Fiz algumas postagens sobre o tema, com base nos relatos do Abraim Baze (livro “Miranda Corrêa, Histórias e Memória”) e da Ana Maria Daou (livro “A Belle Époque Amazônia”) - um dos descendentes da família Miranda Corrêa leu um dos post e me enviou um e-mail sobre a sua família. Leia na íntegra (com a devida permissão da Zélia):
“Primeiramente, quero me apresentar: sou Zélia de Miranda Corrêa, filha de Antonio Carlos de Miranda Corrêa Júnior, sobrinho de Maximino de Miranda Corrêa. Conheço muito pouco da história da família Miranda Corrêa, alguma coisa meu pai nos contou, mas ele morreu aos 67 anos, tivemos somente 17 anos de convivência. Ele se desgarrou da família, desde que foi morar no Rio de Janeiro; foi militar de Escola e veio servir como Major em Ponta Porã em 1938, hoje Mato Grosso do Sul e aqui conheceu a minha mãe, de origem gaúcha e, em 1941 foi transferido para o Rio Grande do Sul, onde nasceu a minha irmã mais velha (falecida), ele foi Cônsul do Brasil no Paraguai, durante 19 anos, onde nasceu meu irmão José Carlos de Miranda Corrêa e eu; entrou para a reserva e voltaram para cá (Mato Grosso do Sul). Meus pais se separaram e meu pai já doente, foi morar com a minha meia irmã, fruto do seu primeiro casamento, no Rio de Janeiro, onde faleceu em 1972. Já tentei fazer contatos com os de Miranda Corrêa de Manaus, mas não obtive respostas. Fiquei feliz por encontrado o seu blog e ler sua reportagem sobre a cervejaria. Papai me contava sobre ela - quando era pequeno, acompanhava seu pai ao trabalho, temos uma foto da cervejaria. Ele morreu com o sonho de um dia nos levar até Manaus, pegando um Navio em Santos, passear pela costa brasileira e subir o Rio Amazonas. Mas, eu quero um dia fazer essa viagem! Quando fui estudar no Rio de Janeiro, conheci três irmãs da família Daou de Manaus, e elas me contaram que meu tio avô era músico, e me trouxeram uma partitura de sua autoria, o nome da música é “Travessuras”, toco até hoje - é uma linda melodia – através do Orkut, também tive contato com uma pessoa, que fazia parte da comunidade da Escola Bennett, e vendo meu sobrenome, me disse ser amigo de Dioclecio de Miranda Corrêa, ele trabalhava na Brahma e foi transferido um tempo para Manaus. Disse que ficou estupefato com a estrutura da Cervejaria, que até hoje continua sendo contemporânea. Não quero mais ocupar o seu tempo, mas fiquei muito feliz em conhecer um pouco da história da família de meu pai, na verdade, eu gostaria de saber através da família que mora em Manaus, não só sobre a cervejaria, mas também um pouco do meu avô, que segundo meu pai, faleceu muito jovem”. E-mail: zelfla@terra.com.br
Lendo o jornal “Amazonas Em Tempo”, edição de 18 do corrente, deparei com uma excelente trabalho do escritor Evaldo Ferreira, comentando sobre o assunto – transcrevo a seguir alguns trechos:
“XPTO, A CERVEJA CABOCLA – A Fábrica de Cerveja Miranda Corrêa, cuja pedra fundamental foi assentada em 20 de fevereiro de 1910 e inaugurada em 10 de outubro de 1912 pelos irmãos Miranda Corrêa (Luís Maximino e Antonino Carlos, engenheiros, Altino Flávio, almirante, e Deocleto Clarivaldo, médico), com o início da produção de cerveja e chope em barris, que faria fama entre os manauenses. A XPTO sobreviveu aos seus criadores, continuando a ser fabricada por mais de 50 anos. Ganharam o mundo, pois eram servidas nos navios que saiam de Manaus rumo à Europa. XPTO, que a primeira vista é uma sigla, na realidade é abreviatura do nome de Cristo em grego (Christós: X (qui), P (ró), T (tau) e O (omicron). O historiador Antonio Loureiro, descobriu que XPTO é uma gíria usada em Portugal desde o século 20 e falada até hoje e significa “OK, é o máximo”. O prédio da empresa, projetado na França, no estilo de um castelo bávaro. A pincha (ou tampinha) que fechava a garrafa tinha desenhado o mapa do Amazonas e seus rios, circundado pela inscrição Cervejaria Miranda Corrêa. O rótulo apresentava uma águia entrelaçada com o nome XPTO. Uma cópia de um anúncio visto na Times Square, em Nova York, por Antonio quando esteve lá. Quando a XPTO deixou de ser fabricada, em 1970, o historiador Ed Lincon Barros tinha apenas um ano de idade, mas ele descobriu que a empresa J. Macedo comprou o controle acionário da Cervejaria Miranda Corrêa e começou a fabricar a Brahma, em 1972, com novos e modernos equipamentos, aumentaram a produção, talvez não visse sentido em produzir duas marcas de cervejas ou mesmo a Brahma não permitisse que eles produzissem outra”.
Desejo parabenizar a todos que contribuíram com esta postagem, em especial, a Zélia de Miranda Corrêa, torço para que ela realize o seu sonho de um dia embarcar num navio no Porto de Santos (SP), viajar pela costa brasileira, subir o Rio Amazonas, chegar a Manaus e reencontrar com as suas raízes: a família manauense dos Miranda Corrêa e visitar o imponente castelo da Cervejaria Miranda Corrêa, andar por onde andou o seu saudoso pai quando era criança. É isso ai!
Fotografia: está disponível na internet e, pertence a antiga empresa de Manaus "A. Favorita".
Fotografia: está disponível na internet e, pertence a antiga empresa de Manaus "A. Favorita".
11 comentários:
TORÇO PARA QUE ELA FAÇA A VIAGEM E CUMPRA A PROMESSA DE SEU PAI, ROCHA, O SEU BLOG VAI BEM LONGE, PARABENS
Meu amigo grandes temas, tá mandando muito bem, um abração.
ACABO DE LER A PUBLICAÇÃO DO MEU E-MAIL E QUERO AGRADECER A SUA ATENÇÃO E PARABENIZAR O SEU BLOG, ESTAREI SEMPRE POR AQUI, SABENDO DAS NOVIDADES DA TERRA DE MEU PAI.
AGRADEÇO TAMBÉM AO HILTON PELA SUA TORCIDA.COM CERTEZA ASSIM QUE PUDER, FAREI A PROMETIDA VIAGEM, SE NÃO DE NAVIO, IREI DE AVIÃO MESMO.
Meu nome é Rosanna sou bisneta do Almirante Altino Miranda Correa.
ahe através de um de livro de Gaitano Antonaccio que tou lendo descobri a nossa primeira cerveja xtpo du caralho e com nome de cristo rsrsr ...e isso ahe FAMILIA CABANOS manda um abç a ideia não morre .www.myspace.com/grupocabanos
Achei muito bacana seu blog. Nunca tinha pesquisado muito sobre a família da minha avó Ilza de Miranda Corrêa e sei pouco sobre esse lado da família. Gostaria de saber onde posso encontrar o livro do Abraim que vc comenta. Um abraço e parabens pela iniciativa.
ilzapizarro@yahoo.com.br
Sou Sandra de Miranda Corrêa e neta de Antonio Carlos de Miranda Corrêa, um dos fundadores da XPTO, filha de Pedro Julio de Miranda Corrêa. Moro no Rio há mtos anos e gostaria muito
de fazer contato com os Miranda Corrêa de Manáus. Acabei de fazer contato com a Zélia,minha prima, consegui encontrá-la e quero fazer a viagem junto com ela.
Obrigada por sua pesquisa q me fez conhecer melhor minha família.
sanmirax@gmail.com
Sou Maria João Roxo Perdigão, viúva de Henrique Fonseca Perdigão, neto de Henrique Lopes Perdigão que casou em Manaus, em 1912 com Olga Viana(Perdigão), irmã de Zélia Viana Miranda Corrêa (penso que sua avó)e de Zenaida Viana Lemos, oriundas do Pará. Assim, penso que o meu marido e irmãos são da sua família, poiss têm os mesmos bisavós (Viana). Aqui em Portugal não temos muitos registos desse ramo da família porque os avós morreram muito cedo. A avó olga morreu em 1936 de acidente doméstico e o avô Henrique morreu de acidente de aviação aí no Brasil, em Salvador, quando vinha do Rio de fazer umas conferências literárias,em 1944. Assim, peço que me enviem os dados que tiverem para o meu mail mjrperdigao@hotmail.com. Desde já agradeço e estou à disposição para facultar os dados dos primos deste lado do Atlântico.
Saudações, José Rocha.
Meu saudoso tio de nome Augusto (apelidado de Cabôco - a grafia era assim mesmo), irmão de minha saudosa mãe, trabalhou na antiga Fábrica de Cerveja (como era denominada na popularidade), enquanto acumulava a atividade de catraieiro.
Eu como morador do bairro da Glória, ficava como fico até hoje, admirando a imponência do belíssimo prédio.
Teve um tempo que eu sonhava em trabahar ali; acho que queria conviver com os fragmentos da história.
Os empreendedores no começo dá década de 1910, foram notáveis.
Saúde para a Zélia e todos dessa família de grande importância para os Manauaras.
Que relevância esta postagem meu caro José Rocha.
Saúde e até breve.
Olá, sempre que visito o túmulo do meu avô no Cemitério Santa Isabel em Belém, fico observando o túmulo de uma senhora que diz assim" que ela nasceu no rio de janeiro e era esposa do engenheiro antonio carlos de miranda correa...não sei se tem alguma relação, mas é um túmulo é bastante antigo e me parece abandonado.
Salve Rocha... tenho acompanhado seu blog, gosto do texto mas sinto falta das referências das imagens. de onde as tira? abraço e parabéns.
Felipe
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