Recentemente, fui até a
Biblioteca Pública do Estado do Amazonas (BPA), para pesquisar em jornais
antigos sobre as obras da Paróquia Nossa Senhora de Nazaré, que começaram em
1914 e tiveram o remate (conclusão) em 1942, porém, nada encontrei nesse ano a
respeito daquele templo católico – tive a oportunidade de fazer uma leitura
rápida do periódico “A Tarde”, edições de janeiro a dezembro, o que me permitiu
ter uma vaga ideia como era a nossa Manaus em 1942.
Foi ano de muita turbulência,
pois estávamos vivendo dois momentos marcantes:
Primeiro, com a
implantação do Estado Novo (1937 – 1945), pelo governo ditatorial do presidente
Getúlio Vargas, com o fechamento do Congresso Nacional, extinção dos partidos
políticos, suspensão de eleições, proibição de greves e o fim do federalismo.
Segundo, estávamos em
plena Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), com o Brasil rompendo com o Eixo
(Alemanha, Japão e Itália), em decorrência das pressões por parte dos Estados
Unidos da América, bem como, com o afundamento de navios brasileiros,
supostamente praticados pelos submarinos alemães.
Os jornais, diariamente,
comentavam sobre esses dois assuntos - mostrando a crueldade do Adolpho Hitler
e de suas tropas alemãs e, por outro lado, endeusavam a figura do presidente
Getúlio Vargas, o qual veio fazer uma visita a nossa cidade.
Como não havia eleições,
os governadores eram nomeados pelo presidente, eles eram chamados de Interventores
– o escolhido foi o Álvaro Botelho Maia (1893-1969), um político muito querido
pela população, ele foi governador e interventor por duas vezes cada uma, sendo
a última de 1937 a 1945.
O prefeito da nossa cidade
era o Adhemar de Andrade Thury, ele governou de 1941 a 1942, em substituição ao
irmão do interventor Álvaro Maia, o Antônio Botelho Maria (1936 até 1941).
As fotografias mostram o
seguinte:
Abrigo Municipal,
aparecendo um bonde e um guarda de trânsito e, ao fundo, uma belíssima praça (destruída)
e a Booth Line (destruída também, deixaram somente a fachada);
Álvaro Botelho Maia, um politico
que nasceu em Humaitá, no Sítio Goiabal - foi jornalista, servidor público,
professor, poeta e escritor. Mesmo tendo galgado o ápice da carreira política
em nosso Estado, ele morreu pobre, em 1969, num apartamento do Hospital da Santa Casa de
Misericórdia;
Bar e Restaurante Americano,
um lugar sofisticado que ficava na esquina da Avenida Sete de Setembro com a
Avenida Eduardo Ribeiro (atual C&A) – ele sempre é lembrado pelo pessoal da
antiga;
Fábrica Rosas, ficava na Avenida
Sete de Setembro e num prédio na Rua Henrique Martins – era voltada para o
fabrico de bombons, torração e moagem de café, confeitaria, perfumes a base do pau
rosa, bolachas e macarrão – pertencia ao mega empresário português Joaquim Gonçalves
de Araújo;
Serviço de calçamento da
Avenida Joaquim Nabuco, aparecendo ao fundo o Hospital Beneficente Portuguesa;
Prédio do Lyceu Industrial
está localizado na Avenida Sete de Setembro - ficou conhecida como Escola
Técnica Federal do Amazonas e, atualmente, chama-se Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM);
Palácio do Comércio, na
Rua Marcílio Dias, ainda estava com os tapumes, servindo como sede da
Associação Comercial do Amazonas.
Manaus 1942 - É isso ai.
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