A
nossa geração de manauaras teve uma relação muito grande com as “Tacacazeiras”. Nasci e morei no centro da cidade, comecei a
tomar a minha cuia de tacacá quando ainda era um curumim, quando era comum as nossas
vizinhas fazerem essa iguaria nas festas juninas.
Quando fui morar na
Vila Paraíso, com acesso pela Avenida Getúlio Vargas e Rua Tapajós, tive o
privilégio de degustar todo o santo dia do Tacacá da Dona Maria, conhecido por
alguns por Dona Branca, onde armava a sua barraca na Avenida Ramos Ferreira,
bem em frente ao Teatro Juvenil (atual Faculdade da UNIP) e da Academia Amazonense de Letras.
O irmão da Dona
Maria, o Tio Teófilo (funcionário da Receita Federal), ele era casado com a
minha tia Margarida (irmã da minha mãe Nely Fernandes), por termos essa proximidade
de parentesco, toda tardinha eu ia até a Banca para tomar gratuitamente o meu
tacacá, além de levar alguns quitutes para a minha mãezinha.
Com o passar do
tempo, comecei a trabalhar e, fazia questão de pagar a minha saborosa cuia de
tacacá – lembro muito bem, quando nos finais de semana, todos os colegas das
imediações se reuniam bem frente da AAL para um baterem papo regado de tacacá,
depois, íamos jogar futebol de salão nas quadras do Luso Club, Instituto de Educação
ou do Colégio Benjamim Constant.
A Dona Maria era
auxiliada pelo seu marido, com o seu falecimento, passou a contar com a ajuda
dos filhos menores e alguns conhecidos. Depois de muitos anos na labuta, teve
que se aposentar, porém, o preparado do tucupi ainda passa por suas mãos, além
da supervisão do preparo dos quitutes.
O tempo passa, casei
e tive três filhos, fazia questão de levá-los para tomarem tacacá e comerem
banana frita e tapioca com coco ralado. Eles cresceram, tiveram filhos também –
vez e outra levo a minha netinha Maria Eduarda na Banca da Dona Maria – a Duda
tem apenas quatro anos de idade e já começou a provar e a gostar do tucupi,
além de adorar uma banana frita.
A Banca agora é
tocada pelo Natinho e sua esposa Ivete, auxiliado pelos irmãos, filhos, primos
e aderentes – é um negócio que dar um bom lucro, pois sempre primaram pelo
cuidado na manipulação dos alimentos, além de um sabor todo especial – são muitos
requisitados pelos bacanas em suas festas, principalmente nas juninas. A família está aguardando a autorização da Prefeitura de Manaus, para montar "O POINT DO TACACÁ" no Calçadão da Ponta Negra. São 45 anos de muito sucesso!
O Natinho e seus
irmãos são considerados como os meus primos, em decorrência disso, conservamos
uma amizade desta a nossa infância. Toda vez que chego por lá, sou muito bem
recebido, com um atendimento todo especial. Muito Bom!
Isso é uma tradição
do nosso povo, passa de pai para filho, pois o Tacacá do manauara é a mesma
coisa que o chimarrão para o gaúcho! É isso ai.
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