Os manauaras que já passam dos cinquenta anos, lembram com saudades desse aprazível lugar – onde famílias iam passar os finais de semana tomando banho nas geladas e límpidas águas do Tarumã – era também um lugar frequentado, pela parte da noite, por casais enamorados e pelos amanhecidos, que gostavam de tirar a ressaca, bem como, pelo pessoal da religião afro-brasileira que gostavam e ainda fazem os seus “despachos” naquele lugar.
A cachoeira fica na Zona Oeste
de Manaus, na estrada estadual AM-452, conhecida como “Estrada do Turismo II”, numa
via importante que ainda falta duplicar – ela está inserida dentro da “Área de
Proteção Ambiental (APA) Tarumã”.
No passado, o acesso era muito
difícil, pois não existia uma linha regular de ônibus para aquele lugar,
somente quem dispunha de automóvel é que tinha o privilégio de frequentar aquele
maravilhoso banho natural.
Ela é a única que existe
na nossa cidade, o que despertava, outrora, a curiosidade e o prazer de ouvir o
som da queda d’água e tomar banho em suas águas límpidas e cristalinas.
Esse prazer durou décadas,
até chegar o progresso desenfreado e a cobiça dos grileiros, espalhando a
desgraça da poluição, acabando com mais um espaço de lazer dos manauaras.
Faz alguns anos, a Prefeitura de Manaus tentou revitalizar a cachoeira e o seu entorno, houve uma despoluição das águas, tanto que cheguei a tomar banho juntamente com o meu saudoso pai. Os jovens faziam rapel todos os finais de semana e havia uma pequena praça com bares e lanchonetes - com o tempo, tudo foi abandonado.
Atualmente, quem gosta de
tomar banho debaixo de uma cachoeira deve pegar a estrada e ir até a Cachoeira
de Paricatuba (na época da vazante), no município de Iranduba – ou visitar a “Terra
das Cachoeiras”, em Presidente Figueiredo – a nossa da Cachoeira Alta está abandonada,
suja, poluída, sem segurança, porém, ainda guarda a beleza da mata ciliar e a
zoada da água caindo dos seus vinte metros de altura.
Em maio do ano passado, o
Prefeito Arthur Neto, esteve no local e anunciou a criação do “Parque Cachoeira
Alta do Tarumã”, um projeto com 499 mil metros quadrados, na qual seria recuperada
a mata ciliar, a vegetação que margeia o igarapé, além da recuperação da água poluída
há mais vinte anos – era uma parceria com a fuleira “Manaus Ambiental”, que iria
construir estações de tratamento de esgoto para que a água que segue para a
cachoeira chegasse limpa.
Passado mais de um ano e,
nada foi feito! A previsão era entregar antes da Copa do Mundo de 2014. Nem uma placa indicativa existe no local, não foi dado a devida importância ao empreendimento, pois dinheiro existe em caixa, segundo o próprio Prefeito alardeia por ai.
Estive no local para tirar fotografias e lembrar os velhos
tempos, porém, fiquei receoso em descer, pois não tinha uma viva alma por ali. O caminho até embaixo está
íngreme, além da única pracinha do lugar estar totalmente abandonada, encontrei
somente muitos “trabalhos de macumba” espalhados pela área.
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