terça-feira, 14 de agosto de 2012

CAMINHADA DO CENTRO ATÉ A PRAIA DA PONTA NEGRA



Em pleno “Dia dos Pais” resolvi testar a minha resistência física, fazendo uma caminhada até a Praia da Ponta Negra – é isso mesmo, saí da Rua Tapajós, nas proximidades da Academia Amazonense de Letras, levando apenas uns trocados, água mineral e, muita vontade de chegar até o destino final.

Peguei a Avenida Constantino Nery, parei no Mercado Cunha Melo, comprei frutas, fui comendo pelo caminho, entrei na Avenida Kako Caminha, fiquei a admirar uma casa em que possui na fachada um “carro na contramão”, no outro lado da pista, fica um bonito imóvel que pertenceu (ou pertence) a Dona Sadi Hauache (a dona do primeiro canal de TV de Manaus) – por aquelas imediações fica o famoso “Bar Chão de Estrelas” e a “Casa Borboleta”, pena que eu não tinha levado a minha máquina digital para registrar e, mostrar para os meus amigos leitores.

Cheguei à famosa Avenida Brasil, afinal, ela abriga o poder executivo estadual e municipal – no ano passado, o Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (PROSAMIM) fez uma intervenção total em grande parte daquela área, porém, os logradouros públicos estão abandonados, não existe manutenção, muito menos um programa de conscientização dos moradores para preservarem aquele bem da comunidade.

Caminhei de “cabo a rabo” pela citada Avenida, sempre observando a tudo e a todos - por ter a mania de fixar o olhar nas pessoas, notei que algumas delas ficavam também me olhando, acho que estavam admirados em ver um coroa fazendo uma extensa caminhada, pois não encontrei uma viva alma fazendo o mesmo percurso. 

Passei pela sede da Prefeitura de Manaus, achei a fachada muito desgastada pelo tempo, com os estacionamentos e jardins abandonados, sem o mínimo cuidado, ficou aquela coisa martelando minha cabeça: - Se o Prefeito não cuida da aparência da sede da sua administração, como vai ter o gosto em cuidar da sua cidade?

Ao passar pela pista que dar acesso a Ponte Manaus-Iranduba, fiquei olhando um monumento erigido pelo então governador Eduardo Braga, uma obra prima do abuso e desperdício dos recursos públicos – imaginem os senhores, naquele lugar era para ser construído um viaduto e uma rotatória, mas, ele resolveu fazer uma obra para enaltecer a sua administração, prejudicando enormemente o tráfego de veículos, brevemente, com a construção da “Cidade Universitária”, tudo aquilo virá abaixo!

Fiz a primeira parada ao lado do Conjunto Ayapuá, dei uma descansada no esqueleto, fiquei observando as famílias tomando o tradicional “café regional” em uma banca instalada embaixo de uma árvore, fiquei na minha, pois não estava afim de tucumã e tapioca – entrei numa padaria e, fiz um lanche rápido – segui caminho, agora estava na Avenida Coronel Jorge Teixeira, conhecida como Estrada da Ponta Negra.

Avistei uma enorme igreja evangélica, onde está inscrito no alto de uma imensa caixa d’agua a data 12/12/2012, acho que eles estão professando os finais dos tempos naquele dia, na realidade, o pastor daquele templo cristão é uma pessoa muito polêmica, dizem que ele invadiu uma praça para torná-la um estacionamento exclusivo dos seus fiéis.  

Ao passar pela Igreja do Sameiro, fiz uma breve oração e, segui o caminho – logo adiante, passei pelo canteiro de obras do “Shopping Ponta Negra” e mais dez torres de apartamentos, denominado de “Mixed”, coisas de norte-americanos, com certeza – dai em diante, encontrei dezenas de lançamentos imobiliários e, muita destruição das matas – é o progresso, meu filho, fazer o quê?

Um me chamou muito a atenção, ele é conhecido como “Reserva Inglesa”, uma enorme área, muitas árvores foram sacrificadas para dar lugar à morada dos bacanas – estão utilizando o mesmo projeto do “Parque Jefferson Péres”, para a área externa, inclusive, a Secretaria de Cultura do Amazonas (SEC) emprestou uma réplica de um bondinho inglês (um bem público) quando do lançamento deste empreendimento particular.

Para quem não é de Manaus, aquela área é estratégica para o exército brasileiro, pois possui acesso rápido ao Rio Negro e ao aeroporto internacional Eduardo Gomes, tanto que eles ocupam imensas áreas do lado do rio, com a instalação do “Comando Militar da Amazônia” e de diversas outras companhias militares – bato palmas, pois além de preservarem a mata primária, não permitindo a especulação imobiliária, estão ali para defender a nossa Amazônia.

Segui o caminho, notei que estava em plena forma, apesar dos meus quase 5.6, não sentia nada de dor ou cansaço – ao passar pelo luxuoso condomínio “Jardins das Américas”, um lado da estrada estava interditada e, somente era permitida a passagens de transeuntes – é um projeto sábio da Prefeitura de Manaus, onde privilegia a prática saudável de esportes.

Muito boa esta intervenção, são mais de quatro quilômetros de pista para a prática de desportos, encontrei muita gente ostentando riquezas (com máquinas digitais e filmadoras caríssimas, i-phones, i-pads, MP-tudo, bicicletas importadas e tudo o mais), outros tantos, iguais a mim, com a cara e a coragem e, muita simplicidade – muitas crianças, jovens, adultos e velhos – todos fazendo caminhadas, corridas, andando de patins e bicicletas.

Avistei um senhor bem velhinho, ela já estava um pouco penso para a direita e as pernas tortas, mas, fazia a sua caminhada matinal – quando tentei alcançá-lo, ele engatou a primeira, saiu correndo em disparada, fiquei cheirando poeira! Logo mais adiante, o avistei novamente caminhado, achei que ele estava cansado e arfando, qual nada, quando estava alçando-o, ele novamente saiu em disparada, sumindo da minha vista – notei, neste momento que, precisava praticar mais esportes e melhorar a minha condição física – falei para mi mesmo: - Grande merda eu vir a pé até a Praia de Ponta Negra, não consegui nem alcançar um idoso na corrida!

Fiquei maravilhado com uma imensa igreja dos ”Santos dos Últimos Dias”, uma coisa cinematográfica, ao estilo de “ Hollywood”, com uma torre imponente, onde está um enorme anjo com uma trombeta, tudo em metal ou ouro, sei lá! – fizeram também um mini-hotel tipo “cinco estrelas”, penso que é para os gringos norte-americanos ficarem hospedados e, depois, seguirem viagem para as pescarias de tucunarés, no município de Barcelos.

Ao chegar à praia, fui logo pulando dentro do majestoso Rio Negro, a água estava muito gostosa, tinha pouca gente na área, pois era o “Dia dos Pais” e, muitas pessoas estavam homenageando, em casa, o seu genitor querido. Pois bem, um cabocão foi logo tirando papo comigo, perguntou se eu queria tomar um gole de uma bebida quente, acho que ele me achou com cara de “biriteiro” – ele não errou, mas, o meu foco era curtir o meu dia caminhando e, de cara limpa! Eu, hein!

Tomei um buzão de volta para o meu barraco, acho que no próximo domingo irei fazer uma caminhada maior, penso em atravessar a Ponte Manaus-Iranduba e, tomar um banho no outro lado do rio. Alguém quer me acompanhar? É isso ai.

4 comentários:

dembsp disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
dembsp disse...

Saudações José Rocha.

Caro amigo, fiz uma correção pois enviei o comentário com erros de digitação que considero grotescos. Segue abaixo o melhor.

Grande caminhada mestre dos blogs; só que não dá para arriscar levar equipamento seja o mais simples que for, porque Manaus deixou de ser aquela cidade em que era possível fazer isto.

Na atualidade se rouba celular e outros aparelhos digitais em qualquer esquina.

O seu relato foi fiel. Gostaria muito de acompanhá-lo, mas já me sinto forasteiro na terra onde nasci.

Saúde e até breve.

Ellza Souza disse...

Achei maravilhosa essa aventura: andar e depois fazer o relato do que viu. Adoro fazer isso mas apesar do guaraná que tomo não sei se tenho saco pra tudo isso. Vamos fazer uma de menor porte mas tão rica de experiencias quanto essa à Ponta Negra. Precisamos sentir a nossa cidade de perto. Parabéns pelo relato. Acabo de fazer 6.0 e gosto mesmo é de dançar e escrever. Aí não tem canseira.

Unknown disse...

Inspirador essa historia.
Gostei muito