Um leitor do nosso blog, chamado Michael Marinho, mandou um e-mail sobre este Navio:
“O motivo pelo que estou escrevendo foi um post que há no seu blog a respeito do navio Justo Chermont http://jmartinsrocha.blogspot.com/2010/03/navio-justo-chermont.html) . Há uma foto antiga e uma mais atual deste antigo navio a vapor. Hoje estive voltando da feira da Panair em direção a nossa residência, nas proximidades da avenida Constantino Nery com a avenida Boulevard e ao atravessar a ponte dos Educandos, no pequeno engarrafamento que se formava naquele trecho, tive a oportunidade de visualizar o Centro de Artes Usina Chaminé (não sei se é esse o nome) e mais em direção ao rio, olhando em direção ao Makro, pude notar que há um antigo navio a vapor, deteriorado, enferrujado, mas muito elegante e grandioso. Com uma câmera tirei uma foto, um pouco distante, mas é possível notar a sua presença. Pretendo ir lá novamente e tirar fotos mais próximas. Você sabe que navio é esse? Em anexo a foto. Abraços”.
Pronto, foi um prato feito para mim, pois, aguçou a minha curiosidade por coisas antigas que fazem parte da nossa história, na realidade, já estive lá no ano passado, tirei fotografias, ficou somente nisso; com o e-mail do Michael Marinho, fiquei motivado e, fui a campo.
Este navio faz parte da história do Acre, pois, na época áurea da borracha, no final do século dezenove e inicio do século vinte, fez milhares de viagens levando mercadorias e passageiros no trajeto Belém-Rio Branco-Belém, cumpriu a sua missão, infelizmente, está abandonado à própria sorte num beiradão do Rio Negro, em Manaus.
Segundo alguns bloqueiros do Acre, um governador acreano tentou comprá-lo, para atracá-lo próximo ao Mercado “Elias Mansour”, o negócio não foi realizado, pois o pessoal do governo achou muito caro a transação, porém, para a maioria dos acreanos “a história não tem preço” – estão certíssimos! Segundo o jornalista Altino Machado “o governador Jorge Viana foi gerado por Wildy e Sílvia, durante uma viagem para Belém, no Navio Benjamin”.
O local onde se encontra o nosso esquecido e maltratado Navio Benjamin, fica na Avenida Lourenço da Silva Braga, conhecida como “Manaus Moderna”, no Estaleiro da família Coutinho. Naquele local, era conhecido como “Ilha de Caxangá”, funcionava o Estaleiro Nilo Tavares Coutinho; tempos bons, em que tomei por lá muito banhos de rio.
Quando estive no local, para compensar a tristeza em ver aquele importante navio abandonado, tive uma enorme surpresa, pois quem me atendeu foi exatamente o Daniel Coutinho, um dos proprietários do estaleiro – ele foi meu contemporâneo do Igarapé de Manaus, a sua família morava na Avenida Sete de Setembro, bem ao lado do antigo prédio do “Corpo dos Bombeiros” (abandonado pela Prefeitura de Manaus), estudamos no Colégio Barão do Rio Branco, pulamos muito da Primeira Ponte e curtimos de montão o Cine Guarany.
Pois bem, o meu amigo Daniel Coutinho falou um pouco sobre o Navio Benjamin “Ele foi deixado por aqui, por volta de 1995, funcionava direitinho, foi abandonado pela família “Pacheco”, dizem quem é o responsável por ele é o advogado João de Deus; ano retrassado foi feita uma reportagem de página inteira, não sei informar qual foi o jornal; certa vez, veio até aqui um governador do Acre, tentava negociar a compra, parece que ele ofereceu cem mil reais, mas, a família proprietária não aceitou, eles pediram duzentos mil, o negócio não foi fechado; depois, apareceu um gringo oferecendo 65 mil dólares americanos, ele queria fazer um "restaurante flutuante", a família achou muito pouco, o negocio também não foi fechado, ou seja, não receberam nada e o navio já está com mais de dezesseis anos jogado fora, apodrecendo, além do mais, está tomando lugar no estaleiro, não ganhamos nada para tomarmos conta dele, inclusive, pago uma pessoa para morar no próprio navio, para não permitir a entrada de curiosos e marginais, de vez em quando aparecem uns pichadores e enfeiam ainda mais o navio; como trabalho com a construção naval, posso afirmar que ainda há tempo de recuperá-lo, tenho material e pessoal qualificado para isso, basta pagar um valor justo pelos nossos serviços”. Muito bem, Daniel!
O radialista acreano Edizio Lima tem toda razão “A História não tem preço! O atual governador do Acre tem o dever de comprar este navio, a família proprietária tem de repensar e cobrar um preço justo, não adianta querer exorbitar no valor – a recuperação deve ser feita no próprio local, ou seja, no estaleiro do Daniel Coutinho e, ser rebocado para onde nunca deveria ter saído: da cidade de Rio Branco, no Acre. Deve ficar exposto nas proximidades do Mercado Elias Mansour, ficar por mais cem anos fazendo história na Amazônia, em particular, para a nova geração dos acreanos. É isso
Fontes:
http://radialistaediziolimaedizio.blogspot.com/2010/04/historia-do-acre.htmlntes
http://altino.blogspot.com/2006/05/fotos-do-acre-antigo_05.html
Daniel Coutinho
Fontes:
http://radialistaediziolimaedizio.blogspot.com/2010/04/historia-do-acre.htmlntes
http://altino.blogspot.com/2006/05/fotos-do-acre-antigo_05.html
Daniel Coutinho
8 comentários:
Meu Deus quanto descaso!Ísso ocorre também com nossos prédios históricos,os donos não reformam e nem deixam quem quer reformar,com ísso o tempo vai apagando nossa memória viva.Fico mais decepcionado,porque pessoas que querem trazer ultilidade para esse navio.Que vergonha!abraços.
Que fim levou o navio "Percival Farquhar", que nos anos 1970 ainda estava em serviço?
Esse navio tem a mesma elegâncio do Justo Chermont.
É uma pena vê-lo "jogado" como está hoje em dia.
e com imensa tristeza que descubro o destino deste navio o qual fez parte da istoria da minha vida meu pai foi maquinista deste istorico navio nos tempos aureos da borra e castanhas trazidas do Acre para o Para honde tive diverssa oportunidades passear e conhecer seus potentes motores . ERA MESMO DE UMA ELEGANCIA TAMANHA. Jose Maria.
valeu meu amigo
valeu meu amigo nota:10
valeu meu amigo
radialista EDIZIO LIMA1 de fevereiro de 2013 19:29
como radialista concordo plenamente. quando as pessoa perdem a memória sobre acontecimentos importante correm o risco de perder a consciência histórica social, ficam como diz o grande historiador eric j. hobsbawn, uma sociedade apenas com o presente, sem passado e portanto, sem perspectivas de futuro.
Postar um comentário