Algum amigo colocou-me em um grupo que curtem Casarões Antigos do Brasil afora. Fiz uma postagem sobre as ruínas de Paricatuba, em três horas fu visitado por quase 400 pessoas, uns 50 comentários e outros 50 compartilhamentos.
A Vila de Paricatuba está localizada no Município de Iranduba, próximo à Manaus, capital do Estado do Amazonas, margem direita do Rio Negro, distante 40 minutos via terrestre pela AM-070, estrada Manoel Urbano e também por via fluvial, 30 minutos em lancha rápida. Integrante da Região Metropolitana de Manaus está ligada a Manaus pela Ponte Jornalista Phelippe Daou, popularmente conhecida como Ponte Rio Negro.
A entrada fica bem em frente a um restaurante no KM-21, pega um ramal à direita, percorrendo cerca de 10 quilômetros até a vila.
O melhor período para visitar as praias é na vazante, quando as águas do rio secam e a extensão de areia fica maior.
No auge da enchente muitas praias ficam totalmente submersas. É uma área de lazer para visitantes, turistas mundanos e aventureiros dispersos.
No final do século dezenove, exatamente em 1898, o governo iniciou a construção de um enorme edifício para abrigar uma hospedaria para imigrantes italianos. Não fora utilizado para o objetivo inicial, pois os italianos não vieram. Sobre a história das Ruínas de Paricatuba escrevi muito sobre este prédio com parte aproveitado para o site Manaus de Antigamente.
Em conjunto escrevemos: Era um prédio suntuoso e imponente, um luxo e sofisticação, com janelas em estilo colonial, vasos de louça inglesa e tijolos e vigas portugueses de alta durabilidade. Segundo a Dona Rosângela Barbosa, moradora e uma das lideranças do lugar: “Era uma construção que foi feita para durar a vida toda. Todas as paredes internas eram revestidas com azulejos, os assoalhos eram de pinho, as calhas eram de cobre, as descargas de ferro, o material era muito caro e de ótima qualidade, foi tudo jogado fora, um grande desperdício do dinheiro público”.
Servindo como Liceu de Artes e Ofícios de padres franceses, Casa de Detenção e Hospital para hansenianos, ficou abandonado por longos anos, sendo conhecido como Ruínas de Paricatuba.
No governo do Constantino Nery, em 1900, foi oferecida para a instalação de uma obra educacional. Em 1904/5 os espiritanos franceses montaram uma escola agrícola e profissionalizante, não vingou.
O marco histórico foi em 1906, com a criação do Instituto Afonso Pena, contou a presença do Dr. Afonso Pena, presidente do Brasil.
O governador Efigênio Sales resolveu visitar o local acompanhado do embaixador japonês Schichita Tatsuké e de uma grande comitiva, a qual estava adido Silvino Santos, que filmou o evento. A viagem foi feita a bordo do navio Ayapuá, no dia 6 de maio de 1926. Dela resultou a ideia de que melhor seria transformar o local em uma hospedaria de imigrantes japoneses e poloneses, que entrariam aos milhares nos próximos anos.
Paricatuba foi aumentada e os hansenianos receberiam um novo hospital onde hoje se situa a Estação Naval, o que também não ocorreu, pois foi transformado em Escola Agrícola.
Foi criada a Profilaxia Rural do Amazonas, para a instalação de um leprosário, foram transferidos em 1930 e, em 1962 foi desativado e os doentes foram para a Colônia Antônio Aleixo, em Manaus.
Em 1970 foi instalada a Missão Pistoia, com missionários italianos liderados pelo Padre Humberto Guidotti, eles reconstruíram parte do prédio, depois, ficou abandonado e virou ruínas
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