A famosíssima ladeira da Rua Tapajós foi palco de muitas brincadeiras e travessuras na minha adolescência.
Fui morar na Vila Paraíso na década de 60 - a Rua Tapajós era pavimentada até a entrada do Colégio Benjamin Constant (entrada lateral) a partir daí era conhecido como “Buraco da Tapajós”, possui uma escada de cimento até próximo a residência dos Madeira.
Nas festas juninas fazíamos diversas brincadeiras, as mais famosas eram as Quadrilhas na Roça, o Boizinho de Pano e o Pau de Sebo, comandados pelos mais velhos – Faracho, Manduca, Tatá, Pinagé, Valder, Padrinho Acrísio, Roberto Garantizado, Lacy, Anúbio Caçapa, Madeira e Boanerges.
O terreiro serviu para as nossas peladas de futebol, brincadeiras Cabo-de guerra, Cemitério, Barra Bandeira, Garrafão e jogo de Bingos (o prêmio era sempre um frango com maionese e arroz). Tínhamos também o nosso “point” – a Cacimba da Dona dos Anjos.
Na década de 70, a Prefeitura resolveu asfaltar a Rua Tapajós, interligando a Ramos Ferreira, Leonardo Malcher e Tarumã. A garotada ficou exaltada com a novidade, acabariam as nossas brincadeiras de rua, em compensação poderíamos descer a ladeira de patins e bicicleta. Fui uns dos primeiros a descer de Patinete e um dos primeiros a cair, possuo marcas até hoje nos joelhos.
A rua possuía duas mãos, quem vinha subindo a ladeira não via quem vinha descendo, aconteceram inúmeros acidentes - depois mudaram para mão única, mas os acidentes continuavam – inúmeros carros paravam no meio da ladeira e voltavam em velocidade, provocando abalroadas nos carros que estavam embaixo.
A molecada não dava sopa, muitos caminhões paravam e escorregava inúmeros produtos, dentre eles, cimento, tabuas, frutas, refrigerantes, não deixavam nada no local, tudo era levado para as suas casas.
Lá já foi palco de uma banda de carnaval, chamada de Unidos da Ladeira - por lá existia um terreno baldio preferido pela rapaziada para tomar uns birinaites – era conhecido como "Quintal do Manoel Mormão" - no local foi construída uma academia.
Conservo ainda a amizade com muitos moradores antigos e novos – a Tapajós continua sendo ainda a minha querida e amada rua.
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