O nosso famoso Zé Mundão, sempre foi um cara fissurado por carros, tinha como desejo de consumo, um conversível pertencente a um amigo “filhinho de papai”, era um puro sangue “Puma GTS”, safra de 1975, na cor vermelho Ferrari.
O coitado babava quando via o bacana desfilando naquela máquina, ele imaginava sentado naquele banco de couro, dirigindo em companhia de duas gatinhas, passeando pela praia da Ponta Negra.
Mas, tudo era apenas um sonho, pois o Zé não tinha dinheiro nem para colocar gasosa no seu Fusca, imagine comprar o carro do seu amigo, diga-se de passagem, não estava à venda, pois o caboclo estava “sentado em cima da carne seca”, grana não era problema para ele, além do mais, tinha mais ciúmes do carro do que da sua namorada, uma loira gostosa e cheia de dengo.
O Zé nem olhava para a boazuda, o negócio dele era o Puma do amigo; era um martírio, nem sequer era convidado para dar uma volta pela city, emprestar, nem pensar, pois o filho duma égua, não emprestava nem para o pai dele, imagine para o coitado do Zé Mundão.
Num belo dia, a “louraça” botou um par de chifres no amigo do Zé, ela conheceu um marmanjo que tinha um “Opala Comorodo 1980”, completo, com ar, direção, vidros verdes e capota de vinil, ela tinha enjoado de andar de Puma, pode-se dizer que ela uma tremenda “Maria Gasolina”.
O corno chorava mais do que bezerro desmamado, o Zé passou uns tempos consolando o amigo, com terceira intenção, é claro, ele não estava nem ai para o brother, muito menos pela sua desilusão amorosa, o negócio dele era um dia ainda dirigir o Puma, o resto ele mandava para o cuvão!
Depois de uns tempos, o seu amigo esqueceu a loira, mandou cerrar os galhos e, começou dar em cima da prima do Zé Mundão, a Rosa, uma morena cor de jambo, com um “pernão e um bundão” arrebitado, uma gata e tanto, o Zé já tinha dado uns amasso nela, para ele, prima não é parente, nem com nojo.
Pois bem, o Zé começou a intermediar o namoro, antes foi logo detonando: - Olha aqui, gente boa, o negócio é o seguinte: passo a conversa na minha prima, entrego de bandeja para você, em contrapartida, você vai ter que me emprestar uma vez e outra o teu Puma!
O amigo deu um pulo e retrucou: - Nem fodendo, não empresto o meu Puma prá ninguém, tô fora, papai! Mas o Zé era paciente, esperou a volta do anzol. O seu amigo fez várias investidas sobre a prima do Mundão, jogou todo o seu charme em cima dela, convidou para umas voltas no Puma, tomar sorvetes no Pinguim, assistir a um filme no Studio Center, almoçar no Restaurante Palhoça, jantar no Canto da Peixada e, nada!
Mal ele sabia que o Zé já tinha armado todo o circo com a sua prima, pediu na maior, para ela ignorar o cara, ser durona, não dar moleza, a estratégia era deixar o cara secar todos os argumentos possíveis e cair novamente nas mãos do Zé.
Ele não era chegado a fazer ameaças, mas, por vias das dúvidas, foi dando logo o recado: - Priminha do coração, segue direitinho como eu mandei, sabe como é... Se você “mijar prá trás”, eu vou contar pra titia todas as “ondas” que tu andas aprontando!
Funcionou, o bacana veio todo de mansinho falar com o Zé Mundão: - Porra, Zé, a tua prima é dura na queda, vou precisar da tua mãozinha, concordo em te emprestar uma vez por ano o meu Puma!
O Zé ficou puto da vida e mandou: - Uma vez por ano, um caralho, quero é uma vez por semana! O bacana foi à loucura: - Tu tá doido? Pirou de vez? Aí o Zé mandou bala: - É pegar ou largar, o Puma emprestado toda semana, com o tanque até o toco de gasosa e, a minha prima no teu colo, prá você deitar e rolar. Vai? Sem chance para o filinho de papai.
Ai foi graça para o Zé Mundão! O carro foi emprestado num sábado à noite, ele deveria entregar o Puma no domingo de manhã, limpo, lavado e sem nenhum aranhão. Promessa feita e não cumprida - pegou na máquina, ligou o toca-fitas “Roadstar”, colocou no toco uma música dos “Beatles” e saiu todo boçal pelas ruas de Manaus.
Deu um pulo no “Bar do Gordo”, todo mundo ficava olhando para o Zé e para o Puma, ele na maior cara-de-pau falou alto e em bom tom: - Esse é meu e tá pago, só saio nos finais de semana, macho não entra nele nem pelo caralho!
Tomou duas doses de “Montila, Gelo, Limão & Koka”, a bebida preferida do Zé - deu um rolé pela Avenida Getúlio Vargas, estacionou o Puma em frente ao Sheik Club, sentou no capu do carro, estava mais alegre do que “pinto na merda”, não precisava paquerar, as gatas se ofereciam para passear com o Zé, ele escolheu duas “a dedo”, rodou por todos os points de Manaus, ele queria mesmo era aparecer.
Depois, saiu para pegar um vento na testa, pegou a estrada do Tarumã e parou num balneário, conhecido por “Cachoeira das Almas”, o local era de difícil acesso, tinha lama até o talo, o Puma começou a ficar todo sujo, ele não estava nem ai, levou as gatinhas para tomarem banho num igarapé de águas cristalinas, as beldades ficaram somente de calcinha e sutiã, o Zé ficou na maior putaria.
Depois, resolveram dá um rolé pela praia da Ponta Negra, o carro ficou todo molhado e cheio de areia e barro.
Numa encruzilhada, havia um pessoal fazendo um “despacho de macumba”, uma delas pediu para o Zé parar o carro, ela foi até onde estava acontecendo o ritual, ai bicho pegou para o Zé Mundão, pois a dita cuja começou a pegar um “santo”, se enrolava pelo chão, mudou a voz, ficou toda ralada.
Um senhor veio até o Zé e mandou ver: - Boa noite, o senhor, por favor, leve a sua amiga de volta, ela está atrapalhando o nosso serviço, a linha dela não é igual a nossa. O Zé, sempre gaitato: - Deixa comigo, fui! Ao entrar, a gata sujou de sangue os bancos do carro.
Rumou para a praia, ele foi dá um banho na beldade que estava toda suja e ralada – uma foi para o abate e outra ficou em “standbay”.
O dia já estava amanhecendo, quando Zé resolveu ainda dá um pulo até a Cachoeira do Tarumã, tomaram banho pelados até o Sol raiar – ao sair, o Zé deu uma ré no carro e bateu levemente num tronco de madeira.
Foram tomar um café regional no “Café da Loura”, depois, deixou as gatas em suas casas e foi dormir, afinal, ninguém é de ferro!
Meio dia de domingo, o Zé foi acordado à força, era o seu amigo: - Zé, filho da puta, tu nunca mais vai pegar no meu carro, porra, ele tá todo sujo de lama, barro, sangue e tá amassado!
O cara ainda dormindo, falou: - Mil desculpas, parceiro, deixa que eu vou dar um banho nele, passo até um esmeril e cera no bicho, vai ficar novinho em folha, na segunda, manda desamassar a belesura! Tudo bem?
O amigo do Zé estava possesso: - Negativo, vou levar agorinha o meu Puma. Outra coisa, aquela tua prima é a maior “fuleiragem”, tô fora!
Acabou o sonho de consumo do Zé Mundão. Passados mais de três décadas do ocorrido, o Zé está negociado a compra de uma “carcaça” de um Puma GTS 1975, pretende dar uma geral na fibra do carro, retificar o motor e a caixa de marcha, enfim, dar uma “guaribada” no carro.
Os anos se passaram, mas o sonho do Zé é ainda dar muitos rolé pelas ruas de Manaus, sem as gatinhas, mas, passeando com os seus filhos e netinhos, a bordo do seu querido Puma.
Eu, hein, Zé Mundão!
O coitado babava quando via o bacana desfilando naquela máquina, ele imaginava sentado naquele banco de couro, dirigindo em companhia de duas gatinhas, passeando pela praia da Ponta Negra.
Mas, tudo era apenas um sonho, pois o Zé não tinha dinheiro nem para colocar gasosa no seu Fusca, imagine comprar o carro do seu amigo, diga-se de passagem, não estava à venda, pois o caboclo estava “sentado em cima da carne seca”, grana não era problema para ele, além do mais, tinha mais ciúmes do carro do que da sua namorada, uma loira gostosa e cheia de dengo.
O Zé nem olhava para a boazuda, o negócio dele era o Puma do amigo; era um martírio, nem sequer era convidado para dar uma volta pela city, emprestar, nem pensar, pois o filho duma égua, não emprestava nem para o pai dele, imagine para o coitado do Zé Mundão.
Num belo dia, a “louraça” botou um par de chifres no amigo do Zé, ela conheceu um marmanjo que tinha um “Opala Comorodo 1980”, completo, com ar, direção, vidros verdes e capota de vinil, ela tinha enjoado de andar de Puma, pode-se dizer que ela uma tremenda “Maria Gasolina”.
O corno chorava mais do que bezerro desmamado, o Zé passou uns tempos consolando o amigo, com terceira intenção, é claro, ele não estava nem ai para o brother, muito menos pela sua desilusão amorosa, o negócio dele era um dia ainda dirigir o Puma, o resto ele mandava para o cuvão!
Depois de uns tempos, o seu amigo esqueceu a loira, mandou cerrar os galhos e, começou dar em cima da prima do Zé Mundão, a Rosa, uma morena cor de jambo, com um “pernão e um bundão” arrebitado, uma gata e tanto, o Zé já tinha dado uns amasso nela, para ele, prima não é parente, nem com nojo.
Pois bem, o Zé começou a intermediar o namoro, antes foi logo detonando: - Olha aqui, gente boa, o negócio é o seguinte: passo a conversa na minha prima, entrego de bandeja para você, em contrapartida, você vai ter que me emprestar uma vez e outra o teu Puma!
O amigo deu um pulo e retrucou: - Nem fodendo, não empresto o meu Puma prá ninguém, tô fora, papai! Mas o Zé era paciente, esperou a volta do anzol. O seu amigo fez várias investidas sobre a prima do Mundão, jogou todo o seu charme em cima dela, convidou para umas voltas no Puma, tomar sorvetes no Pinguim, assistir a um filme no Studio Center, almoçar no Restaurante Palhoça, jantar no Canto da Peixada e, nada!
Mal ele sabia que o Zé já tinha armado todo o circo com a sua prima, pediu na maior, para ela ignorar o cara, ser durona, não dar moleza, a estratégia era deixar o cara secar todos os argumentos possíveis e cair novamente nas mãos do Zé.
Ele não era chegado a fazer ameaças, mas, por vias das dúvidas, foi dando logo o recado: - Priminha do coração, segue direitinho como eu mandei, sabe como é... Se você “mijar prá trás”, eu vou contar pra titia todas as “ondas” que tu andas aprontando!
Funcionou, o bacana veio todo de mansinho falar com o Zé Mundão: - Porra, Zé, a tua prima é dura na queda, vou precisar da tua mãozinha, concordo em te emprestar uma vez por ano o meu Puma!
O Zé ficou puto da vida e mandou: - Uma vez por ano, um caralho, quero é uma vez por semana! O bacana foi à loucura: - Tu tá doido? Pirou de vez? Aí o Zé mandou bala: - É pegar ou largar, o Puma emprestado toda semana, com o tanque até o toco de gasosa e, a minha prima no teu colo, prá você deitar e rolar. Vai? Sem chance para o filinho de papai.
Ai foi graça para o Zé Mundão! O carro foi emprestado num sábado à noite, ele deveria entregar o Puma no domingo de manhã, limpo, lavado e sem nenhum aranhão. Promessa feita e não cumprida - pegou na máquina, ligou o toca-fitas “Roadstar”, colocou no toco uma música dos “Beatles” e saiu todo boçal pelas ruas de Manaus.
Deu um pulo no “Bar do Gordo”, todo mundo ficava olhando para o Zé e para o Puma, ele na maior cara-de-pau falou alto e em bom tom: - Esse é meu e tá pago, só saio nos finais de semana, macho não entra nele nem pelo caralho!
Tomou duas doses de “Montila, Gelo, Limão & Koka”, a bebida preferida do Zé - deu um rolé pela Avenida Getúlio Vargas, estacionou o Puma em frente ao Sheik Club, sentou no capu do carro, estava mais alegre do que “pinto na merda”, não precisava paquerar, as gatas se ofereciam para passear com o Zé, ele escolheu duas “a dedo”, rodou por todos os points de Manaus, ele queria mesmo era aparecer.
Depois, saiu para pegar um vento na testa, pegou a estrada do Tarumã e parou num balneário, conhecido por “Cachoeira das Almas”, o local era de difícil acesso, tinha lama até o talo, o Puma começou a ficar todo sujo, ele não estava nem ai, levou as gatinhas para tomarem banho num igarapé de águas cristalinas, as beldades ficaram somente de calcinha e sutiã, o Zé ficou na maior putaria.
Depois, resolveram dá um rolé pela praia da Ponta Negra, o carro ficou todo molhado e cheio de areia e barro.
Numa encruzilhada, havia um pessoal fazendo um “despacho de macumba”, uma delas pediu para o Zé parar o carro, ela foi até onde estava acontecendo o ritual, ai bicho pegou para o Zé Mundão, pois a dita cuja começou a pegar um “santo”, se enrolava pelo chão, mudou a voz, ficou toda ralada.
Um senhor veio até o Zé e mandou ver: - Boa noite, o senhor, por favor, leve a sua amiga de volta, ela está atrapalhando o nosso serviço, a linha dela não é igual a nossa. O Zé, sempre gaitato: - Deixa comigo, fui! Ao entrar, a gata sujou de sangue os bancos do carro.
Rumou para a praia, ele foi dá um banho na beldade que estava toda suja e ralada – uma foi para o abate e outra ficou em “standbay”.
O dia já estava amanhecendo, quando Zé resolveu ainda dá um pulo até a Cachoeira do Tarumã, tomaram banho pelados até o Sol raiar – ao sair, o Zé deu uma ré no carro e bateu levemente num tronco de madeira.
Foram tomar um café regional no “Café da Loura”, depois, deixou as gatas em suas casas e foi dormir, afinal, ninguém é de ferro!
Meio dia de domingo, o Zé foi acordado à força, era o seu amigo: - Zé, filho da puta, tu nunca mais vai pegar no meu carro, porra, ele tá todo sujo de lama, barro, sangue e tá amassado!
O cara ainda dormindo, falou: - Mil desculpas, parceiro, deixa que eu vou dar um banho nele, passo até um esmeril e cera no bicho, vai ficar novinho em folha, na segunda, manda desamassar a belesura! Tudo bem?
O amigo do Zé estava possesso: - Negativo, vou levar agorinha o meu Puma. Outra coisa, aquela tua prima é a maior “fuleiragem”, tô fora!
Acabou o sonho de consumo do Zé Mundão. Passados mais de três décadas do ocorrido, o Zé está negociado a compra de uma “carcaça” de um Puma GTS 1975, pretende dar uma geral na fibra do carro, retificar o motor e a caixa de marcha, enfim, dar uma “guaribada” no carro.
Os anos se passaram, mas o sonho do Zé é ainda dar muitos rolé pelas ruas de Manaus, sem as gatinhas, mas, passeando com os seus filhos e netinhos, a bordo do seu querido Puma.
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Um comentário:
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Valew!
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