Hoje, bem cedinho da manhã, sintonizei a Rádio Difusora do
Amazonas, o apresentador de um programa líder em audiência falou que, 20 de abril
é comemorado o Dia do Vinil. Lembrei-me de uma postagem antiga publicada em
nosso blog que versava sobre este tema
intitulado “O Disco de Vinil Está Voltando”, passados onze anos e o vinil
continua em voga, tanto que muitos Disc Jockey (encurtado para DJ) ainda
utilizam essa mídia antiga apesar de todos os atuais e modernos recursos computacionais
emulando com softwares.
No dia de hoje, 20 de abril, o Brasil o Ataúlfo Alves, um grande compositor e cantor de samba com mais
de 320 canções. O pessoal do passado não esquece: Laranja Madura, Leva Meu
Samba, Ai Que Saudade da Amélia, Atire a Primeira Pedra, Meus Tempos de
Criança, Mulata Assanhada dentre vários outros. Gravou muitos álbuns de vinis
de 1957 a 1977.
Para o resto do mundo o Dia do Vinil é comemorando em 12 de
agosto, quando Thomas Edison criou o primeiro fonógrafo, em 1877, no entanto,
no Brasil, uma lei carioca homenageou o dia com a morte do grande sambista Ataúlfo Alves, ocorrido em 20 de abril de 1968, com o resto do país adotado
essa data para comemorarmos.
Sempre ouvi falar que no Brasil não prensava mais o vinil,
ledo engano, existe uma fábrica no Rio de Janeiro, na Baixa Fluminense, segundo
um dos técnicos da empresa o Sr. William de Carvalho “A empresa passa por
dificuldades financeiras e que atualmente vende apenas cerca de 23 mil cópias
por ano, a maioria, cerca de 80%, de bandas de rock independentes.
Muitas
dessas bandas, ou de pessoal que gosta desse som, querem ouvir as músicas em
vinil, apesar da qualidade do som ser aparentemente pior, a música acaba sendo
mais fiel ao som original, com mais clareza nos graves.
Lembro-me da minha adolescência, quando adquiri o meu
primeiro 3 em 1 da marca Sanyo, depois comprei um mais possante da marca Sony,
o rock corria solto! O meu pai simplesmente odiava música estrangeira; certa
vez, no aniversário da minha irmã, estavam todos dançado ao ritmo dos Rollys
Stones, quando o velho surgiu do nada, parou o som, deu um grande “ralho”:
-
Vocês nem sambem o que eles estão cantando, não entendem patavina de inglês,
devem ouvir é uma música brasileira.
Colocou um vinil do Nelson Gonçalves, foi um balde de água fria, a negada se mandou na hora!
Colocou um vinil do Nelson Gonçalves, foi um balde de água fria, a negada se mandou na hora!
Quando adulto, comprei um som modular da marca Sansuy, era
composto de duas caixas, um Tape Deck, um Receiver, um Módulo de Madeira e um
Toca Disco; curti durante vários anos meus vinis. Os meus filhos pequenos
tentavam de todas as formas detonar o meu som, foi um martírio! Com o passar do
tempo, surgiram os equipamentos compactos e digitais.
Fui na conversa da
mulher, achava o meu som um trambolho e que ocupava muito espaço do nosso
apartamento. Troquei por um pequeno Akai. Adeus Toca Disco e Vinis, tenho raiva
até hoje!
Existe uma loja no centro que vende Toca Discos, com a mais barato
está custando dois mil e quinhentos reais!
Ainda conservo alguns vinis, tais como: Gal Costa (Baby), Emilio Santiago
(Aquarela Brasileira III), Guilherme Arantes (Calor), Evandro do Bandolim (...E
o Choro Continua), Jacob do Bandolim & Waldir Azevedo (III), Anísio Silva e
Orlando Dias (O Astro), Richard Clayderman (Emoções), dentre outros.
Recentemente, recebi do meu amigo Raimundo, administrador do Conjunto dos
Jornalistas, com uma dúzia de vinis, dente eles: John Barry (Somewhere In
Time), Puccini (Madama Butterfly), Mantovani (Itália Mia), Rachmanivou (The
Four Piano Concertos).
Tenho vários amigos que ainda conservam os seus vinis.
Um deles
é o Beto Blue Birds, o camarada possui
uns três mil discos em sua casa de campo na Vivenda Verde, no bairro de Tarumã.
Em tempos idos gostava de passear na Vila de Paricatuba,
ficava na casa da Dona Rosângela e do saudoso Paulo Mamulengo, onde possuíam
algumas raridades, gostava de ouvir alguns rocks rural.
Fui DJ juntamente com o Marco Gomes no Bar do Armando
Soares, perdi as contas das sextas-feiras ouvindo muita MPB da coleção do
portuga. Certa vez a Rádio Difusora resolver digitalizar todas as músicas dos
vinis, jogando todos no lixo. Eu e o Marco Gomes fomos buscar centenas deles,
uma parte ficou no Armando e outra distribuída aos amigos.
Encontramos vinil de um real no sebo da Feira da Eduardo
Ribeiro. Tem um sujeito chamado Carlos Câmara, criou todos os filhos com a
renda da venda de vinil, fica (não sei se ainda fica) em frente ao Mercado
Municipal Adolpho Lisboa, vendendo os seus vinis e fitas cassete.
Existe um bar “pé sujo” chamado por “Casa do Terror”, o
proprietário roda muito discos do Waldick Soriano, Aguinaldo Timóteo, Ângela
Maria e companhia. Os “botequeiros” de Manaus conhecem um vendedor de discos
chamado Leandro Grande Circular, ele vendeu o vinil durante décadas, relutou em
trocar pelo CD, com certeza terá o maior prazer em voltar a vender as
“bolachas” quando forem novamente prensadas.
Estou recebendo doações de vinis, pode escrever que eu irei
correndo apanha-los. O vinil voltará com certeza! Não sei quando! Vamos esperar
e curtir os que ainda restaram.
Feliz Dia do Vinil. Pena que não possuo um Toca Disco marca
Technics modelo SLK1200MK2, o objeto de consumo dos DJ da minha época, para
tocar os meu vinis.
É isso ai.
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