segunda-feira, 20 de abril de 2020

DIA DO DISCO DE VINIL

Hoje, bem cedinho da manhã, sintonizei a Rádio Difusora do Amazonas, o apresentador de um programa líder em audiência falou que, 20 de abril é comemorado o Dia do Vinil. Lembrei-me de uma postagem antiga publicada em nosso  blog que versava sobre este tema intitulado “O Disco de Vinil Está Voltando”, passados onze anos e o vinil continua em voga, tanto que muitos Disc Jockey (encurtado para DJ) ainda utilizam essa mídia antiga apesar de todos os atuais e modernos recursos computacionais emulando com softwares.

No dia de hoje, 20 de abril, o Brasil o Ataúlfo Alves, um grande compositor e cantor de samba com mais de 320 canções. O pessoal do passado não esquece: Laranja Madura, Leva Meu Samba, Ai Que Saudade da Amélia, Atire a Primeira Pedra, Meus Tempos de Criança, Mulata Assanhada dentre vários outros. Gravou muitos álbuns de vinis de 1957 a 1977.

Para o resto do mundo o Dia do Vinil é comemorando em 12 de agosto, quando Thomas Edison criou o primeiro fonógrafo, em 1877, no entanto, no Brasil, uma lei carioca homenageou o dia com a morte do grande sambista Ataúlfo Alves, ocorrido em 20 de abril de 1968, com o resto do país adotado essa data para comemorarmos.

Sempre ouvi falar que no Brasil não prensava mais o vinil, ledo engano, existe uma fábrica no Rio de Janeiro, na Baixa Fluminense, segundo um dos técnicos da empresa o Sr. William de Carvalho “A empresa passa por dificuldades financeiras e que atualmente vende apenas cerca de 23 mil cópias por ano, a maioria, cerca de 80%, de bandas de rock independentes. 

Muitas dessas bandas, ou de pessoal que gosta desse som, querem ouvir as músicas em vinil, apesar da qualidade do som ser aparentemente pior, a música acaba sendo mais fiel ao som original, com mais clareza nos graves.

Lembro-me da minha adolescência, quando adquiri o meu primeiro 3 em 1 da marca Sanyo, depois comprei um mais possante da marca Sony, o rock corria solto! O meu pai simplesmente odiava música estrangeira; certa vez, no aniversário da minha irmã, estavam todos dançado ao ritmo dos Rollys Stones, quando o velho surgiu do nada, parou o som, deu um grande “ralho”: 

- Vocês nem sambem o que eles estão cantando, não entendem patavina de inglês, devem ouvir é uma música brasileira. 

Colocou um vinil do Nelson Gonçalves, foi um balde de água fria, a negada se mandou na hora!

Quando adulto, comprei um som modular da marca Sansuy, era composto de duas caixas, um Tape Deck, um Receiver, um Módulo de Madeira e um Toca Disco; curti durante vários anos meus vinis. Os meus filhos pequenos tentavam de todas as formas detonar o meu som, foi um martírio! Com o passar do tempo, surgiram os equipamentos compactos e digitais. 

Fui na conversa da mulher, achava o meu som um trambolho e que ocupava muito espaço do nosso apartamento. Troquei por um pequeno Akai. Adeus Toca Disco e Vinis, tenho raiva até hoje!

Existe uma loja no centro que vende Toca Discos, com a mais barato está custando dois mil e quinhentos reais!

Ainda conservo alguns vinis, tais como: Gal Costa (Baby), Emilio Santiago (Aquarela Brasileira III), Guilherme Arantes (Calor), Evandro do Bandolim (...E o Choro Continua), Jacob do Bandolim & Waldir Azevedo (III), Anísio Silva e Orlando Dias (O Astro), Richard Clayderman (Emoções), dentre outros. Recentemente, recebi do meu amigo Raimundo, administrador do Conjunto dos Jornalistas, com uma dúzia de vinis, dente eles: John Barry (Somewhere In Time), Puccini (Madama Butterfly), Mantovani (Itália Mia), Rachmanivou (The Four Piano Concertos).

Tenho vários amigos que ainda conservam os seus vinis. 

Um deles é o Beto Blue  Birds, o camarada possui uns três mil discos em sua casa de campo na Vivenda Verde, no bairro de Tarumã. 

Em tempos idos gostava de passear na Vila de Paricatuba, ficava na casa da Dona Rosângela e do saudoso Paulo Mamulengo, onde possuíam algumas raridades, gostava de ouvir alguns rocks rural.

Fui DJ juntamente com o Marco Gomes no Bar do Armando Soares, perdi as contas das sextas-feiras ouvindo muita MPB da coleção do portuga. Certa vez a Rádio Difusora resolver digitalizar todas as músicas dos vinis, jogando todos no lixo. Eu e o Marco Gomes fomos buscar centenas deles, uma parte ficou no Armando e outra distribuída aos amigos.

Encontramos vinil de um real no sebo da Feira da Eduardo Ribeiro. Tem um sujeito chamado Carlos Câmara, criou todos os filhos com a renda da venda de vinil, fica (não sei se ainda fica) em frente ao Mercado Municipal Adolpho Lisboa, vendendo os seus vinis e fitas cassete.

Existe um bar “pé sujo” chamado por “Casa do Terror”, o proprietário roda muito discos do Waldick Soriano, Aguinaldo Timóteo, Ângela Maria e companhia. Os “botequeiros” de Manaus conhecem um vendedor de discos chamado Leandro Grande Circular, ele vendeu o vinil durante décadas, relutou em trocar pelo CD, com certeza terá o maior prazer em voltar a vender as “bolachas” quando forem novamente prensadas.

Estou recebendo doações de vinis, pode escrever que eu irei correndo apanha-los. O vinil voltará com certeza! Não sei quando! Vamos esperar e curtir os que ainda restaram.

Feliz Dia do Vinil. Pena que não possuo um Toca Disco marca Technics modelo SLK1200MK2, o objeto de consumo dos DJ da minha época, para tocar os meu vinis.

É isso ai. 

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