Manhã calma de domingo, ideal para se tirar fotografias da nossa cidade, escolhi a Rua Huascar de Figueiredo; foi uma volta ao passado, pois aquela rua faz parte da minha infância e adolescência.
Trabalhei durante dezessete anos na oficina de violões do meu saudoso pai, ela ficava nos porões do “Solar dos Bringel”, portanto, tenho muita ligação com aquela via pública.
Comentei em artigos anteriores sobre a atuação das Faculdades Uninorte (grupo Lauriate International) com relação ao nosso patrimônio histórico, eles estão comprando muitos imóveis da Avenida Joaquim Nabuco, a grande maioria são prédios antigos, mesmo assim, boa parte está sendo destruído para darem lugar aos edifícios de mau gosto daquela instituição de ensino superior.
Entre a Rua Igarapé de Manaus e a Avenida Joaquim Nabuco, a mais afetada pela Uninorte - ainda encontra-se de pé a antiga residência do Senador Jefferson Péres, do Colégio Santa Doroteia (a placa da Laureate já está lá), do empresário J. Cruz (fundador do guaraná Magistral), da Vila do Nelson Português e, a do Dr. Conte Telles (o médico dos pobres de Manaus).
Não tiveram a mesma sorte, a residência do Governador Plínio Coelho (entrada da faculdade), do Bar Janela (estacionamento), da Fundação Cultural do Amazonas (parte da faculdade), a casa do Dr. Jacson Cabral (clínica) e, do Solar dos Bringel (virou estacionamento também).
O Igarapé de Manaus foi totalmente modificado, tiraram todas as casas ao seu redor, fizeram o Parque Manaus (Prosamin), a obra foi inaugurada com toda a pompa, marquei presença ao evento – passado um ano, falta fazer a devida manutenção, bem que a “Laureate” que tantos danos causor ao local, poderia assumir a responsabilidade com a conservação daquele bem público.
Vamos conhecer um pouco da pessoa que deu o nome a Rua Huascar de Figueiredo. Segundo o escritor Luiz Carlos de Carvalho, no seu livro Ruas de Manaus – A História do Amazonas nas Ruas de Manaus “João Huascar de Figueiredo, nasceu em Belém a 27 de fevereiro de 1891, filho de José de Castro Figueiredo e Maria da Glória Menezes Figueiredo. Formou-se em Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Paulo. Foi Cronista, colaborou durante muitos anos com o Jornal “A Tarde” e foi Diretor da Associação Amazonense de Imprensa, no biênio 1940/1942. Pertenceu à Academia Amazonenses de Letras. Foi nomeado Procurador Fiscal do Estado do Amazonas. Morreu a 23 de fevereiro de 1949”.
Huascar de Figueiredo, uma rua da minha cidade. É isso.
3 comentários:
É isso aí. Denuncia os absurdos contra o patrimônio histórico da cidade.
Rochinha, como você afirmou que se orgulha de eu ser seu leitor, sinto-me na obrigação saudável de colaborar com seu belíssimo blog. Sua prática de andar pela cidade lembra um conto de Rubem Fonseca- " " A Arte de andar pelas ruas do Rio de Janeiro". O escritor Rochinha, mesmo sem querer imitar o Zé Rubem, poderia reinventá-lo com sua Arte de andar pelas ruas de Manaus. Um abraço!
Rochinha, sei que o blog é seu e você coloca as fotos como quiser...é que eu gostaria TANTO de vêlas em um tamanho maior :)
Saudade 'daí'.
Tô morando em BH...ah um pacu frito agora...rs
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