O Mandy´s Bar funcionou no térreo do Hotel Amazonas (foto ao lado), propriedade da família Vasques, fechou as portas em 1999
Segundo o jazzista e apresentador Humberto Amorim “O Mandy´s Bar era o melhor bar-noite da cidade; conheci o Eládio, quando trabalhava como garçom, sempre atencioso, conquistou a amizade de muitos, conheci também o maestro-pianista Gêre, com quem cantei na noite de Manaus pela primeira vez”.
O bar era frequentado pela elite de Manaus, - antigamente o “point” era o Mandy´s Bar, em decorrência de estar localizado no mesmo prédio do mais sofisticado e famoso hotel de Manaus de outrora.
Não tive a oportunidade de ir uma única vez ao bar, escrevo alguns pormenores garimpados pela net e por declarações de amigos.
Lembro de um acontecimento muito engraçado quando a Banda do Armando fazia o seu tradicional desfile pelas ruas de Manaus, em pleno sábado gordo de carnaval, no percurso, os foliões da Bica encontraram os participantes da Banda do Mandy´s Bar (comandada pelo Carlos Aguiar e Bosco Fonseca), bem em frente ao Hotel Amazonas, no inicio foi uma brincadeira legal, todos formavam uma única banda, porém, os mais afoitos resolveram partir para cima dos travestis que faziam parte do Mandy´s, foi caco de traveco para todo o lado, foi uma loucura! Nunca mais a banda do Mandy´s saiu no mesmo dia do Armando!
Contribuição do meu amigo Francisco Silva, amazonense radicado no Rio Grande do Sul:
"Olá Rocha, vou te contar alguns fatos pitorescos que aconteceram no Mandys Bar. Trabalhei no Hotel Amazonas entre 1958 a 1964. Fui mensageiro e caixa do restaurante. Segundo os hospedes, o M.B era um verdadeiro Oásis em Manaus. Naquela época havia ótimos garçons, me lembro bem do João, Sandoval, Herculano e Vicente, o qual tinha o apelido de Dr. Silvana, pois se parecia muito com o personagem dos quadrinhos do Capitão Marvel. E uma pena que não tenho fotos. Nos finais das tardes o bar estava sempre cheio de hospedes do hotel e demais frequentadores conterrâneos nossos, como Herculano Castro e Costa, Padre Nonato Pinheiro, este como toda Manaus sabe era o grande intectual amazonense, porem sempre aprontava das suas no M.B. Certa tarde ele quase quebrou a vidraça do bar numa autentica cena de ciúmes. Ele gostava do pianista do bar, e o mesmo estava de namorico com um bailarino, Carlinhos, do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, que estava hospedado ho Hotel Amazonas. Foi pancada para ninguém botar defeito, o reverendo era briguento, que Deus o tenha. Apesar desses acontecimentos violentos, o M.B realmente era um lugar muito agradável, o ar condicionado era perfeito e a decoração muito bonita, pois as paredes eram como se fossem afrescos retratando nossa região. Floresta, rios, araras, macacos e outras espécies da nossa fauna e flora".
Outras contribuições:
MASCATE - www.ecrau.com
A partir de 1978, sambistas famosos como Martinho da Vila, Benito Di Paula e João Nogueira começaram a se apresentar no Mandy’s Bar, do Hotel Amazonas, e em pouco tempo, uma turma animada começou a improvisar uma roda de pagode nas tardes de sábado. Entre esses pagodeiros estavam José Onetti, Ademar Brito, Theomário Pinto da Costa, Elias Benzecry, Roberto Carreira, Renato Simões, Humberto Amorim e os irmãos Fernando, Jorge e Carlinhos Vasques.
Em 1982, dois anos depois de o carnaval de rua de Manaus ter se transferido da Avenida Eduardo Ribeiro para a Avenida João Alfredo (atual Djalma Batista), os frequentadores do Mandy’s Bar resolveram criar uma banda carnavalesca para desfilar pelo centro da cidade no sábado gordo. Participaram da reunião de fundação José Onetti, Ademar Brito, Antenor Amazonas, Jorge e Carlinhos Vasques. O médico e artista plástico Ademar Brito sugeriu as cores verde e branca para simbolizar a floresta amazônica.
A banda contratou uma pequena orquestra de sopros composta por músicos da Polícia Militar especializados em velhas marchinhas de carnavais. Por volta das 17h, o cortejo saiu do Hotel Amazonas, subiu a Eduardo Ribeiro, pegou a Saldanha Marinho à direita, depois a Rua Barroso, também à direita, a Sete de Setembro novamente à direita, e de novo a Eduardo Ribeiro, dessa vez à esquerda, retornando ao Hotel Amazonas. Antes do desfile, foi coroado um rei e uma rainha da banda. Nascia a primeira banda carnavalesca de Manaus, a Banda do Mandy’s Bar.
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