de setecentos anos de Cristo, serás um advogado zero a esquerda! Nem OAB terás! O passado é a base para entenderes o presente e para se firmares no futuro!

Por falar em passado, o meu blogue é de 2006. Poucos comentavam sobre a nossa Manaus antiga. Hoje, existe uma infinidade. Isto é bom. Começamos a respeitar o passado da nossa cidade, a nossa história.

Na minha juventude todos gostavam de morar no Rio Janeiro. Os caras imitavam o carioquês. Era uma ofensa ser chamado de caboco ou caboca (caboclo só no dicionário). Pois bem, com o passar dos anos, o mundo inteiro voltou os olhos para a Amazônia, valorizando os nossos rios, a selva, os animais, a gastronomia, o artesanato. Virou moda. A partir da ir, todos começaram a sentir-se importante e a se respeitar e bater no peito: sou caboco, sou da Amazônia e amo a minha cidade Manaus!

Chega de fuleiragem (esta palavra não está no dicionário) na sexta-feira. Chega de fuleiragem (esta palavra não está no dicionário) na sexta-feira. Segundo o nosso respeitado ex Deputado Estadual Cordeirinho: É tudo uma FULEIRAGEM! Vem de fuleiro, um linguajar chulo, mas, o nobre deputado levou para a tribuna. Ai pegou! Este texto tenta fugir do normal ou anormal, pois é apenas uma brincadeira para elevar o espírito das pessoas. Tudo normal, tudo igual, e etcetara e tal!